– Repita todas as regras Soldado! – Exclamou Lucy usando sua famosa “voz de general” enquanto apontava uma espécie de varinha na direção de Juvia que nesse momento estava sentada no chão do quarto da loira.

– Sim senhora Capitã! – Exclamou a azulada e respirou fundo enquanto tentava se lembrar de todas as regras da brigada ante corações partidos. – Não perseguir garotos. Não declarar amor eterno para garotos com quem eu não tenha um relacionamento serio. Não se aproximar de garotos babacas. Não acreditar em promessas de garotos. Quando estiver namorando manter o namorado longe da Lisvadia. Acabar com as vadias sempre que tiver chance. – Completou a azulada com um sorriso de satisfação por ter conseguido decorar todas aquelas regras loucas que Lucy havia criado.

– Parabéns soldado! Acho que em pouco tempo você poderá subir de patente! – Exclamou a capitã Lucy enquanto seus olhos mostravam o quanto ela estava empolgada.

– Agora vamos a nossa primeira missão: Acabar com as falsas esperanças do Gray em relação a você! – Disse Lucy.

– Não deveria ser ao contrario capitã? Já que sou eu que gosto dele e não ele que gosta de mim... – Disse Juvia incerta enquanto olhava para o chão como se ele pudesse lhe dar as respostas certas.

– Detalhes soldado, apenas detalhes, mas agora temos que concluir essa missão para poder passar para a próxima. –Disse a capitã Lucy.

(...)

– Hum... Gray eu gostaria de falar com você. – Disse a azulada corada enquanto esticava os seus dedos, Gray simplesmente suspirou entediado achando que aquilo era somente a declaração diária de amor eterno da Juvia e ele realmente achava muito entediante ela fazer aquilo sempre, mas fez um sinal com as mãos para que ela continuasse.

– Gray eu sempre digo que te amo, mas era mentira. Era somente a perseguição! Sabe... Aquela vontade de perseguir alguém e saber o que ele faz a todo o momento! Mas a Lucy me mostrou que não era justo fazer isso com uma pessoa tão legal como você! Por isso a partir de agora eu irei perseguir somente a Lisanna. Bom! Eu tenho que ir, tchau. – Falou Juvia enquanto corria para encontrar Lisanna e começar a segunda missão da brigada ante corações partidos.

– O que isso quer dizer? – Murmurou Gray e encarou as nuvens como se elas pudessem lhe dar a resposta, mas tudo o que ele conseguiu ver foi o rosto de Lucy esculpido em uma das nuvens. Então ele suspirou novamente e colocou as mãos no bolso, ele se levantou e começou a andar pelo jardim do colégio.

– Eu só espero que a Juvia não confunda essa perseguição a Lisanna com amor, realmente isso não seria nada legal! – Murmurou o moreno entre uma pausa dos seus suspiros.

(...)

Juvia correu e ficou ao lado da companheira de brigada.

– Missão cumprida capitã. – Sussurrou Juvia.

– Muito bem soldado agora espere para ver os resultados da nossa segunda missão. – Sussurrou Lucy de volta.

(...)

Algum tempo depois do encontro de Gray e Juvia, no corredor do colégio todos paravam e davam espaço para ver a entrada triunfal de Lisanna e suas duas companheiras das lideres de torcida, Angel e Minerva.

Aquela cena era típica e bastante comum, as três estavam sempre juntas e eram bastante unidas, visto de longe poderia parecer que elas eram melhores amigas, mas a relação delas não passava de algo baseado nos seus próprios interesses.

A ordem era a seguinte, da esquerda para a direita; Angel, Lisanna e Minerva. Todas andando como se estivessem em uma passarela e não em um corredor escolar, costas retas e narizes empinados, qualquer um que ficasse no caminho de uma das três seria esmagado.

Angel era a mais nova das três, uma jovem cruel e bastante sádica, sempre com roupas extremamente revelador – vale relembrar a última festa de halloween onde ela usava um vestido curto feito de penas brancas sintéticas com duas asas semelhantes às de um pássaro presas em suas costas, as penas se dividiam um pouco acima do umbigo, tornando-se algo parecido com um colete, enquanto os lados do seu tronco estavam cobertos os seus seios não, o decote era profundo e revelado e revestido por uma fileira de penas longas de cada lado, a saia também era parcialmente dividida ao meio. –, mas na escola ela geralmente “maneirava” usando decotes um pouco evidentes e saias curtíssimas.

