Mudança De Planos escrita por Clara Ferler


Capítulo 26
Um reencontro


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, não deixem de ler as notas finais do capitulo que eu explicarei melhor porque demorei tanto



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/276625/chapter/26

(P.V. Cebola)

-Não! Não! Eu já disse que não, você não vai fazer isso de jeito nenhum! – Ele gritava tentando com todas as forças segurar o meu braço, me impedindo de andar pela rua em direção ao lugar desejado.

-Cascão, eu já disse. Eu vou lá e pronto! – Resmunguei.

-Não, Cebola essa não é a melhor forma de resolver as coisas, não é o melhor ir lá e gritar com ela. – Me virei e fulminei-o com o olhar.

-Quem disse que eu vou gritar com ela? Eu só quero esclarecer algumas coisas, só isso. – Respondi voltando a caminhar enquanto ele ainda tentava me fazer mudar de ideia.

Para surpresa de Cascão, chegamos à porta da casa da Mônica, e antes que ele pudesse reagir, eu toquei a campainha, que logo foi atendida pela mãe dela. Seus olhos se arregalaram e se fixaram em Cascão. Sua surpresa aumentou mais ainda quando me viu ao lado dele.

-Cascão? Aimeudeus! Há quanto tempo. – Ela disse o abraçando sem que ele pudesse reagir, o fazendo arregalar os olhos de uma maneira um tanto engraçada. Dez de quando a mãe da Mô usava frases como, Aimeudeus? – A Mônica já tinha me falado que reencontrou você depois de tanto tempo, mas não tinha me falado como você cresceu e ficou tão bonito. – Ela apertou as bochechas de Cascão, deixando marcas vermelhas quando as soltou.

-Ah... Obrigada. – Ele corou, não sei se foi por causa do elogio ou pela vergonha de ter se afastado tantos anos de alguém e agora aparecer ali do nada.

-Mas o que vocês estão fazendo aqui? – Perguntou direcionando o olhar pra mim.

-Be-be-bem... – Cascão começou a falar. – “Sacumé né”? – Falou nervoso, fazendo Dona Luíza apertar os olhos tentando entender o que ele queria dizer com aquilo. – Tipo assim... Agente... – Antes de qualquer coisa, e antes que eu pudesse esboçar qualquer reação, ele saiu correndo dali totalmente sem saber o que fazer. Eu revirei os olhos quando ele saiu e direcionei minha atenção a Dona Luíza.

-É ele continua o mesmo! – Ela exclamou.

-A Mônica está em casa? – Perguntei entrando e dando espaço pra ela fechar a porta.

-Não. Ela foi comprar uma fantasia pra festa de Halloween nesse final de semana.

-Hm... É que eu queria falar com ela sobre... – Não consegui formular palavras, apenas olhei pra baixo e suspirei, sabendo que seria uma longa história pra contar, um assunto no qual eu não tinha tempo para explicar. Ela me olhou e cruzou os braços, levantou as sobrancelhas e logo falou:

-Ela me contou tudo.

-Tudo o que exatamente? – Perguntei me surpreendendo e um pouco confuso.

-Sabe... Sobre a perna quebrada... Sobre aquela garota que não a deixa em paz... Sobre o ex-namorado no qual acaba de tentar se redimir com ela... – Aquela frase me fez parar, aquilo era quase a questão de tudo. Ela suspirou novamente e levantou uma de suas sobrancelhas. – Sobre vocês. – Confirmou me surpreendendo. Mônica tinha falado de mim? É eu tinha ouvido direito, mas quando estava prestes a falar qualquer coisa, ouço passos fortes e rápidos descendo as escadas. Eu olho para o lado para ver quem se aproximava, e fico ainda mais surpreso quando vejo que era a Mônica. Meus olhos encontram os dela, e é aí que uma onda de calor percorre todo o meu corpo. Fazia tempo que eu não a via. Tempo o suficiente para quando eu a vi não conseguir contentar um sorriso de deslumbramento. Mais meus olhos logo se arregalaram, pois ela tinha me pegado de boca na botija, eu estava na casa dela, falando com a mãe dela e ainda assim sem conseguir formular as palavras certas para ter aparecido ali.

-Mônica? O que você tá fazendo aqui? – Perguntei tentando conter o nervosismo.

