Ele III: Com Ele escrita por MayLiam


Capítulo 63
Com Ele: recaídas - parte quatro


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Me amem depois deste, por favor.
Andei vendo muitas de vocês desanimadas com Delena, mas acho que este capítulo explica bem o que cada um pensa sobre essa relação e por que nada está dando certo.
Curtam!



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Elena estava sentada naquele colchão, olhando pro homem a sua frente. Dormindo "como um anjo", como ele prometeu, depois de um dos beijos mas intensos que ela já conseguiu trocar com ele. Ela estava numa guerra interna, e essa guerra se confundia com o barulho da forte chuva que resolveu assolar o início da madrugada dos dois. O que havia acontecido minutos atrás não era a grande questão. Era todo o resto. Descobrir que Sofia contara a verdade a Damon sobre o que ela ainda sentia por ele, e ainda o que ela de fato esperava com o contrato. Isso a desanimou, ela só conseguia pensar que era a única explicação pra postura de Damon ter mudado e ele ter começado a mudar. De certa forma era.

Depois veio a coisa toda com a Hayley. Aquela conversa que a amiga de seu marido teve com ela foi confusa, a fez refletir. Não era como se a garota estivesse falado apenas palavras ao léu, elas faziam sentido. Uma coisa ficou muito clara para Elena, ou a Hayley falou toda a verdade, ou sabe mentir como ninguém. Mas ela duvidava da mentira, mesmo não conhecendo bem, nem confiando muito na mulher. Mas aí Elena se recriminava por pensar assim. "É o que eu quero acreditar", se repreendia. Era nítida a confusão de sentimentos, o receio... Ela voltou seu olhar pro homem a sua frente e suspirou. Lá estava ele, o símbolo de toda a sua confusão, medo, inquietação. Dormindo e tão... Lindo. Os momentos anteriores voltaram, as mãos dele por seu corpo, seus gemidos, sua boca tão macia e quente, o sabor de seu beijo tão visceral, o cheiro... Ela queria mesmo acreditar que ele estava disposto a mudar por ela, por eles, pra tentar, mas seu coração desconfiado e orgulhoso era teimoso como o Damon era.

"Lembro de querer te amar plenamente, ser inteiro", as palavras dele estavam na mente. "Não vou poder te dar tudo o que você merece com essa mágoa dentro de mim, Elena. Ela precisa pagar. Todos eles". "Eu aceitei todas as suas imposições ridículas, jamais faria isso se não tivesse a certeza de que é a única forma de te ter perto de mim".

Ele já estava lutando. - ela concluiu. Do jeito dele, fazendo o possível, se submetendo. Ela sabia desde o começo, mas nada valia isso se ele não compreendesse que não devia ser só por ela, mas por ele também. Pra ele poder ter e ser tudo o que já quis um dia.

–Elena... - Damon geme e tura a mulher de sua disputa interna. - Sinto sua falta, Elena. - ele repete em meio ao delírio. Elena se inclina e conclui preocupada que a febre não baixou, e passa a contar ansiosa os minutos pro dia raiar. A chuva lá fora a inquieta, ela não faz ideia de quanto a antiga cabana suporta, antes de dar sinais de alagamento.

Ela puxa a fina toalha sobre o homem e esfrega seus braços, Damon abre levemente os olhos e a encara perdido.

–Elena... - ele repete meio urgente.

–Shi, tudo bem, estou aqui.- ela tenta acalmar.

–Não, deixa eu... - sua respiração é pesada - Por favor...

–Damon, tente ficar calmo. - ela se inquieta ao ver como ele está ofegando, e a angústia crescendo em suas expressões.

–Tem que me deixar dizer. - ele diz agarrando o braço dela. - A vingança nunca foi mais importante, mas me livrar daquilo, tirar o peso de cima de mim era preciso pra eu poder ser seu, totalmente como eu sempre quis. Pra eu poder chorar por você, sem o receio de... De ser ridículo, pra eu poder sentir ciúmes de insegurança, pela primeira vez, e não de orgulho ferido. Pra que eu pudesse te olhar nos olhos e dizer que é a mulher que mais amei na vida, sem que te deixasse dúvida, e que fosse de verdade. Era isso que a vingança significava pra mim, uma redenção, pra te merecer e voltar a ser o idiota adolescente que amava e confiava sem igual. Faria qualquer coisa pra te dar mais desse cara, o homem que eu fui antes, o que você mostrou admirar mais, desde que me conheceu. Você entende? Não se apaixonou pelo Damon Salvatore, empresário de sucesso, jovem, rico, mal humorado, intimidador. Você se apaixonou pela minha sombra, pelo homem que lutava pra ser um pai melhor, um marido melhor, pelo irmão cuidadoso, e eu vi, através de você que eu ainda era aquele cara, mesmo passando anos tentando encobri-lo na capa de empresário linha dura. Você enxergou meu passado e se apaixonou por ele, mas eu estava quebrado demais pra voltar a ser o cara que você amava. Eu tive que voltar pro inferno, pros medos, pros pesadelos. Eu reencontrei demônios, eu revivi dores, traições, descobri verdades que me doeram, mas tudo o que eu fiz, tudo o que eu passei, eu passei pra ser melhor pra você. Pra ser de novo o homem que eu era, o homem que te envolveu. Foi você que ainda viu dele em mim. Eu... Eu sei que você pensa que nunca lutei por você, e tem razão, eu nunca fiz. Eu perdi todo esse tempo lutando pelo homem que você se apaixonou, porque antes de ter você, eu precisava ter ele de volta. Era a minha garantia de que você nunca iria embora. Foi errado?

