5 Kisses escrita por StardustWink


Capítulo 4
Você é perfeita do jeito que é.


Notas iniciais do capítulo

Não, não baseei o nome na música do Bruno Mars (apesar dela ser diva). uvu Desculpe a demora, seus lindos, mas eu fiquei meio atrapalhada nesse fim de ano. Estou a poucos minutos de viajar, e receio que ficaremos um tempinho sem nos ver até que eu poste o último capítulo.
Mas não temam! Levarei meu laptop para escrever. É bem possível que, além do último capítulo de 5 kisses, eu volte com outras surpresas para vocês. :3
Bom, melhor parar de falar aqui. Espero que gostem!



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Beijo na mão: Gesto de cavalheirismo. Indica respeito e, além disso, admiração.

“Você é perfeita do jeito que é.”

May não conseguia acreditar.

Lá estava ela, junto com milhares de pessoas nas arquibancadas da final do Grande Festival. Pessoas que agora batiam palmas. A batalha finalmente tinha acabado, depois de uma batalha acirrada entre um Lapras e um Flygon...

E, de frente para a apresentadora do concurso, Drew erguia o troféu de campeão.

Ele tinha ganhado.

Milhares de sentimentos diferentes borbulharam por dentro de si - felicidade, orgulho, além de outra coisa que ela não conseguia definir direito ainda - e ela encontrou-se sorrindo, tentando decidir o que faria em seguida.

Quando o fez, porém, não demorou a passar pelas milhares de pessoas que ainda tentavam assistir ao fim do espetáculo e chegar ao corredor de saída.

Ela tinha de ser a primeira a encontrá-lo dessa vez, não queria ter que passar por todas aquelas garotas de novo.

May dirigiu-se até o corredor que levava a área dos coordenadores que participavam do concurso, esperando que ela já estivesse aberta ao público. Ela não tinha ideia de quanto essa regra nova era irritante até ter que obedecê-la.

Aah, como eu queria estar lá dentro... Ela olhou por entre a passagem, vendo os coordenadores amontoados em volta do que parecia ser seu rival.

Com passos leves, a garota passou lentamente pelo corredor. Suas expectativas estavam certas - diante daquele pessoal todo, lá estava ele.

Um top coordenador.

Lentamente, o sorriso animado que ela tinha no rosto se desfez.

Era verdade. Com a vitória no festival, Drew tinha deixado a categoria de simples coordenador para se tornar um dos melhores do ramo. E, enquanto isso, ela...

Não conseguira nem entrar na competição. May deu um passo para trás, a distância mínima posta entre os dois em um piscar de olhos tornando-se imensurável. Sentiu sua garganta se contrair, pousando uma das mãos na parede.

Ela poderia mesmo, simplesmente entrar naquela sala quando todos sabiam de seu fracasso? E poderia olhar nos olhos do campeão sabendo que a distância entre ambos tinha aumentado ainda mais?

Não.

Uma voz gritou em sua cabeça.

Não!

May viu-se se afastando cada vez mais, sentindo-se fraca, com medo e de volta aos seus dias de iniciante, em que um mero erro era o suficiente para deixá-la miserável pelo resto do dia.

Eu não posso aparecer lá. N-não quero que me vejam.

Ela deu as costas para tudo aquilo, vendo que a plateia já começava a sair do estádio.

A garota chegou a ouvir alguém a chamando, mas já era tarde. Seus pés pegaram velocidade e ela se viu correndo, esbarrando nas pessoas e saindo correndo do estádio. A voz a acompanhou até o lado de fora, mas ela conseguiu despistá-la quando correu para fora da área do Pokéathlon.

Sua vergonha aumentava cada vez mais a cada passo que dava em direção ao centro pokémon. Será que quem a chamara fora Drew? E se foi esse o caso, o que será que ele pensou?

Ele deve achar que sou uma covarde.

