Mudança De Planos escrita por Clara Ferler


Capítulo 22
Estúpida realidade


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora, esse capitulo não explicou muita coisa, mas no próximo as coisas vão se resolver, eu ia postar mais cedo, mas eu estava refazendo o meu perfil, quem quiser xeretar a minha vida chatinha, da uma conferida, bjs e boa leitura!!!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/276625/chapter/22

Não sou de correr atrás de ninguém, mas se eu fizer isso, é porque essa pessoa é realmente especial. Mesmo que eu fizesse alguma coisa de errado, o que aconteceu muito, eu ainda assim deixava essa pessoa pra lá e tentava não ligar. Mas esse método não estava funcionando comigo agora. Faz quase um mês que não vejo o Cebola, e tudo porque não tive coragem de dizer pra ele a verdade, mas também, o que eu ia dizer? Que minha mãe acha que eu sou uma barraqueira que arranja confusão durante a noite e sai bêbada no final da história? Bem, eu acho que seria isso mesmo que eu deveria ter dito, talvez eu ache que meu comportamento foi normal, quer dizer, é normal se apaixonar por um garoto e deixar claro que está apaixonada por ele e depois dizer pra ele se afastar de repente sem dar nenhuma explicação... Isso é normal, não é? ... Uau, antes eu poderia dizer que isso é comum, pois já fiz esse tipo de coisa muitas vezes, mas agora isso pareceu tão... Cruel. Eu sou uma pessoa ruim? Quando eu olho pra trás e vejo tudo o que eu causei a tantas pessoas, eu sinto vergonha de mim mesma, mas quando vejo a pessoa que eu realmente sou, acho que ainda tenho esperanças. Eu estava no meu quarto e nem precisava descer pra saber que meus pais não estavam lá, eu ainda estava de castigo, mas eles também tinham que trabalhar e não poderiam ficar me vigiando. Eu estava cansada de ficar em casa, precisava sair um pouco, tomar um ar fresco, talvez isso pudesse me relaxar. Logo corri pro quarto da minha mãe e peguei a chave do carro dela, que ela tinha escondido debaixo da cama pra eu não pegar, e depois fui ao closet e peguei a chave da porta de casa que havia escondido entre os perfumes. Desci as escadas, fui até a garagem e entrei no carro. Liguei o motor e saí em disparada. Não sabia pra onde ir, só sabia que se eu ficasse em casa por mais um minuto eu ia acabar enlouquecendo. Já eram sete horas da noite e as luzes dos postes da cidade iluminavam o caminho naquela rua sombria e nem um pouco movimentada. Parei o carro em frente a um salão de festas, onde devia ter veteranos como eu, desesperados pra encontrar alguma diversão em sua vida. Eu, o Tony e o pessoal costumávamos vir aqui pra nos divertir, mas geralmente acabávamos bêbados e só voltávamos pra casa depois das quatro horas da manhã. Entrar lá pra mim era o que restava, já que eu estava disposta a esquecer de tudo, e aquele parecia um bom lugar pra começar.

************************************************************

Dez horas antes... 9:00 horas da manhã, na escola:

Nada estava indo bem pra Tony. Ele estava sentado devorando sua maça com raiva e observando a mesa em que Mônica, Magali e Quim estavam sentados juntos. E depois virou seu olhar pra outra mesa, onde estavam sentados Cascão, Cebola e os outros garotos. Se passou muito tempo, Cascão e Magali mal tinham começado a serem amigos e logo se separaram por causa da briga da Mônica e do Cebola que não contaram para eles sobre o beijo que havia acontecido. Carmem que estava sentada ao lado de Tony deu uma gargalhada ao perceber que estava olhando para as mesas, e logo disse:

–Não é perfeito Tony? Não sei como isso aconteceu, mas agora os dois nem se falam mais.

–Para com isso Carmem, será que você não percebe o que está acontecendo? – perguntou Tony em um tom muito bravo.

–O que?

