Mudança De Planos escrita por Clara Ferler


Capítulo 19
Uma nova amiga.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora, mas eu tive alguns problemas na escola, e as provas já estao chegando então eu tenho que estudar, estudar, estudar e estudar rsrs, bom, espero que gostem e aproveitem.



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Enquanto Mônica estava trancada, uma pessoa procurava desesperadamente por ela.

-Mônica! Mônica! Onde você está? – Cascão gritava passando pelo refeitório que estava escuro, apenas com algumas luzes de fora para clarear o caminho. Quando a pessoa que ele menos esperava ver, apareceu gritando:

-Mônica! Eu sei que está brava comigo, mas já está quase na hora da sua apresentação e... – A comilona logo se calou, ao rever o antigo colega. – Cascão?

-Magali! – exclamou o sujinho cruzando os braços, com o nariz empinado, irritado e indignado.

-Há quanto tempo! – diz ela no mesmo tom de irritação, tentando em vão, não demonstra-la.

-Pois é né. – disse ele a seco.

Os dois fazem bico, e se viram para o lado de braços cruzados. Cascão pensa por um instante, e vê que é inútil brigar por uma coisa que ocorrera há tanto tempo e não valia a pena relembrar as indiferenças. Após desfranzir as sobrancelhas, olha pra ela e diz com firmeza em seu tom de voz:

-Magali... Eu sei que faz muito tempo que agente não se fala, e eu entendo se não quiser nunca mais olhar na minha cara e... – ela, porém, o interrompeu:

-Cascão, você magoou minha melhor amiga por ciúmes dela comigo e além disso... – ele não quis ouvir aquilo tudo que já sabia, então a impediu de terminar a frase, antes que a concluísse:

-Olha Magali, eu já sei disso ok? Não precisa repetir. Mas agora não é hora pra falar disso. Nós nunca fomos amigos mesmo... – ela se enfureceu ao ouvir aquilo, pois apesar de algumas tentativas de amizade, Cascão sempre se recusou a ela, ele percebeu o fogo em seus olhos e se preparou para o que viria em seguida:

-É NÓS NUNCA FOMOS AMIGOS MESMO! – Falou ela em um tom auto, bufando. – E você preferiu ficar com seus amiguinhos novos ao ficar com a Mônica que era sua amiga desde tanto tempo. – Concluiu ela, relembrando o acontecimento que ocorrera anos atrás.

-Você sabe que não foi por isso que eu e ela deixamos de ser amigos... Mas, por que me critica? Afinal, você também fez o mesmo! – acusou-a.

-O QUE? –Ela estremeceu.

-Isso mesmo! Deixou a Mônica sozinha chorando no corredor, porque ela fez uma critica, se defendendo daquela espécie de gente que você chama de amigos... E EU quem fui ajuda-la. – ele disse todo orgulhoso de seu comportamento.

-Não seja tão convencido! – ela questionou irritada.

-Não sou convencido, apenas realista. Você largou ela porque não sabia como reagir diante de pessoas que conhecia a tanto tempo, mas que sempre soube que aquela gente não presta.

- Isso foi uma bobagem. Não foi nada disso!

-Foi sim, nem adianta negar porque eu vi, toda a escola viu na hora do lanche.

-Ah, mas isso já passou. A Mônica já deve me perdoar. Isso aconteceu já faz tempo.

-Assim como a briga que eu tive com ela há muitos anos não é? – Magali se calou, prestando atenção no que ele dizia. – Se você merece que ela te perdoe por uma, como você diz ser “Bobagem”, então porque ela não me perdoaria por uma briga que já aconteceu há muito, muito tempo? – Magali não sabia o que dizer. Ficou sem fala, por um lado ela sabia que ele estava certo, mas não queria admitir. Ela tinha se tornado uma pessoa completamente diferente do que realmente era e no fundo sabia que era por causa de seus novos e diferentes hábitos com os “Amigos”.

-Ahm... Eu... E-eu... – Tentou formular uma boa frase, mas nada conseguiu.

-Você não precisa ser minha amiga, nem precisa falar comigo. Eu só quero achar a Mônica, e acho que você também, não é?

-Ahm...

-Só me ajuda a procura-la. – pediu ele já com um pouco de impaciência.

-Tudo bem.

