Mudança De Planos escrita por Clara Ferler


Capítulo 23
Não confie em ninguém


Notas iniciais do capítulo

esse capitulo foi mais rápido do que eu esperava rsrs. Gostaria de agradecer as recomendações, fico feliz que estejam gostando. Esse cap ficou meio curto, mas o próximo será maior, bjs e boa leitura!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/276625/chapter/23

(P.V. Mônica)

Senti meu estomago embrulhar, minha garganta estava seca e minha boca amarga. Aquela sensação era tão ruim, meus olhos estavam fechados, pois a claridade que ultrapassava as cortinas da minha janela era tão forte que tive que abrir meus olhos lentamente. Meu corpo todo doía, levantei um pouco a minha blusa, e vi que havia marcas vermelhas e cicatrizes, meus braços latejavam como se tivesse caído alguma coisa em cima deles. Lembrei-me da noite passada, por que Tony iria me bater? Ele seria capaz de fazer uma coisa dessas só por que terminamos? E o que tinha naquela bebida?

-Mônica? – ouvi minha mãe dizer enquanto entrava no meu quarto. – Você não vai pra escola? – Eu não estava acreditando, no dia em que eu estava quase morta ela entra no meu quarto e finge se importar?

-Por que se importa? – sussurrei sem conseguir falar direito, minha garganta doía, como se algo tivesse passado por ela e tirasse toda a minha voz. – Nunca se importou. – conclui ainda roca. Minha mãe tentou não ligar para o meu comentário e direcionou a atenção ao meu estado.

-Você está bem? – perguntou.

-Hm... – não consegui responder, meus olhos tentavam se fechar, mas eu insistia para que ficassem abertos. Quis levantar da cama para não ter que encarar minha mãe quando abrisse os olhos novamente. Dei um impulso e logo fiquei de pé em frente à cama, mas então, senti minhas pernas amolecerem, estavam tão fracas e eu via tudo embaçado e parecia que tudo em volta girava. Minhas pernas enfraqueceram, antes que eu pudesse reagir, caí de joelhos no chão duro.

-Mônica! – minha mãe gritou, não ouvi mais nada, antes de apagar completamente.

(P.V. Cebola)

-E aí cara! – disse ele se se sentando à mesa junto com os outros rapazes. O observei, vi seu rosto que demonstrava calma e paciência, mas sei que lá no fundo ele queria respostas. Faz uma semana que Mônica não vem pra escola, eu estava preocupado, mas não queria demonstrar, eu queria esquece-la de uma vez por todas. Eu sabia que Cascão queria saber o porquê deu ter me distanciado dela por todo esse tempo e qual foi o motivo de termos brigado, mas eu não falei nada. Eu não ia ficar correndo atrás dela procurando respostas, ela é que tinha que vir se explicar pra mim, mas como ela não fez isso eu achei que a melhor opção fosse fingir que aquilo nunca aconteceu.

-Oi. – dei um leve sorriso pra ele.

-E então... Eu estava pensando se hoje nós podíamos nos sentar com a Magali, a Mônica e o Quim. – tentou me convencer. Há dias que Cascão tenta se aproximar delas, mas eu sempre recusei.

-Não Cascão, eu acho que não. – senti o ar de desapontamento no rosto dele. – Além do mais, a Mônica não veio pra escola hoje... De novo. – suspirei pensando no que poderia ter acontecido.

-Sério? E você sabe o que aconteceu? – ele perguntou.

-Não.

-Ah, vocês não ficaram sabendo…? – perguntou Do Contra que estava ouvindo a conversa.

-O que? – perguntei rapidamente.

-A Mônica ficou doente, sei lá, acho que ela ficou bêbada numa festa e passou mal, ela devia não ter experimentado aquela bebida antes e sofreu por desidratação no corpo e náusea. A mãe dela a levou pra ficar duas semanas na mansão dos tios. Sabe? Coisa de gente rica. Ela só volta daqui uma semana. Pelo menos foi isso o que eu ouvi dos professores.

-O que? – gritei com os olhos arregalados e espantado pelo que ouvi.

-Calma Cebola. – Cascão tentou me acalmar.

-O que mais aconteceu? – me interessei.

-Só sei isso. – respondeu Do Contra. Eu suspirei de decepção. – Ah... – Ele continuou. – Eu acho que também falaram alguma coisa sobre ela ter dito que o Tony bateu nela naquela noite, por raiva de terem terminado o namoro. – Abaixei a cabeça tentando absorver tudo o que ele me disse. Levantei-me da cadeira de pressa já determinado a fazer o que me vinha à mente.

-Cebola espera. – disse Cascão puxando o meu braço.

-Me solta. – soltei meu braço com toda a força e segui meu caminho transbordando de raiva.

-Seu idiota! – O insultei chamando a atenção de todas as pessoas do refeitório. Ele apenas levantou a cabeça e ficou surpreso quando viu que era eu. Balançou a cabeça jogando seus cabelos loiros para o lado.

-O que você disse? – perguntou. Eu não mantive a calma, o puxei pela gola da camisa o forçando a levantar e logo o soltei vendo a expressão de raiva em seu rosto. Eu consegui ouvir os cochichos das pessoas no refeitório, tais como: “Uh, a coisa ficou feia pro novato”. “Pro novato? Eu acho que é o Tony que perde essa” “Isso vai dar briga”.

-O que você quer aqui? – perguntou já impaciente.

-VOCÊ bateu na Mônica, a machucou e colocou alguma coisa na bebida dela.

-O-o que? Não, eu jamais machucaria a Mônica, jamais.

