Feeling Alive escrita por TrustNoBitch


Capítulo 2
Paranoid


Notas iniciais do capítulo

Desculpe se vocês acharam que ficou uma merda, porque eu sei que ficou. Me desculpe mesmo! Prometo que o 3 vai ser muito melhor. Só quero deixar a Rachel meio louquinha antes de Faberry acontecer. Dei uma enrolada (ou várias) nesse capítulo, mas não desistam de mim ok?!



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                Já faz duas semanas. Duas semanas ignorando Quinn Fabray. Duas semanas tentando resolver as coisas com Finn. Tentativas falhas, mas pelo menos eu não havia desistido ainda.

                Quinn mandava mensagens como ‘Esqueceu de sua AMIGA?’, mas eu me recusava a responder. E Finn... bom, ele estava se tornando o melhor stalker que eu já presenciei. Me seguia para todos os cantos, me ligava de 20 em 20 minutos pra dizer que estava pensando em mim. Sufocante.

                Eram 9 horas da noite, caderno e notebook abertos na minha frente. Precisava entregar uma lista de música das quais eu poderia fazer um solo para o Mr. Shue no dia seguinte. Percebi que nem isso estava conseguindo me animar.

                Ouvi um toque no meu celular que avisava que uma mensagem nova havia chegado.

                “Posso te fazer uma visita?” Era Kurt. Sorri logo após ler. Eu precisava de um pouco de carinho do meu melhor amigo...

                “Vem logo!” Mandei em resposta.

                Menos de meia hora depois Kurt deu uma batida na minha porta e foi entrando. Já era de costume, então não me surpreendi. Direcionei a ele o meu sorriso de mil watts e o vi retribuir.

                “Como a senhorita está?” Ele se sentou ao meu lado na cama, depositando um beijo suave em minha bochecha.

                “Bem...” Respondi hesitante, o que fez Kurt perceber que talvez eu pudesse estar mentindo. Me concentrei em olhar para minhas mãos para não ter que ver a expressão de preocupação que eu sabia que estava na estampada na cara de Kurt.

                “Não é o que parece.” Ele continuou me encarando, logo pegou uma de minhas mãos e brincou com ela. Como percebeu que não iria sair nenhuma palavra de minha boca, ordenou: “Olha pra mim.”

                Meus olhos pousaram e se fixaram nos dele como um apoio que só ele me dava em momentos como este. Agora ele tinha certeza de que eu não estava bem.

                “O que aconteceu, Rach?” Kurt perguntou num tom firme que me fez engolir toda a vontade de chorar que eu estava sentindo.

                Eu sabia que podia contar com ele pra tudo, em qualquer hora ou qualquer lugar. E ele estava ali agora! Me perguntando o que havia acontecido. Kurt podia ser meio irmão de Finn, mas também era meu melhor amigo. Por isso eu estava disposta a contar pra ele. Mas o problema era que eu não sabia exatamente o que tinha de ser contado. Estava tudo uma bagunça.

                Abri a boca para falar, mas nada saiu. Ele continuou a me olhar, paciente. Não sairia dali até saber o que tinha de errado comigo.

                “Acho que estou precisando encher a cara.” Disse enfim. Kurt gargalhou tão alto que me fez rir também. Mas eu realmente falei sério. Algumas pessoas não dizem que bebem pra esquecer dos problemas? Então.

                “Da última vez que você fez isso não foi muito legal e você acabou beijando o meu namorado. Não acho que seja uma boa idéia...” Até que eu concordava. Talvez eu fizesse outra coisa estúpida ou mil vezes pior.

                “Posso te contar tudo, não é?” Perguntei, mesmo sabendo da resposta. Ele assentiu imediatamente. “Ok... O Finn está me sufocando, Quinn também. E eu tenho me sentido extremamente entediada. Nada parece interessante. Nada.” Disse tudo de uma vez.

                “Por que a Quinn estaria te sufocando?” Kurt parecia confuso, seu cenho estava franzido. Me olhava com atenção como se nada estivesse fazendo sentido.

