Ele III: Com Ele escrita por MayLiam


Capítulo 62
Com Ele: recaídas - parte três


Notas iniciais do capítulo

Desculpem os erros, digitei antes de sai pro trabalho e não revisei.



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–Quem vai com quem? - Sofia quer saber animada.

–Robert e eu vamos no impala, ele não larga aquele carro.

–A baby é uma estrela, não dá pra competir com ela, nem tente. - Damon solta um riso e a filha revira os olhos.

–Bem, de qualquer forma precisamos dividir aqui. Pai, você e Elena podem ir no carro dos Gilbert, Bonnie, Jeremy e Miranda vem no seu comigo e Heitor.

–Miranda pode vir conosco. - Damon argumenta e a filha lhe dirige um olhar mortal. - O carro está vago e vocês já vão levar a Bonnie.

–Seu carro é espaçoso pai. Você e Elena levam o principal, toda a comida que a Miranda preparou pro piquenique. A carga mais preciosa.

–É melhor deixarmos de conversa e ir logo. Pode fica tarde ou começar a chover. - diz Hayley.

–É isso mesmo. - Elena concorda.

–Então vamos.

Damon conhecia a filha o suficiente pra saber que havia alguma intenção naquilo, então, de maneira cautelosa, ele chegou junto ao carro, com bastante coisa pra por no banco de trás, mas quando terminou de arrumar tudo começou uma vistoria pelo carro. Elena observava tudo atenta e sentiu-se curiosa.

–Algum problema no carro?

–É um carro antigo, não se pode sair sem revisar. - ele explicou enquanto olhava o capô, fiação. Poderia jurar que Sofia tinha passado e cortado alguns fios, mas estava tudo certo. Aparentemente.

–Podemos ir? Os outros vão se distanciar e não sei bem aonde vamos, a região que mamãe falou, não andava muito por lá.

–Certo, vamos.

Eles entram no carro e depois de alguns metros percorridos Damon começa a perceber o plano da filha. O carro não precisava ser sabotado, o carro é a sabotagem. Lento como uma tartaruga e o principal, sem o maravilhoso GPS de última geração que Damon possuía no seu. Tudo em Damon se viu piorando quando ele notou que estava bem afastado do grupo e pior, sem nem ideia de onde diabos estavam.

–Me diz que você sabe pra onde sua mãe está indo. - ele meio que geme encarando uma Elena já aflita, pois tudo o que Damon percebeu, ela notou também. E com a ideia de que Sofia estava disposta a ajudá-la, mesma ideia que Damon trás consigo, ela se martirizou por não ter percebido a trama desde o começo.

–Ela queria deixar a gente sozinho. - ela fala, mas é um tom baixo, de dedução e indignação, por ter caído nessa.

–O que? - Damon pergunta ao seu lado e ela dá de ombros, nervosa.

–Não conheço essa região Damon, nunca vim aqui na infância.

–Eu perdi eles de vista. Vou tentar ligar. - ele diz e estaciona o carro, estacionando ele no canto da estrada e sai. - Elena fica no carro inquieta. Pensando em como Sofia pode ser ardilosa, mas que desta vez ela não agiu sozinha. Era uma espécie de trama time do Damon, tudo para fazer com que eles ficassem presos neste tipo de situação. Sozinhos, numa paisagem de tirar o fôlego, com a traseira do carro cheia de comidas deliciosas. Era perfeito. Perfeito demais.

–Que garota perigosa. - Elena constata, se referindo a enteada, no entanto há um riso na face de Elena, um riso franco e empolgado.

É quando ela nota um Damon inquieto e aflito entrar de volta no carro.

– O meu celular não está sequer ligando. deve estar sem bateria e o suporte pra recarregar está no carro, no meu carro. Ou eu estou ficando muito paranoico ou isto foi uma espécie de trama coletiva pra fazer nós dois nos perdemos neste mato todo.

–Sofia. - Elena sorri dando de ombros.

–É. - Damon suspira. - Acho melhor a gente tentar voltar. Daqui a pouco o sol da tarde vai embora e nós ficamos presos de vez, pois se eu conheço minha filha, ela vai adorar a ideia.

–Vamos fazer isto. - Damon liga outra vez o motor e dá a volta.

Depois de alguns minutos, é inevitável pra Elena fazer uma observação.

–Damon, eu já vi aquela árvore. - ela ponta adiante.