–Tá, você conseguiu deixar a Mônica longe do Cebola, mas e agora? Veja a nossa situação. Depois que a Mônica saiu da nossa turma isso aqui virou um nada, a Magali ficou do lado dela e o Quim, aquele Mané, foi logo correndo pra namorada e também largou a gente, e depois disso não sobrou nada. O Tikara pegou um resfriado e não está vindo pra escola essa semana e a Marina e o Franja logo deixaram a gente pra ficar com a segunda turma popular que agora parece ser a primeira: Irene, Denise, Felipe e Luísa. – Carmem deu um pulo da cadeira.

–Como assim o Franja e a Marina largaram a gente pra ficar com os idiotas dos meus primos e as chatas das minhas “ex- amigas”?

–Carmem, se você ainda não percebeu, só tem nós dois sentados aqui nessa mesa. Agora nós não somos mais os poderosos da escola, nós estamos caindo. Você queria que a Mônica ficasse mal, e conseguiu, mas com isso você também nos deixou na pior.

–Droga, eu não tinha pensado nisso! – resmungou batendo o pé no chão.

–Temos que recuperar a Mônica de volta.

–Nem pensar.

–Para de ser tão chata, só a Mônica pode liderar a nossa turma, você jamais conseguiria.

–EI! – Se irritou.

–É verdade, você não sabe mandar em um grupo. Trazendo a Mônica de volta pro grupo, podemos voltar a mandar na escola como fazíamos e você pode voltar a implicar com ela, e, além disso, eu posso voltar a ficar com ela, tirando toda a possibilidade dela com o Cebola. – Carmem não se convenceu, de jeito nenhum ela ia trazer Mônica de volta.

–Escuta Carmem, a Irene tá toda amiguinha dela, não sei por que, mas está, e acho que tudo isso é por culpa sua. – Carmem tentou evitar o sorriso pra que Tony não desconfiasse de que ela tinha aprontado alguma. Ele não sabia que Carmem estava tentando machucar e prejudicar a Mônica esse tempo todo, até onde ele sabia, eles só tentaram separar ela do Cebola. Então ela parou e pensou que se não trouxesse Mônica de volta, ia acabar no fundo do poço. Mas ela não era o tipo de pessoa que se convencia fácil. Em sua mente, fez o seu próprio plano sozinha, e resolveu engana-lo já que seria a isca perfeita para sua armadilha.

–Qual é o seu plano? – perguntou o convencendo de que ela concordava com ele, mas não, Carmem tinha um plano bem pior.

Dois minutos depois...

–Tony, acha mesmo que isso vai dar certo? – perguntou ela se parecendo confusa por fora, mas por dentro ela estava debochando do plano patético dele, o qual daria exatamente certo para a sua armadilha.

–Bem, mais cedo ou mais tarde ela vai acabar indo lá, porque ela está tão péssima que vai querer se divertir, então é só fazer de acordo com o plano e tudo vai dar certo. – disse ele.

–Tudo bem.

************************************************************

Dez horas depois...

(P.V. Mônica)

Fiquei olhando para o volante do carro, no qual minhas duas mãos ainda o seguravam mesmo o carro estando parado. Fiquei na duvida se devia ou não entrar, mas qualquer coisa pra esvaziar a mente era o bastante. Direcionei minhas mãos a porta do carro e saí de dentro dele, caminhando pela calçada e abrindo a porta do salão. Quando entrei, como eu esperava, vi luzes coloridas por todo o local e uma música super alta e agitada tocando sem parar enquanto uma multidão tentava acabar com todo o folego dançando na pista de dança. Fui até um dos bancos em frente ao balcão de bebidas e me sentei lá. Fiquei olhando aquelas pessoas se movimentando e se divertindo, pensei em quando eu era desse jeito, quando eu fazia parte da turma popular, de quando eu ia a festas, cinemas, aniversários. Tudo era bem melhor antes de Cebola chegar, minha vida era perfeita, por que ele tinha que entrar na minha vida e muda-la completamente? Eu era feliz... Não era?

