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Beijo na orelha: Indica desejo, além de um ar de travessura.

“Eu quero você.”

Uma garota de cabelos castanhos e olhos azuis cor do céu jazia sentada em frente a um telecomunicador no hall do centro Pokémon. A um dia da final do torneio, ela já começava a pensar em que fronteiras poderia se aventurar em seguida.

– É, acho que eu vou ficar até o final da competição mesmo. – No outro lado da linha, um garoto com um boné assentiu, o Pokémon elétrico ao seu lado sentado confortavelmente em seu ombro.

– Já sabe para onde vai depois? - May tombou a cabeça para o lado, pensativa.

Não era nada fácil, tomar decisões como essas em tão pouco tempo. Ela tinha gasto quase um ano em Johto, com todas as competições, concursos, viagens, torneios...

E, agora com experiência, sabia que viajar sozinha era um saco, além de extremamente solitário.

– Talvez eu vá para Sinnoh. - Murmurou, depois de um tempo. - Dawn disse que me acompanharia se fosse para lá. Mas não tenho muita certeza...

– Quer conhecer mais lugares antes de voltar para Hoenn? - Ele falou, mas pareceu mais uma afirmação - o que não deixava de tornar aquilo uma verdade.

Como dizer... Conhecer lugares novos no mundo era uma coisa fantástica para ela. Exatamente como se estivesse entrando numa realidade paralela, onde tudo era novo, mas, ao mesmo tempo, igual.

Chegava até a assustá-la um pouco, como podiam ter locais tão grandes assim tão longe de casa.

– Você sabe como é, né. - A coordenadora deu de ombros. Seu amigo fazia isso há anos, então deveria saber como ela estava se sentindo. - Assim como você quer enfrentar novas coisas, eu também quero!

– Isso é ótimo. - Ele sorriu. - Você deveria passar em Unova depois de Sinnoh, então! Iris disse que vão começar com uma temporada de concursos Pokémon por aqui em breve.

– Sério? Talvez eu vá! - Ela sorriu. - Bom, estou indo. Até mais Pikachu! - Acenou para o ratinho elétrico, que respondeu com entusiasmo. - Diga um oi para a Iris e para o Cilan para mim!

– Ok! - Ash acenou. - Mande um oi para o Drew também.

Silêncio.

– ...Eh? - Seu rosto tornou-se confuso, e ela abaixou a mão rapidamente. - Como assim? Você sabe que não viajamos juntos, não seria meio estranho se eu...

– Mas você ainda está aí por causa dele, não é? - O garoto arqueou uma sobrancelha. - Já que ele está nas finais e tudo mais...

– Ah, não! Hahaha... - May riu com nervosismo, não sabendo como reagir. - Eu... Estou aqui para estudar! Sobre os finalistas e tudo... Também estou treinando, e a Solidad ainda está no torneio também! Então é...

Não é por causa dele. Sua mente terminou o que ela não pôde falar.

– Tudo bem então... - Ash pareceu não perceber que ela estava nervosa, e sorriu. - Então até mais, May! - Pikachu despediu-se outra vez, e a tela ficou preta.

Ela se levantou vagarosamente, e pôs uma mão sobre a testa.

– Ai não... Está tão óbvio assim? - Murmurou para si mesma. Dawn tinha dito a mesma coisa e rido da cara dela quando ela comentou sobre o torneio, e agora até Ash, que nunca pareceu perceber coisas assim, também...!

May procurou alternativas para ignorar o fato que estava obviamente lá por causa do rival. Sacou uma pokébola da bolsa, assumindo um sorriso largo.

– Estou aqui para treinar, então é melhor fazer isso! - Falou para si mesma, e pôs-se a andar apressada até a porta do centro Pokémon. Depois de uma pequena caminhada, avistou a entrada do National Park e sorriu - poderia ser lá.

Goldenrood era uma cidade bem grande, e era fácil de se perder lá dentro. Por isso, o estádio dos concursos tinha sido feito próximo do prédio gigante do Pokéathlon, que fora inaugurado naquele ano.