–Qual? - ele se vira pra esposa querendo saber.

–Aquela.

–Ótimo.- fala ao vê-la.

–Não Damon, isso é ruim. - ele a olha confuso.

–Porque? Você reconheceu a arvore, devemos estar perto.

–Eu não disse que reconheci, eu disse que já tinha visto. A minutos atrás, você está andando em círculos com este carro. E o pior, já é quase por do sol.

–Você tem certeza? - ela o olha impaciente e ele desliga o motor.

–Mas que droga!

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–Onde diabos aqueles dois se meteram com a nossa comida? - Robert birra assim que estaciona o carro na frente da casa dos Gilbert.

–Eu sei que você está preocupado com o fato de seu irmão estar perdido num caminho que ele não conhece, e que isso não tem nada a ver com os malditos hamburgueres que a Miranda te preparou. - Hayley fala insinuosa para ele, que dá de ombros, meio sem jeito.

–Eles logo estarão de volta, as terras nem são tão extensivas assim, nem fomos tão longe. O problema é que meu pai não vive sem este carro e as parafernálias dele. Logo eles encontram um vizinho, ou sei lá o que e ele aponta a direção da fazenda. - Sofia fala confiante.

–Vamos entrar e nos preprarar pra jantar, porque eles estarão bem assistidos neste quesito. Nós precisamos de um bom chá com uns bolinhos, isso sim. - diz Miranda.

–Grávida apoia a ideia. - fala Bonnie e todos entram na casa, todos menos Sofia e Hayley.

–Você falou com ela? - a garota quis saber.

–Eu falei siom. Elena é tão cabeça dura quanto o seu pai, e isso explica muita coisa. Mas eu acho que ela entendeu o que sinto de fato por ele.

–Esse era o plano.

–Sim.

–Agora ela só precisa entender que o papai e ela não podem ficar fugindo disso. Que é hora de por as mágoas e orgulho de lado.

–Ela está machucada, você acha que forçar tanto como estamos forçando funcionaria?

–Hayley eu acho que aqueles dois estão loucos pra cair um nos braços do outro, e tudo do que precisam é ficar escondidos do mundo que os separou e separa, porque por mais que Elena negue, tudo o que ela quer é estar com meu pai, mas há muitas pessoas nesta fazenda, que pensam que ela não quer mais do que fazer ele cumprir aquele contrato. Se eu for apostar em algo, é no fato de que ela só precisa ficar longe dos olhos que podem julgá-la pra deixar as coisas surgirem.

–Você deve ter feito algum curso de psicologia.

–Eu até tentei, mas achei as técnicas e teorias ultrapassadas. - elas sorriem.

–Você acha que vai dar certo?

–Eu acho que eles vão voltar daquele mata, como um verdadeiro casal Hayley, finalmente.

Sofia fala orgulhosa e entra, Hayley suspira e sorri a seguindo logo depois.

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–Isso é tão ridículo. - Damon bate a porta do carro, depois da tentativa incansável de ligar seu celular.

–Nada? - Elena pergunta com a boca cheia de bolos de chuva. Damona encara e acha a cena engraçada.

–Você não parece estar passando por uma má situação. - ele ironiza a vendo devorar os bolinhos.

–Estou com fome e grávida, estamos no meio de um nada, com o banco de trás cheio de comida, que provavelmente vai se perder. Vai me julgar? - ela desafia com a boca lambuzada pelo açúcar da cobertura.

–Longe de mim, acredito que nosso filho deve estar com fome de verdade. - ele sorri e encosta a cabeça no banco. - Você realmente não faz ideia de onde estamos? - Elena nega.

–Eu já teria dito. Tudo pra não ficar sozinha com Damon Salvatore. - ela brinca.

–Você já passou da fase de ter medo de mim. Chego até a desconfiar que um dia você teve.

–Acredite, eu tive. - ela o encara e ele parece viajar no tempo, perdendo o riso na face. - O que foi?

–Não parece que estamos falando de outras pessoas? Outras vidas ou séculos atrás? - ele a encara, mas Elena nada responde. - No entanto estamos falando de nós dois, um poucos mais de três anos atrás. É quase uma piada. - ele sorri amargo e volta a encarar a frente. - De certa forma eu gostava de ter a ilusão de que te intimidava.

–Ilusão? - Elena bufa. - Você me intimida, Damon. No tempo presente. - ela diz e por um tempo, deixa tarefa dos bolinhos de lado.