...............................

Ele para com agonia, segurando forte meus braços, olhos arregalados, face suada, lágrimas se confundindo com as gotículas de suor em seu rosto. Eu estrou estática, nem sei se ainda respiro. - Foi errado? - ele repete.

–Não. - é um sussurro, quase inaudível, até mesmo pra mim. - Não foi. - ofego e sinto meu corpo vibrar.

–Eu amo você, Elena Gilbert. Eu só quero merecer que você me ame de volta.

–Quantas vezes eu disse que te amava?

–Quantas vezes eu te machuquei depois? - fecho os olhos. Ele faz um esforço e se põe sentado diante de mim.

–Damon, você tem que deitar, está com febre, pode nem se lembrar dessa conversa amanhã.

–Ah, mas eu vou lembrar, e vou lembrar do beijo, e de como você vibrou e gemeu nos meus braços, sob os meus lábios. E tudo isso vai me fortalecer, como me fortaleceu e eu não vou desistir de você. Mesmo que você seja teimosa e orgulhosa, eu serei mais teimoso e pisarei no seu orgulho. - ele está tão perto de mim, e acaricia minha face com a sua mão, quente e firme.

–Damon, por favor... - ele continua com a carícia.

–Só me diz a verdade, eu preciso da verdade pra saber que não sou um burro, estúpido e iludido.- ele suplica puxando meu queixo, pra o encarar.

–O que?

–Responde a pergunta direito.

–Que pergunta? - ele umedece os lábios e me encara firme.

–Você não me ama mais? - estremeço. Cada músculo do meu corpo me trai ao sopro de sua voz, nessa pergunta. - Poderia jurara que escuto seu coração agora, mas estou com febre. - ele sorri. - Me diz! Não me ama mais?

–Se eu disser que não, você vai me deixar em paz?

–É o que você quer? Paz? - ele franze o cenho.

–Quero que deite e durma, você está agitado.

–Estou, meu corpo inteiro está agitado, meu coração está quase saindo pela minha boca, eu estou a ponto de te agarrar outra vez, e eu estou ignorando a dor insuportável no meu braço. Na verdade ela é quase inexistente, e a febre, eu mal a a sinto agora, tendo você tão perto, vibrando, com a respiração acelerada. Por que, Elena?

–Hum?! - ele afunda os dedos na minha nuca e fica ainda mais próximo a mim.

– Por que você está relutando tanto? Eu só quero a verdade, você nunca mentiu pra mim, eu sempre descobria quando você tentava, e é o que está acontecendo agora. Foi o que aconteceu na noite da festa do Elijah, quando tivemos nossa primeira vez. é o que sempre acontece. Você não pode mentir pra mim, nem eu pra você. Porque reluta, Elena? - ele insiste outra vez.

–Eu... - nem sei o que dizer, meu coração está quase siando pela boca, o nó na minha garganta me sufoca, minha voz está embargada, eu não sei nem mais o que estou fazendo, o que fiz e qual era o sentido de tudo isso.

–A verdade. - ele encara fundo os meus olhos, só pra depois descer seu olhar pros meus lábios,e, com gentileza, secar uma lágrima teimosa que desceu por minha face, minha visão fica embaçada pelo acúmulo dela nos meus olhos. - Não me ama? - ele sussurra.

–Amo. - digo, e é tão baixo e vencido que meu corpo vibra, é quase como retirar um peso enorme de cima de você e também ser jogado num jaula com um grande e temido leão.

–E eu te amo. - ele diz e me puxa contra si, me dando um beijo casto nos lábios. - Te amo. - repete e beija minha testa.- Te amo. - beija meus olhos e um riso sofrego me escapa - Te amo. - beija meu nariz. - Te amo. - Beija meu queixo. - Te amo demais. - ele para e lá fora a chuva toca uma espécie de música exclusiva para nós, ela escoe pelas paredes da cabana e embala uma melodia única, nossa. E enquanto ela está numa espécie de saudação a esta conversa, Damon me guia devagar e incerto contra o colchão, e ele está novamente sobre mim. - Nunca amei tanto alguém. Você é minha vida. - seu olhar é tão sincero, meu peito está tão apertado, sou movida por uma vontade pre-histórica, de tê-lo perto, é quase sufocante resistir a isso agora.

–Quando amanhecer... - eu tento e ele me impede.

–Vou voltar com minha esposa a fazenda da mãe dela, vou tomar um banho magnífico com ela e repetir sem parar como a amo, vou fazer amor com ela, e ela e ela vai fazer amor comigo. É o que eu mais quero.

