O Garoto Da Camisa 9 escrita por Gi Carlesso


Capítulo 29
Capítulo 28


Notas iniciais do capítulo

Muita tensão essa história, tomara que eu consiga terminar de arrumar até a hora de sair! @gigicarlesso @StoriesFF



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Melanie

Já naquele ponto, eu não conseguia mais ficar nem mesmo sentada, precisava andar e tentar tirar de minha mente todos os pensamentos ruins que me rondavam. Já faziam horas desde a última vez que Jonah entrara em contato conosco e por isso, eu não conseguia imaginar nada além de ele ter sido pego por Lilian ou seus seguranças. Sam me assegurava de que era impossível que Lilian pegasse Jonah, pois ele sempre conseguia fugir sem os outros nem ao menos perceber. Claro, eu bem que tentei me acalmar ouvindo-o dizer aquilo, mas estava óbvio que não estava tudo bem.

- Ele só deve estar terminando de fazer o combinado. – disse Sam. – Aposto que está tudo bem.

Bom, não era isso que estava parecendo.

Assim como eu, Roman parecera bem preocupado e aflito, tanto que fora até Sam e roubara seu celular do bolso. Confuso, Sam assistiu à Roman discando o número de celular de Jonah e esperar que ele atendesse. Porém, depois de segundos, pareceu desapontado e entregou o celular de volta.

- Está desligado. O que será que Jonah está fazendo?

- Não sei, mas estou preocupada com ele. – resmunguei.

Ao meu lado, Sam parecia inquieto, seus movimentos demonstravam que havia algo errado ou apenas que ele havia pensado em algo que pudesse funcionar. Rezando para que fosse a segunda opção, cutuquei seu ombro.

- Tive uma idéia. – ele sorriu. – Não sou um gênio, mas vamos ter que nos comunicar com outra pessoa de dentro do internato. Roman, você tem o número Jenna? Se eu conheço bem Jonah, sei que ele vai ter envolvido ela em seu plano.

confuso, Roman procurou o número por toda sua lista de contatos até que finalmente conseguiu encontrar o que procurava. Fiquei observando os movimentos dos dois e Jesse, quem batia o pé de forma nervosa, coisa comum para ela, pois nunca teve fama de pessoa muito paciente.

Sam esperou por algum tempo, até que ouvi a voz feminina do outro lado da linha.

Jenna parecia atordoada com alguma coisa, ela praticamente gritava ao telefone dizendo coisas confusas sobre Jonah ter entrado na sala de Liliam e que havia acontecido algo ruim. Sam tentava arrancar dela qualquer informação que pudesse ser importante, entretanto, qualquer tipo de tentativa de comunicação fazia com que Jenna começasse mais um ataque de histeria e gritasse no telefone.

 - Jenna, você tem que ficar calma e me explicar o que está acontecendo! – berrou Sam de forma impaciente.

- Sam... – disse ela, pela voz, eu tinha a noção de que estava chorando. – Acho que Liliam pegou Jonah, não sei ao certo, mas eu vi ela e os seguranças entrando na sala antes que ele conseguisse sair! Só não fui pega por eles, porque Andy me ajudou a escapar, mas ainda assim... Sam, o que vão fazer com ele?

Engolindo um seco vi Sam abaixar os olhos de uma forma um pouco aborrecida e ao mesmo tempo entristecida. Há tempos eu não o via daquela forma, pois Sam sempre tentara ser o mais forte possível perto de mim, agora, não havia nem mesmo um porquê para isso.

- Eu não sei, Jenna. – murmurou. – Vamos ter que esperar.



Jonah

Eles me carregavam por um corredor estreito, não consegui entender muito bem onde estava, pois as dores por meu corpo não me permitiam pensar bem. Senti que meus pés eram praticamente arrastados pelo chão, fazendo com que minha canela estivesse ralada. A minha volta, ouvi sons estranhos, quase como se estivesse chovendo ou algo assim, mas não me forcei a levantar a cabeça e checar, porque os seguranças que me carregavam só esperavam esse tipo de reação para voltar a me bater.

Forcei o ar para dentro de meus pulmões tentando respirar direito, mas minhas narinas foram invadidas por um cheiro de bolor, quase como algo velho, indicando que aquele lugar era mais antigo do que eu pensava. Os seguranças viraram uma esquina do corredor, me levando na direção de um lugar onde o cheiro fétido ficava cada vez mais forte.

- Coloque-o ai com os outros. – ouvi um dos que me carregava dizer.

Eu me sentia fraco, com os braços cada vez mais doloridos por ser carregado por ali, minha cabeça pendia para a frente por causa da exaustão, mas tudo apenas permaneceu pior quando os seguranças me jogaram ao lado de mais pessoas. Quando consegui forças para levantar a cabeça, me surpreendi com a imagem de alguns de meus amigos reunidos em uma espécie de sala grande com poucas janelas e a maioria com grades.

