Feeling Alive escrita por TrustNoBitch


Capítulo 3
Something new, right?


Notas iniciais do capítulo

Creio que esse ficou melhor do que o 2. Tentei fazer um cap maior e tudo, mas não deu. Agradeço a todos que estão acompanhando ;3



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Ok, agora ela havia passado dos limites. Cantar uma música indiretamente a uma pessoa é uma coisa muito grave... Pelo menos eu achava.

O sinal tocou, avisando que as aulas por hoje tinham acabado. Todos podiam ir embora. Fui em meu armário, deixei minhas coisas lá e segui Quinn Fabray com olhos até que ela entrou no banheiro. Várias ideias de vingança passaram por meus pensamentos.

Caminhei calmamente em direção ao banheiro. Mas quando eu estava quase de cara na porta, uma mão segurou em meu braço me obrigando a parar e me virar. Finn.

“Você quer que eu te leve pra casa?” Ele perguntou com aquela cara de retardado de sempre. Aquilo já estava me irritando e muito!

“Não”, tentei me tirar sua mão pesada do meu antebraço. Falhei. “Você pode me soltar?!” O encarei sinicamente.

“Ah, me desculpe.” Ele tirou sua mão do local e coçou a nuca. “Então vou indo...”

Ele me deu um selinho e desapareceu naquele corredor lotado. Respirei fundo e voltei ao meu plano.

Empurrei a porta do banheiro e lá estava Quinn. De frente para o espelho, retocando a maquiagem. Demorou pra perceber minha presença, pois não fiz nenhum sinal de que eu estava ali. Ela viu meu reflexo pelo espelho e ficou me encarando com indiferença.

“Perdeu alguma coisa?” Ela finalmente perguntou, guardando a maquiagem que estava encima da pia.

“Não, mas acho que você perdeu. Sua sanidade.” Cheguei mais perto dela. Braços cruzados e cara fechada.

Se ela queria jogar, que seja. Eu podia entrar no joguinho. Mas eu não iria observá-la acabar comigo. Não entro em jogos para perder, ela tinha que entender isso.

Logo quando as coisas estavam indo bem. Ela estava diferente, havia me chamado de amiga. Eu havia chamado Quinn Fabray de amiga. Eu realmente queria que ela fosse minha amiga. Mas não dava pra saber o que ela pensava sobre isso...

“Que porra é essa que você está falando, Berry?” Agora deu pra se fazer de idiota!

Ela se virou pra ficar de frente para mim. Era incrível como Quinn era a única pessoa da qual eu não conseguia intimidar. Isso me deixava frustrada.

“Aquela música. Eu sei que você cantou pra mim...” Desviei o olhar pra qualquer lugar que fosse. Olhar pros olhos dela em situações como essa era correr perigo que eu não estava disposta a enfrentar.

“O quê?” Ela realmente parecia surpresa. Mas logo começou a rir em descrença. Descruzei meus braços e a encarei novamente. “Rachel, sinto muito em dizer, mas o mundo não gira em torno de você. Eu gosto daquela música e decidi cantar. Pronto. Não tem nada a ver com a maravilhosa Rachel Berry!” Cada palavra que saía de sua boca parecia irônica. E eu estava convencida de que era.

Ela me cortou profundamente. Como uma faca. Não que nunca tivessem falado comigo desse jeito, mas ouvir isso dela doía demais.

Talvez minha concepção estava errada. Talvez eu estava só... paranóica. Eu era quem estava agindo como idiota, não ela ou Finn.

Suspirei fundo, tentando achar palavras para dizer. Eu não me rebaixaria dizendo que eu sinto muito e essa baboseira toda. Não mesmo!

O olhar de Quinn estava preso em mim, observando cada movimento. Eu meio que adorava quando ela fazia isso. Ela prestava atenção em mim. Não era como se eu estivesse falando e todos me ignoravam. Ela não me ignorava. Não mais. Então percebi o quanto eu estava sendo uma babaca em acreditar que a música que ela cantou era mim ou que ela só queria acabar meu relacionamento por motivo nenhum. Talvez ela só quisesse ajudar.

“Eu preciso ir.” Depois de um tempo em silêncio, Quinn finalmente anunciou. Ela já estava indo de encontro a porta, mas eu não queria que ela fosse.

“Não, espere.” Ela se virou e me olhou, esperando como pedido. “Me desculpa? Por ter te ‘atacado’ assim...” Olhei para meus pés e depois de volta para ela. Em seu rosto estava um sorriso que me fez corar. Tentei pensar em outra coisa pro rosado de minhas bochechas saírem o mais rápido possível.

“Não tem problema.” Quinn andou até mim. “Você parece tensa.” Eu assenti automaticamente. Suas sobrancelhas arquearam e desceram em questão de segundos. Aquele sorriso ainda estava lá. “Se você precisar de alguma coisa... Já tem meu número.”

***


Era sábado á noite. Eu estava tranquila, deitada em minha cama, olhos fechados e ipod revezando entre Barbra Streisand e Billy Joel.

Duas batidas na porta e meu pai, Hiram, abriu a porta. O olhei atentamente mas não movi um músculo.