Lágrimas começaram a se formar em seus olhos, e ela subiu pelas escadas do centro assim que chegou, os pés a levando no automático até a porta de seu quarto.

Ela fechou-a com um estrondo, pulando para sua cama e afundando a cabeça no travesseiro.

E chorou, como não fazia há tempos.

Foi apenas umas duas horas depois, quando seus soluços tornaram-se murmúrios e o sol começava a desaparecer pelo horizonte, que alguém bateu em sua porta.

A garota permaneceu em silêncio, esperando que quem quer que fosse desistiria após um tempo.

Mas as batidas continuaram, seguidas por uma voz um pouco aguda e irritante demais para ser de Drew ou Solidad.

– Abre logo, garota. Eu sei que você está aí.

A jovem sentou na cama com um pulo, surpresa. Levantou-se lentamente em seguida, curiosa para saber o que aquela pessoa estava sequer fazendo ali.

Ajeitou o cabelo antes de encostar uma mão na maçaneta, abrindo minimamente a porta e espiando o corredor de fora.

– Harley?

– Nossa, você tá horrível. - O coordenador ignorou os supostos “modos” e abriu totalmente a porta, passando por uma May atônita e sentando na cama confortável.

– O-o que você tá fazendo aqui? - Ela meio disse e meio berrou, confusa demais para falar num tom normal.

– Vendo o seu estado horrível de perdedora, claro. - Ele cruzou os braços. - Não vai fechar a porta? Seu rivalzinho pode aparecer daqui a pouco-

Ela bateu a porta tão forte que o barulho pareceu com o de um tiro.

– ...Ok, você não quer mesmo que ele te veja. - Harley comentou, impressionado.

– Eu não tenho tempo para suas brincadeiras, garoto. . - Ela rebateu. O mesmo levantou uma sobrancelha.

– De onde tirou toda essa coragem? Para quem saiu correndo que nem um Rattatta do prédio do concurso hoje, eu pensei que-

– Harley, - Ela sentiu sua voz falhar, a ideia de que pessoas tinham visto aquilo deixando-a com mais medo ainda de sair daquele quarto. - Você pode sair daqui, por favor?

– Tá, tá, desculpa. - Ele cruzou as pernas, estreitando os olhos. - Eu não vim aqui para te zoar, nem nada do tipo. - E revirou os olhos, - Eu não sou tão ruim, Mayzinha.

– Boa piada, idiota. - Ela encostou-se à porta.

– Você tá assim porque eu te derrotei naquele concurso? Porque garota, não é que eu podia perder de propósito, isso seria completamente estúpido.

–... Não. - May fitou o chão. - Eu não te culpo por aquilo, fui eu que perdi.

Mesmo que as suas interrupções nos meus treinos tenham meio que ajudado, ela deixou de acrescentar.

– Então que diabos é o problema? - Ele fez um movimento exagerado com as mãos. - Você sai correndo de lá, fica chorando no seu quarto, e espera que a gente adivinhe o que houve?

– Não! - Ela gritou, recebendo um olhar assustado do “roupa de cacto” como resposta. Corou um pouco, com vergonha de sua explosão. - Quer dizer... Não, eu não queria que adivinhassem. E-eu queria que me deixassem em paz, para falar a verdade.

– Desculpa aí, Maybelle, mas isso não vai ser possível. - Harley deu de ombros. - Somos seus amigos, não é como se sua opinião fosse nos impedir.

–... Você se considera meu amigo? - Ela franziu o cenho.

– Nah, era para dar mais drama. - Ele sorriu. - Mas enfim, como eu disse, não vai dar. Sabe por quê?

– Por que, Harley? - May perguntou sarcasticamente.

– Porque você, - Ele apontou para ela. - Vai para a festa de comemoração de hoje à noite e eu, - Ele apontou para si, - Vou te ajudar.

...Oi?

– Err... Não? - Ela cruzou os braços. - Não está me vendo? Como espera que eu vá para a festa depois de tudo o que aconteceu?

