O Garoto Da Camisa 9 escrita por Gi Carlesso


Capítulo 10
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Preciso ler algum livro, to com saudade de ler :c alguém me recomenda algum? Manda por MP ok?
Boa leituraa!



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Sentada sobre o colchão de minha cama naquela manhã, eu pensava sobre o que estava realmente acontecendo entre mim e Sam, pois eu não tinha certeza se estávamos mesmo namorando ou apenas juntos. Por mais que eu gostasse dele, o fato de estar acontecendo tantas coisas ruins com nós dois, como as ameaças de Lilian e todos os problemas em relação ao meu pai e o mapa. Jes apareceu alguns minutos depois carregando uma camiseta preta muito parecida com a do time de futebol, o qual Sam jogava. Rindo, peguei a camiseta de suas mãos ao ver que o número estampado atrás também era 9. Jes arqueou uma sobrancelha, indicando a brincadeira e em resposta, joguei a camiseta bem no meio da sua cara.

- Você não sabe brincar. – disse ela rindo, enquanto pegava a camiseta que caíra do chão e a colocava sobre a cadeira da escrivaninha. – Vamos, o jogo começa logo.

Eu e Jes não assistiríamos o jogo de hoje, pois Sam precisava estar lá e não poderia me ajudar com o mapa de meu pai e tentar descobrir os enigmas de onde estaria a fortuna da família de Liliam. Então, ela resolveu me ajudar com isso para que nossas 72 horas não fossem desperdiçadas com coisas da escola e dos jogos.

Pelos corredores do North England, eu estava sempre de olho à procura de qualquer segurança de Lilian ou algum fiscal suspeito. Ela havia deixado dois para que nos seguissem por todo lado para certificarem ela de que estávamos procurando o dinheiro. Provavelmente, havia um atrás de mim e outro perto do campo de olho em Sam.

Ignorando novamente a sensação de estar sendo vigiada, continuei acompanhando Jesse pelos corredores até fora do internato ao campo de futebol onde Sam estava. Muitos alunos se encontravam enchendo as arquibancadas do campo, pareciam estar tranquilos e se divertiam acompanhando o jogo. Eu tinha inveja deles, pois também gostaria de estar me divertindo e não me preocupando em achar uma fortuna para não permitir que ninguém se machucasse.

Apenas ficamos no começo do jogo e já tive a oportunidade de vê-lo com sua famosa camisa 9. Sorri ao flagra-lo acertando bem no meio do gol e enquanto comemorava, me lançou um olhar carinhoso e logo depois, piscou em minha direção. O jogo começou novamente da mesma forma que fora antes, porém, muitos outros jogadores insistiam em atingir Sam e tentar retirá-los do campo antes que pudesse fazer outro gol.

- Sam está arrasando como sempre. – brincou Jesse dando-me um cutucão em minha cintura. – O que? Estou brincando, sua irritadinha.

- Ele sempre arrasa. – brinquei de volta piscando em sua direção, quem apenas riu baixinho me acompanhando para fora de lá novamente.

Com o mapa em mãos à procura de onde estava o local marcado em vermelho, Jes me seguiu pelo gramado na parte de trás no internato. O local de onde estava circulado em vermelho era bem próximo do prédio, porém bem abaixo de um árvore alta, provavelmente um pinheiro. Bem abaixo da grande árvore, uma pedra arredondada em forma de túmulo grande, em que na parte de cima estava uma placa escura com palavras escritas em dourado.

 - É ali que está marcado? – Jesse apontou para o túmulo, o qual nunca ninguém soube de sua existência, e pegou o mapa de minhas mãos.

- Sim. – resmunguei. – Acho que meu pai meio que está dando uma pista para nós.

Fui até o local com Jesse logo atrás de mim caminhando com calma até chegarmos no ponto exato em que a rocha estava. Deslizei meus dedos no que parecia uma leve inscrição antiga totalmente tapada pela poeira, porém eu conseguia ler muito bem o escrito em dourado.

Ruth Mean

- “Ruth Mean”? – perguntou Jes. – Mean é o sobrenome de Liliam.

Com a barra de minha blusa escura, limpei a inscrição retirando a poeira até finalmente poder ter visão límpida do nome da pessoa que fora enterrada ali. Pelo sobrenome, provavelmente era algum dos parentes de Lilian, alguém que morara na época no casarão e morrera ali mesmo.

Meus dedos tocaram as letras do nome de Ruth Mean e assim, pude ter certeza de que material fora usado para escrever o nome dela.

- Essa é a matriarca da família que morreu antes de a família sair do casarão e a fortuna se perder durante o incêndio. Jes, acho... acho que ela é dona do dinheiro.

Jesse franziu o cenho virando-se na minha direção de forma confusa e com um grande ponto de interrogação no olhar. Estava completamente claro o porquê de meu pensamento sobre isso, mas dizê-lo em voz alta parecia estranho demais.

- Por que acha isso, Melanie?

- Porque as letras são feitas de ouro.



Deitei em minha cama pensando sobre o fato de termos encontrado o túmulo da matriarca da família. Por que o túmulo de Ruth Mean é uma pista para encontrar a fortuna? Talvez fosse apenas uma coincidência que o túmulo daquela mulher fora colocado bem em algum lugar onde meu pai achou que seria uma boa dica para acharmos o que precisávamos. Respirei fundo enquanto tentava ligar os pontos, porém, enquanto tentava fazer isso, parecia que nada se ligava. Eu precisava de mais coisas para que soubesse exatamente onde estava a maldita fortuna, e com apenas o que achamos até agora, nunca encontraríamos nada.

Não havia detalhe, nenhuma coisa suspeita sobre o túmulo.