–Eu lembro de quando te beijei na casa dos seus pais. Estávamos numa noite que quase me faz lembrar esta situação. Ficamos presos em casa, sozinhos, ilhados por uma chuva e ainda faltou luz. Nunca vi algo tão apelativo assim, parecia que eu estava recebendo sinais do céu dizendo que aquela era a hora. - Elena sorri e o encara.

–Podia ser uma trama dos meus pais.

–Duvido. - eles sorriem. - Lembro também de ter te dito que eu não queria estar com você se não tivesse certeza do que sentia, se não pudesse estar inteiro. - ele fala num tom mais sério e encara Elena. - Eu nunca deixei de pensar assim. Nunca deixei de pensar que só te mereceria se estivesse inteiro, o problema é que cada vez eu quebrei mais. Com a Andie, com meus problemas de infância, com a Rose. Sinto que cada passo que dei e cada escolha que fiz só contribuiu pra dar força ao meu medo. Eu só quebrei, e o pior, te quebrei junto.

–Damon, eu não acho que é uma boa hora pra ter esta conversa.

–Acho a hora perfeita. Estamos sozinhos, num lugar a esmo, no silêncio, apenas com nossos próprios pensamento contra nosso raciocínio. E eu preciso contar algo pra você.

–O que você mais tem pra me contar?

–Eu lembro da época que sentia ciúme do seu cabelo solto, dos seus ex-namorados, senti ciúme de sua amizade com meu irmão, senti ciúmes do Alaric,e você achava aquilo tudo um martírio tão ridículo.

–E não era? - ela ergue a sobrancelha.

–Era sim. - ele concorda empolgado. - Mas repare no tempo que você está usando pra esta frase. ERA. Um tempo passado. O que eu tenho pra contar é que... - ele hesita - isso pode ser a maior bobagem que já falei, mas eu sinto, que tudo o que passamos, todas as brigas sérias, confusões, desencontros, serviram para apagar em mim as coisas insignificantes, os receios bobos e infantis de antes e de certa forma me fez te merecer mais.

–Você acha? - Elena sorri amarga.

–Confio em você. Estou confiando no que você faz e pretende pra nós, com aquele contrato. Me rendi a ele. Sigo cada regra, me submeti. Não sinto tantos ciúmes de você porque mesmo você me dizendo o contrário diariamente eu sinto e sei, que agora é que você me ama mais, que agora é que você sente minha falta, falta de nós.

–Eu acho que você está te transformando em algo que você não é. Você estar se resignando ao contrato só indica que você cansou de brigar. Não faz ideia do que ele significa e só quer paz.

–Eu estou errado?- ela afirma. - Então aquele contrato não tem nada a ver com você, de novo tentando me salvar de mim mesmo? - Elena engole em seco antes de responder.

–Não. Aquele contrato só significa uma forma de eu te suportar enquanto tento criar meu filho perto de seu pai, e nem precisa durar pra sempre, só o necessário pra que ele cresça e perceba que nosso casamento não existe.

Damon franze o cenho confuso, e suspira devagar encarando a frente, a estrada começando a ficar escura. O silêncio do carro é apenas violado pela ligeira afobação na respiração de Elena.

– Entendo... - ele diz e sai do carro.

–Droga! - Elena briga consigo mesma e fica encarando o marido encostado no capô. Ela suspira e percebe que está tremendo,ela tira de seu colo a vasilha com os bolinhos e respira profundamente antes de sair do carro.

–Realmente não me ama mais? - Damon pergunta assim que ela se aproxima dele, que ainda tenta em vão ligar seu celular.

–Você fez tanta coisa que me machucou. - ela fala com a voz contida.

–Não respondeu. - ele a encara co certa fúria no olhar.

–Damon...- la começa a inquietar-se.

–Você não respondeu! - ele fala num tom forte segurando o braço dela. Elena encara o toque e engole. - Não se preocupe, não vou te machucar. Gastei milhares de dólares nua terapia pra controlar isso, muito embora você seja a única pessoa na face da terra capaz de ainda me tirar do sério a ponto de eu escorregar. - ele fala cada letra com um tom tão margo que Elena sente um nó crescer em sua garganta. - Sofia falou comigo. - Os olhos de Elena arregalam. - Ela me contou que na verdade você me ama, disse que provavelmente você ficaria irritada quando descobrisse que ela estava dizendo ajudar nós dois, mas que no fim você a gradeceria a ela. Tenho total certeza de que ela armou tudo isso hoje e que não vai parar. De minha parte estou disposto a dizer a ela que você não se importa, espero que faça o mesmo,para evitar coisas como as de hoje e isso. - ele diz abrindo o celular e mostrando a Elena que a bateria foi removida. - Acho que você me entendeu. Seja lá o que disse a minha filha, desfaça, ou ela não vai parar de nos atormentar. - ele finalmente solta Elena e começa a caminhar.