– Simples. - Ele abriu um sorriso. - Não tem nada que maquiagem não resolva. Agora vamos começar logo que daqui a pouco não dá mais tempo.

– Harley, eu não vou!

– Ah, vai sim, mocinha. - Ele a encarou mortalmente. - Solidad está me devendo um encontro por isso, e eu não vou perder uma oportunidade assim.

May o encarou.

–... Desde quando vocês vão a encontros?

– Isso não é da sua conta~ - Ele cantarolou, - Agora vai tomar banho.

– Eu não quero ir, Harley. - Ela recusou-se a sair do lugar. - Eles vão rir de mim.

– Do jeito que você saiu correndo, até eu riria.

– Não tá ajudando!

– Mas olha, você faria o seu rivalzinho extremamente feliz se você fosse. - Harley comentou, sorrindo. - Ele ficou tristinho depois que saiu correndo.

–... Ficou?

– Claro que sim! Até eu ficaria, garota. - O coordenador a encarou. - Quer dizer, eu ganho um concurso com o meu esforço e a minha rival nem me dá um parabéns nem nada do tipo? É como se você tivesse ignorado que ele foi campeão e saído feito uma egoísta!

– Eu saí porque estava com vergonha! - May acabou admitindo. Diante do silêncio, resolveu continuar. - E-ele é um dos melhores agora, e eu não consegui nem entrar no maldito festival. Onde você acha que isso me deixa?

Ela suspirou.

– Ele deve ter vergonha de me chamar de rival, agora...

Olhou para o chão, sentindo as lágrimas ameaçarem voltar para os seus olhos. Tão perdida nos seus próprios pensamentos, não percebeu que Harley tinha levantado.

Isso é, até ele bater no topo de sua cabeça com um livro.

– Ai! - Ela berrou, agachando e pondo as mãos na cabeça.

– Você, May Maple, é uma completa idiota.– O garoto comentou com uma mão na cintura. - Agora levanta daí e vá tomar um banho antes que eu te bata outra vez.

– E-eu-! Não toque nos livros dos outros! - Ela tirou o objeto das mãos dele e o deixou na cama onde estava anteriormente. - E por que acha que eu vou?

– Para o Drew dizer na sua frente que não te odeia, é óbvio... - Ele revirou os olhos outra vez. - E para você reverter a posição de “fujona” na opinião dos coordenadores daqui.

– Como eu vou fazer isso? - Ela fungou.

O garoto apontou para um vestido já num cabide perto de ambos.

– Com aquilo, claro. - ele sorriu. - Devo admitir May, você tem muito bom gosto.

– E-eu não-!

– Vá tomar banho, sim? - Ele sorriu, entregando-a o cabide. - Agora.

Algo no olhar maquiavélico dele dizia que May não escaparia dali tão facilmente.

–-- x ---

O salão de festas do local estava lotado de pessoas, todas vestidas elegantemente e comemorando o fim do Grande Festival de Johto.

Porém, ao invés de estar feliz como um campeão normal, Drew Hayden encontrava-se sentado numa das mesas olhando para o nada. Mesmo vestido formalmente com um terno e tudo mais, não tinha nem posto os pés na pista de dança.

A moça ao seu lado, que ficara em segundo lugar, usava um vestido sem mangas longo de tom pastel que tinha passava para um laranja claro em degradê perto da cauda. Ela parecia tentar animá-lo.

– Drew, não fica assim. - A ruiva pediu, suspirando. - Eu já disse que o Harley vai dar um jeito.

Ele permaneceu quieto.

– Ela vai vir, eu sei disso. - Solidad insistiu, - Quer dizer, é o Harley, ele consegue fazer de tudo quando quer.

Silêncio.

– Você sequer está me ouvindo, Drew? - Ela olhou para o garoto que encarava seu copo, pensativo. Estreitou os olhos.