Andaram em passos leves, tentando achar algum sinal de vida da Mônica.

Enquanto isso...

-Carmem, o que você fez? – perguntou ela com a mão na testa já bem preocupada.

-Calma, fofa. Vê se relaxa! – disse ela como se não houvesse nada de preocupante.

-O que você fez com a Mônica?

-Nada Irene, nada de mais... – Ela olhou nos olhos da amiga que a encarava com raiva, então resolveu contar de uma vez. – Tudo bem... Eu só... A tranquei na sala de limpeza.

-VOCÊ O QUE?

-Shiiiu! Fala baixo. – disse ela colocando o dedo sobre a boca indicando silêncio.

-Carmem, isso é errado.

-Ih! Virou minha mãe agora é? – disse ela com ignorância. – E, além disso, não foi você quem falou que era um absurdo o fato da Mônica estar dando em cima do Cebola?

-Tá, mas isso foi quando ela estava com o Tony. E ela nem estava dando em cima dele, você é que estava com ciúmes.

-Aff! Você é que tava afim dele.

-Pode até ser, mas nem por isso eu ia trancar a Mônica... – ela olhou pra Carmem que sorria disfarçadamente, e de repente tudo fez sentido. Ela a encarou e disse: - Você queria impedir que a Mônica se formasse não é?... Se a Mônica estivesse trancada, não ia poder competir no show de talentos, e assim não ia ganhar pontos extras por faltar na detenção, o que faria com que ela reprovasse de ano, e, além disso, você poderia ganhar a competição no lugar dela, o que tornaria você a número 1 outra vez. Carmem! Você é uma cobra! – disse ela a encarando, e ela por sua vez sorria, mas logo parou de sorrir ao ouvir o xingamento da loira.

-Você me chamou de quê?

-É isso o que você é! Não sabia que seria capaz de fazer uma coisa dessas.

-Você está do lado de quem afinal? Você está me tratando como se eu fosse a vilã.

-Talvez seja isso mesmo que você seja. – concluiu ela.

-O que? Irene... Todos esses anos, ela sempre quis me envenenar, sempre estava em primeiro lugar pra tudo.

-É mesmo? Ou era você quem via dessa forma?

-Ah, mas...

-Não, quer saber? Não ligo pro que você tem a dizer. Pra mim, tudo o que você diz não passa de uma farsa. – Disse ela se virando e quase indo embora, quando Carmem a puxa pelo braço.

-O que você vai fazer? – perguntou ela com preocupação de que Irene pudesse interferir os seus planos.

-Não vou fazer nada. – Carmem suspirou de alivio. – Apenas, vou deixar você com o seu dinheiro e seu coração de pedra viver. – disse ela a seco. E saiu dali o mais de pressa possível. Carmem se virou contente, por Irene não fazer nada contra ela... Bem, pelo menos era isso o que ela pensava.

Dentro do quarto de limpeza...

(P.V. Mônica)

-Socorro! – Gritei. – Não é possível que não tenha ninguém aqui! Bem, possível até que é, porque todos estão no show e eu... E eu aqui!

Olhei em volta e vi que havia uma pequena janelinha no teto, corri e subi na estante que tinham ali na parede, subi pelas prateleiras que havia nela e tentei abrir a janela. Porém, a mesma se encontrava fechada. Comecei a ficar desesperada, não sabia o que fazer. Tentei descer as prateleiras da estante que me encontrava em cima delas, quando desci um degrau, tentei tirar o outro pé dali de cima. Droga, meu pé estava preso. Sacudi forte ele, mas a tira da minha sandália estava entre a madeira, minha perna estava começando a doer de tanto sacudi-la, e faltava polco pra eu não cair no chão, já que meu pé não soltava. Assustei-me de repente quando ouvi um barulho de porta se abrindo, olhei em direção a porta, mas ninguém havia a abrido, aquele não era o som da porta, e sim o da estante se movendo. Ela não era tão pesada, mas era bem grande pra me esmagar, eu estava em uma enrascada e meu pé ainda preso. As lágrimas de desespero começaram a fluir de repente junto com o som da minha voz pedindo por ajuda, sendo eles, em vão.

