-O que faz aqui?

-Se importa? – Ele perguntou, focando em seus olhos azuis.

-Não. Só não consigo entender... – Ela começou a dizer – Por que está me ajudando a deixar a Mônica pra baixo? – Perguntou enquanto ele se sentava ao lado dela em uma das escadas. Ele observou a sala de música, ele não tinha prestado muita atenção naquele local desde que sua namorada, quer dizer, sua Ex-namorada cantara com o seu inimigo, quer dizer, o seu... ex-inimigo?

-Só queria fazer as pazes com você!

-As pazes comigo? – Ele afirmou. – Por quê? Por que ia querer fazer as pazes quando eu te enganei e te prejudiquei com a Mônica?

-Bem... Por que a pesar de tudo Carmem... Eu gosto de você!

Ela continuou o encarando, mas quando viu que a expressão dele não era de brincadeira logo ficou séria!

-Está falando sério? – Indagou.

-Sim.

-Bom... N-não importa, eu estou com o Fernando agora. – A expressão dele mudou para indignação.

-Vocês estão namorando?

-Não. Agente só tá ficando. Mas eu gosto dele, tudo bem? – Ela olhou em seus olhos, a expressão dele não lhe agradou nada. Começou a sentir alguma coisa no peito, seria compaixão? É claro que não, ela já havia tido milhões de garotos aos seus pés e nunca sentiu pena em descartar qualquer um deles. –Desculpe! – Deixou escapar este pequeno gesto de compreensão, apesar de odiar a si mesma por ter dito aquilo.

-Tudo bem. – Falou levantando a cabeça. – Agente se vê na festa! – Concluiu. Já ia se retirando dali, quando...

-Oi Carmem! – Falou alguém que entrou de repente na sala de música.

-Ah, oi Fernando. – Disse ela.

-O que ele tá fazendo aqui? – Perguntou Fernando com uma cara de... Ciúmes?

-Eu só vim confirmar se ela vai mesmo à festa. – Se adiantou Tony.

-Hm tá! – Resmungou enquanto Tony ia embora.

-O que ele queria? – Perguntou ele.

-Ele já disse. – Respondeu ela com pouca paciência pra responder as coisas, não estava aguentando ficar no mesmo lugar que aquele sujeito.

-Tá legal. Então... Você vai com que fantasia?

-Sei lá, ainda não me decidi.

-Tá bom, escuta, eu combinei de encontrar com o Titi e os amigos dele. – Falou se levantando pra sair.

-Titi? O gatinho, mas que não é uma pessoa legal, lembrei. – disse estalando os dedos.

-O que? – franziu a testa. – Ah esquece – desistiu de entender – Mais tarde agente conversa.

-Tá, mas você é amigo do Titi desde quando?

-Agente se conheceu esses dias. – Respondeu sem jeito. Quando então, Carmem se lembrou de uma pequena coisinha.

-Fernando? – Começou a dizer.

-Sim?

-Por que os professores nunca dizem o seu nome na hora da chamada? – Indagou por curiosidade.

-Ah Carmem, você sabe que eu estou só de passagem mesmo, meus pais vão ficar só por dois meses aqui na cidade, então os professores não viram motivo pra me colocar na chamada atoa.

-Hm... É faz sentido. – Admitiu.

-Eu tenho que ir, agente se vê. – Disse se virando e retirando-se dali.

Carmem achou interessante aquela história de ele estar de passagem por uns tempos na cidade, claramente ele era de fora, pois tinha aquele seu jeitinho estrangeiro. Mas, de onde ele era mesmo?

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-Dia difícil! – Suspirou.

-Você fala isso todo dia. – Debochou vendo a expressão em seu rosto aproveitou pra rir da cara de seu namorado, e ainda com as mãos dadas nas dele, lhe deu um selinho. – Relaxa Franja, tá tudo bem.

-Sinto falta da Mô.

-Da Mô? – Perguntou confusa.

-Estão chamando ela assim agora.

-Hm tá. Mas agente vai ver ela logo.

-Você fala isso todo dia. – Falou com a voz debochada e um sorriso de palhaço com uma cara irônica, se divertindo com a troca de papéis.

-Escuta Franjinha, estamos indo bem conversando com os nossos novos amigos.

-Mas a Mônica é nossa amiga.

-Ela está passando por uma fase difícil agora.

-Dane-se, nós somos os amigos dela, não devíamos apoia-la nas horas difíceis? – Ela estranhou a atitude dele, pois nunca agira daquele jeito antes, mas interferiu seus pensamentos para conclui-los em voz alta.