– Olha a May ali! - Fingiu-se surpresa, apontando para o lado, e ele foi rápido em olhar também. A mulher sorriu vitoriosa. - Te peguei!

Ele a encarou por um momento, antes de suspirar.

– Desculpa, é que eu estou um pouco confuso.

– Confuso? - Ela tombou a cabeça para o lado. - Com o quê exatamente?

– Bom, eu não esperava que a May fosse sair correndo de mim quando eu ganhei o Festival. Não depois...

– Depois do quê? - Ela aproximou-se do garoto.

Ele desviou o olhar.

– Você está escondendo algo de mim, Hayden? - Solidad o olhou ameaçadoramente.

– Não, eu... - Ele suspirou. - É, talvez eu esteja. É que ontem ela disse algo que me fez pensar...

Ela ficou quieta para deixá-lo continuar.

– Que ela gosta de mim. - Terminou. - Mas agora eu nem sei mais.

– Nossa, alguém como você está confuso de suas habilidades em atrair garotas? - Ela riu, - Isso é novidade.

– Não é todo dia que alguém foge de mim dessa maneira. - Ele resmungou.

– Ah... - Solidad murmurou, antes que algo - ou alguém - chamasse sua atenção na entrada do salão. Ela esticou-se um pouco para ver melhor e arregalou os olhos, impressionada.

– Que houve? - Drew a encarou como se ela fosse maluca. - Parece que viu um fantasma.

– Não, é só que... - Ela abriu um sorriso, apontando para frente. - Harley definitivamente se superou dessa vez.

Ele olhou para a mesma direção, confuso. Mas seu rosto mudou completamente ao ver a garota que aparecia na entrada.

May estava nervosa. Mal tinha entrado, e todos tinham os olhos nela. Engolindo em seco, ajeitou novamente os cabelos ondulados nas pontas que teimavam em cair na frente de seus olhos.

Ela tinha amado o vestido vermelho assim que o viu na loja. Quer dizer, ele era lindo, curtinho e com camadas finas sobrepostas que se assemelhavam a uma flor desabrochada. Ela também achara os saltos pretos perfeitos para combinar, assim como um cordão de pingente de rosa preto.

Não era, porém, tão especial assim. Então por que diabos estavam todos a olhando?

Será que foi por causa de hoje? Ela pensou, fitando o assoalho do lugar. Uma vontade de sair dali quis tomar seus sentidos, mas a garota permaneceu seu trajeto até o centro do salão.

Eu não vou fugir outra vez, May andou de cabeça erguida, não importa o que eles pensem.

Finalmente, ela encontrou quem procurava.

Ele estava lá, lindo como sempre. A garota quase sentiu vontade de esganá-lo por seu dom de permanecer irresistível todas as horas. Principalmente todo de preto como estava, com a jaqueta aberta e nenhuma gravata à vista.

Como se ele precisasse de uma, o seu lado mais honesto comentou. Ele poderia aparecer de calça jeans que ficaria perfeito do mesmo jeito.

Ela sentiu vontade de concordar consigo mesma, se isso em si não fosse estranho. E também, ainda tinha um pouco de consciência sobrando em seu cérebro.

– Nossa, May! - A voz de Solidad a acordou de seus pensamentos. - Você está linda!

– Ah, obrigada... - A garota murmurou, sem graça. Nem percebeu que a ruiva andara até ali. - Você também, o seu vestido é lindo!

– Não precisa retribuir todo o elogio que ganha, May. - A mais velha riu. - Agora vamos, tem alguém que quer te ver.

Solidad puxou-a até a mesa em que estava anteriormente, onde seu rival a esperava. May sentiu sua mente ficar em branco assim que seus olhares se encontraram, e abriu a boca para não conseguir dizer nada.

Por isso, Drew decidiu falar primeiro.

– Você está linda. - Comentou. Ela corou escarlate com isso.

