Nascidas para Matar ou Morrer escrita por Bárbara Martin


Capítulo 9
Negociações e fugas fracassadas


Notas iniciais do capítulo

Hey hey hey Eu sei que demorei HORRORES para escrever, mas eu iniciei outra fic, acabei me perdendo em meio a séries e escola, então essa ficou meio de lado.

Mas AGORA VOLTOU O/

Já adianto que o próximo cap. sai ainda essa semana (pelo menos eu espero) porque eu já estou escrevendo com a cabeça cheia de idéias.

Já aviso também que ele vai ser cheio de ação o/

Enfim, espero que gostem.



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Uma luz vinda de baixo da porta iluminava por baixo da porta iluminava o quarto de Evie. Ela não sabia se chamava aquilo de quarto ou jaula. Disseram-na para dormir e ficar a vontade, mas as sombras dos pés do guarda do lado de fora da porta a deixavam inquieta.

Em algum momento da noite –ou do dia. Ela perdera completamente o controle do tempo- ela foi até a porta e tentou abri-la o mais discretamente possível. Trancada.

Nossa, como me sinto a vontade.

Ela queria ir embora daquele lugar. Ele lhe causava agonia e a estranha familiaridade estava a deixando assustada. Muito assustada. Por algumas horas ficou pensando em um jeito de ludibriar o guarda e então sair por um lugar sem muita vigia. Mas ela precisava conhecer o perímetro para saber por onde correr depois e todos seus instintos a diziam para ela sentasse em um canto e esperar que algo acontecesse. Então, por fim decidiu ficar mais um pouco. Alguma hora eles teriam que a mandar embora.

Ela estava deitada, olhando para o teto, ainda sem sono e um pouco amedrontada demais para dormir quando ouviu o estalar da porta sendo destrancada. Por um momento, ela teve que fechar os olhos por causa da quantidade de luz que entrou de repente. Ao abrir os olhos novamente Evie pôde ver um homem deixando um macacão cinza dobrado na ponta de sua “cama”.

–Se vista, parasita. Hora de treinar. –Ele diz e volta para o lado de fora da porta, dessa vez escancarada.

Como assim? Para onde vão me levar? Por que não tenho uma boa impressão sobre isso?

Qual o problema, senhorita? -o guarda interrompeu seus pensamentos. Ela percebeu que ele estava olhando para ela com os braços cruzados e as sobrancelhas franzidas. -Se vista logo!

O problema? Isso tudo é um problema. Eu sou acostumada com uma rotina, e agora fui arrancada dela para perto de um bando de psicopatas, pelo jeito. O problema é que eu quero muito sair daqui e voltar para minha vida quieta de antes só ainda não sei como, e não saber de coisas me deixa nervosa. O problema é que eu estou me borrando porque acho que vão me matar. O problema, meu caro, é tudo isso.

Mas ao invés de falar, ela trancou a mandíbula, e se vestiu o mais lentamente possível para irritar o homem.

–-

–Olha, garanhão, nós podíamos fazer um trato. -Donna disse com um sorriso malicioso, sendo carregada pelo braço por um guarda para onde quer que fosse "treinar"- Eu passaria uma noite inteirinha com você e então você me deixaria na porta desse lugar no dia seguinte.

O guarda olhou para ela, com a mesma expressão séria de antes e continuou arrastando-a para o tal lugar.

–Primeiramente já passamos uma noite "juntos" e não estou disposto passar da porta de seu quarto. Depois, você nunca conseguiria sair daqui mesmo que lhe deixasse nos portões.

–Posso lhe surpreender, senhor. Sou muito boa no que faço. -Seu sorriso malicioso voltou a tona. Lá no fundo, ela estava com um pouco de medo do que estava por vir, mas sua curiosidade para saber qual era o verdadeiro motivo de estar ali era maior.

O homem continuou andando com passos pesados sem dizer uma palavra. A loira tentava conversar com ele, ganhar sua confiança, se fazer de vítima indefesa, amedronta-lo, mas ele nem se abalava ou se importava em responder.

Depois de uma longa caminhada de uns quinze minutos, subindo e descendo escadas e virando em várias direções, ela achou que o lugar não tinha mais fim e que a sala nem existia. Eles só queriam puni-la, fazendo-a caminhar por horas e horas. Até que o homem parou em frente a uma enorme porta feita de madeira maciça escura, com entalhes no mármore das paredes em volta. Ela repara naquela porta desde que viraram no corredor.

O homem abriu a porta e suspirou, parecendo aliviado.

–É aqui que a senhorita irá passar o dia.

A loira olhou com cautela para dentro e viu uma sala enorme. Céus, como é possível esse lugar inteiro ser tão grande. Parece uma cidade.