– Pra onde você vai? – ela pergunta sentindo a exasperação tomar conta de si.

–Vou procurar alguém, um celular, uma estrada, qualquer coisa, não podemos passar a noite aqui. Eu não quero, na verdade e duvido que você queira.

–Eu não vou ficar aqui sozinha Damon, é um plano ruim. Além do mais está escurecendo já.

–Então sinta-se à vontade para vir comigo.

–Mas...

–Anda Elena! – ela se apressa o seguindo pela mata escura.

–Mas não é melhor ficar no carro?

–Eu e você sozinhos no escuro dentro daquele carro? – ele sorri amargo – Não, prefiro te poupar do desconforto. – ele se apressa e Elena tem que quase correr pra acompanhar, quando ela consegue segura o braço dele.

–Para! – ela grita. Damon fecha os olhos e respira profundamente. – Você vai fugir novamente.

–Eu? – ele sorri impaciente e bagunça seus cabelos. – Deus como eu quero gritar com você e brigar e te chacoalhar.

–Que tal só voltar pro carro? Prometo que não deixo você fazer nada disso. – eles ficam se encarando e Damon relaxa.

–Tudo bem, Elena. Do seu jeito. – ele diz e aponta o carro pra ela ir na frente, quando ela gira os calcanhares, no entanto, ela trava.

–Mas que... - Damon atrás dela arregala os olhos.

–Ok... Vamos, com calma entrar de volta no carro.

–Ele vai nos atacar.

–Não, não vai. - ele diz se pondo atrás dela e segurando firme sua cintura.

–Damon...

–Shh. - ele dá um passo a frente e o enorme cachorro diante dos dois rosna. Damon trava. - Mas que droga! - ele grunhi. - Certo, escute. - ele diz se pondo a frente dela. - Vou passar você, se ele atacar eu seguro e você entra no carro.

–Ficou doido? - ela grita. - Olha o tamanho desse bicho.

–Elena, dá pra me escutar? - ela revira os olhos e ele prende a face dela com as mãos. - Vou passar você, fique atrás de mim e ande devagar. Entendeu? - pela proximidade do rosto dele, a força de seu olhar, seu hálito tão familiar e quente,ela penas assenti, engolindo em seco. - Ótimo! Vou correr pro lado oposto e ele vai vir atrás de mim, daí você entra, entendeu?

– O quê? Não!

–Não começa.- ele rosna e se prepara. - Está pronta?

–Acho que sim.

–Corre pro carro assim que ele for atrás de mim. No três. - ele dá as costas novamente a Elena e conta - Um, dois... três! - então Damon corre e o cachorro não pensa duas vezes antes de o seguir. - Pro carro Elena! - ele grita ao longe fazendo ela se mexer. Quando ela bate a porta e respira, seu coração está a mil, mas ela não tem nem Damon nem o cachorro em vista.

–Ai, mas que perfeito!

..............................

Os minutos são intermináveis, parece até horas, mas finalmente, Elena avista Damon surgir diante do farol do carro.

–Graças a Deus! - ela explama ao sair do veículo e correr até ele. Damon está suado ofegante e com a roupa totalmente suja de poeira e algumas folhagens. Mas o que Elena nota é a pequena ferida logo acima, em seu ante braço. - Ele te mordeu?! -pergunta assustada.

–Genial, Elena! - ele birra. - Volta pro carro. Foi de leve.

–De leve, ele arrancou seu braço.

–Não seja exagerada, foi só uma mordida, estou mais preocupado em pegar raiva, ou me transformar em algo na lua cheia. Olha pro céu. è lua cheia, se preparara. - ele fala e vai a empurrando de volta pro carro.

–Você sabe ser tão desagradável quando quer.

–O que posso fazer? É um dom. - ele diz jogando-a praticamente pra dentro do carro, depois dando a volta e entrando.

–Você tem que fazer um curativo logo, pode infeccionar, e você depois terá que tomar uma vacina. Com medo de agulhas ou não.