E, sabendo que provavelmente os finalistas estariam por lá, ela tomou o caminho alternativo pelas árvores para chegar ao parque.

Tenho que parar de fugir, mas... Suspirou ao entrar pelo grande lugar. Diversos pokémons selvagens se encontravam lá, e pessoas caminhavam e brincavam dentre os grandes espaços livres do parque.

Era o lugar perfeito, por assim dizer.

– Ok Ledian, saia! - Ela liberou o Pokémon inseto, que saiu e pairou sobre o ar, as asas vibrando rapidamente. - Hoje quero treinar seus ataques, está bem?

– Ledi! - O Pokémon respondeu com entusiasmo.

– Então vamos lá! - Ela sorriu. - Use agilidade!

O Pokémon moveu-se instantaneamente, voando em zigue zague no ar e ao redor de sua treinadora. May observou uma árvore de apricots por perto, e teve outra ideia.

– Use swift naquela árvore! - E ele obedeceu, liberando estrelas com sua velocidade que chocaram-se contra a árvore e derrubaram algumas frutas.

– Por último... - Ela engoliu em seco, sabendo que aquele último ataque não era muito controlado ainda pelo Ledian. - Bug Buzz no mesmo lugar!

O Pokémon parou, se concentrando. Suas asas começaram a bater duas, três vezes mais rápido...

Vamos lá...

E uma onda de som foi emitida através delas, indo na direção da árvore. Porém, ela perdeu força na metade do caminho, não fazendo nada além de movimentar alguns galhos.

– Quase... - Ela relaxou as costas, caindo com dramaticidade. Depois, virou-se para seu Ledian que parecia desapontado. - Não se preocupe, tenho certeza de que vamos conseguir isso uma hora ou outra!

– Ledi!

– Bom, acho que podemos parar um pouco... - Ela sentiu um bocejo borbulhar por sua garganta, e caiu de costas na grama para observar o céu. Ledian pousou em um canteiro próximo, entretido com algumas flores amarelas.

O céu estava claro, com poucas nuvens pairando na imensidão azul. Tudo indicava que amanhã faria um dia perfeito. Ela sorriu, mesmo que um pouco triste. Seria sim, perfeito, se ela estivesse nesse dia presente como participante para a final do torneio.

– Meus pensamentos não podiam ficar piores, hein... - Comentou para o vazio. A imensidão do céu à sua frente respondeu com uma nuvem em formato de rosa que piorou ainda mais sua situação.

Ela virou de frente para o chão, há muito não ligando mais para o estado das suas roupas. Assoprou uma mecha teimosa que caíra por cima de seus olhos e observou seu Pokémon brincando no gramado.

May estava confusa. Desde aquele dia, daquele infeliz dia em que seu “rival” - entre aspas porque ela não sabia mais o que eles eram - teve a grande ideia de beijá-la e causar essa confusão toda.

E o pior de tudo: fora um beijo na bochecha. Uma coisa tão boba, que mesmo assim causou um frenesi de emoções descontroladas que superlotaram sua mente e fizeram-na fugir dele como se fosse uma praga.

O que não era exatamente mentira; ela estava começando a considerar o fato de que Drew era uma praga mesmo. Uma daquelas terríveis, que assolavam grande parte da população idiota feminina do planeta que gostava de concursos pokémon.

– Argh! - Ela praguejou alto, assustando alguns Pidgeys próximos. - Desde quando eu sou tão estúpida?

Não que ela não soubesse o que aqueles sentimentos estranhos fossem, mas... Ela achava que tinha crescido disso. Que sua crescente paixão que obtivera por ele em Hoenn e Kanto teria evaporado com o tempo, esvaído do seu corpo e a deixado em paz.

Já que, francamente, ela não queria sofrer uma daquelas quedas catastróficas de filmes românticos que envolviam um bando de Illumise e Volbeats num lago e acabar com um coração partido.