-Diga isso pra ela. Ela nem vai mais aos treinos de futebol. Acho que deixou de ser líder de torcida. Estamos numa hora difícil e ela nem aparece.

-Talvez ela não quisesse ser líder. – disse ele.

-Mas ela sempre foi a líder. Líder de tudo, ela parecia gostar disso.

-Gostava mesmo? Ou éramos nós que gostávamos que ela fosse? –Naquele momento, as palavras simplesmente sumiram da boca de Marina, ela não tinha ideia do que dizer.

-Hm...

-Ei Franja! – Uma voz os interrompeu.

-O que? – Perguntou assim que viu que era Irene.

-O Felipe quer trocar umas ideias com você.

-Ideias?

-Sei lá, ele disse que queria te perguntar uma coisa interessante.

-Tá, eu já estou indo. – Disse saindo dali.

-E aí Marina? – Perguntou á ela assim que Franja saiu.

-O que? – Despertou.

-Nossa, estava longe hein?! – brincou. – No que estava pensando?

-Você e a Mônica tem se falado ultimamente?

-Não. Por que a pergunta?

-Achei que eram amigas agora. – Irene parou pra pensar um pouco.

-Olha Marina, por mais que eu tenha ajudado a Mônica e queira talvez ser amiga dela, todos nós sabemos que isso nunca vai acontecer. A Carmem pode ser cruel, mas apesar deu ter apenas sido usada por ela, eu sempre vou ser a vilã da história.

-Do que está falando?

-Não tem como eu entrar para o time de vocês, nunca deu certo e nunca vai dar. Eu sou a chata e cruel, e isso não vai mudar.

-Talvez esteja certa, mas merece ter amigos verdadeiros, você não é tão chata e cruel quanto está dizendo.

-Pode ser. Mas não acho que seja assim tão fácil, a vida não é fácil. – Falou sem vontade.

-Não exagera. – Disse Marina.

-Não estou exagerando. É apenas aquela coisinha irritante que temos que aturar também conhecida como vida. – Marina não pode conter um risinho.

-Eu tenho que ir, vou falar com o Franja.

-Tudo bem! – Respondeu com os pensamentos martelando em sua cabeça e observando sua amiga sair dali de perto.

Marina pensava tanto no que acabara de dizer que nem se deu conta de que andava bem mais rápido do que o normal, ela nem se deu conta de que com seus passos rápidos bateu na porta do armário de alguém que estava aberto e que o fechou com a cabeçada que dera nele.

-Ah obrigada! – Disse o garoto agradecendo por ela ter fechado o armário pra ele, estranhamente aquilo não parecia ironia. E quem mais poderia ser aquele garoto diferente além de Do Contra?

-Desculpa. – Ele não entendeu o motivo da desculpa, apenas continuou:

-Marina, né?

-Sim. Você é...

-Do Contra! – Disse.

-Isso. Bem... Então tá bom, agente se vê por aí. – Falou meio sem saber o que dizer.

-Tudo bem então Marina, até mais. Ah, deixa eu te perguntar uma coisa.

-Pode falar. – Disse ela.

-Você é amiga do Fernando?

-Ah, não, ele é amigo da Carmem, por quê?

-Só curiosidade, você sabe, só por perguntar mesmo.

-Se quiser saber mais alguma coisa pergunta pra Carmem.

-Hm... Não vou muito com a cara dela, mas tudo bem valeu. Até mais.

-Até! – Respondeu se retirando.

No mesmo instante em que ela saiu, logo por trás de Do Contra surge Nimbus.

-E aí? Conseguiu alguma coisa? – Perguntou ele á Do Contra.

-Não. Eu falei com ela.

-E ela sabe de alguma coisa? – Indagou Nimbus impaciente.

-Não.

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-Então Felipe – Começou a dizer assim que chegou novamente ao refeitório. – O que queria me dizer de tão interessante? – Perguntou um tanto irônico.

-Queria te falar uma coisa que acho que deveria saber, mas que ainda não tenho certeza e preciso da sua ajuda pra solucionar o caso.

-Que caso?

-É sobre a Carmem. – Disse Felipe deixando Franja curioso.

-Hm... Interessante. – Respondeu esfregando o queixo.

-Eu sei. Tem uma coisa que preciso da sua ajuda pra saber o que exatamente são essas as confusões que minha prima anda se metendo.

-E do que se trata?