-Hm... Essa é a MINHA casa, o que VOCÊ tá fazendo aqui? – Perguntou confusa, deixando a resposta para minha pergunta, muito óbvia. Dona Luíza tentou me defender, já que percebeu que eu estava sem palavras.

-Filha! Eu achei que você não estava em casa. – Falou com um sorriso forçado.

-Eu voltei faz meia hora. – Respondeu um tanto indignada, mas ainda assim não deixando transparecer.

-Ah... – Concordou sua mãe, acenando com a cabeça, envergonhada da falta de atenção com a filha.

-E então... O que faz aqui Cebola?

-Eu... Eu vim falar com você.

-Sobre...? – Quis saber.

-Bem, infelizmente vocês vão ter que deixar a conversa pra outra hora porque eu já estou de saída. – A mãe dela interrompeu.

-Mas... – Comecei a falar, mas minha voz falhou.

-A não ser que vão pra casa do Cebola, pode ser?

-Pra onde você vai mãe? – Mônica perguntou.

-Hm... Bem... Eu vou... No mercado. – Ela pareceu meio nervosa ao responder, fazendo, tanto eu quanto a Mônica, ficarmos confusos.

-Mas você não foi ontem? – Ela indagou novamente.

-É, mas eu vou hoje de novo, algum problema?

-Não! – Concluiu desistindo de tentar investigar.

-Bem, eu já estou de saída, então é melhor você ir embora Cebola.

-Ah mãe, não tem problema, eu e o Cebola ficamos pra conversar. – Ela disse toda vermelhinha. A mãe dela ergueu as sobrancelhas e se curvou pra olhar pra ela melhor.

-E você acha mesmo que eu vou deixar vocês dois aqui em casa sozinhos? Vê se eu tenho cara de idiota. – Falou fazendo, dessa vez, nós dois ficarmos vermelhos. – Apesar de vocês não se verem faz tempo, a porta do seu quarto está aberta... – Falou para Mônica – E eu sempre desconfiei da mão boba, viu mocinho? – Concluiu dessa vez olhando diretamente pra mim, com aquela expressão de desconfiada, me deixando totalmente sem saber como reagir, envergonhado e vermelho. Fala sério, eu tenho certeza que já tive esse tipo de conversa aos nove anos de idade. Será que da pra mudar de assunto?!

-Ai, eu mereço! – Mônica resmungou batendo a mão na testa.

-Tudo bem... Como eu já disse, vocês podem ir à casa do Cebola pra conversar. Vão, vão logo, que eu já estou atrasada. – Disse puxando a filha pra mais perto e empurrando nós dois juntos em direção á porta. Antes que pudéssemos reagir ou protestar, ela já estava caminhando pela rua deixando nós dois ali parados.

-Sua mãe é bem legal! – Falei com um pouco de ironia.

-É eu sei. – Ela concordou sabendo o que eu queria dizer. – Acho que a única opção que sobrou foi fazer o que ela mandou.

-O quê?

-Ora, ir pra sua casa. O que quer falar comigo?

-Hm... Bem... É acho melhor conversarmos em casa. – Caminhamos alguns passinhos e eu abri a porta de casa. Nós entramos e minha mãe estava na cozinha. Ela notou que eu tinha chegado e logo se virou dando de cara comigo e com Mônica.

-Oi filho. O que faz aqui Mônica?

-Hm... Cebola disse que queria falar comigo. – Ela respondeu.

-A tá. Querido, eu preparei sua comida preferida, não quer vir almoçar?

-Não mãe, valeu. – Respondi com a cara fechada. Eu só queria que ela me deixasse em paz.

-Hm... Tudo bem. A Maria está dormindo, caso queira conversar depois sobre alguma coisa eu vou estar lá em cima e...

-Não vai ser necessário! – Eu a interrompi.

-Tá... Então... Eu vou deixar vocês dois a sós. – Ela respondeu com a cara triste, eu sabia que ela queria se aproximar de mim, mas não era agora que eu precisava da companhia da minha mãe. Ela subiu as escadas e eu fiz um gesto pra Mônica sentar-se à mesa e eu fiz o mesmo.

-O que foi Cebola? – Ela me perguntou curiosa com o que eu iria dizer, eu tinha tanta coisa pra falar, mas não sabia por onde começar.