Aquele, era o lugar onde Liliam escondia os alunos.

Consegui me sentar enquanto observava os olhares tristes e confusos de algumas pessoas ali. Reconheci Tina, uma garota de minha sala, quem fez com que sua colega de quarto, Sunny, chorar por dias desde que desapareceu. Ela engatinhou até mim sentando-se no chão gelado ao meu lado.

- Por que eles trouxeram você aqui, Jonah? – ela olhou em volta, a fim de não chamar a atenção de algum dos capangas de Liliam.

- Todos os que sobraram no internato estão se juntando para tentar acabar com a Liliam. – murmurei. – Mas eu fui pego. Jenna e Andy vão tentar pegar o endereço daqui que deixei na sala dela quando me pegaram. – olhei em volta, um dos seguranças olhou em nossa direção procurando alguma prova de que estávamos conversando, mas voltou a sua posição não achando nenhuma. – Sam, Melanie, Roman e Jesse estão fora do internato, quando conseguirem o que deixei na sala de Liliam, vão nos tirar daqui.

- Espero mesmo que sim. – disse antes que um segurança brigasse conosco.



Eu havia dormido. Só soube disso quando acordei encostado na parede gelada da sala e percebi que já era noite novamente, mas foi outra coisa que chamou minha atenção, fazendo-me paralisar pela surpresa.

Carly estava sendo carregada para dentro da sala com cortes profundos pelo braço e um hematoma muito grande da testa. O cabelo loiro grudado na testa por ter estado em um lugar fechado por muito tempo ou porque tentara fugir. Parecia muito machucada, o corpo mole pendia nas mãos do segurança, quem a segurava. Com força, os dois a jogaram no chão gelado e úmido do local sem a menor compaixão. O corpo pequeno de Carly atingiu o chão num baque alto, assustando alguns dos alunos.

Ela não movia nem sequer um músculo e não pude evitar, fora inevitável pensar no pior.

Esperei que os dois homens saíssem do lugar e fui até ela.

- Carly? – sacudi seu ombro. Nenhuma resposta. – Carly, por favor, você tem que acordar. – tirei os fios de cabelo que se misturavam com o sangue de seu rosto e limpei o hematoma em sua testa. – Meu Deus, o que fizeram com você?



Melanie

Sentada ao lado de Roman na entrada da cabana, achei que seria uma boa ideia mudar de assunto para um que não dependesse de ações ou sentimentos ruins. Eu queria apenas um minuto de paz e pela forma com que ele estava sentado, provavelmente sentia o mesmo.

- Você gosta da Jesse, não é?

Assustado, Roman se virou em minha direção com os olhos arregalados.

- Que tipo de pergunta é essa, Melanie? – ele riu, mas pude perceber seu rosto ficando cada vez mais vermelho. – Ahn... ah, sei lá!. Acho que sim. Mas por favor, não diga a ela.

Não pude evitar sorrir, afinal, eu sempre soube que havia um sentimento entre os dois, pois sempre estavam aprontando um com o outro e percebi a forma chateada que Roman ficara depois que brigaram.

- Não vou. – murmurei. – Só queria confirmar.

Roman, de forma nervosa, dobrou os joelhos à frente do corpo enquanto permanecia em silêncio. Eu nunca conversara com ele direito, sempre foram apenas trocas de palavras, mas nada que pudesse ser considerado uma conversa de verdade. Aqueles míseros segundos conversando sobre o sentimento dele por Jes já haviam amenizado meu nervosismo e assim, eu conseguiria pensar com mais clareza.

- Como percebeu?

- Sério mesmo? – o encarei como se tivesse falado a maior asneira do mundo.- Roman, é tão óbvio que até mesmo uma criança conseguiria perceber. Você precisa conversar com ela, uma garota gosta de saber se o garoto tem mesmo algum sentimento por ela.

Ele torceu os lábios.

- É que eu nunca sei o que dizer...

- Só seja você mesmo, eu conheço a Jes. – falei vendo o quão alegre ele ficara de repente.

Antes que eu pudesse continuar, Sam aparecera logo atrás de nós saindo pela porta da frente da cabana. Em mãos, ele carregada o celular.

- Andy tem uma notícia. – disse ele mais alegre do que jamais achei que ficaria. Pulou os degraus que nos separavam até ficar no mesmo nível que nós, assim como Jesse, quem saiu enrolada por um cobertor.

- O que? – perguntamos os dois juntos. Roman permanecer sentado, mas eu fiz questão de me levantar, pois ainda tinha esperanças de que fosse uma notícia boa.

- Ele sabe onde os alunos estão.








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Notas finais do capítulo

AMÉM IRMÃO! USHUSHSUSHSUHS