-Ah, seu imbecil! – gritei com toda a fúria que havia dentro de mim, sem controle algum sobre o que se passava dentro de mim, sem que eu pudesse parar pra pensar, dei um soco na cara dele, fazendo com que o barulho ecoasse no refeitório. Todos ali começaram a gritar:

-É briga, é briga, é briga! – enquanto outros subiam nas mesas pra gritar. Tony colocou a mão esquerda no local onde eu bati, ainda com o rosto virado sem me encarar. Quando finalmente olhou nos meus olhos, eu pude ver a raiva dele, mas estranhamente, ele não revidou o golpe, ele apenas tentou se conter e saiu de perto de mim, caminhando em direção a algum lugar onde ninguém poderia imaginar o que ele ia fazer.

************************************************************

-Obrigada. – disse ela para a moça que acabara de colocar tudo na sua bandeja de comida. Quando então, alguém vem por trás dela e agarra o seu braço com toda a força possível. – Ai, tá maluco Tony? – Perguntou ela irritada.

-Não, quem está maluca é você. – falou ele tentando inutilmente não chamar a atenção de todo o refeitório, mas eles acompanhavam tudo o que Tony fazia, especialmente Cebola do outro lado do refeitório, e também a Denise que estava com o seu celular na mão gravando tudo. Aquela garota não era má, só tinha uma quedinha pelo Tony, mas não era por isso que ia deixar de gravar tudo para incrimina-lo na internet.

-Vem comigo. – sussurrou ele, fazendo- a largar a bandeja no balcão da cozinha e o seguir. Ele entrou em uma sala, na mesma sala em que Carmem tinha prendido Mônica no dia da apresentação.

-O que você quer? – ela perguntou já impaciente.

-Eu quero explicações. Todo mundo tá achando que o fato da Mônica ter sumido de repente foi por que eu bati nela, que história é essa? – Ela sorriu satisfeita com o seu trabalho.

-Ai Tony, como você é ingênuo. Você caiu tão fácil no meu plano.

-N-no seu plano? – repetiu nervoso.

-Não é obvio? Você é bem burrinho em?! Demorou pra se tocar.

-O que você fez? – perguntou impaciente.

-Calma, fofo eu explico. – disse ela, fazendo biquinho, debochando dele.

-Desembucha.

-Simples... Tudo começou quando você teve aquele seu plano ridículo, ir todos os dias no salão de festas que sempre costumávamos ir junto com a Mônica e esperar um dia que ela fosse lá, o que por conhecidencia foi no mesmo dia em que bolamos o plano. E então, quando ela aparecesse eu ia convencê-la a beber uma bebida e quando não estivesse olhando colocaria sonífero pra ela adormecer e ficar desesperada, mas aí ia chegar você pra salva-la a leva-la de volta pra casa. – ela deu uma pequena pausa junto com um sorriso malicioso. – Pena que... O que eu coloquei na bebida não foi sonífero, pobrezinha... – deu um risinho.

-O que você colocou na bebida Carmem? Anda, fala! – gritou. Ela levantou a cabeça olhando nos olhos dele, o deixando intimidado pela sua alta confiança. Ela apenas sorriu vitoriosa, e sussurrou:

-Drogas! – ela riu uma gargalhada tão alta que ecoou pela sala. – E como a Mônica nunca tinha experimentado antes, foi fácil ela passar mal e... Adoecer, há há.

-O que? – Perguntou com os olhos arregalados, segurando com brutalidade os dois braços de Carmem, mas ela continuou rindo.

-Você me paga, Carmem.

-Ai, que isso fofo. Você serviu mesmo de capacho por todo esse tempo.

-Como assim por todo esse tempo?

-Ah, é mesmo, esqueci-me de dizer... Lembra quando a Mônica não participou do Show de Talentos? Então... Foi porque eu a tranquei, eu tranquei nesta mesma sala que agente está, e eu também fiz algumas brincadeirinhas com ela. – debochou dando risadinhas. – E você pensando que só estávamos tentando separar os dois? Achou mesmo que eu faço o tipo de garota que faz coisinhas de novela mexicana, é? Pois eu sou bem mais capaz do que você podia imaginar. – ela riu abrindo a porta do quarto e prestes a sair, quando então, se virou e olhou pra Tony, observou seu rosto congelado e sua pele pálida sem poder expressar reações ou palavras. Ela deu um ultimo risinho e disse á ele:

-Mas se serve de conselho pro futuro... Não confie em ninguém, especialmente em mulheres. Falo? Fui.

Saiu batendo a porta com força atrás dela, Tony ainda estava em choque. Deve ter demorado cerca de uns dez minutos para ele cair na real e se tocar do que aconteceu. Carmem o enganou esse tempo todo com os seus truques, ele realmente se impressionou com aquilo, mas ele não ia deixar aquilo barato. Tony se sentia inútil depois de ter sido enganado, por isso ele queria que aquela sensação passasse e ele tinha um jeito perfeito de se sentir melhor: Se vingando. Ele era uma pessoa fútil e que achava que precisava dar o troco a quem o chateasse. Em sua mente, formulou um plano que ele dizia ser perfeito, mas ele não ia fazer como os planos de Carmem, claro que o plano de enganar ele pra colocar drogas na bebida da Mônica foi excelente, mas aquele outro de trancar ela no quarto de limpeza pra ganhar o show de talentos foi tão baixo, qualquer um poderia ter feito aquilo, ele não iria fazer daquele jeito, o plano dele era muito mais profissional. Mas mal sabia Tony que ele nem precisaria se vingar de Carmem, pois o destino dela já estava reservado.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

gostaram? Comentem!