Jessica POV

~flashback on~

Estava dormindo abraçada com a Sarah, quando ouço alguns barulhos vindos do quarto da minha mãe. Gemidos... Ela tinha arrumado outro namoradinho? Repugnante.

Levanto e vou até o quarto dela. Nenhuma filha que se prese iria querer ver aquela cena horrível, digo, a mãe transando com um cara. Mas a curiosidade para ver quem era foi tanta que eu não resisti. 

Cheguei perto da porta e lá estava ela e um velho nojento transando. O velho tinha ma barba enorme e aparentava ter mais de 50 anos. Tá, minha mãe não fazia o tipo de quem ia se envolver com alguém assim. Não mesmo. 

Paro em frente a porta e fico olhando lá para dentro, olhando e com vontade de vomitar. Quando ele sai de dentro da minha mãe, o observo colocando a roupa e jogando algumas notas na cama.

- Some da minha vida vadia, eu nunca estive aqui, certo? Eu tenho família, ninguém nunca pode sonhar que eu estive aqui. - ele fala abotoando a calça.

- Você me conhece. Me paga tudo certinho, que teu segredinho vai para o tumulo comigo.

- Esquema de prostituta, conheço bem. To indo, e não, não precisa me mostrar o caminho da saída.

Ele sai do quarto e se depara comigo na porta. Ele me observa, digo, observa meus seios e morde a parte inferior dos lábios.

- Pensei que a única prostituta aqui era a Silvia.

- Vai tomar no cu. - falo e entro no quarto da minha mãe, batendo a porta com força. Ela me olha assustada enquanto coloca o roupão.

- Jessica, o que esta fazendo acordada a essa hora?

- Eu acordei com os gemidos daquele cara nojento.

- Eu... Eu posso explicar! - ela levanta e tenta me puxar para perto, mas eu dou uns passos para trás.

- Então é assim que você sustenta suas filhas? Dando? Ótimo, era tudo o que eu queria. Uma mãe prostituta.

- Não fala assim comigo! Eu sou sua mãe Jessica, não importa o que aconteça! E você tem que me respeitar!

- Respeitar? Você é uma prostituta, cala a boca. Você não tem mais moral Silvia. - ela me dá um tapa no rosto que me derruba na cama, sim, eu não tenho equilibrio nenhum. 

- Sai da minha frente Jessica. Agora!

- Com todo o prazer. Mas, fique sabendo: você nunca mais vai me ver ou ver a Sarah. A partir de agora você morreu para nós.

- Você não pode fazer isso. A Sarah é de menor, você não pode tirar ela de mim.

- Não? Vamos ver o que eu o juíz vai dizer quando souber que a mãe dela é uma prostituta.

- Você não... Você não pode Jessica! - os olhos dela encheram de lágrimas.

- Então só me diz que ela não foi fruto de um programa nojento seu, que talvez eu deixe você ver ela no natal. Mas isso não vai fazer diferença, certo? Eu sou mais mãe dela do que você. Em dois anos de vida, quantas vezes você viu ela mesmo? Eu tive que amamentar ela, praticamente, senão ela morreria de fome. Você não é mãe nenhuma Silvia. É só uma puta que fica dando e trazendo seus clientes para casa. Mas relaxa, eu vou morar na casa do papai, e você vai poder fazer o que quiser aqui em casa e com quem quiser.

Ela abre a boca para falar algo, mas eu abro a porta do quarto e vou para o meu deixando ela sozinha. Tranco a porta, coloca meu fone no ultimo volume e acabo dormindo. 

~flashback off~

- Então... Desde esse dia ai, eu nunca mais falei com ela e ela nem procurou a Sarah. Por mim, tanto faz. To pouco me fodendo para ela e o jeito que ela ganha dinheiro. - eu falo com algumas lágrimas no rosto.

- Porque você não me falou Je? - a Pam pergunta com cara de dó.

- Pra que a cara de dó Pamela? Eu não to nem ligando para ela. Não vai fazer nenhuma diferença na minha vida isso, ela nunca esteve realmente presente. Você sabe. Eu cresci na companhia sua e do Guilherme. Eram sempre vocês que estavam comigo, não ela. Então por mim.... Foda-se. - eu levanto e vou para a cozinha pegar um copo de água.

Me apoio na pia e fecho os olhos, e sinto uma lágrima descendo pelo meu rosto. 

- Você ta bem Je? - o Mateus entra na cozinha, me virando para ele e segurando na minha cintura, deixando a distancia entre nossos corpos quase inexistente.

- Sim. - eu falo limpando a lágrima do meu rosto.

- Eu sei que você não está, não precisa fingir. Para mim não.

- Como se você se importasse comigo. - me solto dos braços dele.

- Ei, volta aqui! - ele me puxa pelo braço, nos deixando colados, de novo - você sabe que eu me importo contigo. E se a gente ta assim, é por sua causa. E você sabe disso.

- A culpa é sempre minha, como sempre. - me solto e subo para o meu quarto.