Lisanna era a “líder” das três por assim dizer, muitas coisas lhe garantiam aquele titulo como, por exemplo, ser a melhor dançarina do grupo ou a garota aparentemente mais dócil e bonita.

A terceira e última era Minerva, ela era “a cabeça” do grupo, normalmente todos os planos nefastos eram criados por ela e conduzidos por Lisanna. Magra e de estatura média, o que mais chamava atenção em si era o seu olhar oriental e seus longos cabelos lisos em um tom brilhante de roxo, ele ficava na sua maior parte solto descendo pelas suas costas, enquanto era repartido no meio da testa e tinha duas bate emoldurando seu rosto e descendo abaixo dos ombros. Ela havia tentando ser a capitã do time de luta, mas acabou sendo derrotada por Erza e Kagura, que não gostaram de terem sido enganadas por Minerva para ficar com o lugar delas.

Lisanna praticamente “flutuou” até seu armário usando toda sua arrogância para ignorar as pessoas ao redor que os observava. Quando ela abriu o armário alguma coisa liquida voou em sua direção e atingiu seu rosto e a parte superior do seu uniforme escolar, ela ainda de olhos fechados usou as mãos para tirar o liquido gosmento dos seus olhos.

Lentamente, ela abriu os olhos e viu o seu reflexo no espelho que havia na porta do seu armário, ela gritou histericamente e todos ao seu redor somente aumentaram os risos, até mesmo suas duas companheiras riam do estado deplorável da mesma.

Parecia que ninguém ia ajuda-la até que um garoto de cabelos rosados apareceu do seu lado e tocou nos seus ombros.

– Lisanna, você está bem? – Perguntou o rosado e quando Lisanna se virou para ele com os olhos lagrimejando ele a puxou para si e a abraçou afagando seus cabelos.

– Está tudo bem, vai ficar tudo bem. Não se preocupe, irei cuidar de você. – O rosado sussurrou e ainda abraçados os dois saíram do corredor.

(...)

Em algum lugar não muito distante do corredor Lucy e Juvia riam da lembrança de Lisanna gritando histericamente depois que a gosma verde tinha atingindo seu rosto.

Lucy parou de rir quando notou uma movimentação no corredor e seu semblante ficou serio quando viu Natsu e Lisanna abraçados.

– Tudo bem meu querido, eu sabia que somente com isso você não iria larga-la, mas não se preocupe irei acabar com ela e logo você poderá voltar para mim. – Sussurrou Lucy para si mesma.

– Você disse algo Lucy? – Perguntou a azulada depois de notar que estava rindo sozinha.

– Nada. – Negou à loira.

(...)

Depois do incidente do armário o resto do dia de Lisanna não melhorou muito. No intervalo por alguma brincadeira do destino – ou talvez pela vingança da Lucy – a sobremesa de Erza acabou no prato de Lisanna que o devorou depois de um longo discurso com suas amigas sobre como a comida do refeitório era gordurosa. Mas isso não era nada serio, as coisas ficaram más quando Erza a viu comendo seu pudim e ficou digamos... Um tanto irritada, a partir dai a surra mais épica da história da história da Fairy Tail foi presenciada por todos os que estavam no refeitório... De um lado, Erza, a capitã do time de luta e a maior apreciadora de doces da escola estava esmagando a outra competidora, Lisanna, uma garota fraca e fútil que gostava de falar mal da comida do refeitório para depois come-la como se não houvesse amanha.

(...)

Naquela tarde quando Lisanna estava na enfermaria ela achava que todo o seu azar já tinha sido gasto, mas quando por um acaso a enfermeira acabou confundindo o remédio para dor com balas de menta – sendo que a nossa querida Lisanna é alérgica a menta –, ela teve certeza que o destino realmente a odiava.

(...)

No final do dia quando o rosto de Lisanna finalmente tinha desinchado – estava inchado pela surra que levou de Erza e por causa da sua alergia a mente. –, ela achou que finalmente teria paz, mas os minutos seguintes até que ela chegasse em sua casa foram assustadores, ela sentia que estava sendo seguida e a cada vez que olhava para trás via algo azul se mexendo.

Realmente, ela não teria paz por um bom tempo...