– Nossa Lizzie, como você é pervertida! – Disse Gabbe enquanto ria, dando uns tapinhas no ombro de Lizzie.

–Olhem aqui, eu não sou pervertida! Se ele tira a camisa, o que queriam que eu pensasse?!

Três garotas andavam pelas ruas de uma pequena cidade, iluminadas somente pela luz dos postes vazios, vindo de uma pequena festa, às onze da noite. Elas sabiam que não é seguro três loucas de dezessete anos, andando sozinhas no meio da noite, mas... Bom... O que é seguro hoje em dia? 

–Olha, Lizzie, pensar é uma coisa... Dizer em voz alta é outra, completamente diferente... – Daney disse rindo, olhando para os cabelos loiros de Lizzie.

–Nem vem Dey! Eu sei muito bem que se fosse com você, você não ia falar, ia fazer! – Ela disse quase séria. Quase.

–É claro, porque eu sou foda. – Replicou Daney, jogando seus cabelos loiros por cima dos ombros.

 Passavam ao lado de um terreno baldio, e do outro lado da rua, haviam pequenas casas desreguladas. A luz do poste acima começou a falhar, e logo,se apagou. Estática, Daney parou. Não escutava mais suas amigas falarem. A rua estava deserta, a única luz estava no fim da calçada, longe de mais para iluminá-las, e ela percebeu: Havia algo errado.

Não teve tempo de reagir. Com um baque, seus joelhos atingiram o chão, assim como a palma das suas mãos. Lizzie e Gabbe gritaram assustadas grito, e Daney sentiu sua bolsa ser arrancada de si. Atordoada, levantou a cabeça, -olha como tinha sorte- sua bolsa tinha acabado de ser roubada. Com uma ação involuntária, Dey se levantou e correu atrás de quem havia pegado sua bolsa. Mas o ladrão também tinha muita sorte.* Na primeira curva á direita, ele topou com alguém e caiu. Semicerrou os olhos, na tentativa de ver quem era aquelas duas pessoas. Mas estava tão escuro, que não enxergaria a Nagini se ela estivesse a dois metros de distância... Cautelosamente aproximou-se das duas figuras. Quando finalmente conseguiu ver, não era duas, mas apenas uma figura, e ela segurava sua bolsa. 

–Ham... Oi? Quem é você? – Perguntou para o desconhecido, piscando os olhos com força e recuando dois passos. Como poderia saber se era o ladrão? Estava escuro!

–Que tal um obrigado? – Naquele momento seu corpo recebeu uma espécie de descarga elétrica, e ela ficou estática. O dono da voz... Ou melhor, a voz em si era assustadora. E se  havia congelado só ao ouvir a voz, perdeu o ar quando a figura saiu das sombras, e passou a ser iluminada apenas pelo poste. A figura era alta. Perto dos seus 1,85. Moreno, tinha sobrancelhas grossas, olhos castanhos penetrantes, um pequeno alargador na orelha direita, tatuagens nas mãos, indecifráveis pela luz, o corte de cabelo escondido pelo capuz da camisa azul marinho, jeans rasgados, e all stars pretos, era evidente que havia algo tatuado em seu pescoço... E o pior de tudo, exibia seus dentes perfeitos e brancos em um sorriso de lado tão maligno quanto o próprio Lucifer poderia dar...