                Mostrei todas as mensagens que Quinn me mandou durante essas duas semanas. Milhões de “Finn é um idiota” e “Por que você está me ignorando?”. Ignorá-la era meio difícil, eu gostei de ter me tornado sua amiga. Mas não dava pra entender o por quê de viver implicando com a droga do meu relacionamento!

                “Meu gaydar sempre fez um bip quando eu chegava perto dessa garota...” Ele disse, me tirando de meus pensamentos.

                “O quê?” O que ele estava querendo dizer com aquilo?

                “Eu quis dizer que talvez Quinn Fabray só esteja com ciúmes de você.” Respondeu com um sorriso bobo no rosto.

                “Você só pode ter ficado maluco.”

***

                Aquelas palavras de Kurt não saíram da minha cabeça um segundo sequer. Eu não conseguia entender! Não conseguia ver Quinn Fabray com ciúmes de mim. E nem que tipo de ciúmes era esse. Se eu já não estava bem antes, agora então...

                Caminhei pelo corredor até chegar em meu armário. Guardei meus livros e fui em direção a sala do Glee Club. Todos já estavam lá, só me esperando. Dei um sorriso como sinal de educação e me sentei numa cadeira bem longe de Finn ou Quinn. Quando olhei pro lado, vi Mike e Tina fazendo carinho um no outro e me forcei a olhar pra frente.

                Mr. Shue estava usando um colete, como sempre. Discursava sobre como seria bom se nós ganhássemos as Nacionais e blá blá blá. Uma dor de cabeça e tédio estavam se apoderando de mim.

                Até que a mão de alguém foi levantada e pude ouvir uma voz doce dizer:

                “Eu quero apresentar uma música...” Era Quinn. Me endireitei na cadeira e comecei a prestar a atenção. Não era uma coisa que acontecia sempre... Quinn iria cantar. E eu particularmente adorava sua voz.

                “Se meus ouvidos começaram a sangrar com sua musiquinha gritante, eu juro que você não vai viver mais um dia...” Santana disparou, fazendo a garota de cabelos rosa bagunçado revirar os olhos.

                “Santana, acalme-se. Nada de ameaças na minha classe!” Mr. Shue disse. Mas Santana ainda fitava Quinn de braços cruzados.

                “Não precisa se preocupar. Nada de gritos, já sei...”

                Quinn se levantou e deu ordens a banda sobre a música que ela iria cantar. A guitarra começou a ser tocada, bateria em seguida e logo a voz de Quinn nos versos:

Talk all the talk with a poet's style

Tongue like electric, eyes like a child

Eye on your wives and the classic cars

Live like a savior, live like the stars

Talk all the talk with a model's smile

Tongue like electric, eyes like a child

Buy all your highs and the classic cars

Die on the front page, just like the stars

The big screens, the plastic-made dreams

Say you don't want it, say you don't want it

It's our world, the picture-book girls

Say you don't want it, say you don't want it

Don't you ask me if it's love, my dear

Love don't really mean a thing 'round here

The fake scenes the plastic-made dreams

Say you don't want it, say you don’t want it

                Todos estavam encarando-a por desconhecer a música, mas eu estava prestando atenção na letra e o quanto estava soando como se estivesse sendo cantando para mim. Seus olhos se encontraram com os meus e eu tive certeza. Aquela música era pra mim.

                Meus braços se cruzaram automaticamente, indignada pelo fato. O que essa ela pensava que estava fazendo?!

                Então continuou:

Pace all the rooms with a jealous style

Tongue like electric, eyes like a child

Paint all your soul with the brand designs

Preach like a savior, heart on the line

Talk all the talk with a model's smile

Tongue like electric, eyes like a child

Buy all your highs and the classic cars

Die on the front page, just like the stars

(…)

                Quando ela acabou, todos aplaudiram. Exceto por mim.

                “Eu quero te matar, Fabray”, sussurrei pra mim mesma.


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Notas finais do capítulo

Peço desculpas novamente :( A música que a Quinn canta é essa http://www.youtube.com/watch?v=wF1WzzrLmpk