Andar pela noite a fora era rotina pra ele. Aumentou o volume e pôs os fones no ouvido. Olhou para a lua cheia e apertou o passo. A rua estava deserta, completamente sem luz. Não se importava. Enxergava o que deveria ser enxergado. Pôs o capuz sobre a cabeça e continuou a traçar sua trajetória indefinida. Procurava a vitima da noite. Talvez a tivesse encontrado, se algum idiota não tivesse batido contra ele. Sua primeira reação foi segurar o desconhecido pelos cotovelos. Não demorou muito para perceber o que estava acontecendo ali. Alguém corria em direção aos dois, e o cara estava segurando uma bolsa. Apenas sorriu, se divertindo com a situação... Um roubo. Quem estava correndo atrás deste pequeno babaca? Algum policial? Não sabia, não enxergava... E não se importava.

–E ai, se divertindo? – Perguntou esticando as mãos, em um sinal claro de que ele queria a bolsa. Um sinal silencioso, porém claro

O homem fitou-o, e em seguida olhou para sua mão estendida  e franziu o cenho:

–Por que eu faria isso?

Começando a se irritar, sorriu de canto e apontou para a pessoa, que corria, com a cabeça:

–Seja quem for, não me parece o tipo que iria deixar você escapar. E eu pareço?

O ladrão fez menção de correr, mas em um golpe rápido, aplicou-lhe um soco no estômago e o homem caiu, assim como a bolsa... Agachou-se e pegou a bolsa, fitando o homem, que não esperou uma fração de segundo e correu para longe. Provavelmente com medo que alguém ligasse para a polícia. Ou com medo dele. Alguém arfou , e Brian virou a cabeça para a pessoa que antes estava correndo em sua direção, havia esquecido da pessoa. Ou melhor da garota, que agora era visível, pois a luz do poste a alcançou. A analisou das cabeças ao pés maliciosamente. Ela loira, com mexas azuis em todo o cabelo, junto de uma toca também azul e tinha os olhos verdes. Um perfil muito delicado. Embora sua expressão não demonstrasse isso. Devia ter 1,73. Ela vestia uma calça jeans, saltos pretos e uma blusa onde havia escrito “I’m your nighthmare”. (http://www.polyvore.com/cgi/set?id=51647544&.locale=pt-br) Razoavelmente interessante.

–Ham... Oi? Quem é você?

Sorriu de escarnio:

–Que tal um obrigado? – Aproximou-se da garota, para que o visse. Ela enrijeceu. Era tão acostumado com isso, que apenas manteve o sorriso. Mas ela logo recuperou a forma e ergueu uma sobrancelha.

–E se você for o ladrão?

–Tanto faz... – Murmurou sem interesse, enquanto passava do seu lado e jogava-lhe a bolsa. A garota pegou sem dificuldade. Continuou andando, mas ouviu o estalar de seu salto atrás dele.

–Qual... Qual seu nome?

–Não interessa– Respondi.

–Oi?! - Parecia que ela não havia escutado claramente.

Porém, ele não respondeu, simplesmente continuou andando.

–Meu... Meu nome é Daney. Daney Hail.

–Tanto faz.

–Não quer saber meu nome?

–Já sei.

–O que você estava fazendo ali, a essa hora?

Riu abafado.

–Não te interessa. Nada do que você diz é do meu interesse, e VOCÊ não é do meu interesse, então sai do meu pé. – Respondeu indiferente e virou na curva para rua mais escura e mais próxima, deixando a garota parada ali enquanto ouvia algumas risadinhas alheias.