More Than Words escrita por DezzaRc


Capítulo 1
I Know Who You Are


Notas iniciais do capítulo

A história se passa no Brasil!



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// MORE THAN WORDS //

I Know Who You Are...

Eu conheci Edward, bem, três anos atrás, em um momento muito delicado de minha vida. Eu tinha acabado de entrar no ensino médio, tudo era novo e eu fui obrigada a me separar de meus melhores amigos, que acabaram em escolas diferentes, e eu, a que mais queria sair de onde estava, continuei. Confesso que eu era bem imatura naquela época, não sabia o que era ter amigos fora daquele círculo fechado, então, quando me vi sozinha naquela selva de gente que detestava, desmoronei.


Não fiquei totalmente sozinha; um dos meus melhores amigos também ficou, Dean, porém, de todos, ele era o que eu menos tinha intimidade no grupo. Uma amiga antiga nossa, Lauren, voltou para o colégio nesse ano, então nós três formamos um trio no primeiro ano. Um bem estranho, e mesmo assim, divertido.


Edward foi aparecer em minha vida no segundo semestre. Eu tinha acabado de chegar das minhas férias na Disney, um presente mais que esforçado de meus pais, quando Dean me contou animadamente que um amigo dele tinha entrado na escola. Eu tinha faltado à primeira semana de aula do segundo semestre, e estava completamente desatualizada das fofocas. E não, Dean não era gay, só era de gêmeos.


Quando meu amigo mandou a foto da criatura, eu apenas exprimi um sonoro “eca” e dei de ombros. Edward não era muito provido da beleza naquela época, era magro demais e seu cabelo... não sei, era uma coisa estranha. Sem contar a cara de garotinho e os costumes estranhos.


Logo que retornei a escola, descobri que Edward na verdade não era realmente amigo de Dean, eles se conheceram ali na escola assim que ele entrou, mas Dean sempre tendeu a ser exagerado demais; do jeito que o menino tinha contado, os dois pareciam amigos de anos! Dean sempre Dean.


Lembro-me que Edward amava desenhar animes em seu caderno, e realmente, era um ótimo desenhista. Também descobri que ele era extremamente inteligente, apesar de seus surtos de preguiça, e que adorava contar histórias de que saía com seus amigos riquinhos e ficavam bêbados em festas adolescentes. Eu apenas associava sua imagem a de um nerd biruta...


No segundo ano Dean se mudou de escola, e eu, apesar de meus constantes planos de me mandar dali, acabei ficando por lá, para minha infelicidade. Lauren continuou também, e formamos uma dupla. Edward tinha se afastado de um jeito inexplicável de nós, e agora formava seus próprios grupos. Nesse ano, Lauren e eu ficamos mais próximas de algumas garotas da sala, Renesmee, Jessica e Leah. E foi assim que surgiu o grupo Okley, como nos denominamos, e não me pergunte o porquê do nome.


Meu ex-amigo, que agora havia mudado um pouco sua fisionomia, vez ou outra sentava perto de mim e riscava minha mesa ou caderno, com uma de suas tirinhas idiotas da Internet. Depois que descobriu meu amor pela Saga Crepúsculo, sua vida era me infernizar com isso, chamando meu amado Robert de gay. Vê se pode? Gay era ele!


(N/A: Aqui existe a Saga Crepúsculo, mas ao invés dos nomes dos personagens, será o nome dos atores que os interpretam).


Acho que foi a partir daí que começou nossas constantes implicações. Edward era imaturo demais e eu, bem, acho que de uma hora para outra, comecei a vê-lo com outros olhos. Devo dar uns créditos ao nosso professor de inglês por isso.


Em minha escola, podíamos escolher entre a aula de inglês e espanhol. Eu escolhia inglês desde o primeiro ano, assim como Edward quando entrou no segundo semestre. Naquela época as aulas de inglês costumavam ser mais badaladas. No segundo ano, metade dos alunos de inglês saiu do colégio, e os que escolheram espanhol, não trocaram. Sobrou apenas Edward, eu e um amigo nosso. O professor costumava brincar dizendo que aquilo era uma banca de inglês, não uma turma. No meio do segundo ano, esse nosso amigo saiu do colégio, pois retornou a sua cidade natal, restando Edward e eu.