A sala tinha aproximadamente 60m de profundidade e 40m de largura. Haviam aparelhos no lado direito da sala, perto da porta, que Donna deduziu serem pesos. Um homem loiro puxava o próprio corpo em uma barra um pouco mais alta que ele.

Um pouco depois desses aparelhos, havia um espaço retangular marcado por linhas -demarcação para um esporte, provavelmente- e uma caixa de madeira do lado, cheia de floretes e espadas. Ela também viu espécies de capacetes e outras roupas que não identificou na caixa.

No lado esquerdo, perto da porta haviam cordas amarradas no teto -que agora que ela havia notado, era tão grande quanto o comprimento da sala- e a menina ruiva que ela vira ontem estava sentada, com a cabeça entre os joelhos, em baixo de uma delas. Donna podia ver cada músculo dela tremer e cada pedacinho de sua pele pálida se arrepiar. Pobre garota.

Ao se aproximar dela, a menina levantou a cabeça subitamente, com os olhos arregalados cheios de pavor e fúria. Donna deu um passo para trás, assustada com a mudança repentina da garota.

Agora que ela havia se desvencilhado do monte de ossos frágeis que era antes, Donna pôde ver que a parte interna de seus dois braços estava roxa e que sua boca estava cortada. Mas o que.. Do mesmo modo que a menina a olhou, ela subiu na corda acima de si com uma velocidade inumana, chegando ao teto em segundos.

Então... Ta. Não tão frágil quanto eu imaginava.

Naquele canto também haviam duas escada de uns três metros, ligadas por outra escada igual na horizontal. O homem de cabelos negros estava atravessando essa escada horizontal com as mãos, sem encostar seus pés no chão. É para isso que serve, afinal.

No fundo da sala, conforme ela foi entrando, haviam bonecos espalhados com alvos no peito e pequenas paredes de madeira dispostas aleatoriamente. Para servir de esconderijo, deduziu Donna. Na parede do fundo da sala, um botão vermelho clamava para ser apertado.

–Xeque mate. -Uma voz controlada feminina chamou sua atenção à direita. Era a garota morena que observava todo mundo no dia anterior. Ela estava com um sorriso contido no rosto e o guarda sentado em sua frente tentava reprimir um riso, com uma mão constantemente apoiada na espada presa em sua cintura.

De repente Donna ouviu um tilintar atrás dela e deu um giro para direita no momento que uma espada cruzou o lugar onde estava sua cabeça. O homem que estava entediado no dia anterior estava atrás dela.

–Belo movimento. -Ele deu um sorriso malicioso.

FILHO DA.. -O senhor não sabe que não é correto atacar alguém desarmado? -O garoto de óculos surgiu do lado dela. Parece que todos que estavam ontem, vieram hoje.

Ela olhou duramente para o garoto -que pareceu envergonhado- e então voltou o olhar para o homem que a atacou- Exatamente. O senhor ficou louco?

O moço ergueu os braços, se rendendo e disse em um tom de sarcasmo, olhando fixamente para ela:

–Minhas sinceras desculpas. Não quis ofender você, nem seu amor. -E então abaixou as mãos.- Em minha defesa, não tinha intenção de mata-la. Feri-la, talvez, mas tive impressão que você não iria ser tola para deixar. Além do mais precisava conferir minha concorrência. -O que? Donna admirou a audácia dele. Meu amor é você. Vem cá!

–-

Sarah se rendeu desde o início ao guarda que viera a buscar. Vestiu o macacão que foi lhe dado em silêncio e até deu o braço para que o homem segurasse. Burros. Querem tanto manter as aparências que me deixaram sem algemas.

Ela deixou que ele a levasse até que ela não pudesse mais ver outros guardas e finalmente pôde soltar o braço do dele e parar de caminhar.

–Quer saber? Mudei de ideia. Não vou ir com você. –Era a primeira vez que o senhor ouvia sua voz e ela pôde notar o medo em seus olhos. Ele deve saber o quão perigosa posso ser. Se não sabia, irá saber agora. No momento seguinte Sarah já estava com as mãos em volta do pescoço dele, o prensando na parede.

–Me diga para onde fica a saída.

O homem nada fazia a não ser chuta-la, mas Sarah não sentia nada e sua única reação foi sorrir para o guarda. Que idiotas. Mandaram só um para me escoltar. Agora irão ver do que sou capaz.

O rosto do moço estava começando a ficar roxo e seus olhos, vermelhos, quando ela notou que ele estava apertando algo dentro de um bolso do uniforme. Ela o soltou por um momento. O homem escorregou para o chão tomando um fôlego imenso e passando as mãos com uma cicatriz estranha pelo pescoço, enquanto ela ficava sentada em cima dele, o prendendo no chão. Ela pôde ver uma pontinha branca no bolso. Imaginou ser uma foto da esposa ou filhos. O pobre homem não tem culpa de receber ordens. Seu coração deu uma leve falhada.

