Somente Por Amor escrita por Nathalia S


Capítulo 20
XX- Vovó Clara


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Sábado a tarde e eu em casa, sentada em minha cama, lendo ''Morte Súbita'', com certeza não era o comportamento normal de uma adolescente de 17 ano, não é?! Ainda mais de uma adolescente que tem um namorado. Felipe me ligara pela manhã falando-me que não poderia passar a tarde comigo, pois sua mãe queria que ele passasse um tempo com o pai e os dois iriam fazer um passeio pela capital. Concordei prontamente, afinal, só porquê estamos namorando não quer dizer que ele seja exclusivamente meu. Não estou arrependida de ter dito que ele podia ir, estou arrependida por não ter convidado a Roberta para vir a minha casa. Quando estava me levantando para pegar o celular e ligar para Rô, o mesmo tocou e eu corri para atender. Era Felipe.

- Oi amor. - falei, assim que atendi ao telefone.

- Oi Sophia, como passou esse dia sem a minha presença? - Perguntou ele.

- Melhor do que os outros. - Respondi brincando.

- Sei que é mentira. - Falou ele rindo. - Mas então...você consegue se arrumar em 30 minutos? 

- Depende. Onde vamos? - Perguntei.

- Minha avó que mora aqui na cidade me ligou e disse que está com saudades, ela não anda muito bem sabe. Vou ir visitar ela e adoraria que você fosse comigo.

- Irei sim e pode deixar que em meia hora estarei pronto.

- Ótimo. Beijos e até mais gatinha.

- Tchau feioso. - Falei e desliguei a ligação, sai praticamente correndo do meu quarto e fui para o banheiro tomar um banho. Em menos de 10 minutos eu estava desligando o chuveiro e indo para o meu quarto me vestir. Coloquei uma calça jeans clara, uma regata branca, meu all star branco e, como o dia estava bem fresquinho por conta da forte chuva que dera durante a noite, coloquei um cardigã branco com flores azuis e um cinto fino azul na cintura. Penteei meus cabelo e passei um pouco de rímel e um batom pêssego. Estava pronta. Fui até a cozinha e escrevi um bilhete para meus pais, avisando onde e com quem eu tinha ido, eles haviam saído com a Elle para visitar um irmão do meu pai, deixei o bilhete em cima da mesa e fechei a janela da cozinha, a única que eu tinha aberto. Estava pensando em me sentar no sofá da sala para assistir TV quando ouvi uma buzina, olhei pela janela e vi que era Felipe, no mesmo carro do outro dia. Peguei meu celular, coloquei-o no bolso e sai de casa fechando a porta e colocando a chave no outro bolso. - Pensei que não viria mais. - Falei, assim que entrei no carro.

- Nunca te daria um bolo desses. - Falou ele sorrindo e me puxando para um beijo.

- Sei que não. - Falei quando nos afastamos e ele ligou o carro. - Quanto tempo daqui até a casa da sua avó? - Perguntei. Não queria deixar transparecer, mas eu estava nervosa, seria a segunda vez em poucos dias que eu conheceria alguém diferente da família de Felipe.

- Não mais que 30 minutos. - Disse ele.

- Nunca me falou dela.

- Não tenho o costume de ficar falando sobre a minha família. - Disse ele. - Mas...ela é a única pessoa de quem eu realmente gosto na família, meus tios são uns metidos e meus primos e primas são ainda mais.

- Entendo. - Falei, sem saber o que mais poderia dizer. -  Qual o nome dela?

- Clara. - Respondeu ele e se virou para me olhar rapidamente. - Mas você pode chamá-la de vovó, ela vai amar. - Ele falou e eu ri.

- Me responde uma coisa? - Perguntei, depois de termos feito alguns segundos de silêncio.

- O que você quiser. - Disse ele.

- Você já...fez tudo isso que fazemos com alguém antes? - Perguntei e inevitavelmente eu corei.

- Não. - Respondeu ele. - Na verdade se alguém tivesse me falado antes de conhece-lá que eu gostaria tanto assim de uma pessoa, eu iria rir, nunca acreditaria. Nunca nutri nenhum tipo de sentimentos por garotas antes, só atração física. - Disse ele, sempre concentrado na estrada. Fiquei em silêncio. - Não vai dizer nada? - Perguntou ele, rindo.

- Não sei o que dizer. - Respondi rindo também.

- Que me ama?

- Já falei isso antes, várias vezes aliás.- Respondi e revirei os olhos, tenho que parar de fazer isso.

- Mas eu amo ouvir, toda vez que você diz. 

- Não sabia que você era tão meloso assim.

- Eu não era, você que me deixou assim. - Disse ele e estacionou o carro. - Chegamos. - Falou ele, apontando para a casa do lado de fora do automóvel. Ela era bonita, tinha uma ampla varanda, ela era toda pintada de amarelo claro e suas portas e janelas eram marrons, havia uma pequena escada que levava a porta da frente e tinha uma rede ao lado da casa. O jardim era muito lindo, bem colorido, o que combinava muito bem com o verão. Parecia que a casa havia saído de um filme.

- É uma bela casa. - Eu falei e abri a porta, saindo do carro.