E, mesmo que eles estivessem mais próximos, aquele continuava sendo seu rival idiota. Além disso, comparada a todas aquelas milhares de fãs dele...

Ela não tinha a menor chance, não é?

A coordenadora decidiu se levantar, ver se voltava para o centro e achava algo melhor para fazer do que pensar em coisas como aquelas.

Tirando a sujeira das roupas, May ergueu a cabeça à procura de seu Pokémon joaninha...

...Só para descobrir que ele não estava lá.

–... Eh. - Murmurou, olhando para os lados. - Ledian? Cadê você?

A garota vasculhou a árvore próxima a ela, olhou por entre alguns bancos, e nada. Bufou. Onde será que ele poderia estar?

No chão, achou um rastro de pétalas amareladas. Decidiu segui-las, contornando algumas pessoas e parando em frente ao bosque do parque.

Ash uma vez comentara que tinha participado de uma competição lá, e que havia alguns pokémons fortes dentro do tal bosque. Mas, como o bom senso da garota já andava ruim a algum tempinho, ela decidiu deixar isso de lado e entrar assim mesmo.

– Esse lugar é mais denso do que eu pensei... - Comentou, observando por entre as copas das árvores. Tentou chamar o nome de seu Pokémon mais algumas vezes, sem resposta.

– Ledian? Vamos, onde você está? - Suspirou, aflita, recostando-se em uma árvore. Tinha a pequena impressão de que estava perdida.

Ótimo. Foi o que pensou. Esse dia ainda pode piorar?

Foi aí que ela ouviu um barulho.

Deve ser o carma.

May engoliu em seco, tentando prestar mais atenção no que fora aquilo. Parecia o barulho de... folhas. Folhas se movendo e de algo vindo em sua direção.

Ela tentou mesmo não pensar em pokémons grandes e altos a atacando. Só que sua mente já estava receosa, e ela acabou deixando isso passar. A garota moveu uma mão para seu quadril, segurando com força a pokébola de seu Pokémon mais forte, Blaziken.

O barulho foi aumentando mais e mais até que...

Alguém apareceu.

– O que você está fazendo aqui? - E, para sua surpresa, era a pessoa que ela mais queria evitar. Sim, era definitivamente o carma.

– O que você está fazendo aqui? - Ela contornou a pergunta, largando a pokébola e cruzando os braços.

– Bom, amanhã é a final do festival, May. O que você acha que eu estou fazendo? - Drew comentou irônico, revirando os olhos. - Estava treinando e ouvi uma voz, então vim até aqui para ver o que era.

– Você está treinando num bosque?

– Não quero que vejam minhas estratégias para amanhã. - Ele suspirou, fechando os olhos. - Vai me responder ou não?

– Ah! - Ela pareceu-se lembrar da pergunta. - Eu estava treinando também e, uh... Eu meio que perdi meu Ledian.

– Você perdeu o seu Pokémon... Treinando? - Ele arqueou uma sobrancelha.

Ótimo May, agora ele te acha uma idiota! Ela corou, balançando as mãos para os lados. - Não, eu estava numa pausa! E eu me distraí, e quando olhei... Ele tinha sumido.

O garoto a encarou por mais alguns segundos, antes suspirar outra vez.

– Você sabe pelo menos por onde ele foi? - Ele indagou.

– Você quer me ajudar? - A garota piscou, confusa.

Drew deu de ombros. - Não é como se eu fosse treinar mais, de qualquer jeito. E então?

– Bom... O rastro que ele deixou parou no bosque, então... - Ela sentiu uma gota descer pelo rosto. - Eu não sei.

– Ugh. - O coordenador ajeitou o cabelo, olhando para os lados em seguida. - Você disse que era um Ledian, não é?

– É sim.

– ...Talvez eu saiba onde ele pode estar. - Ele comentou, colocando uma mão no queixo. Em seguida, apontou para o lado de que tinham vindo antes. - Vamos, é por aqui.