– O-obrigada. - Murmurou. - Uh... Parabéns por ter ganhado hoje, e...

Ele a encarou por um tempo, enquanto ela tentava explicar porque exatamente tinha fugido. Por fim, suspirou.

– May, olha...

– Oláa pessoal! - Harley apareceu em cena no segundo seguinte, assustando a todos. Ele pousou as mãos nos ombros de May. - O que fazem parados aqui? Vão dançar!

– Eh? - A coordenadora o olhou assustada. - Dançar? Como-?

– Vai lá, Mayzinha. - Ele piscou para ela. - Aproveita e explica o porquê de ter saído de cena hoje de tarde.

– Mas eu-!

– E para o seu próprio bem. - Ele sussurrou no seu ouvido, -Não deixe esse momento passar.

Solidad, enquanto isso, sorriu para seu amigo em um incentivo silencioso. Drew pareceu tomar um pouquinho de coragem.

Ele chegou mais perto da jovem, curvando-se para frente e tomando uma das suas mãos. Antes que ela pudesse impedi-lo, sentiu uma sensação quente e familiar em sua mão que lançou faíscas por todo o seu corpo.

– Você me daria a honra dessa dança? - Perguntou, com o sorriso cínico que sabia fazer tão bem.

– T-tudo bem... - Não é como se conseguisse dizer não depois daquilo tudo.

Ele riu um pouco do rosto corado e surpreso da rival,puxando-a para onde alguns casais já dançavam. Os dois outros ficaram os observando ir, sorrindo.

– Obrigada por isso, Harley. - Solidad o olhou.

– Tá, que seja. - Ele a encarou, sério. - Desde que o combinado seja feito.

– Claro, como quiser. - A ruiva riu, sentando novamente com ele na mesa.

–--x---


– Err... Drew? - May começou, quando já estavam longe o suficiente daqueles dois.

Ele a encarou, deixando-a continuar. A garota fitou o chão por um momento com vergonha, antes de murmurar:

– É que... Eu meio que não sei dançar.

– Não? - Ergueu uma sobrancelha. Após isso, sorriu. - Bom, não tem problema. Deixa que eu conduzo.

– M-mas e se eu pisar no seu pé, ou cair, ou fazer outra coisa vergonhosa?

– Calma. - Ele sentiu vontade de rir do rosto nervoso que ela tinha. - Só confie em mim, tudo bem?

May hesitou, mas assentiu levemente. O coordenador viu nesse gesto uma chance e tomou a mão dela, e deslizou seu braço para segurá-la pela cintura. O jazz animado que tocava mudou para uma valsa lenta, completando perfeitamente o clima.

Lentamente, ela foi acompanhando-o enquanto ela dava passos ritmados para completar uma volta. Algumas pessoas pararam para observar, mas nenhum dos dois se importava no momento - tudo se resumia a ambos, rodopiando pelo salão sem preocupações.

– Ei... - Depois de uns minutos, May reuniu forças para chamar sua atenção. - Hoje de tarde, desculpa por ter saído daquele jeito.

– Não sei se te desculpo, não. - Ele comentou, rodando-a antes de voltarem ao ritmo de antes. - Você me fez correr até o estádio do Pokéathlon antes que eu desistisse de te seguir.

– Então foi você que me chamou? - Ela piscou, envergonhada. - Desculpa... É que eu fiquei com medo no último minuto.

– Medo de quê? De que eu fosse rir da sua cara por que eu ganhei e você não?

– Você não é tão idiota assim. - A garota discordou. - Metido sim, narcisista ao extremo. Mas não a esse ponto.

– O que foi, então? - Ele parou de dançar. A música continuou tocando suavemente ao fundo, o que deixou a jovem mais calma.

E também, ela sentia-se segura ali, com ele. Era como se suas inseguranças parecessem infantis e sem sentido - o que ela estava começando a achar que eram mesmo.