Sei lá, há meses atrás eu reclamava de não ter amigos e de não ser levada a sério por fazer parte de um grupo com pessoas ridículas, e há dias atrás eu reclamava de ter me distanciado de Cebola porque eu achava que seria melhor assim, e agora, estou reclamando por ele ter aparecido na minha vida. Mas quer saber? Sempre vai ter alguma coisa do que reclamar, do que achar ruim e do que odiar. Mas parece que a mania de detestar as coisas, como eu sempre fazia, voltou depois que ele se afastou de mim. Sempre eu estava cercada de coisas ruins que eu não podia fugir, mas quando ele apareceu, foi como se tivesse criado alguma barreira protetora que impedia dessas coisas ruins chegarem até mim. O que eu faria agora?... Ai Mônica como você é burra! É só falar com ele, dizer que... Senti muito. Não parece tão difícil assim. E se ele não me quiser? E se eu for muito chata e idiota que ele se cansou de mim? Ai, eu odeio a minha vida! Quem diria que eu seria capaz de pensar uma coisa dessas, mas parece que minha vida perfeita, não está tão perfeita como antes, e quando me refiro a “antes” não quero dizer de quando eu era popular e admirada por todos, não estou falando de quando havia superioridade na minha vida, e sim, de quando Cebola começou a fazer parte dela. Meus pensamentos foram interrompidos quando ouvi uma voz chamando minha atenção, achei que fosse só minha imaginação então ignorei, mas então aquela voz se repetiu junto com um estalo de dedos em frente ao meu rosto. Acordei pra vida e vi que era o atendente que estava no balcão esperando que eu fizesse o meu pedido.

–O que deseja senhorita? – repetiu ele.

–Hm... Acho que nada. – neguei. Não estava a fim de me embebedar.

–Ora, ora, ora Mônica, não tem coragem de dar um golinho em uma bebida alcoólica? – perguntou uma voz atrás de mim. Eu me virei e vi que era a Carmem, acompanhada por Tony.

–O que vocês estão fazendo aqui? – perguntei.

–Viemos festejar, assim como você. – falou ela se aproximando de mim e sentando no banco ao meu lado e Tony do outro lado. – E então... É pra hoje ou tá difícil?

–Do que você tá alando? – perguntei.

–Ué, você não vai pedir a sua bebida? – ela insistiu.

–Não. Carmem me deixa em paz.

–Eu deixo, prometo. Se você pedir uma bebida bem pesada, eu juro que nunca mais cruzo no seu caminho.

************************************************************

–Você jura? – perguntou Mônica.

–Juro. – respondeu ela com um olhar de sinceridade, cruzando os dedos atrás dela sem que Mônica visse, indicando que ela estava mentindo.

–Tudo bem. – se convenceu. O que custava ficar um pouquinho tonta? Se isso fizer Carmem se distanciar, por ela tudo bem. Fez seu pedido, e logo deu um gole no ponche. – pronto, já bebi, agora da o fora daqui. – Carmem fez um sinal pra Tony discretamente.

–Ah, Mônica, tem uma sujeira no seu rosto. – disse ele na tentativa de distrai-la.

–Onde?

–Deixa que eu tiro. – respondeu tentando tirar uma sujeira que na verdade não existia de sua bochecha.

Carmem aproveitou a situação de distração de Mônica para colocar o conteúdo que estava dentro do potinho que ela tinha tirado do bolso de trás da sua calça jeans na bebida dela.

–Pronto, tirei. – disse Tony.

–Valeu. – agradeceu.

–Vai Mônica, só mais um gole, e eu te deixo em paz. – falou Carmem.

–Não.

–Então tá, vou continuar te provocando.

–Ai, tá bom. Só mais um gole. – concluiu ela, colocando a bebida em sua boca. Corria pela sua garganta formando um gosto quente e amargo, a bebida estava diferente de antes. Ela apenas largou a bebida em cima do balcão quando sentiu sua cabeça dar mil voltas e seus olhos embaçarem fazendo-a enxergar apenas vultos e sombras.

–Mônica você tá bem? – perguntou Tony, seguindo de acordo com o plano dele.