– Tudo bem então... - Ela seguiu-o hesitante, ainda nervosa pela situação em que acabara de parar. Sozinhos, num bosque, sem ninguém por perto...

Ela corou violentamente, tirando os pensamentos da cabeça na maior velocidade possível.

Era por isso que ela estava o evitando nesses últimos dias; sua mente formulava coisas tão absurdas que May ficava com vergonha de olhar na cara dele. Isso era frustrante, e, pior de tudo, tinha quase certeza que uma hora ou outra ele iria notar.

A coordenadora quase tropeçou numa raiz de árvore enquanto andava, resultando num gritinho e uns cinco passos desgovernados para frente. Drew segurou-a pelo braço para que ela não caísse, e a olhou preocupado.

–Tá tudo bem?

Ela congelou por um segundo, corando ao virar-se e perceber que os dois estavam mais perto do que ela imaginava. Desvencilhou-se da mão que segurava seu braço, sentindo o rosto queimar.

– T-tá, tá sim! Vamos continuar andando. - E murmurou uma desculpa, avançando para muito a frente dele. O garoto encarou-a por um tempo, antes de suspirar.

– É ali, May. - E apontou para um amontoado de árvores que dava para uma caverna.

– Ali? - Ela se virou, chegando mais perto. - Numa... caverna?

– Confie em mim. - Ele murmurou, pegando-a pela mão e a levando para dentro de lá. A coordenadora não teve nem tempo de reagir, pois no instante seguinte avistou o que procurava.

– Ledian! - Ela soltou-se do coordenador ao seu lado, indo até o Pokémon joaninha que sentava em uma pedra e o abraçando. - Nunca faça isso outra vez, pensei que tinha sumido!

– Ledi... - O inseto murmurou, sentindo-se culpado. Ela sorriu novamente, antes de tirar sua pokébola do quadril e retorná-lo. Depois, levantou-se, a atenção voltada agora para o garoto que a esperava na entrada.

– Como você soube que ele estava aqui? - Indagou, se aproximando.

– Ledians são pokémons noturnos, não estão muito acostumados com a luz. - Ele deu de ombros. - Vi uma coisa passar na direção de uma caverna antes, e pensei que ele poderia ter ido para lá para descansar.

– Ah... Eu não sabia. - Ela mirou a pokébola, preocupada. - Mas... Ele vai ficar bem?

– Não se preocupe. - Drew sorriu um pouco. - Ele deve ficar melhor com um descanso.

– Ah... Obrigada. - Ela murmurou, retribuindo o sorriso.

E depois, mais nada.

May olhou para baixo, alternando o peso do corpo entre os pés. Não sabia o que falar, o que fazer - o nervosismo de antes tinha voltado à tona. Ela não tinha ideia de como se comportar naquela situação, então preferiu continuar quieta.

– Ei.

E, claro, Drew tinha que quebrar o silêncio.

Ela curvou um pouco a cabeça, olhando-o de soslaio. O garoto a encarou, antes de suspirar novamente.

– Você está me evitando, não está? - Começou. - Por causa do beijo de antes.

Seu rosto corou quase que imediatamente, e ela por pouco não caiu para o lado com o susto. Sua boca abriu, mente tentando formular uma desculpa, mas só coisas incompreensíveis conseguiram sair.

Bingo.

– Transparente como sempre, May. - Ele ousou abrir um sorriso curto, mas depois voltou ao seu rosto sério. Reclinou-se na parede fria da caverna, observando as árvores da floresta à frente de ambos.

– E-eu não- Ela tentou, tropeçando nas palavras.

– Não era a minha intenção te deixar assim, sabe. - Drew interrompeu-a novamente, - Eu só estava... Para falar a verdade, eu nem sei o que estava fazendo.

Pela luz que vinha pelo lado de fora, ela pôde notar que ele tinha um leve tom de vermelho adornando o rosto. Devagarzinho, May se aproximou, guardando a pokébola junto com as outras.

