Jessica POV

"TUDO que eu já tive com o Mateus, TUDO desde que nos conhecemos, acabou hoje quando ele entrou na MINHA casa com outra menina, no mesmo dia que terminou comigo. Eu estou com nojo dele, apenas nojo. Eu sei que ele ia ter que seguir em frente algum momento, mas tinha que ser tão rápido? Que droga Mateus. Só quero ver como vou conseguir olhar para você todos os dias agora. Ah, quer saber? Foda-se. Eu sou nova e bonita, vou encontrar alguém que me ame como eu mereça. Chega de sofrer pelo Mateus. A dor é forte, mas eu estou bem. Foda-se tudo e todos." Fechei meu diário com tanta força que acho que se ele não fosse feito de papel, quebraria e logo após o joguei no chão. O perdi de vista, mas nem me importei.

Estava tentando me concentrar e não chorar, fazia qualquer coisa para não chorar por causa daquele canalha. Peguei meu celular e coloquei um rock no ultimo volume. Eu não gostava muito de rock, mas naquele momento rock era a unica música que não me lembraria o Mateus e me faria ficar bem, ou não, mas dane-se. Acabei dormindo.

[...]

Acordei no outro dia com o sol batendo em meu rosto. Cocei os olhos e tirei o fone, que ainda tocava música. Me virei e vi o Mateus sentado na poltrona perto da porta, dormindo. Na hora eu pensei em gritar, mas aquela visão me paralisou, ele parecia um anjo caido do céu. Deus, porque coloca logo um garoto desses na minha vida? PORQUE?

Sentei na cama e fiquei observando ele, e não pude deixar de notar que o rosto dele estava um pouco inchado... Ele estava chorando. Mas, porque? Por minha causa? Não, claro que não. Mas, porque então?

- O que você está fazendo aqui Mateus? - eu falo jogando um travesseiro nele.

- DEVOLVE MEU BOLINHO JESSICA - ele acorda pulando da poltrona, e eu não pude conter o riso - caralho Jessica, na próxima vez me acorda com um jeito mais delicado por favor?

- tentei ficar séria de novo - O que você está fazendo aqui Mateus? E porque teu rosto está todo inchado? Você andou chorando?

- Eu, chorando? Qualé Jessica. Porque eu choraria? - Mateus cretino voltando à tona, claro.

- Não sei - lutava para que as lágrimas não saíssem - me dá licença agora? - abro a porta do meu quarto - eu quero me trocar.

- Ué, se troca. Eu já vi cada parte do seu corpo, porquê não posso ver de novo?

- Sai Mateus! - falei nervosa, e nesse ponto as lágrimas já estavam saindo.

- Ta bom nervosinha - ele levanta as mãos e sai.

Bati a porta e a tranquei, sentei em frente a porta e comecei a chorar. Fiquei assim uns dez minutos, então levantei e fui tomar um banho. Fiquei uns 20 minutos no banho, e só ouvia a Pamela gritar lá de fora "vai logo nesse banho caralho, você vai pagar a conta de água sozinha se ficar mais um minuto nesse banho". Desliguei o chuveiro e coloquei uma roupa (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=62616268&.locale=pt-br) qualquer, afinal, hoje era domingo. Não iria sair de casa mesmo.

Assim que abri a porta do meu quarto a Sarah saiu correndo para me abraçar.

- Bom dia mamãaaae! - ela falava enquanto me abraçava e me dava beijos na bochecha. 

- Bom dia gata - falei me segurando para não chorar. Sim, eu tinha me emocionado com aquilo, problem?

Pamela POV

Acordei com a Jessica gritando com o Mateus lá no quarto dela. Logo de manhã cara? Eu quero dormir! 

Coloquei um travesseiro sobre meu ouvido e virei, e fiquei observando a Sarah dormindo igual um anjo. Aquela gritaria não durou nem um minuto, e logo parou. Glória senhor. Levantei e fui tomar banho. Sai do banho e a Sarah ainda estava dormindo. Peguei uma roupa (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=62617282&.locale=pt-br) e deixei a Sarah dormindo no meu quarto e desci.

Cheguei na cozinha e senti cheiro de panqueca. O Mateus estava cozinhando, porque a unica coisa que ele sabia fazer era panquecas.

- Bom dia gente - eu falo sentando na mesa - cadê a Jessica? - falo olhando para o Mateus, é, não sei porque fiz isso, mas...

- Aqui. - ela fala descendo as escadas e sorrindo - Bom dia.

- Cade a Sarah? - o Guilherme pergunta.

- Ta dormindo no meu quarto, quando ela acordar eu pego ela lá em cima. 

Comemos as panquecas e ficamos brincando durante o café da manhã. A Jessica e o Mateus não se olharam em nenhum momento, e nem mesmo citaram o nome um do outro durante a conversa.

- Pam, pede pro senhor garanhão ali me passar mais calda? - a Jessica fala sem olhar para o Mateus.

- Não, não vai dar certo isso. Eu não acredito que chegou a esse ponto Jessica.

- Que ponto Pamela?

- Esse ponto de "pede pro fulano me passar aquilo"! Nossa Jessica. Se tu quer mais calda peça você mesma, que droga. - olho torto para o Mateus e ele está rindo da situação, otário.

- Esquece Pamela. Eu mesma pego. - ela levanta e dá a volta na mesa. Quando ela pega a calda, ela faz um sei lá o que com as mãos dela e a calda cai tudo em cima do Mateus. 

- PUTA QUE PARIU JESSICA! TU TA FICANDO LOUCA? CARALHO MENINA.

- Ops... Escorregou. Espero que não esteja tão quente assim, se não a Lisa vai ter prejuizo. - ela faz uma cara de desprezo e volta a sentar.

- Você pirou Jessica? - eu sussurro para ela tentando não rir.

- Escorregou da minha mão, você queria que eu fizesse o que?!

Guilherme POV

Depois do "acidente" mais cedo, cada um tinha ido para o seu canto. Inclusive eu e a Pamela. Não nos falamos quase o dia inteiro, ela ficou no quarto dela e eu no meu.

"Cara, que tédio. Eu baixei uns filmes, vamos assistir?" a Jessica me pergunta.

"Só se você me prometer que não vai atacar nada no Mateus de novo kk"

"Prometoooooo! Chama eles enquanto eu conecto o DVD."

Sai do meu quarto e bati na porta do Mateus e chamei ele. Ele concordou. Fiz o mesmo com a Pamela logo em seguida. Descemos.

O Mateus olhou feio para a Jessica e ela o mesmo, e sentaram um longe do outro. Colocamos "A ultima musica" para assistir. Já tinhamos assistido mil vezes, mas nunca nos cansavamos de assistir.

O filme terminou e como sempre, a Pamela e a Jessica estavam chorando. Meninas...

- Ei Je, sua mãe já ligou para você? - a Pam pergunta.

- Não.

- Quando estavamos no telefone um dia antes de nos mudarmos, você falou algo sobre "clientes" da sua mãe. Que clientes? - o Mateus pergunta. Finalmente ele falou com ela.

- Ela suspira antes de responder, e responde olhando para ele - Minha mãe, digo, Silvia, porque ela não é mais minha mãe, é uma prostituta. A Sarah foi o resultado de algum programa nojento dela. Descobri isso naquele mesmo dia. Porque tu acha que eu quis vir morar aqui do nada?