More Than Words escrita por DezzaRc


Capítulo 2
Bella Pitombo


Notas iniciais do capítulo

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// MORE THAN WORDS //

Bella Pitombo


Depois do feriadão eu estava louca para ver Edward. Foram quase cinco dias sem vê-lo, e por mais que tenha me feito falta, eu temia o final do ano, quando seríamos obrigados a nos separar, afinal, estávamos no terceiro ano. Depois dessa, só na faculdade. Nós dois tínhamos nos inscritos para arquitetura na mesma faculdade, mas eu sabia o quão difícil seria passar nela; ainda mais nós dois. Lembro quando ele disse isso a mim, em uma aula de inglês...


“Quil, você se inscreveu para a UCC?”, indagou ele, enquanto a aula não começava. Nesse dia estava apenas eu, ele e Quil; Eric não tinha vindo.

“Me inscrevi, e você?”.

“Também”.

Ele ficou um tempo calado e virou para mim, que estava sentada na fileira ao seu lado. Sorrindo, disse:

“E você, gasparzinha?”.

Esqueci de mencionar o apelido fofo que ele havia posto em mim. É muito amor.

“Claro, arquitetura, e você?”.

Ele soltou um muxoxo e um audível “droga”, mas sem perder o sorriso bobo no rosto.

“Imagine se nós dois passarmos, te aguentar por mais cinco anos...”, brincou.

“Deus é mais!”, exclamei, mas no fundo, aquilo seria perfeito.


Eu deveria começar a me acostumar com a ideia de que não veria mais Edward todos os dias. Assim como tive que me acostumar a não ver meus melhores amigos diariamente no primeiro ano, depois de cada um ter parado em uma escola diferente. Será doloroso no começo, mas depois eu superaria. Quem sabe o futuro não reservasse algo bom para nós?


Tive que me arrumar o mais rápido possível para estar em tempo de pegar a primeira aula — coisa que não fazia a um bom tempo. Além do fato de eu querer ver logo Edward, tinha meu teste de matemática que seria agora. Teria que chegar cedo de qualquer jeito.


Joguei minha mochila nas costas e rumei para a escola. Ao chegar lá, os corredores estavam cheios e logo fui para minha sala. De cara, no corredor, vi Edward e seu amigo, Marcus. Ele estava sorridente e isso era bom. Quando cheguei mais perto, ele levantou sua mão, mostrando-me seu anel de caveira no dedo anelar. Lá vinha uma piadinha...


— Se você emagrecer mais um pouco vai ficar que nem essa caveira — zombou, rindo.


Continuei o encarando, séria. A gente espera quase uma semana pra ver o garoto que gosta, para ele te falar isso assim que você chega? I-D-I-O-T-A!


Desviei dele e segui para a porta de minha sala, logo atrás.


— Bom-dia para você também! — gritou.


Nem virei para respondê-lo. Vi Nessie sentada na primeira cadeira da fila e parei ao seu lado, hora fazendo uma careta, hora sorrindo. Ela me olhou, confusa. Edward me tirava do sério! Saí do seu lado, mas voltei em seguida, dando-lhe um “bom-dia”. Depois fui para o meu lugar, agora atrás dele, que estava atrás de Nessie.


Quando penso que não, Edward entrou na sala e sentou no seu lugar. Soltei um “aff” entediado, que ele achou que fosse por ele.


— Que foi, véi? — indagou.

— Nada — respondi.

— Você fazendo aí “aff” — disse, imitando-me de um jeito idiota.

— Me poupe, Edward, que coisa comigo! — falei, já irritada, e ele apenas riu. — Você está no meu lugar — emendei. Ele apenas virou para frente, ignorando-me.


Falei mais algumas coisas com as meninas e logo a professora chegou, aplicando o teste. Eu não tinha nem feito um terço dele e comecei a sentir um mal-estar. Ah não, pensei, agora não. Continuei fazendo o teste, tentando ignorar as dores em minha barriga e meu enjoou. Cólica. Não acredito.


Não sei como, mas consegui terminar aquele teste de qualquer jeito. Tratei logo de sair da sala e fui direto para a enfermaria, para ver se me dispensavam para casa. Consegui minha carta de alforria e esperei meu pai me buscar. Eu não acredito que teria que ir embora assim, hoje o dia tinha tudo para ser perfeito, Edward estava em seu ótimo humor, falando comigo e tudo! Poxa...