– Eu... Fiquei com medo de você ter vergonha de me ter como rival agora. - Por último, ela disse, encontrando seus orbes azuis celestes com os dele, de jade. - Quer dizer... Você ganhou. É um dos tops. E eu?

– Você é May, a que passou dos discos rosas idiotas para apresentações que quase te fizeram campeã do Grande Festival. - Ele respondeu, sério. - Já não te disse que não participar de um torneio não faz a mínima diferença, garota?

– Eu sei, eu sei! - Ela bufou. - Mas o que eu faço se disserem que não estamos no mesmo nível agora?

– Simples, oras. - Drew deu um de seus sorrisos característicos. - Ganhe o próximo Festival e faça-os mudarem de ideia.

Ela não pôde evitar o vermelho que subiu pelas bochechas, assim como a sensação agradável por dentro de seu peito. Tê-lo ali a encorajando era mais do que o suficiente para a fazer sorrir, e pensar que sim, ela conseguiria fazer aquilo.

– ...Você fala como se fosse fácil. - Não pôde deixar de comentar, porém, mesmo estando com o rosto radiante.

– Você é a minha rival, é claro que vai ser fácil. - Ele deu de ombros. - Mas não quer dizer que vou pegar leve com você nos próximos concursos.

– Hunf, eu espero que não pegue mesmo.

Ambos permaneceram lá, sorrindo um para o outro. Esqueceram-se totalmente das pessoas os observando, além do fato que ainda não tinham saído da posição de meio-abraço em que estavam enquanto dançavam.

Como tudo tem sua hora, porém, May finalmente percebeu os olhares e se afastou dele.

– Uh... Desculpa. - Ela murmurou. - Estão todos olhando para cá agora...

– Por que está pedindo desculpas? Eles estão olhando para mim, May. Eu sou o campeão, lembra?

– Convencido.

– Estou cansado desses apelidos amorosos, não tem outros não?

– Que tal cabelo de alface? - Ela quase riu da cara que ele fez.

– Não.

– Ah, mas é legal!

Não.

– Tá bom, né. - May abriu um sorriso doce, tentando acalmar o garoto que agora parecia irritado. - Vamos voltar para a mesa?

– Hmm... - Ele pareceu pensar sobre a possibilidade, antes de discordar. - Não. Que tal dançar mais um pouco?

–...Bom, eu estou te devendo uma, então... - Ela aumentou o sorriso. - Pode ser.

Drew retribuiu o gesto, antes de curvar-se novamente e tomar a mão da jovem. Esta corou mais uma vez, ficando duas vezes mais sem graça do que já estava.

– O-o que está fazendo? - Piscou uma dez vezes seguidas.

– Te convidando para dançar.

– Assim?

– Sou um cavalheiro, fazer o quê. - Ele beijou sua mão suavemente mais uma vez, o que a fez corar mais. - May Maple, você me daria a honra de dançar com você?

– Tudo bem, Sr. Hayden, desde que você não faça mais isso. - Ela rebateu, o encarando.

– Não posso prometer nada.

Retomaram o passo como se não tivessem parado de dançar. May esqueceu-se totalmente das pessoas que a cercavam e, mais uma vez, dançou como se não houvesse amanhã.

Como se não houvesse mais dúvidas de por que caminhos ela escolheria ir em seguida.

Porém, tudo tem sua hora.E ela teria que em breve decidir o que fazer e seguida, e, inevitavelmente, o que exatamente queria que seu relacionamento com seu rival se tornasse.

Já que obviamente eles eram mais que rivais... Não exatamente amigos...

Mas poderiam eles ser algo mais?



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Notas finais do capítulo

Ta-daaaah~ Meus fins são clichés.
Só temos um beijo no fim, e todos sabem qual é. Encontro vocês no último capítulo! Mas qual será o título dele? Bom, tudo aponta para uma frase de três palavras, não é? Hehehe~
Até mais, pessoal! Tenham um feliz ano novo! ♥



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