- Realmente é. - Disse ele, também saindo do carro e acionando o alarme do mesmo. - Eu adorava vir brincar aqui na infância, e vovó sempre fazia uns ótimos doces. - Continuou falando ele, vindo para o meu lado e segurando minha mão. Abrimos o portão com a chave que Felipe tinha e fomos em direção a porta da frente. Ele tocou a campainha. - Caso não tenha ficado bem claro para você, - Disse ele. - Você foi a primeira garota que apresentei para meus pais. - Antes que eu pudesse falar alguma coisa, uma mulher de estatura mediana, com cabelos castanhos e olhos verdes, tendo por volta de 40 anos, abriu a porta. - Olá Paula, -Disse ele. - Posso entrar para ver minha avó? 

- Olá senhor Felipe, pode entrar sim. Ela está na sala de estar. - Disse a mulher e se afastou para que nós entrássemos na casa. Não prestei muita atenção na decoração da casa, mas era tudo muito bonito e bem arrumado, supus que Paula fosse uma espécie de empregada-mordomo. Felipe não soltou minha mão por nenhum segundo e me guiou até a sala. Sentada numa confortável poltrona vermelha estava uma senhora já idosa, com cabelos brancos cortados na altura dos ombros, sua pele era pálida e enrugada e seus olhos, azuis.

Vovó Clara era o tipo de pessoa idosa que você tem vontade de abraçar e nunca mais soltar só de vê-los, ela emanava simpatia e felicidade, mas era visível que não estava muito bem, estava enrola em um cobertor e tossia de vez em quando.

- Felipe, como é bom vê-lo. - Disse ela, com a voz típica de pessoas idosas. Felipe foi até ela e lhe deu um delicado abraço. 

- É bom vê-la também vovó. - Disse ele, se afastando dela.

- E quem é essa moça tão bonita que está com você, ein querido? - Perguntou ela, me analisando.

- Essa é Sophia vovó, minha namorada.

- Não sabia que estava namorando querido, mas fico muito feliz em saber. Felicidades para vocês. - Falou ela, sorrindo. - E é um prazer conhecê-la Sophia.

- É um prazer conhecê-la também vovó Clara. - Falei.

- Bem, - Disse ela. - vou pedir para Paula preparar um chá e uns bolos para nós, ela faz uns bolos deliciosos. - Disse ela e pegou uma sineta que estava na mesa ao seu lado e a tocou. Alguns segundos depois Paula chegou a sala.

- Sim senhora? - Perguntou a mulher, educadamente.

- Traganos um pouco de chá e bolos sim? 

- Sim senhora, já vou providenciar. - Respondeu a morena e saiu da sala novamente.

- Mas e então, meu filho está melhor? - Perguntou a vovó a Felipe.

- Está sim senhora, disse que semana que vem dará uma passada por aqui.

- Ótimo, estou com saudades já.

Felipe e vovó Clara ficaram conversando sobre alguns assuntos familiares por vários minutos, mas eu não me senti incomodada, estava sentada no sofá de frente para Clara e ao lado de Felipe, que segurava minha mão esquerda, era ótimo saber um pouco mais sobre a família dele, sobre a vida dele, já que eu não gostava de importuná-lo com mil perguntas.

Cerca de 15 minutos depois Paula voltou com uma bandeja com xícaras de chá branco e uma fatia de bolo de chocolate com beijinho para cada um de nós, tenho de admitir que o chá estava ótimo, mas o bolo estava divino, era, sem dúvidas, o melhor bolo que eu  já comera na vida.

Aquela tarde de sábado, que começara tão entediante, estava se tornando a melhor tarde de sábado que eu já tivera em minha vida. Depois de se informar sobre a família, vovó Clara fez questão de falar sobre outros assuntos, para que eu pudesse participar da conversa também, ela era uma excelente pessoa.

- Mas então Sophia, esse é seu último ano na escola? - Perguntou ela.

- Sim senhora, se tudo der certo irei para a faculdade ano que vem.

- Já sabe o que quer ser? 

- Psicóloga. - Respondi, sem exitar e Felipe me olhou surpreso.

- Uma bela profissão. - Falou ela. - E quem sabe você não arraste o Felipe para a faculdade também. - Disse ela e eu ri.

- Quem sabe. - Eu falei e olhei para ele, que deu-me uma piscadela.

Já eram mais de 19h quando Felipe disse que nós tínhamos que ir embora, nos despedimos dela e prometemos que voltaríamos em breve e, sinceramente, eu queria voltar o mais rápido possível.

- E então, o que achou dela? - Perguntou Felipe quando entramos no carro.

- Ela é demais, a melhor pessoa do mundo.

- Só não fico com ciúmes porquê ela é minha vó. - Disse ele, rindo.

- Tudo bem senhor ciumento. - Falei rindo. - Mas então...não pretende fazer faculdade?

- Quem sabe, não é mesmo?!

- Isso é um sim? - Perguntei, esperançosa.

- É um talvez.

- Já fico feliz. - Respondi sorrindo e me pus a observar a paisagem pela janelas. Ao longe eu via as luzes dos altos edifícios brilhando...como um monte de vagalumes soltos no céu...era lindo.


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Notas finais do capítulo

Me digam o que estão achando ok?!
Eu decidi que só atualizarei minhas outras histórias depois de acabar essa, então postarei com mais frequencia aqui. Faltam...16 capitulos para o fim. :) kkkk
Beijos. *----*



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