–Eu também. - minha voz sai tão trêmula que é quase irreconhecível., sinto a pressão do seu corpo no meu.

–Mas agora, eu quero dar a ela o fim de madrugada mais perfeito, o que eu teria dado no dia que ela disse sim a mim, diante daquelas pessoas todas. Quero fazer amor com você aqui, agora. Não resisto mais, nem aguento mais esperar pra te fazer minha outra vez.

–Não vou resistir. - ele desce os lábios contra minha garganta e em todo o tempo que explora meu corpo e me despe devagar, Damon não para de repetir o quanto me ama e o quanto quer me fazer feliz.

Sinto meu coração aquecido, é como voltar pra casa depois de anos presa. Uma prisão da alma. Sufocante, tortuosa, aparentemente infinita, mas que teve um fim. Eu nunca pensei que seria capaz de viver pra ver seu fim. Mas vivi. E não só vejo como sinto. É libertador.

–Damon... - gemo, quando sua mãos se livram habilmente de minha roupa, seu toque queima.

–Ah! - ele geme, quando distraidamente eu aperto seu braço.

–Ah, meu Deus! isso é loucura, você está co dor, febre e... - começo a relutar, mas ele me segura firme.

–Nem pense nisso, Elena. Já me sinto bem melhor só de ter você em meus braços, - ele fala perto o bastante pra me fazer relaxar novamente sob seu toque - correspondendo meus beijos... - e sinto seus lábios contra os meus outra vez, e todo o resto fica quase imperceptível.

Ele nos senta no colchão, e me faz ficar diante dele, devagar ele me desce em seu colo e o sinto me preencher, não tiro o olhar do seu, ele fecha os olhos enquanto me invade, lentamente, de uma forma que parece o saciar mais. Ele abre levemente os lábios e deixa escapar um ofego, para depois voltar seu olhar em chamas pro meu, tem uma determinação nova em seus olhos, ele sobe suas mãos que estão em minha cintura, para minha nuca, enquanto eu agarro seu ombro pra me equilibrar. Começo a me mexer devagar, e ele começa a soltar pequenos rosnados, nunca tirando o olhar do meu, e tentando acompanhar meus movimentos. Estamos em meio a uma própria disputa intima e saudável de quem se demora mais a render-se a sensação envolvente que nos cobre, os olhos dele estão nos meus, nossos lábios tão próximos, e é com uma sensação excitante que eu vejo Damon ceder, fechando os olhos novamente e encostando sua testa na minha, Neste momento aumento o ritmo de meus quadris contra o seu e ele solta um gemido agudo, que faz minha entranhas comprimirem. Seguro seu rosto com minhas mãos, após deslizá-las em sua pele quente e suada, da altura dos ombros, passando pela nuca até que seu rosto é meu, eu o seguro querendo nunca mais soltá-lo e sinto suas mãos possessivas em minha coxa e costas, apertando, esfregando, me amando... Eu o beijo. É delicioso... Estamos envoltos numa espécie e cápsula de fogo, os corações praticamente colidem um contra o outro, co o contato tão próximo de nossos corpos. Somos praticamente um só. Juntos! De verdade juntos. O pensamento me faz gemer contra seus lábios e ele puxa de leve meu cabelo, após o agarrar e intensifica os movimentos, me levando com ele, numa experiência mais delirante que uma febre pode causar.

Os gemidos, toques e dedos são tudo o que nos resta, nossos quadris seguindo uma dança involuntária e sincronizada. Deliciosa e enlouquecedora, e eu sinto tudo dentro de mim apertar.

–Ah...

–Elena... - o som de meu nome em forma de um gemido de prazer é o que me leva ao topo, e meu corpo recebe uma descarga elétrica tão forte, que todas as suas extremidades formigam, e eu solto um grito de prazer que faz Damon acalmar, mas só o suficiente pra ele mesmo estremecer, e me levar com ele.

Nossas respirações estão aceleradas, num ritmo frenético e quase igual.

–Diz que ama. - ele ofega ao prender minha nuca novamente e me queimar com os olhos. - Diz que me ama e me faz o homem mais feliz do mundo.

–Promete que nunca mais vai me machucar.

–Impossível. - ele sorri. - Diz! Eu sei que te amo. - suspiro e sorrio. Eu me entrego!

–Eu te amo! Nunca deixei de te amar. - ele fecha os olhos como se ouvisse a conjuração de um feitiço, um feitiço que acabou de encerrar uma terrível maldição.

–Outra vez. - ele pede voltando a me encarar e me levando de volta pro colchão, se pondo sobre mim, com seus beijos cálidos.

–Te amo! - repito e mais uma vez ele me faz sua. Enquanto trocamos nossas juras de amor, ele me leva a loucura uma vez mais, e outra... A última coisa que notei, foi um dos primeiros indícios de amanhecer, mas estava cansada demais pra confirmar, afogada no som da respiração calma e leve do sono de Damon.

E eu estou feliz. Como nunca pensei estar outra vez, e esse pensamento me levou a uma escuridão tão acolhedora, que mal tenho forças pra pensar em sair dela.


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Notas finais do capítulo

Até mais.