–Não tenho me do agulhas. De onde você tirou isso?

–Sofia. - ela diz vitoriosa.

–É ridículo!

–Talvez. Mas agora deixa eu ver. - ela faz menção de segurar o braço dele, mas ele afasta.

–Não! A menos que seja enfermeira e eu não saiba não vai tocar nisso aqui. - ela revira os olhos e dá um bote no braço dele.

–Au! Elena, isso doi.

–Fica quieto. - ela rosna e acende a luz no teto do carro pra poder ver melhor a ferida. - Isso está feio. Temos que limpar logo.

–No meio da aventura eu acho que vi o dono do animal. Ou melhor a casa dele. - Elena o encara. - Podemos tentar ir lá ver se há um telefone, ou quite de primeiros socorros.

–É uma boa ideia.

–Eu sei. - ela revira os olhos e passa o cinto. Damon liga os motores e avança contra a mata.

Não demora muito até eles chegarem numa pequena cabana no meio do nada.

–Não tem ninguém aí, Damon. Essa deve ser antiga cabana dos Clarinson. Eles moraram nas terras do papai por uns anos, mas agora vivem na cidade. Não deve ter nada ali.

–Não custa descer e checar.

–E se aquele cachorro aparece outra vez?

–Ele morde o outro braço. - diz e sai, deixando Elena sozinha no carro outra vez.

–Homens... - ela birra cruzando os braços. Do carro ela observa Damon dá a volta por toda a cabana e do nada parar junto a uma árvore próxima e segundos depois tudo ao redor se ilumina, incluindo o interior da casa.

–Pode ter um telefone. - ele grita ao longe.

–Junto com um monte de teias de aranha no lugar da fiação. - ela rosna pra ela mesma e o observa tentar abrir a porta, minutos depois ele é bem sucedido. Elena fica esperando de fora impaciente, a noite escura e silenciosa ao seu redor começa a incomodá-la, como Damon não volta ela toma coragem e sai do carro, correndo direto pra entrada da casa.

–Achei que fosse passar o resto da noite lá. - Damon diz assim que ela entra. Ela fica incrédula ao vê-lo arrumar o ambiente.

–Você não pensou em ir me chamar? - ela quase grita.

–Não, esperava que você raciocinasse mais rápido. dá de ombros e Elena respira fundo, tentando não matá-lo. - É o seguinte: nada de telefone, ou primeiros socorros, mas tem lenha, lareira e esse velho colchão, que acho que fica muito bem forrado com todas aquelas tolhas de campo que estão no carro. Comida também não vai faltar e tem água corrente, que vai dar pra eu lavar isso aqui e impedir que meu braço cia até amanhã.

–Até amanhã? -Ela arregala os olhos.

–Claro, Elena. Está escuro, não acho que vamos conseguir achar o caminho de volta pra fazenda a noite, se não conseguimos durante o dia. O melhor é ficar aqui até o sol raiar. Pelo menos vamos estar quentes e não vamos passar fome. - ela suspira - Vou deixar você terminar isso aqui. - ele aponta pro colchão - Vou pegar as coisas no carro e o que mais eu puder encontrar lá que nos dê mais algum conforto.

–Tudo bem. - ela diz.

–Certo, eu já volto.

Elena suspira e encara o lugar. Não é como se fosse tão horrendo assim. Há um pequeno sofá no canto da sala, e Damon deve ter pegado o colchão do antigo quarto. Perto da lareira a noite ficará menos fria. Ela começa atentar dar um jeito em tudo. Ela anda pela pequena cabana e encontra uma mesa na cozinha nos fundos, três cadeiras. Ela leva até a sala a mesa e duas das cadeiras. É melhor transformar a sala numa espécie de suite, ou seja o que for.

–Acho que só mias uma volta. - Damon diz deixando algumas coisas no chão da sala. - Eu já volto.

No fim o colchão está forrado, a lareira acesa, e a pequena mesa posta.

–Eu vou lavar isso aqui, tem água corrente na cozinha. - ele diz e sai. Elena olha em volta e suspira. Lembranças da discussão com Damon de horas atrás retorna em sua mente. "Sofia disse a ele, por isso ele estava tentando com mais vontade" - ela pensava. Na mesma medida se perguntava se seria diferente se Damon achasse que Elena nada mais sentia por ele. Se ele mesmo assim seria capaz de tentar reconquistá-la, e depois de repensar e pensar, ela deduziu que não e suspirou. "Ele jamais lutaria pra me ter de volta".