Então começou a ouvir gritos distantes atrás de si dizendo: Peguem a parasita número três!

Ela voltou a olhar para o guarda em baixo de si e viu ele dando um sorriso largo para ela. Sarah arregalou os olhos e puxou o que estava no bolso dele. Era um botão. BURRA. ERA UM MALDITO BOTÃO.

A raiva subiu por todo seu corpo, aquecendo cada gota de sangue que corria em suas veias. O mundo em sua volta pareceu derreter e se tornar lava e tudo que ela queria fazer era estraçalhar cada pedaço do homem. Sarah segurou a cabeça dele com as duas mãos, a levantou do chão e escorregou os polegares seus olhos. Ela os sentiu entrando para dentro do crânio, sentiu seus gritos –nessa hora ela não ouvia mais nada, mas sabia que o homem gritava- e conteve seus movimentos desastrados e desesperados. Ela usou toda sua força e se deliciou quando viu o sangue dele pingar no chão e seu corpo parar de se mover.

Então ela sabia que precisava correr e que o chão tremia por causa das botas do grupo de homens que marchava em sua direção.

Ela virou no corredor a sua frente e correu o mais rápido que pode. Virou depois à esquerda –e agora sua audição voltava aos poucos. Ela conseguia ouvir as botas um pouco mais longe- e subiu a escada com que se deparou. Correu para direita, virou em uma bifurcação à esquerda e correu para direita depois. Não há janelas. Onde estão as malditas janelas.

Depois de uns cinco minutos correndo linha reta sem escutar nada além de seus passos e de não ver nada além das paredes brancas e piso acinzentado, ela encontrou uma escada de madeira que levava para baixo.

Já os despistei. Espero que ir para baixo só me ajude a achar uma saída.

Chegando lá em baixo, Sarah correu mais um pouco –já sentia seu cabelo grudar no rosto- quando se deparou com outra bifurcação. Na direita, podia ouvir gritos com ordens e mais botas marchando. Muitas botas. Próximas demais. E a garota já havia experienciado o suficiente para saber que os que andavam em grupo eram os mais espertos. E a esquerda viu uma enorme porta de madeira com entalhes em volta. Posso me esconder até que saiam.

Então ela correu naquela direção e quando abriu as portas, as outras pessoas se viraram para ela e as portam foram fechadas por outros homens, atrás de si. Não pode ser.

–-

–Bom dia a todos aqui presentes. –Kanzkar havia chego segundos depois de Sarah, mandando-a se juntar ao grupo e fingindo ter notado sua respiração ofegante, o suor e a breve expressão de surpresa. –Hoje vamos, primeiramente, ver de que setor vocês são para que possamos treiná-los corretamente dentro de suas capacidades. Lamento não ter explicado ontem, não tivemos muito tempo, mas temos três áreas gerais onde as alterações do parasita podem ter os afetado.

“A primeira, inteligência. Dentro dessas temos subcategorias nas quais vocês podem ter desenvolvido uma ou várias dessas. Como raciocínio, estratégia, percepção, hipermnésia, e em casos muito especiais, telecinesia.”

“A segunda, velocidade. Onde as subcategorias são reflexos, rapidez, fuga, -que, bom, acho que o nome diz tudo- e, novamente, em casos especiais, silencium, que por sua vez, é a capacidade de pegar coisas sem que ninguém veja ou sinta.“

“Terceira, força. Ela abrange resistência, destreza, -tanto com armas de fogo, quanto com armas brancas- força em si –ele dá uma risada- e raramente, focus, que é... Deixe-me explicar de um modo que todos entendam, como se fosse um botão que quando você aperta o mundo ao redor some, fica mudo, e seu alvo ou o ponto que você precisa se focar, fica mais relevante quanto ao borrão que é o resto.”

Todos na sala tentavam processar tudo que ele acabara de dizer. Alguns sorriam quando se identificavam com uma área, outros arregalavam os olhos com as habilidades que poderiam ter ou poderiam ter que lidar com. E por alguns segundos, ninguém falou na sala e ninguém entendeu se Kanzkar esperava algum tipo de aprovação.

–Muito bem. Quero que cada um de vocês oito passem por todos os equipamentos aqui da frente. Dois ficam nas cordas, dois nas barras e pesos, dois no xadrez e dois na esgrima. Quando acabarem vão para outra seção, à sua direita, fazendo um ciclo. No fim, vocês irão participar de um jogo. -um sorriso malicioso passou rapidamente em seus lábios- Simples. No fim, saberei no que são melhores.


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Notas finais do capítulo

EEEEEEE AÍ? COMENTA AQUI, PORFA. (Desculpe-me pelo caps. Gosto de comentários)
Até a próxima.
~xoxo



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