Ele disse alguma coisa, porém não o ouvi. Os fones de ouvido ainda estavam no volume máximo. Só percebi que havia tentado se comunicar comigo pelo movimento que sua boca fez.

Tirei os fones, enfim, então pude ouvir:

“Você tem um jantar com Finn no Breadstix em uma hora e você ainda nem tomou banho?!”

WOW. Eu tinha esquecido completamente. Pode até ser de propósito. Porque sinceramente, a vontade de sair com Finn era quase nenhuma.

“Ah, obrigada por me lembrar. Já vou pro banho.” Sentei na cama, sorri agradecida. Mas o sorriso era o mais falso que eu podia dar. Ele retribuiu com a sinceridade que eu não tive e saiu do quarto.

“Merda.” Sussurrei.

Entrei no banheiro e lembrei de umas palavras que foram ditas a mim no dia anterior: Se você precisar de alguma coisa... Já tem meu número. Era disso que eu estava precisando. Uma fuga.

“Tenho um encontro com Finn essa noite. Não quero ir. O que eu faço?” Digitei e mandei para o número do celular de Quinn. Esperançosa de que ela não me ignorasse.

Liguei o chuveiro e relaxei na água gelada que caía sobre meu corpo. A resposta ainda não havia chegado, fiquei um tanto nervosa, mas paciente. Talvez ela estivesse ocupada...

Demorei um pouco menos de meia hora no banho, me sequei, vesti roupas limpas e nada de telhinha do celular piscando. Ansiedade tomando conta. E se eu tivesse que ir no jantar?! Mas ela disse que se eu precisasse, ela me ajudaria...

Esperei mais alguns minutos. Celular em mãos. De repente, ele vibra e pude ver:

Desculpa a demora. Estava esperando meus pais saírem. Quer vir pra cá? Xx”

Certo, Russell e Judy não estavam em casa. Quinn estava me convidando pra fazer uma visita?! Qualquer coisa seria melhor do que os outros planos que eu tinha.

Não respondi, querendo fazer uma surpresa a ela. Eu estava vestida como se eu fosse ao Breadstix para que meus pais não desconfiassem. Ofereceram uma carona mas recusei. Óbvio.

A casa de Quinn era um pouco longe da minha, por isso escolhi um par de slippers confortáveis. Eu já me sentia como se fosse uma ‘delinquente’ por mentir e não honrar com um compromisso. Mas era até boa essa sensação.

Quando eu já estava há duas casas antes dos Fabray, eu mandei um sms para que Quinn me esperasse na porta. Acabei com a surpresa, mas ela o fez. Lá estava a skank se apoiando no batente. Me recebeu com um sorriso que me deixou corada novamente. Mas que droga é essa?

“Quando eu disse aquilo, pensei que demoraria mais um pouco...” Sua sobrancelha arqueada me deixava totalmente sem jeito.

“Questão de vida ou morte!” Falei empolgada como eu não ficava há bastante tempo. Quinn fez sinal para que eu entrasse.

Eu já conhecia aquele lugar. Era comum eu vir brincar com a pequena Lucy em nossa infância. Mas as coisas mudaram na adolescência e tinha ficado um pouco difícil de ser amiga de Quinn Fabray, a líder de torcida arrogante do McKinley. Fico feliz de saber que ela havia largado as cheerios e se revoltado, de certa forma. Porque sempre pareceu que ela era uma marionete. Sempre pareceu que ela insultava as pessoas porque ela era obrigada, não porque ela gostava.

Então desde que o cabelo passou de loiro para rosa, o uniforme foi trocado por roupas pretas e blusas de banda de rock, eu consegui me reaproximar de Quinn. E isso me deixava muito honrada.

Ela pediu pra que eu a seguisse até o quarto. Mas eu me lembrava onde ficava. Subimos as escadas e entramos. Fiquei meio perdida, travada, sem saber o que fazer. O local tinha pouquíssima iluminação, mas mesmo assim consegui ver Quinn trancando a porta.

“Fique a vontade, não me chamo Finn Hudson.” E a implicância apareceu novamente, mas decidi não me importar. “Sente-se aonde quiser...” Ela pulou na cama que era encostada na parede. Haviam alguns pisca-piscas na parte superior da janela que eu não consegui deixar de observar.

Percebi que ela também estava observando algo. A mim. Eu a olhei hesitante e ela riu sem fazer nenhum tipo de som que eu pudesse ouvir.

Me sentei ao seu lado e não contive minhas mãos de baterem em minhas pernas.

“O que você quer fazer? Tenho vídeo game, filmes de terror, cds do Guns, acho que um pouco de whisky...” Ela me olhava esperando a resposta. Até que senti sua mão escorregar por cima da minha e apertar.

“Nada disso.” Neguei com a cabeça, olhando em seus olhos. Retribuindo o olhar intenso. “Quero algo novo, Quinn.” Eu não sabia exatamente o que eu quis dizer quando eu disse isso, mas meus lábios souberam quando sentiram os de Quinn roçando contra eles.



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Notas finais do capítulo

A opinião de vocês conta muito, se não gostaram pode falar. Se gostaram também pode... rs