Vendo nossas costumeiras implicações na aula, o professor costumava dizer que Edward me amava e que devia se declarar logo para mim. Era engraçado vê-lo tentar desmentir isso. Lembro quando o professor fez um teste no segundo ano, e que o texto de interpretação era uma citação famosa de Dave Matthews:


“A guy and a girl can be just friends, but at one point or another, they will fall for each other…Maybe temporarily, maybe at the wrong time, maybe too late, or maybe forever.”

(Um garoto e uma garota podem ser apenas amigos, mas em um ponto ou outro, eles irão se apaixonar... Talvez temporariamente, talvez no tempo errado, talvez muito tarde, ou talvez para sempre).


Mais direto que isso, impossível. Eu havia ficado com tanta vergonha depois, pior foi ter que escutar Edward traduzindo o texto para mim quando terminamos o teste, para conferir as respostas. Será que ele não tinha notado a indireta também? Se notou, disfarçou muito bem.


Sei que foi depois dessas brincadeirinhas do professor de inglês que passei a vê-lo com outros olhos, ou caindo na real que o motivo de meus risos bobos quando Edward vinha me contar uma besteira era outro. Eu tinha sido o amigo tonto dessa frase e, infelizmente, apaixonei-me no tempo errado. Se é que haveria um tempo certo.


Minhas amigas ainda não sabiam do meu amor por ele, apesar de sempre quando ele vinha brincar comigo, elas diziam que ele me amava.


Nessa época, além dele começar a me encher, Edward também passou a me tratar mal de vez em quando. Ele me dava respostas grosseiras, e até começou a me repelir algumas vezes; havia dia que ele não me dava um “oi”, outros, não saía do meu lado. Um completo comportamento bipolar, que até então, eu não sabia que ia dificultar tanto nossa relação. Edward não era doente de fato, mas havia algo ali que o fazia agir assim comigo; isso só era evidenciado por ele falar com todas as outras garotas da sala, inclusive abraçá-las amigavelmente, e comigo, bem, quando eu tocava nele, ele passava a mal no local quando se estivesse “limpando” meus vestígios. Era brincadeira, mas aquilo me magoava.


Foi aí, enquanto conversava com minha melhor amiga, Alice Mary Brandon, que tomei a decisão: iria ignorar Edward por um tempo, para ver se ele se tocava. Pode ter até sido a pior coisa que eu fiz, mas naquela uma semana que eu não falei com ele, notei seu desconforto ao me olhar, e meu sofrimento por ele não fazer nada para mudar isso.


Edward simplesmente embaralhava meus sentimentos com aquele comportamento bipolar. Ou eu que fantasiava demais as coisas.


Quando não consegui mais, voltamos a nos falar por iniciativa minha numa conversa paralela, mas as coisas nunca mais voltaram a ser as mesmas. Pioraram. Edward não sentava mais perto de mim e nem desenhava em minha cadeira; ele saíra da primeira cadeira da fila e passou a sentar no fundo. Se antes ele me repelia de vez em quando, agora era constante seu comportamento, e eu, bem, finalmente havia admitido a mim mesma meus sentimentos.


No terceiro ano, eu esperava que aquele sentimento tivesse sumido, mas ainda estava lá. Edward estava pior que nunca, das vezes que tentei falar com ele, dava-me respostas dilaceradoras, e em uma delas, Leah, uma de minhas amigas, resolvera se vingar dele humilhando-o para a sala toda, mas eu, a tola apaixonada, impedi-a de cometer tal brutalidade. Leah sabia ser maldosa quando queria, e isso só o afastaria mais ainda de mim.


Eu e meu grupo, Okley, estávamos ainda mais unidas. Declarei meu sentimento por Edward a elas, que apenas riram, chamando-me de tola. Como eu poderia amar um ser como aquele, que só sabia me maltratar? Mas eu dizia a mim mesma que Edward não era assim. Era influência dos garotos ao seu redor. Eu havia conhecido o outro Edward. Aquele doce que desenhava coisas para mim, e que cantávamos músicas juntos. Naquele tempo que o único sentimento que rondava entre nós era o coleguismo.


Edward sentou no fundo por um bom tempo. Hora ou outra ainda dizia suas piadas costumeiras a mim, e também havia ficado mais sociável esse ano com a sala, de um jeito patético, eu diria. Sabe aquelas pessoas sem noção que fala uma merda quando está tudo em silêncio? Prazer, Edward. Não tinha como não ri dele, mais uma vez o garoto me surpreendia.


