Hopeless II escrita por Letícia M


Capítulo 36
Capítulo 36


Notas iniciais do capítulo

Deixo vcs babarem na minha beleza na foto do perfil a,kdnak,d alias deixo nada bora lerrrr



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Pamela POV

Bati a porta do carro com força. Minha mãe iria me matar, mas do que adianta? Minha vida já está um lixo, de qualquer forma. 

Andei um pouco, até chegar no jardim que havia em frente a casa da Jessica. Olhei de relance para o balanço vermelho que havia ali, que estava balançando levemente, por conta do vento. Fechei os olhos, e senti o vento frio balançar meu cabelo. Sorri fraco de lado, lembrando de todos os momentos que eu já havia passado naquele balanço. 

-Você tem que ver isso. - Jessica me puxava pela mão, me levando para o jardim. 

Assim que chegamos lá, meu olho logo bateu no balanço. Andei lentamente até ele, passando a mão pela corrente gelada que o segurava na árvore. 

-Meu pai fez para nós. Na verdade, ele sempre quis um balanço no jardim. E ele só arrumou uma desculpa para faze-lo agora. 

-É... incrível, Je. 

-Eu sei, agora senta aqui. - ela disse, batendo no balanço. 

Me sentei ali, segurando as correntes. Senti meu corpo ser levado para frente, e então voltar ao lugar. Aquela sensação era incrível. Você podia se sentir livre, e ao mesmo tempo não sair do lugar. 

-Pamela? - ouvi meu nome, despertando-me de minhas lembranças. Olhei para a Lisa, que estava parada um pouco atrás de mim. 

-Ah, oi. - falei somente. 

Não sabia como conversar com a namorada do garoto que eu havia transado dias atrás. Meu coração pareceu querer pular do peito. Senti minhas mãos tremendo, e então quando fui me dar conta, estava quase chorando.

-Desculpe. - tentei engolir o choro, mas tudo que consegui foi tossir e soluçar - Vim entregar uma coisa para eles e falar com a Jessica. 

-Ela está lá em cima. Melhor subir logo, ela acabou de tomar um remédio para dormir. Ela está sem dormir a dias. - assenti, passando por ela.

Entrei na sala, e logo vi o Mateus e a Sarah sentados no chão da sala, brincando. Sorri fraco, soluçando mais uma vez por causa do choro. O Mateus levantou os olhos, me encarando.

-Tá tudo bem? - ele se aproximou de mim, com os olhos repletos de preocupação.

-Como se você se importasse! - me desviei, e subi as escadas. 

Assim que cheguei no último degrau, olhei para o imenso corredor. A porta de meu antigo quarto estava fechada, e a saudade e a vontade de voltar a morar naquela casa se fizeram presente. 

Respirei fundo, e bati na porta do quarto da Jessica. 

-Entra. 

Abri a porta de seu quarto, vendo-a deitada na cama, com os olhos quase fechados. Me aproximei da cama lentamente, sentando-me no chão frio. 

-Ei. - sussurrei, roubando a atenção de Jessica para mim. 

-Pamela?! - ela se sentou na cama, ainda sonolenta. 

-Oi.

-O quê você está fazendo aqui?

-Precisava te ver pela última vez, eu acho. E o Guilherme, e a Sarah, e até mesmo o Mateus...

-Como assim, me ver pela última vez? Pamela!  

-Shhhh. - me sentei na cama, ao seu lado. A puxei para um abraço, que ela não recusou. 

Senti as lágrimas vindo novamente, e abracei a Jessica mais forte. Mexia em seus cabelos loiros, sentindo sua respiração quente em meu pescoço. 

-Antes que eu vá embora, você pode me fazer um favor? - perguntei, balançando-a de leve, pois ela estava quase dormindo.

-O quê?

-Quem é o pai do seu filho, Je? 

***

Fechei a porta do quarto lentamente, com medo de acorda-la. Ela havia dormido pouco depois de me falar quem era o pai do filho dela. 

Não posso dizer que fiquei triste com isso, mas também não fiquei feliz. Ela estava praticamente acabando com todos os planos dela, de fazer faculdade e se casar, antes de ter um filho. Estava tudo acabado para ela. 

Andei lentamente até o quarto do Guilherme, torcendo para que ele não estivesse ali. Abri a porta e me deparei com ele deitado na cama, com os fones de ouvido e os olhos fechados. Dava para ouvir a música da porta, então andei normalmente até a criado-mudo ao lado da cama, sem me preocupar com que ele me escutasse. 

Abri minha bolsa, e de lá tirei um envelope branco. O encarei por mais alguns segundos, e então o coloquei perto do abajur.

Olhei para o Guilherme, que mexia a cabeça conforme a música tocava. 