-Tá... Por que você vai dar uma festa? Ah, e por que ME convidou junto com todos os MEUS amigos? Ah e mais uma coisinha... Por que você vai preparar a festa junto com o Tony? Vocês voltaram? O que aconteceu? – Uma explosão de perguntas ecoou da minha boca pra fora.

-Hm... Olhe... Eu só... – Ela tentava achar um jeito de responder a todas elas. – O Tony e eu somos só amigos, eu e ele vamos fazer essa festa em comemoração por voltarmos à amizade. – Eu fiz uma cara de desgosto.

-Você quer acabar comigo não quer?

-O que? – Ela perguntou confusa.

-Fala sério, não finja que nada aconteceu, pois você sabe muito bem o que eu sinto por você. O que foi, quer esfregar na minha cara que me usou como brinquedinho de diversão até encontrar alguém melhor? – Ela ficou em silencio, refletindo sobre o que eu acabei de dizer. Depois suspirou murmurando:

-Só não consigo imaginar quem poderia ser melhor que você. – Sussurrou.

-O que disse? – Perguntei querendo saber se entendi direito.

-Nada, não disse nada. Só... Eu não sou uma pessoa tão ruim assim, não é? – Indagou esperançosa.

-Sim, você é. Fica brincando comigo como se eu fosse um nada pra você e sem falar que já aconteceu de quase me deixar cair do penhasco e morrer, tá lembrada? – Conclui nervoso.

-Eu não te deixaria cair. – Ela sussurrou baixinho outra vez, como se não quisesse que eu escutasse. Quando percebeu o que tinha acabado de dizer, ela arregalou os olhos me fazendo sorrir satisfeito. Pra mudar de assunto, ela continuou. – Tony me explicou o plano da Carmem, e as armadilhas que ela anda fazendo por maldade e também confessou que tinha feito parte do plano. Ele pediu desculpas e eu pude ver que ele estava arrependido de verdade, então resolvi aceitar suas desculpas.

-Mas por que você aceitou fazer essa festa com ele? Não vê que pode ser outra armação?

-É talvez, mas eu acredito nele!

-Por quê? Por que acredita nele?

-Talvez eu sinta pena! – Ela falou sem pensar, mas com a expressão séria e honesta.

-Pena de quê?

-Pena por... – Ela parecia estar pensando no que dizer. – Pena por ele ter sofrido tanto com a Carmem, por isso. – Ela concluiu um tanto desonesta.

-Mas por que aceitou tão depressa assim? Você não aceitaria se tornar a melhor amiga do principal suspeito de mais uma brincadeirinha estupida, aceitaria? – Perguntei.

-Não... É que... Eu já disse... Eu confio nele e pronto! Eu já disse tudo e eu nem deveria ter vindo aqui, não te devo satisfação nenhuma! – Disse ela pronta pra se levantar quando eu rebati:

-Sim, você me deve satisfação sim. Porque pediu pra mim te beijar e depois sumiu de vista! – A vi corar, mas ela sabia que era verdade.

-Tudo bem... Você pode ter razão, mas...

-Mas? – Insisti para que ela continuasse. Ela olhou pra baixo, mexendo na toalha da mesa, suspirando como se estivesse pensando no que diria, no que iria propor ou até mesmo no que faria, ela ficou alguns minutos em silêncio até que olhou pra mim, com a expressão de que mal se reconhecia pela frase que diria em seguida. Quando então, deu um sorriso meigo e se curvou aproximando-se do meu ouvido, e sussurrou:

-Quer ir a algum lugar... Comigo?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Tudo bem pessoal, eu demorei porque estava pensando em vários finais pra fic, então eu cheguei a uma conclusão e na minha opinião ficou ótimo, mas enquanto eu pensava no final dessa fic, eu tive uma idéia pra outra fic, uma fic de romande com a Mô e o Cê, só que desta vez eu iria colocar universo alternativo e fantasia. Eu nunca trabalhei com algo do tipo, por isso eu queria saber a opinião de vocês. Eu tenho mais de vinte leitores então será que poderiam das um sinal de vida rápido e comentar na minha fic pra mim saber a opinião de vocês? O que acham deu começar a escrever essa nova fic? Não estou certa se é uma boa ideia apesar de achar a fic boa.