Quando meu pai chegou, subi para pegar minhas coisas e falei ao professor de biologia que não estava me sentindo bem. Despedi-me de minhas amigas e nem vi Edward, mas jurava que ele estava no fundo da sala e que tinha escutado o que eu disse ao professor. E assim terminou minha terça-feira de matar a saudade; em casa.


Na quarta cheguei a todo gás na escola. Não tinha conseguido chegar na primeira aula — novidade —, e como era trabalho de apresentação, a turma estava em outra sala. Entrei em nossa costumeira classe e coloquei minhas coisas no meu antigo lugar — onde Edward estava sentando agora. Fitei algum tempo o local, e decidi sair dali. Vai que ele não quisesse mais se sentar? Ao invés disso, sentei na cadeira ao seu lado, no canto da parede.


Assim que o sinal bateu, os alunos começaram a voltar para a sala. Logo vi Lauren entrar e se sentar em minha frente. Fiquei quieta lendo meu O Código da Vince, fingindo não estar nem aí para as pessoas a minha volta. A sala já estava cheia e eu não escutava a voz de Edward. Será que ele não tinha vindo? Fiquei tentada a perguntar a Lauren, mas coloquei em minha cabeça que iria esquecê-lo.


A professora de português entrou na sala e perdi as esperanças de Edward ter vindo. Continuei lendo meu livro até que a porta foi escancarada e escutei a vozinha petulante dele. Edward tinha vindo! Controlei-me ao máximo para não me virar para ele; esperei ansiosa a hora que ele jogaria a mochila na cadeira ao meu lado, mas os minutos se passaram e nada aconteceu. Como assim?


Arrisquei levantar a cabeça e lá estava ele, do outro lado da sala. Uma pontinha de tristeza se apoderou em mim, e não entendi o motivo da mudança. Nessie chegou um tempo depois, também atrasada, e sentou na cadeira que deveria ser dele, arrastando-a até mim.


— Ah amiga, não fica assim — disse, quando apontei onde ele estava. — Ontem o dia estava perfeito para vocês, na aula de história eu fiquei sentada em uma cadeira, ele ao meu lado, e outra vaga ao lado dele. Perfeita para você.

— Mas eu passei mal — choraminguei.

— É, né... Tentei perguntar coisas sobre você a ele, mas nem deu. Eu tava contando a história do garoto do sobrenome alemão para Jessica, para ele escutar, pelo menos surtiu efeito, ele se meteu na conversa.


A história do garoto alemão era a seguinte: estávamos lá em baixo vendo o mural da escola quando vimos várias listas de nome dos alunos do ginásio. Em uma delas havia um tal de “Gabriel Schw alguma coisa Pitombo”, só que como não sabíamos pronunciar o nome do meio, falávamos a primeira parte e fingíamos espirrar na segunda. Eu disse que ele seria meu marido, e as meninas começaram a me abusar, dizendo que se nos casássemos, eu herdaria o último nome, no caso, Pitombo. Que horror!


— Ele perguntou se eu estava espirrando, aí contei a história a ele e disse o negócio do seu sobrenome se você fosse marido dele. Edward se acabou de ri.


Pelo menos eu servia de diversão para ele.


— E ele não perguntou por que eu fui embora cedo? — inquiri com pesar. Ela balançou a cabeça negativamente. — Poxa...


Bem diferente de ontem, Edward estava extremamente afastado de mim hoje. Os meninos estavam fazendo alvoroço no fundo, apostando quem seria o time de futebol vencedor essa noite. Já vi que isso não ia dar certo... Na aula de sociologia, eu resolvi faltar com minhas amigas, afinal, seria apresentação de trabalho e o nosso não era hoje. Fomos logo para o intervalo, esse dia estava sendo péssimo.


Na aula de física estava sendo um tumulto só, graças ao cachorrinho que Mike havia comprado na mão de uma menina do segundo ano, ele o guardou em uma sala vazia ao lado da nossa. Assim que a aula terminou, fui dar uma olhada no cachorrinho; Edward estava lá, e meu coração logo se acelerou. Entrei com Nessie e Lauren, além de haver umas duas meninas do segundo ano.


O cachorrinho — um filhote de pinche — estava andando sobre a mesa da professora e acariciei sua cabecinha, brincando com ele. Nessie fez o mesmo.


— Ela tá grávida? — indagou Lauren.


Olhei-a, incrédula.


