5 Kisses escrita por StardustWink


Capítulo 5
Eu te amo.


Notas iniciais do capítulo

Wooooow, último capítulo! Gente eu demorei muito com isso aqui, mil perdões pessoal. Mas eu achei esse último capítulo bem fofinho! Eu espero que vocês também gostem.

É com grande prazer (e mágoa também, claro) que eu lhes apresento o último capítulo da fic!



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Beijo nos lábios: Demonstração universal de afeto e amor.

“Eu te amo.”


Era um dia chuvoso em Olivine.




Não era como se May odiasse dias de chuva. Quer dizer, ela poderia se enrolar em baixo de um cobertor, esquecer os treinamentos e tomar sorvete vendo programas de TV, além de adorar o cheiro sutil de chuva e a umidade que ela deixava no ar.

Mesmo assim, aquele era o seu último dia em Johto, e ela queria ter tido uma despedida um pouco menos monótona.

No momento, a garota sentava no seu quarto alugado do centro pokémon, olhando as gotas caírem pela janela. Seu Glaceon dormia tranquilamente em seu colo, e ela fazia carinho nele distraidamente.

Iria sentir falta do tempo que passara ali.

Não importa se viajar sozinho era chato, ela ainda tivera ótimas memórias da região. Tinha feito novos amigos, capturado seu Ledian, e, claro...

Tinha finalmente “admitido” seus sentimentos. Para si mesma apenas, mas já era um começo.

– O que eu faço, Glaceon? - ela murmurou, ignorando que o pokémon não estava ouvindo.

Não tinha perguntado para onde Drew viajaria depois de Johto. E se eles fossem para lugares diferentes?

Ela não queria pensar sobre isso. Tinha decidido passar uns dias em Hoenn antes de partir em viagem - ela não sabia para onde ainda -, e já tinha muito com o que se preocupar.

Ainda assim...

A coordenadora encarou a porta do cômodo, pensando no que ele poderia estar fazendo agora.

xxx

Não percebeu que havia dormido até que sua Glaceon teve a grande ideia de lambê-la no rosto. Ela abriu um dos olhos, relaxando ao ver que sim, ainda estava chovendo, antes de espreguiçar e soltar um bocejo alto.

– Que horas são...? - Estendeu a mão por cima de sua pokémon até a pequena escrivaninha, procurando cegamente até encontrar seu pokégear.

A tela iluminada do aparelho indicava que já passava das cinco. May levantou da cama esfregando um dos olhos.

– Já tá tão tarde? - Ela fechou a cara. - Droga... Eu não vou mesmo conseguir sair hoje com essa chuva.

– Gla! - A raposa de gelo parecia discordar. Ela estava de frente para a porta, cavando a madeira com uma das patas como se quisesse que fosse aberta.

– Você quer ir lá para baixo? - May encarou a pequena, que grunhiu. - Bom, não tem mesmo o que fazer aqui em cima...

Eu poderia ver se ele está lá em baixo, repetiu para si mesma. Mas...

O que exatamente ela poderia falar para ele? Além da dança na noite de comemoração do festival, eles não tinham feito nada além de conversar rapidamente nesses últimos dias. E mesmo que ela soubesse que ele também pegaria o navio até Hoenn no mesmo dia que ela...

– Isso é estúpido, May. - Ela arfou, ignorando que falar com si mesma também não era muito normal. - Você já tinha decidido, então qual o problema?

Estava ela com medo da mudança? Não, não era isso. A coordenadora já passara há tempos da época em que tinha medo de arriscar coisas novas. O problema em si, era...

Ela observou, em cima da escrivaninha do quarto, uma rosa vermelha bem preservada dentro de um plástico. Seus olhos estreitaram um pouco, e ela moveu uma mão instintivamente para sua testa.

O beijo que ele me deu aqui foi para me consolar.

Ela moveu os dedos para sua bochecha, lembrando-se de quando eles conversaram.

Esse foi para me dizer que eu era importante para ele, não é?

May quase partiu para sua orelha, mas a breve lembrança de como exatamente ele tinha a beijado lá trouxe arrepios à sua espinha. Engolindo em seco, ela corou.

E esse para me irritar, sem dúvida alguma.

Por último, encarou a palma da sua mão direita, lembrando-se daquela noite, dos sons de saias longas deslizando, passos coordenados e um dos melhores momentos de sua vida. Ela sentiu-se tão leve dançando, tão despreocupada...

