Jintan POV

Eu havia me confessado pra ela... Eu já não tinha controle algum do meu corpo, muito menos da minha mente. Já ela estava petrificada na minha frente, não sabia se ter me confessado tinha sido uma boa ou má ideia, porque éramos amigos de infância acima de tudo, não queria que essa relação se estragasse nunca.

Anaru: Eu... - Quebrou aquele silêncio mortal.

Jintan: Não. Você não precisa me responder agora. Deve estar tudo muito confuso e... - Um sorriso começou a se abrir em seu rosto, junto com um vestígio de lágrima no canto dos olhos.

Anaru: Eu sempre esperei por esse momento. – Hã?

Jintan: É...É sério? - Então quer dizer que a Anaru sempre gostou de mim?

Anaru: Claro, seu besta! Eu também sou apaixonada por você.

Ela correu e me abraçou, mas acabamos nos desequilibrando e caímos sobre a minha cama. Rimos de nós mesmos e depois nos beijamos. Nunca me imaginei junto com a Anaru, apenas como amigos... Mas parecia que a cada segundo ela se tornava mais especial.

Ficamos um bom tempo naquela posição, ela sobre mim e nos beijando. Até que interrompemos o beijo e um olhou para o outro.

Anaru: Eu achei que esse dia nunca chegaria. - dizia enquanto mexia no meu cabelo

Jintan: "Quem espera sempre alcança" - Dei um selinho rápido

Ela sorriu e voltamos a nos beijar, sim, de novo. Era tão bom que se eu pudesse, ficaria com ela o dia inteiro. Até que, de repente, começamos a ouvir alguns barulhos. No início, não ligamos, mas depois de um tempo começou a ficar mais alto... Até identificarmos o que era.

Anaru: O que seria esse "som", Jintan?

Jintan: Acho que é isso mesmo que estamos pensando... - Nossas mentes poluídas de vez em quando estavam certas... Isso me preocupa.

Anaru: Lembra quando pensamos besteiras do casal nerd? Será que eles...?

Jintan: Só estamos nós quatro em casa. Se não é a gente... Só pode ser eles. - Pelo menos eles não escolheram o quarto do meu pai.

O que estávamos ouvindo era uma mistura de tudo. Alguns objetos caindo no chão, batidas na parede, diria até que os dois estariam no maior MMA no banheiro... Se não fosse pelos gemidos.

Era impressão ou minha casa estava virando motel? Eu espero, no fundo do meu coração, que meu pai demore como ele nunca demorou no mercado...

Fiquei encarando a Anaru e ela idem. Estávamos morrendo de vergonha e confesso que era uma baita situação constrangedora.

Atsushi: Filho! Cheguei! - Qual é velho? Isso é hora pra chegar? E por que ele tinha que gritar lá da sala? Corri até ao corredor para ver se não estava ouvindo coisas e se ele chegou mesmo, deixando a Anaru sozinha no meu quarto.

Jintan: JÁ FOI AO MERCADO? - Perguntei, ou melhor, gritei.

Atsushi: Já. Hoje milagrosamente não tinha fila. - Por que justamente HOJE tinha que estar vazio?

Jintan: Você comprou cheddar? - Perguntei a primeira coisa que me veio na cabeça, eu sequer ligava muito para cheddar.

Atsushi: Jintan! Você sabe que isso é caro! Não temos condições pra comprar isso.

Jintan: Mas pai, você sabe que eu não vivo sem cheddar - A "brincadeira" dos nerds se salientava e eu gritava do corredor para que o velho não ouvisse nada.

Atsushi: Desde quando você gosta tanto de cheddar assim? - Desci as escadas e fui ao encontro dele na cozinha. Tentativa nº 1 de distraí-lo.

Jintan: Desde que eu comi na casa do Yukiatsu. Eu meio que viciei - Pus minha mão atrá da cabeça e ri forçadamente.

Atsushi: Aquele riquinho? Já desconfiava...

Jintan: Desconfiava? Desconfiava do que? - Suei frio, ele descobriu dos dois?

Atsushi: Que você comeu cheddar na casa do Yukiatsu, oras! Não é sobre isso que estamos conversando? - Acho que estou ficando meio neurótico com a situação.

Jintan: Ah sim, claro. O cheddar. - Continuei rindo forçadamente

Atsushi: Você está me escondendo alguma coisa, filho. - Eu? Imagina? Apenas está tendo um rala-rola no banheiro e o senhor não está sabendo, mas não é nada demais.

Jintan: Escondendo? Escondendo o que, velho? Olha o tamanho dessa casa! Dá pra esconder alguma coisa aqui?

Atsushi: Não esse tipo de esconder! Você sabe de algo e não quer me contar! - Como ele sabe?

Jintan: Ok pai... Eu... Estou precisando te contar um lance mesmo... - Fui interrompido, era normal o meu pai fazer esse tipo de coisa.

Atsushi: Espere só um minuto, filho. Vou dar um pulinho no banheiro e... – Vai... Aonde?

Jintan: NÃO!

Meu pai se assustou com meu enorme grito, e ficou me olhando esperando uma justificativa.

Atsushi: Qual é Jintan? Por que esse espanto todo? Disse que iria ao banheiro, só isso.

Jintan: É que... Sabe...

Atsushi: Ah! Você tá muito estranho hoje! - Deu as costas e já pretendia subir.

Apenas corri e subi um degrau a mais que ele, esticando os dois braços e impedindo a passagem.

Atsushi: Ok, já pode sair da minha frente. - Disse e tentou me empurrar ao mesmo tempo

Jintan: Você não pode ir ao banheiro... - Falei com a cabeça baixa.

Atsushi: Eu posso saber por que eu não posso usar o MEU banheiro da MINHA casa? Fala logo o que você está aprontando, filho. Assim você economiza tempo e saco.

Jintan: Você quer que eu diga? Tá bom, eu falo o que está acontecendo. - Ele quer saber a verdade, não é? Então ele vai saber.

Atsushi: Então fala logo, moleque. - Meu pai já estava ficando impaciente... Será que a vontade de ir ao banheiro era grande?

Jintan: Ok. Quando você foi ao mercado, eu estava no banheiro e - Fui interrompido de novo, mas dessa vez por um barulho de trinco se destravando... Por que a Anaru saiu do quarto?

Quando olho para trás, Tsuruko saía do banheiro, com a blusa completamente amassada, e sem contar que ela estava meio... Digamos precisando de um pente pra dar um jeito no cabelo desarrumado.

Tá, agora alguém pode me ajudar a explicar qualquer história que explique que uma garota estava fazendo no meu banheiro para o meu pai?