Agora, faltando menos de dois meses para as aulas acabarem, Edward se mostrava uma pessoa bem diferente. Não, ele não havia mudado e voltado a ser o Edward amoroso de antes; ele estava voltando a se aproximar de mim. Para começar, voltou a sentar na frente, mais precisamente no meu lugar. Não tínhamos um lugar demarcado na sala, porém, é como se tivéssemos. Era claro a divisão de grupinhos no local, exatamente quatro, cada um em um canto da sala, e o meu ficava no canto direito, na frente. Edward ter passado a se sentar ali era muito estranho, afinal, ele tinha saído de seu grupo, e estava literalmente no meio do meu.


— Você tinha que ver, ele brigou comigo para sentar aí, até tirou minha mochila — contava Nessie, assim que eu cheguei atrasada na aula.


Olhei estranho para ela e dei de ombros. Não era raro Edward me surpreender. Mas por toda a semana ele sentou ali, no meu lugar, e eu sendo obrigada a sentar atrás dele, enquanto Nessie sentava na frente.


No mesmo dia, na aula de inglês, o professor iria fazer uma espécie de jogo conosco. Eu era melhor que Edward na matéria, pois tinha feito curso de inglês, mas ele, sem nunca ter frequentado um, sabia muita coisa, graças ao seu gosto musical por músicas internacionais — rock, e dos pesados. Ele até tinha uma banda e tocava bateria.


— O que você quer em troca de me deixar ganhar? — perguntou a mim, sentado ao meu lado. — Eu te dou qualquer coisa.


Eu não sabia se era coisa de minha cabeça, mas o modo como ele tinha dito a palavra “qualquer” fora muito expressivo, tanto é que fiquei alguns segundos em silêncio, apenas olhando seu rosto. Se ele soubesse as coisas que eu queria...


— Eu te dou o DVD de Amanhecer — emendou, parecendo dar-se conta do que tinha dito e entendido meu silêncio.

— Só se for o original duplo — brinquei, saindo da hipnose de suas palavras.


Mas Edward se superou mesmo numa quinta-feira, antes do feriadão que teríamos durante quatro dias. Metade da sala havia faltado para prolongar as férias, e a professora de matemática preparou uma surpresinha para nós: um teste surpresa extra valendo dois pontos, mais que uma oportunidade de ouro para nós, que estávamos nos dando mal na matéria.


Era para fazer em dupla; do meu grupo de amigas, apenas Nessie fora, então sentamos juntas, e Edward fez sozinho, sentado atrás de nós. Como eu estava na cadeira ao lado de Nessie, inclinei meu corpo de uma forma que eu a olhasse, e ao mesmo tempo, Edward atrás dela. Enquanto estava concentrada nas questões, alguém cutucou meu ombro e eu olhei para trás.


— Que foi? — perguntei a Edward.

— Ontem minha vizinha me chamou para consertar a TV dela. Adivinha o que ela estava assistindo?


Revirei os olhos.


— Crepúsculo — falei entediada.

— É, véi, e ela é velha.

— Admita que você é fã, Edward! — zombei.

— Sai, essa porcaria.

— Você assistiu Amanhecer parte 1!


Eu sabia disso porque em uma das nossas aulas de inglês, enquanto o professor perguntava como fora nosso fim de semana, ele havia dito isso, alegando não ter “coisa melhor” para fazer. Tantos filmes para assistir e ele viu logo esse? Me poupe, Edward!


— Só esse, para dar risada; aquela cena grotesca do parto, a filmagem feiona, toda hora dando zoom na cara de Bella.

— Não sabia que você virou técnico de eletrônicos — falei brincando, mudando de assunto.

— Ela não sabia como colocar a tevê no AVI!


Virei para minha amiga ao meu lado e disse: — Nessie, se sua tevê quebrar você chama Edward para consertar, e o melhor, de graça ainda.


Nessie, que não era boba nem nada, já estava dentro do esquema de fazer Edward admitir que me amava.


— É, se aquela tevê do seu quarto quebrar, você manda ele consertar. — Confesso que fiquei super sem graça com sua indireta, mas não ia deixar a peteca cair.

— Sim, e de graça! — eu disse, animada.