Esse último foi para me dizer que eu sou especial.

E...

Ela mordeu o lábio, pensando no último lugar onde ele ainda não tinha ousado tocar. Será que estava esperando o momento certo? Tendo certeza de que ela gostava dele do mesmo jeito que ela?

– Eu devia perguntar para ele. - Murmurou. Tinha medo de que, se eles seguissem caminho ainda indecisos sobre o que eram, ela não conseguiria mais tirá-lo de sua cabeça.

–... Ok. Está decidido! - Por fim levantou-se da cama, finalmente, parando para ajeitar o cabelo e parar em frente à porta, onde seu Glaceon a esperava já com tédio. - Vamos lá!

Assim que desceu, porém, não encontrou nenhum rastro de cabelo verde e fez bico. Esquecera completamente que havia a probabilidade que ele não estivesse lá. Porém, viu duas pessoas familiares acenando em uma das mesas do canto, e foi até elas.

– Ah, olá vocês dois. - Sorriu para Solidad, sentando-se ao lado dela e acomodando Glaceon em seu colo. Harley, que estava no lado oposto da mesa, arqueou uma sobrancelha.

– O que foi, Mayzinha? Você parece decepcionada? - Ele tinha um sorriso debochado, provavelmente nem precisava ter feito a pergunta para descobrir. Mas como era ele, não deixaria essa linda oportunidade passar.

A coordenadora o encarou por alguns segundos antes de suspirar.

– Vocês sabem para onde foi o Drew? Preciso falar com ele.

Ambos os mais velhos trocaram olhares entre si, e a ruiva foi a mais rápida a responder.

– May... Você não soube? - Solidad tinha uma expressão surpresa no rosto. - Ele resolveu ir mais cedo para Hoenn. O barco dele já deve estar indo embora...

O quê?

– C-como assim? - Ela levantou-se da mesa num pulo, e seu pokémon pulou para os seus pés. - Ele nem me avisou!

– Ele não queria te incomodar, você não tinha saído do seu quarto o dia todo... - A outra comentou. - Se é mesmo importante, melhor ir logo. Você pode alcançá-lo no porto.

– É! E-eu estou indo então! - Ela engoliu em seco. Não podia deixá-lo ir, não antes de esclarecer as coisas! Puxou a pokébola de Glaceon e a retornou, partindo em seguida em direção à porta sem nem pegar um guarda chuva no caminho.

Harley, que estava em silêncio durante toda a conversa, olhou para Solidad com os olhos arregalados.

– Ele ia embora hoje? De onde você tirou isso?

– Shhh. - A ruiva colocou um dedo sobre seus lábios, com um sorriso. - Eles precisavam de um último empurrãozinho.

– Mas com algo tão idiota? Nem acredito que ela acreditou numa bobeira dessas.

– Amor faz com que pessoas façam coisas estúpidas, Harley. - A garota sorriu, com um brilho peculiar nos olhos. - Mas também as enchem de coragem.

xxx

May corria a toda velocidade, tentando dar o melhor de si para não esbarrar em ninguém nem cair no chão. Ela tinha de chegar lá a tempo...!

Seu idiota. Drew, seu idiota! Se eu não chegar até aí a tempo, você vai ver só! Ela grunhiu em frustração, acelerando o passo. Cruzou duas esquinas e finalmente pôs os pés no porto...

Para não encontrar nada, absolutamente nada.

– Ele já foi...? - A garota parou, atônita. O cruzeiro não estava lá, já deveria estar longe o suficiente para não ser visto. Tinha ido embora...

Foi tudo em vão?

– E agora eu estou toda molhada... - Forçou um sorriso, observando os próprios pés.

Seu rival provavelmente a chamaria de desastrada, e perguntaria como exatamente alguém esqueceria o guarda-chuva quando estava chovendo tão forte. May responderia com o mesmo sarcasmo, mas inventaria um motivo para rir em seguida. Talvez pudessem compartilhar um guarda chuva...

Ela não tinha sequer dito que o amava.

Encarou as nuvens, sentindo um desconforto tomar o caminho de sua garganta. Deixou os pingos de chuva caírem sobre seu rosto, mas nenhum deles conseguiu levar embora a sua visão turva nem os começos de lágrimas que brotavam no canto dos olhos.