— Ela é filhote, idiota!


Continuamos brincando com o cachorrinho até que as meninas do segundo ano foram embora, restando apenas eu, Edward, Nessie e Lauren na sala. Edward tratou de pegar o cachorro no colo e deitou-o como se fosse um bebê.


Nessie foi até ele para acariciar o cachorrinho, e eu também fui.


— Ela pode — disse ele, ficando de frente para Nessie —, você não.


Segurei-o pelo braço e o puxei para mim, para tocar no cachorro. Que garotinho problemático, viu! Ele o colocou sobre a mesa novamente, e Lauren pegou o potinho de água dele que estava no chão e o depositou em cima da mesa também. O cachorrinho correu para beber água e eu sorri.


— Olha como baba tudo bebendo água, seu babão — disse Edward em uma voz doce, abaixado, olhando o cachorro.

— Parece Edward bebendo água — soltei.


Ele fuzilou-me com os olhos e se levantou.


— Seu pai! — rebateu, furioso.

— Me respeite que eu não falei que era seu pai!

Me respeite blá, blá, blá... — imitou-me e saiu de lá, a passos largos.


Assim que a porta fechou atrás dele, eu e as meninas caímos na gargalhada. Vai, estressadinho!


— Como você chama o menino de cachorro, Bella? Você tem que ser mais simpática — Nessie me repreendeu, quando estávamos já na aula.

— Não sei, saiu. E não o defenda, pois ele também me machuca às vezes.


Um tempo depois ele chegou até nós e disse a Nessie:


— Gabriel Schw atchim — zombou, espirrando no final.

— Quem é Gabriel? — perguntei sem pensar, só depois me dando conta da idiotice que tinha acabado de dizer.

— O menino do mural, menina! — relembrou-me Nessie, achando que eu tinha fumado.

— Ah, o meu marido — eu disse.

— Tá vendo? Você tem que ser mais simpática — repreendeu-me novamente, quando Edward já tinha ido. — “Ah, o meu marido” — repetiu, zombeira.

— Ele já tinha ido nessa parte — defendi-me.

— Você tem que sorrir mais quando ele vir.

— Mesmo que a piada não seja engraçada — completou Lauren.


No intervalo entre a aula de redação e a de matemática, fui com Nessie para fora da sala e começamos a conversar sobre seu estágio em uma clínica que eu tinha saído há pouco tempo. Edward estava novamente na sala do cachorro, que era atrás de nós. Enquanto eu falava algo sobre tempo de trabalho e salário desemprego, Nessie balançou a cabeça para a porta atrás de mim. Edward estava lá, de pé, assistindo a conversa. Continuei falando normalmente, como se ele não estivesse lá.


Na aula de matemática, foi outro processo. Enquanto a professora corrigia a atividade da semana passada — a extra que fez praticamente a sala toda —, ele ficava me chamando e dizendo o que “nós” tínhamos errado e acertado. Senti meu coração se inflar com isso, afinal, ele estava se referindo ao teste como “nosso”, apesar de termos feito separados.


Gente apaixonada era tão idiota!


À noite, enquanto estava no facebook, Alice, minha melhor amiga, veio falar comigo:


Alice Mary

fui stalkear ele

e ele é amigo de minha colega de lá da sala

G_G

Ela se referia a Edward.


Bella Swan

de quem? '-'

Alice Mary

Lily

da sala do colégio

Bella Swan

manda o perfil dela


Ela me passou o perfil da criatura e olhei tudo, por fim me dei por satisfeita por ela não ser bonita.


Bella Swan

essa menina é amiga daquele amg dele q c acha bonito

Mary Swan

ela é uma riquinha da Sena

muito inteligente

Sena era o bairro que ele morava, muito luxuoso por sinal.

Bella Swan

*O*

Sena?

será que é vizinha dele ou algo assim?

c fala com ela?

Mary Alice

sim

Bella Swan

wow

tente descobrir algo

Mary Alice

Oks

Depois dessa, desliguei o computador, satisfeita. Agora só restava esperar e ver o que ela ia descobrir.



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Notas finais do capítulo

Como prometido, postei mais um hoje, mesmo que ninguém tenha comentado (fiquei triste com isso, por sinal). Postarei mais um amanhã, e espero que dessa vez alguém apareça. Beijos e até mais, não se esqueça de seguir o tumblr do meu livro: http://oenigmadosschneider.tumblr.com/



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