Juro que tentei não falar com ele, mas não deu.

-Ei. - falei, puxando um de seus fones de seu ouvido.

Ele abriu os olhos, e assim que me viu, sorriu fraco. Ele se sentou na cama, batendo no espaço vazio que havia ali, indicando que eu sentasse com ele.

-Tá tudo bem? - ele me perguntou.

-Tá sim. Vim me despedir de vocês. 

-Despedir?

-É. Bem... - me aproximei dele, sentindo meu coração se acelerar cada vez mais.

Encostei minha cabeça em seu peito, sentindo-o me abraçar. Ele me abraçava forte, enquanto eu chorava baixinho. Ficamos assim por alguns minutos, até que eu me soltei dele, levantando da cama.

-Tenho que ir. Se cuida, tá? E cuida da Jessica, da Sarah e do Mateus. Cuida de todo mundo.

-Para onde você está indo?

-Não importa, Gui. - o abracei novamente - Eu te amo, muito, muito mesmo. Agora tenho que ir. - dei-lhe um beijo na testa, e sai do quarto.

Desci as escadas rapidamente, encontrando o Mateus e a Sarah, ainda brincando no andar de baixo. Andei até eles, pegando a Sarah no colo.

Ela sorriu de orelha a orelha, me abraçando.

-Que saudade, tia! - ela falou, enquanto nós nos abraçávamos. 

-Eu também, minha linda. Estava morrendo de saudades de você! 

-Vou chamar minha mãe, ela tem que te ver! - ela saiu de meus braços, andando até a escada, e logo após sumindo de minha vista. 

Me virei para o Mateus, que juntava os brinquedos da Sarah do chão.

-Levanta. - falei. Ele me olhou confuso, mas levantou. - Tô indo embora, para sempre dessa vez. Pretendo nunca mais ver você, ou a Jessica ou o Guilherme. Quero vocês fora da minha vida. Quero viver minha vida em paz, longe daqui. Quero viver meu sonho, sem nenhum namorado que transe com a minha melhor amiga. Quero ser uma pessoa normal, que vai para a faculdade de dia, e de noite vai para uma festa, enche a cara e acaba dormindo com algum cara, se arrependendo no outro dia. 

Ele me encarava. Sabia que era muito para ele entender de uma vez só, mas ele era o único que eu podia falar aquilo sem cair aos prantos. 

-Quero que você me ligue todo dia. Todo dia, entendeu Mateus? Você vai me falar como é que tá o filho da Je, a Sarah, e todo mundo aqui. Tá? Me promete que você vai fazer isso, todos os dias, até eu falar que você não precisa mais fazer?

-P-prometo, eu acho. Para onde você vai, Pamela? 

-Isso não importa. - o abracei, sentindo aquele cheiro que a Jessica tanto falava.

Aquele cheiro natural dele, mais o perfume doce. Não queria sair dali nunca mais. Não queria solta-lo, pois se soltasse, significaria que tudo estaria acabado, de verdade. Significaria que minha vida no Brasil, tinha realmente acabado. 

Ouvi a voz da Sarah na escada, e então para evitar um chororô, soltei o Mateus, correndo para a porta da frente.

Sai de lá antes que a Sarah voltasse para a sala, e senti meu coração se apertar. 

Andei em direção ao carro, sentando no banco de motorista. 

-Está pronta, Pam?

-Londres, aqui vamos nós. - dei partida no carro, sem ao menos olhar para trás. 

Guilherme POV

Vi um envelope branco, perto do abajur, com meu nome escrito em sua frente. O peguei, e sentei na cama, abrindo-o.

"Não sei nem por onde começar, sabendo que essas vão ser as últimas palavras minhas que você irá ouvir.

Devo começar dizendo que, você apesar de ter feito com que eu sofresse muito, me fez a pessoa mais feliz do mundo. E é uma pena que nós estejamos terminando assim. Sim, esse parece um bom começo. 

Quero que saiba, que eu te amo muito, Guilherme. Muito mesmo. Incondicionalmente, eu sempre irei te amar, não importa o que aconteça. Você foi meu primeiro amor, e sempre será, love. Não esquece do meu apelido carinhoso, love.

Antes que essa carta se torne alguma coisa melosa e que te faça vomitar, vou direto ao ponto.

Tô indo para Londres, fazer faculdade e morar lá. Tô levando uma amiga comigo, e tudo mais. O plano era ser a Jessica, mas como ela está grávida... Tive que mudar meus planos. 

E não, eu não vou voltar para o Brasil, Gui. Nunca. Minha mãe já entendeu, e sei que você também vai entender. 

Bem, é só isso. Vou sentir muito a sua falta... Te amo muito, se cuida."


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