– Eu sou tão idiota...

– Concordo.

May piscou.

Ela estava ouvindo coisas? Porém, quando ouviu passos perante a chuva e a visão do céu ser coberta por o que parecia ser um guarda-chuva preto, ficou realmente confusa.

– Quem sai num dia desses e não leva um guarda-chuva, May? Quer pegar um resfriado? - Aquela voz tinha de ser a dele. A garota virou-se para trás, sentindo a esperança borbulhar pelo seu estômago e acelerar as batidas de seu peito.

E lá estava ele, estendendo o guarda-chuva em sua direção, e agora um pouco molhado por causa disso.

– Você não devia estar falando nada... - Ela conseguiu responder em meio ao alívio imenso que sentia. - E-está ficando ensopado com a chuva que nem eu agora...

– Bom, e de quem você acha que é a culpa? - Ele suspirou pesadamente, prestes a dar outra “lição de moral só que não”, quando percebeu que a chuva não tinha exatamente acabado no rosto da outra. - May...? Você está chorando?

Ela não gastou nem mais um segundo sequer.

Avançou em sua direção, a chuva e sua suposta vergonha quanto a isso esquecidas, e abraçou-o com a maior intensidade que conseguira. O pobre guarda-chuva preto caiu com o impacto, esquecido no chão do porto enquanto ambos jaziam na chuva, agora ensopados.

O coordenador não soube o que fazer de início, surpreso demais para falar alguma coisa. Depois, porém, envolveu-a com os braços e puxou-a mais para perto. May viu isso como uma oportunidade para encostar a cabeça no ombro do mesmo, deixando que suas lágrimas e preocupação fossem levadas pela chuva.

Passaram-se uns dez minutos até que ele resolvesse se pronunciar.

– Você está melhor? - Foi um murmúrio, só para ela ouvir, numa voz preocupada que não era nem um pouco característica do mesmo.

– Sim, eu... - Ela corou um pouco, parecendo finalmente perceber o que tinha feito. Mesmo assim, não ousou se afastar um centímetro de sua posição. - Pensei que você já tinha ido.

– Ido para onde, May? - Ele afastou-se um pouco, forçando-a a encará-lo de frente. - Do que você está falando?

– Ué... Você tinha resolvido ir mais cedo para Hoenn! Ia pegar o próximo cruzeiro, e... - Ela parou de falar, estreitando os olhos. - Espera aí.

Nesse mesmo momento, no centro pokémon, Solidad sentiu um arrepio na espinha. Estranho.

– Ela...! - A garota pulou para fora do abraço, colocando as mãos no rosto e enxugando suas lágrimas. - Ela me disse que você estava indo para Hoenn! E eu... Eu corri tanto, mas não tinha barco nenhum, e-!

– Você veio sem guarda chuva só para me ver partir? - Drew tinha uma sobrancelha arqueada e um sorriso debochado. Sua rival o encarou com irritação.

– É claro que sim! - Respondeu em alto e bom som, só depois parando para perceber o que fizera.

Um vermelho aflorou ao mesmo tempo no rosto dos dois. Seus olhares encontraram em meio à chuva e ao lugar deserto do porto de Olivine... E algo pareceu encaixar.

Ela sorriu. Logo, estava rindo - de si mesma, de sua idiotice, e daquela situação toda - enquanto o outro continuava a encarar.

– Estou começando a achar que você é mesmo maluca, May.

– Ah, cala a boca. - Ela deu uma última risada, mas continuou sorrindo. - Você rira também, se estivesse na minha situação. Eu corri até aqui, me desesperei, achei que não iria dar tempo para te dizer o que eu queria, e acabou que nem precisou de nada!

– Me dizer o quê, exatamente...?

Oh, ela tinha falado aquilo em voz alta? Seu sorriso diminuiu um pouco, mas ela o manteve. Aproximou-se do rival novamente, para ficar na frente do mesmo.

– É, eu meio que me esqueci de perguntar lá no baile, sabe... - May olhou para o lado, nervosa. - E na caverna, lá no outro dia, talvez até antes...

– Do que você está falando? - Ele estreitou um pouco os olhos.

– Como você sabe que gosta de alguém?

A pergunta foi o suficiente para calá-lo, e também para fazer o vermelho das bochechas da jovem reaparecer. Ela engoliu em seco, cerrando um pouco os punhos.