–Você está bem? - ela se sobressalta com a voz dele.

–Sim. Só... Com fome. - diz e ele assente.

–É eu também. - ele fala indo sentar na mesa com ela.

–Tem suco e alguns bolinhos, Minha mãe fez uma torta e tem o chocolate quente.

–Perfeito! - ele sorri de leve.

–Como está seu braço? - ela encara a ferida que está encoberta por um pedaço da camisa rasgada de Damon, um improviso de curativo.

–Ardendo um pouco, mas lavei bem, acho que sobreviverei esta noite.

Eles começam a comer em silêncio e assim permanecem até terem que decidir como irão passar a noite.

–O colchão cabe os dois perfeitamente, Damon.

–Prefiro o sofá.

–Eu não mordo.

–Não é disso que tenho medo, se é que não deu pra notar. - ele fala exibindo o braço mordido.

–Do que, então? -ele solta a respiração impaciente.

–Estou tentando cumprir as clausulas do seu contrato, e a pior delas pra mim é aquela que diz que não posso te beijar, ou mesmo tocar a não que estejamos diante de um dado público. - Elena se inquieta no colchão - E nem menciono a coisa do não sexo. Eu sou homem e não quero trair você com outras mulheres por isso, então é meio difícil ficar na abstinência em que estou. Se você quer mesmo me ajudar, me mantenha longe da tentação de beijar e transar co minha mulher.

–Entendi. - ela diz corando.

–Ótimo!

–Será que dá pra você para de repetir isso? - ela fala em tom irritado e Damon fica confuso.

–O que eu fiz?

–Você fica aí dizendo, ótimo, ótimo, ótimo. - ela tenta imitar a voz dele e ele quase gargalha.

–Vai implicar com isso também? Quer adicionar mais esta clausula? Você sabe que pode, conforme queira, está estipulado.

–Não. - ela birra. - Só quero que pare por sua vontade.

–É involuntário.

–Então se voluntarie a não falar. - ela rosna e se joga no colchão dando as costas a Damon.

–Boa noite pra você também, Elena. - ele sorri torto.

–Vai dormir! - ela fala irritada e ele sorri. devagar se acomoda no sofá e sente sem dar muito importância seu braço começar a doer mais e a ardência piorar, mas ele está cansado demais pra se ater nisto.

.............................................

Acordo no meio da noite, meio atordoada. Está quente, muito quente. me afasto um pouco mais da lareira, recuando no colchão e então eu o ouço. um gemido rouco e sofrego. Foi por isso que eu acordei. Me sento no colchão e encaro o sofá atras de mim, nele Damon está se encolhendo como pode, sua testa está suada, mas ele treme e parece quase convulsionar.

–Damon? - eu chamo por ele, mas não há resposta. Quando me aproximo mais e toco seu braço me sobressalto com medo, pois sua pele queima. - Deus! -Chamo outra vez e ele abre os olhos devagar.

–O que foi? - ele pergunta com voz trêmula.

–Você está com febre. Vem, desce pro colchão, fica perto da lareira, você tem que suar mais. - ela faz menção de puxá-lo e ele geme.

–Se me quer na cama com você é só pedir, não precisa arrumar desculpas. - ele sorri irônico.

–Não é desculpa, você está com febre. - faço força pra puxar ele novamente pro colchão e ele geme irritado.

–Eu estou bem.

–Oh, eu estou vendo. Agora vem! - seguro seu braço e puxo.

–Au! - ele grita.

–Desculpa! - ofego notando que fui um pouco bruta e é exatamente o braço que ele está machucado. - Fica perto do fogo. - ele se encolhe e eu jogo a fina tolha sobre ele.

–Eu estou bem, foi só uma mordida de cachorro.

–Que está infeccionando. - toco sua face que queima como o fogo perto de nós. Você precisa de água, se continuar assim vou ter que te jogar dentro de um poço.

–Não sei nadar. - ele diz.

–Não fala bobagem.

–Não sei nadar. -ele responde enfático.

–Não brinca.

–Não estou.

–Tá certo. Eu nado por você, agora fica quieto, vou pegar uma garrafa com água pra você.

Minutos depois eu volto e ele está como um feto, todo encolhido.

–Sua roupa está encharcada, você precisa tirar.