– E eu também sei que mesmo que eu seja incrível e tudo mais, - Ela resistiu à vontade de revirar os olhos, - sei que mesmo com aquilo você nunca vai deixar de pensar que eu sou seu rival idiota ou coisa assim. Por que eu sou arrogante, meu cabelo é verde, eu falo coisas na hora errada, eu...

Eh?

Ela franziu o cenho, realmente confusa, observando enquanto seu rival dramaticamente listava todos os seus defeitos bem na sua frente. Dava até vontade de gravar tudo para mostrar à gerações futuras que uma vez na vida aquele garoto tinha sido honesto.

Além disso, parecia frustrado, como uma criancinha mimada que finalmente arranjou a coragem de se desculpar por coisas que ela já fez-

E o pior de tudo, ele tinha entendido tudo errado!

Se May não estivesse extremamente nervosa no momento, teria aproveitado essa chance de ouro para rir da cara dele.

– Huh... D-drew... - A coordenadora começou, tentando quebrar a discussão de um lado só que ele travava. - Você não entendeu... Quer dizer...

Ele não estava ouvindo. May engoliu em seco, falando mais alto.

– Não é isso, não é nada disso. É só que eu... - E fitou o chão. Devia estar mais vermelha que as costas de seu Ledian agora. - Aquele beijo foi como... Como se me acertassem com um Dizzy Punch ou coisa assim, e eu não conseguisse pensar direito no que fazer, no que exatamente aquilo quis dizer, e...

Ai meu Arceus, ela era uma idiota que estava prestes a fazer algo mais idiota ainda. Maldita impulsividade, de onde mesmo ela tinha ganhado aquilo?!

– Eu fiquei com medo de... Daquilo não ter significado o mesmo para mim do que para você, e... - Pulso rápido, dedos que não paravam quietos, ela comprimiu ainda mais os olhos, - P-porque eu realmente quis que aquilo significasse algo para você, e-!

De repente, o tempo pareceu parar. Ela sentiu uma mão pousar no seu ombro, e olhou para cima só para encontrar jade. Uma imensidão de jade, de olhos perto demais dos dela e nossa, eles eram tão bonitos assim?

Quer saber, isso não importava mais. Ela tornou a fechar os olhos, podendo sentir uma respiração quente no seu rosto.

E depois... Uma sensação quente.

Na orelha.

A coordenadora cambaleou para trás, as duas mãos segurando uma orelha que pinicava enquanto tentava formular uma hipótese para o que diabos tinha sido aquilo. Quando viu o rosto divertido do garoto à sua frente - e um pouco feliz, aparentemente -, ela começou a assimilar as coisas.

– V-você-! - Apontou para ele, a mão obviamente tremendo de nervosismo.

– Desculpa, May. - Drew deu de ombros. - Você ainda não vai ganhar algo assim de mim. - E colocou um dedo sobre a boca, para indicar exatamente o que estava insinuando.

Ela desejava ter um buraco grande o suficiente para jogá-lo lá dentro.

– ORA, S-SEU! - Ela praticamente rosnou, avançando em sua direção enquanto ele saía. - Volta aqui!

– Até amanhã, May. - Ele virou-se, acenando com uma das mãos levantadas. - Não falte à final, tudo bem? Não seria a mesma coisa se a minha rival não estivesse lá para eu mostrar o quão melhor que ela eu sou.

– Você não é...! - A garota bufou, fechando os pulsos. - Aaargh!

Idiota. Maldito rival idiota que adorava brincar com os seus sentimentos.

Ela saiu em passos apressados pela floresta, confiando em seu senso de direção para achar o caminho até o parque. Agora sua mente estava mais confusa ainda. Ele gostava dela? Estava brincando com ela? O que exatamente estava acontecendo?

E ainda mais, um beijo na orelha...! Ele não sabia as implicações que isso tinha?!

Foi aí que ela percebeu.

May não poderia mais classifica-los como simples “rivais”. E ela não achava que amigos seria um bom rótulo para os dois. Sendo assim...

O que exatamente eles eram agora?