– Q-quer dizer, todo mundo sempre fala que você se sente estranha perto dessa pessoa, que você sente seu coração apertar quando pensa nela e tudo mais. Mas tem esse garoto, esse garoto incrivelmente idiota e metido... - Ela fez questão de dar ênfase nessa parte, - E mesmo que eu tenha certeza que eu o odeio, ainda me sinto desse jeito perto dele!

Um silêncio curto se instalou.

May respirou fundo, e finalmente ergueu seus olhos para encará-lo. Ele tinha... Um olhar diferente. Não conseguia definir exatamente o que era, mas talvez já tivesse o visto em seus olhos antes...

Ela encontrou-se continuando sem perceber.

– Me diz, Drew... Esse garoto não sai mais da minha cabeça. E parece que o meu coração vai explodir! O que eu faço?

– Bom... - O outro finalmente respondeu. - Você podia ser um pouco mais direta com ele. Uma declaração, talvez?

– Eu não sou muito boa com palavras. - Ela sorriu meio sem graça. - E ele também não, pelo que parece.

– Hmm. Tem outro jeito, então.

– Sério? Pois eu pensei que-

Ela não pôde continuar por dois motivos muito especiais. O primeiro era que o susto que levou quando foi puxada para frente a deixou sem fala, e o segundo...

Bom, o segundo era porque seus lábios estavam meio que ocupados no momento.

A garota arregalou os olhos de início, mas eles logo se fecharam. Era engraçado como ela sempre pensou que seu primeiro beijo seria numa praia ao pôr do sol ou algo super-romântico, e não num porto no meio de uma chuva forte e horrível.

Mas quer saber? Ela não estava dando a mínima. Debaixo da chuva, num sol escaldante ou num céu nublado, o beijo era doce demais para compensar tudo isso e muito, muito mais. Ela estava feliz, incrivelmente feliz, e não conseguiu controlar o sorriso enorme que se apoderou de seu rosto ao se separarem.

Pelo jeito, Drew também não estava muito diferente - Ele começou a rir logo depois, levantando uma das mãos para pousá-la na bochecha da garota que agora abraçava.

– Você parece uma idiota sorrindo desse jeito. - Implicou.

May bufou levemente com isso, mas seu rosto corado e o brilho feliz nos seus olhos tirou toda a expressão de raiva que ela poderia ter.

– Não estraga o momento, ok?

– Não fui eu que comecei a sorrir como uma maníaca aqui.

– Eu não estava sorrindo como uma maníaca, só estava feliz! - Dessa vez, ela conseguiu ser mais convincente. - Seu idiota!

Drew riu mais uma vez, e ela não conseguiu se decidir se amava esse som ou odiava-o com todas as fibras de seu ser. Como fora ele que tomara a iniciativa de beijá-la, optou pelo primeiro.

– Mas, ei... - May encarou-o mais uma vez. - Você ainda não disse como se sente por mim.

Ele calou-a com outro beijo rápido.

– E eu preciso? Beijos falam muito mais do que palavras.

Ela o encarou.

– Foi por isso que me beijou em cinco lugares diferentes nesses últimos meses? - E arqueou uma sobrancelha.

– Não, aquilo era só para te provocar mesmo.

Por algum motivo estranho, May não conseguiu encontrar forças para batê-lo por isso. Talvez esse troço de amor estivesse a deixando maluca, mesmo.

Mas, bom... Ela abriu um sorriso tímido, inclinando-se para frente. Não é como se os beijos tivessem sido tão ruins.

Fim!

...ou não.

Atchoo!

– Ah, não espirra em mim!

– Desculpa...

Silêncio.

– Uh... Acho que poderíamos usar o guarda chuva, sabe?

– Boa ideia.

Fim (de vez!)


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Notas finais do capítulo

Eu e meus finais fails, meu deus. Por favor, batam os tambores, eu *finalmente* terminei uma fic de multichapter no Nyah!!!! ;v; /emoção Eu queria agradecer à minha mãe, ao meu cachorro e à todas as leitoras que comentaram e favoritaram essa fic omg. ♥ Eu espero que vocês gostem das minhas próximas histórias!

E não, esse não é o fim das minhas fics de contest. Tem muito mais de onde essa veio, heh. Até mais, povo!