Ele olhou para mim de um modo zombador.


— Você acha que eu ia fazer algo de graça para você?

— Claro, por nossos três anos de amizade... dois... ou algo assim — sorri.

— Agora você vai usar nossa “amizade” para isso? — disse, fazendo aspas no ar na palavra “amizade”.

— Claro! — repeti, e então a professora começou a explicar como deveríamos fazer o teste, interrompendo-nos.


Só sei que, de repente, o que era para ser em dupla, estava sendo feita pela sala toda, e inclusive eu e Edward estávamos discutindo questões juntos, como nunca fizemos. Aquilo podia ser uma coisa boba, mas eu me sentia importante quando ele me perguntava sugestões para seus cálculos de geometria espacial, e eu respondia prontamente.


Na aula que se sucedeu depois, química, deveríamos mudar de sala, pois a professora estava usando recurso para a aula. Já na sala, eu tinha visto onde Edward tinha colocado sua mochila — logo a primeira cadeira na frente da mesa da professora —, e não hesitei em sentar perto dele, em uma cadeira ao seu lado, só que um lugar atrás. Nessie sentou ao meu lado e ficamos esperando ele vir pro seu lugar.


Os minutos se passaram e ele apareceu, pegando a mochila de onde estava e foi para o fundo. Fiquei completamente triste por isso, mas, quando escutei o barulho de uma cadeira se arrastando atrás de mim, sendo depositada exatamente ao meu lado, só que uma cadeira atrás, segurei o riso. Exatamente o que eu tinha feito com ele agora a pouco.


Enquanto a professora começou a dar aula, Edward tinha cruzado a perna formando um “quatro”, e seu tênis estava próximo a mim. Virei lentamente para ele e tentei puxar o cadarço para desamarrá-lo, mas ele foi mais rápido afastando-o de minha mão.


— Se quer me abusar, faça isso direito. — Ele segurou a xuxa do meu rabo-de-cavalo e a puxou, mas segurei sua mão antes que ele a tirasse por completo.

— Idiota — murmurei, e ele riu.


Em um dado momento chato da aula, aproximei-me de Nessie e deitei a cabeça em seu ombro. Edward, não satisfeito por não ter atenção, começou a me encher, mais uma vez:


I Know what you are... say it… out loud…— E isso porque ele não gostava de Crepúsculo!


Soltei um muxoxo. Como era idiota!


Edward, um tempo depois, chamou sua amiga Irina para sentar ao seu lado. Ela estava uma cadeira depois de Nessie, porém ocupada anotando a matéria que tinha faltado. O mais estranho disso tudo? O fato dele não ir para lá — como geralmente fazia —, pois tinha espaço para sentar ao seu lado, e ao invés disso, continuou perto de mim, com suas piadas idiotas.


Na hora de ir embora, estava um “engarrafamento” na escada. Desci um degrau e fiquei esperando; Nessie estava em minha frente. Edward parou atrás de mim e novamente puxou a xuxa do meu cabelo, e antes que a tirasse, consegui segurar sua mão mais uma vez. Só que diferente de mais cedo, ele continuou segurando-a, fora da xuxa, meio que prendendo meu braço para trás. Sentir sua mão quente na minha — e um pouco áspera — foi algo tão bom e ao mesmo tempo tão idiota, que só uma tola apaixonada como eu acharia aquilo à oitava maravilha do mundo.


Nessie conseguiu descer e eu me soltei de seu aperto — mesmo não querendo, porém não queria ficar dando bandeira na escada. Quando contei a Nessie o que ele tinha feito, ela me olhou maliciosa e nós duas concordamos que fora algo de propósito.


Sim, eu já sabia que estava muito encrencada, ainda mais quando as aulas terminassem. Entretanto estava disposta a aproveitar ao máximo esse mês de aula que restava, e esperava que no final desse certo. Edward teria que ser meu!



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Notas finais do capítulo

A história será narrada apenas na escola de Bella, que a propósito é aqui no Brasil, mas não tem uma cidade específica. Geralmente os capítulos serão separados por dias, tipo, o que acontece numa quarta, será um capítulo, o que acontece numa quinta, outro, e por aí vai. O primeiro foi como um resumo do que levou Bella a aquele ponto. O próximo já estará organizado. Se tiver bastante comentários, posto mais um amanhã!
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