–Isso está ficando muito interessante,minha esposa. - ele fala sorrindo e não posso evitar sorrir também. Deus, ele fica fofo doente. E de bom humor.

–Levanta logo pra eu poder tirar sua camisa, me ajude. - ele franze os lábios num bico e fica sentado levantando os braços pra cima.

–Assim? - pergunta.

–Está ótimo.

–Ei! - ele grita do nada. - Se eu não posso falar, você também não. - sorrio.

–Certo. - falo a agarro a barra de sua camisa e começo a subir.

–Vai devagar doutora, meu braço - ele alerta.

–Pode deixar. - passo o tecido co cuidado por sua ferida e ele baixa os braços, seu corpo suado reflete contra as chamas da lareira diante de nós e ele está divinamente corado e gostoso... Céus!

–Isso é tão torturante, não é? - ele pergunta do nada.

–O que?

–Você aí cheia de hormônios da gravidez e eu cheio de tesão em você. - acho que minha pele começou a queimar - No entanto aqui estamos nós hesitando.

–Você está parecendo estar bêbado.

–Ah, mas eu estou.

–Mesmo?

–Sim. - ele diz e deita novamente, me olhando.- Você é tão linda. - ele diz e sorri, em seguida franze a test numa sutil expressão de dor. - Sempre te achei linda, até na época terrível das saias da vovó.

–Au! Essa doeu.

–Você se vestia como sua mãe. - ele fala. - Espera, acabei de insultar a Miranda, ela usando aqueles jeans e botas fica mais sexy que você.

–Damon!

–Na época. - ele corrige.

–A ideia não é ser sexy no ambiente de trabalho.

–Gosto do sexy no ambiente de trabalho.

–Eu notei. Você só trabalha com modelos ao redor.

–Isso é um dos benefícios de ser rico, jovem, lindo...

–Você fica impossível com febre sabia? - sorrio e ele fica me encarando, mas está sério, bem, sério. - O que?

–Quero beijar você. - ele fala.

–Não começa, Damon.

–Na verdade eu vou beijar você. Só achei que devesse dizer antes.

Eu apenas sorrio, ignorando seu estado meio louco do momento. Mas então eu sinto sua mão agarrando meu calcanhar e puxando-me.

–Damon... - ele me para, garrando meu pé e começando a distribuir beijos nos meus dedos. Depois os beijos se tornam lambidas e leves chupões, que no fim finalizam com uma mordida leve que faz meu corpo inteiro reagir.

–Isso é só o seu dedo do pé, Elena. - ele diz com um voz rouca e sobe a mão, apalpando a minha batata da perna com os dedos fortes e precisos.

–Damon, por favor, não faz isso?

–Você não quer ou você não vai ter força pra me parar se eu continuar? - ele provoca me olhando nos olhos, ele sobe mais a mão e a posiciona atrás do meu joelho direito e quando eu dou por mim, estou com minhas pernas ao redor da cintura dele, sentindo sua ereção esbarrar na minha. Ofego - acho que isso respondeu pra mim. - ele diz e se inclina pra me beijar, eu coloco os braços entre nós e ele sobre sus mãos até minha cintura trazendo-me pra mais perto, ele se prende agora a tarefa de beijar e morder de leve meus braços, e devagar suas mãos vão subindo por minhas costas. - Apenas um beijo, Elena, - ele sussurra me olhando nos olhos. O calor da pele dele é tão grande que faz a minha queimar junto, e isso não tem nada a ver com a febre.

–Você vai me deixar em paz e vai dormir depois disso?

–Como um bebê. - ele fala rindo torto. - então devagar eu desliso minhas mãos do seu peito pra sua nuca, e enrosco os meus dedos em seus cabelos.

–O que eu estou fazendo? - pergunto-me quando sinto os lábios dele descerem e depositarem uma mordida em meu queixo, seguida de leves beijos até minha garganta.

–Está beijando o seu marido. - ele fala voltando a me encarar. - Nada demais. - diz e encosta os lábios nos meus, de leve, só pra depois morder o interior e o puxar. Gemo e me prendo mais em seu abraço, isso é só o que Damon precisa pra me jogar contra o colchão e invadir minha boca com a sua. O beijo é quente, é possessivo, é sedento, e além de me tirar o fôlego, me tira do chão, da órbita terrestre. E não faço a mínima ideia de pra onde ele vai me levar.


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Notas finais do capítulo

Até mais.