Nada.

Segurei o mapa acima da cabeça e o analisei detalhadamente – o túmulo era um dos únicos lugares que havia alguma marcação. Os outros, marcados assim como o túmulo, eram o porão do internato onde Jesse disse que apenas um aluno tentara escapar por ali, mas acabou se ferindo muito por conta das pontas afiadas do portão. O outro ponto, estava localizado entre os quartos do dormitório masculino e em um deles, um grande círculo vermelho fora feito.

Havia nomes escritos no mesmo quarto, dente eles o de Jonah e o outro... senti minha garganta se fechar por um momento. Droga, droga, droga! Aquele era o quarto de Sam!

Pulei da cama por causa do susto tentando raciocinar direito sobre isso, pois meu pai marcara o quarto de Sam e Jonah como uma das pistas de como encontrar a fortuna. Seria então de propósito aquele ser o quarto onde Sam estava?

Enquanto tentava pensar direito, ouvi o som alto de alguém batendo na porta do quarto. Por um momento, achei que fosse Jesse, pois ela estava no quarto de uma outra garota preparando algum trabalho para uma das aulas. Porém, ao abrir a porta, dei de cara com um Sam encostado sobre o batente da porta e um meio sorriso sedutor estampado nos lábios.

- Oi. – murmurou ele sem a menor preocupação quanto a um fiscal aparecer de repente.

- O que está fazendo aqui, Sam? – olhei o corredor por todos os lados a procura de algum fiscal, e graças a Deus não havia nenhum. Puxei Sam para dentro antes que alguém o visse.  – Algum fiscal poderia vê-lo!

Uma das principais regras do internato, dizia que era extremamente proibido passeis noturnos de um dormitório para outro e por isso existiam os fiscais. Se eles o vissem ali, poderia ser expulso ou coisa parecida.

Sam apenas deu de ombros não parecendo nem um pouco preocupado.

- Eu tomei cuidado, madame, não foi nada difícil despistar os fiscais. – brincou com a voz carregada de sarcasmo. – Aliás, só havia um bem na entrada, mas ele sumiu depois de ouvir alguém batendo uma porta no dormitório masculino. Sabe, os garotos não são muito cuidadosos.

Eu ri.

- É, sabe, percebi isso muito bem. – resmunguei sarcástica.

Sam apenas aumentou seu sorriso torto enquanto observava todo o quarto ao seu redor como se estivesse procurando por alguma coisa. Lentamente, ele veio em minha direção laçando minha cintura e puxando-me contra seu peito, arrancando de mim um riso baixo.

- Então você queria me ver? – murmurei vendo seu sorriso ao senti-lo se aproximar lentamente de mim.

- Sim. – sussurrou até que finalmente nossos lábios se chocaram.

Eu o vi se aproximar de mim, calmo, como se tivesse feito aquilo milhões e milhões de vezes, e eu ali, quase entrando em desespero por dentro, pensando na sensação e no gosto que eu iria provar dali a pouco tempo. Era inevitável, não tinha como escapar...E a verdade é que eu não queria escapar, de forma nenhuma. Então o deixe me envolver e se aproximar, torcendo para que ele não reparasse no meu rosto quente e no meu rosto, que eu já sentia que estava vermelho. Chegou a hora, ele carinhosamente me deu um beijo rápido, um selinho, aquilo serviu pra me acalmar. Antes que eu pudesse pensar em alguma coisa ele já abria espaço entre meus lábios cerrados com sua língua quente e macia, que logo adentrou em minha boca, ele virou um pouco o rosto e nossos lábios se encaixaram com perfeição.

Começamos a nos beijar, com toques calmos de início, sem absolutamente nenhuma pressa. Enrolei meus dedos nos fios negros de seu cabelo enquanto sentia suas mãos percorrendo o longo caminho de minha cintura.  Quando ele parou, terminou aquele beijo com um selinho, deixando-me quase sem ar.

- Às vezes eu penso que era só amor de criança, mas agora... – disse ele quando juntou nossas testas. – Tenho certeza que é mais que isso.

- Nem eu sendo a mais chata, irritante e revoltada com o mundo? – brinquei voltando a laçar seu pescoço com meus braços, puxando-o mais para perto.

- Você não é isso. – disse ele rindo. – É a pessoa mais incrível que eu já conheci.

Sorri de orelha à orelha novamente. Ele me soltou lentamente, lutando contra a própria vontade de continuar me abraçando. Sentou-se sobre minha cama vendo que continuei em pé, apenas o observando sem conter o sorriso enorme por sua última frase.

- Descobriram alguma coisa hoje?

- Sim. Meu pai marcou uma pista no mapa bem no local onde é o túmulo de Ruth Mean, acho que é a dona da fortuna, porque há ouro no túmulo.

- Ela era. – disse ele, os olhos misteriosos estavam sérios. – Ruth é, como você já deve ter percebido, a matriarca que morrera antes de a família deixar o casarão. Se não me engano, ela é a avó de Lilian, fora quem sempre soube do fato de a neta não ter bom equilíbrio psicológico. Sinceramente, acho que a morte dela tem algo a ver com esse mistério todo.

- Tem. – suspirei. – Está óbvio, Sam, Lilian não só matou meu pai e está nos ameaçando de morte, ela matou a própria avó por pura vingança! Essa mulher é completamente insana! Só temos três dias para nos livrarmos dela nos perseguindo e não temos nem mesmo uma pista de onde está esse maldito dinheiro!

- Temos sim. – ele se sentou ao meu lado apontando para um dos itens marcados no mapa, o qual eu não havia visto. – O porão.





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Notas finais do capítulo

Eu tenho dó do John apesar de tudo :/



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