–Não. – sussurrou ela.

–Escute eu vou te levar pra casa tudo bem? Eu me preocupo com você, vai ficar tudo bem. Confie em mim.

–Obrigada. – Respondeu fechando os olhos.

–Carmem, cuida dela pra mim, eu só vou trancar o meu carro pra poder levar ela pra casa.

–Ok. – respondeu ela sorrindo por tudo estar indo de acordo com o que ela planejava. Assim que Tony saiu dali, ela olhou pra Mônica percebendo que ainda estava em si. “Que ótimo, ainda está acordada” pensou ela.

–Tony, é você? – perguntou ela não podendo enxergar direito.

–Sim. – Carmem mentiu. – Sou eu, o Tony. E, aliás, eu queria te mostrar uma coisa. – Ela levantou seu braço o mais alto possível e olhou pra Mônica com raiva, tirando todo o impulso de seu braço e o trazendo de encontro com o rosto de Mônica, a dando uma bofetada tão forte que seu rosto virou para o outro lado. Carmem estava com tanta raiva que um simples soco na cara não era o bastante. Ela começou a dar chutes em seu estomago, sem ela poder fazer nada e inconsciente do que estava acontecendo, deu tapas em seu rosto até deixar a marca de vermelho e suas unhas cravadas em sua pele. Ela logo de distanciou quando viu Tony chegar.

–Está tudo bem com ela? – perguntou.

–Tudo ótimo, seu plano foi genial. – mentiu Carmem, mal sabia ele que ela não tinha feito nada igual ao que ele tinha pedido.

Tony saiu dali a levando pra casa sorridente, seu plano tinha dado certo. Ele estava com ela no banco ao lado do carro dela com ele dirigindo. Ele chegou á casa, e logo se direcionou a ela pra pega-la no colo, quando a voz dormente dela chamou sua atenção:

–Não me machuque. – ela sussurrou. – você já me bateu de mais.

–Eu não vou te machucar. – respondeu sem entender o que ela tinha dito, apenas achou que deveria estar sendo um sonho dela. Entrou e subiu as escadas segurando-a no colo, a colocou na cama de seu quarto, depois foi á garagem e deixou o carro no lugar. Foi até a porta da frente e a trancou deixando a chave pro lado de dentro. Caminhou até o salão de festas e pegou seu carro que ainda estava lá. Entrou dentro dele e ligou pra Carmem.

alô?

–Oi Carmem, o plano deu certo. Mas eu estranhei bastante.

–como assim?

–Sei lá, tem certeza de que o que você colocou naquela bebida foi sonífero? Por que ela dormiu bem rápido e o efeito do sonífero geralmente demora um pouco e...

Escuta Tony, seu plano era deixar a garota tonta e depois ajudar ela dizendo que se preocupa e tudo mais, não é? Pra ela achar que você é o herói dela e blá, blá, blá... Daí ela ia voltar pra nossa turma e voltaria com você porque ia ficar muito agradecida pelo o que você fez, certo?

É.

Então! Foi isso o que eu fiz, não está desconfiando de mim, está? Depois de tudo o que eu fiz pra te ajudar?

Não, não, que isso Carmem, imagina. – falou meio sem graça.

Tudo bem, vou desligar agora... Tchau.

–Tchau.

Tony voltou pra sua casa, imaginando que no dia seguinte Mônica estaria grata por tudo a que ele fez, mas não era bem isso o que ia acontecer, o pior ainda estava por vir. Mônica apesar de estar inconsciente, se lembrava muito bem dos machucados em seu corpo, e acreditava ter sido Tony. Carmem apreciava sua vitória sem nenhum peso na consciência, pois havia colocado uma coisa desagradável na bebida de Mônica que só ela sabia o que era, e que afetaria sua saúde e seu comportamento. Ela também havia a machucado sem dó nem piedade, fazendo de tudo para deixa-la cada vez... Pior.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

gostaram? podem dar opiniões, criticas ou o que quiserem, mas comentem, é muito bom saber o que pensam da minha fic.