-SOCORRO! – Gritei ainda mais alto. Mas como o mesmo esperado, ninguém me ouviu. A estante ainda se movia e já havia saído da parede, eu já me via deitada quase encostando no chão. Quando minha sandália desprendeu, dei graças a Deus, mas infelizmente já era tarde de mais.

-Ahh! – Gritei em um som agudo, sentindo o móvel enorme encostando-se em meu corpo. Corri o mais rápido possível rastejando no chão antes que caísse em cima de mim, porém, rastejei poucos passos antes que a estante me esmagasse. Gritei ainda mais alto do que minha voz podia aguentar, quando senti a dor que pude sentir. A estante havia caído em cima do meu tornozelo, o prendendo totalmente contra o chão. Gemi em um fio de voz. Tentei ficar parada, apenas chorando, porque era a única coisa de que gostaria de fazer naquele momento. Mas a dor falou bem mais alto; O móvel prendia minha circulação do sangue, apertando mais ainda meu tornozelo, imediatamente tentei tirar a estante de cima, mas não consegui. Alguns objetos que havia na estante, caíram em cima de mim junto com a ela, inclusive um vidro que não conseguia ver, que tinha caído na sola do meu pé. Senti sangue escorrer; e doía cada vez mais.

-Por favor... Alguém! – Disse choramingando nas últimas esperanças de que alguém aparecesse. Mas minhas esperanças já estavam perdidas, e eu sei que precisava sair dali o mais de pressa possível, mas não sabia como, fechei os olhos sem pensar no que mais poderia fazer. Quando então, algo me chamou a atenção... Vi sombras na parte de baixo da porta.

-Tem alguém aí? – perguntei quase sussurrando, com as últimas forças e as últimas esperanças.

-Mônica? – a pessoa do lado de fora perguntou. – É você que está aí?

A voz era de uma garota, achei que era a Magali, fiquei com raiva dela, mas estava tão desesperada, que qualquer pessoa servia.

-Me ajuda! – tentei dizer, mas o que era pra ser um pedido de socorro ficou mais para um sussurro em um único fio de voz, que o pânico e a dor fizeram com que minha voz não saísse como eu queria, tentei de novo então: - Por favor, me ajuda... Me ajuda, de pressa!... De pressa, eu to preza... Por favor. – disse desesperadamente, choramingando. As lágrimas insistiam em escorrer.

-Já vou. – vi a maçaneta da porta se mover, mas ela não se abriu. – Está trancada. – ela disse. Comecei a chorar novamente, mais ainda do que já estava. Mas então, ouvi batidas na porta, batidas fortes. Magali parecia estar tentando arrombar a porta. Mas então, ela chutou com toda a força possível, e a porta finalmente se abriu. Suspirei aliviada, mas meu desespero logo aumentou quando eu vi a figura na minha frente. Não era a Magali.

-V-v-você? – tentei perguntar, me assustei ao vê-la.

-Aí meu Deus! – pois a mão na boca com o susto que levou ao me ver debruçada no chão, aos choros, e com o tornozelo prezo em uma estante que parecia querer arranca-lo fora. Logo correu para tirar aquela estante de cima, eu me virei o máximo possível para ajuda-la e empurrando juntas, conseguimos tirar o móvel. Irene, já tendo conseguido empurrar a estante com um pouco da minha ajuda, o empurrou mais um pouco até ficar de volta na parede. Mas ela se assustou ao ver que eu estava machucada e sangrando muito. Ficou olhando pra mim pensando no que fazer, e então finalmente se decidiu; Pegou em sua bolsa pendurada sobre seu ombro, e de lá retirou um lenço rosa bem grande, se ajoelhou em minha frente, e pegou em meu tornozelo, que só o toque dela já me fez gritar. Ela tentou não machucar muito, enrolando ele para evitar mais sangramento, amarrou bem e segurou em meu braço me ajudando a levantar. Nunca pensei que Irene seria capaz de fazer isso por mim, não ela. Colocou meu braço esquerdo em volta de seu ombro esquerdo, apoiando o meu peso sobre ela. Conseguia caminhar lentamente sobre uma perna só, e Irene fazia o possível para me segurar.

-Você está bem? – ela perguntou com uma expressão de culpa por algum motivo que eu não entendia.

-N-não. – suspirei.

-Eu vou te levar ao médico ok?... Vai ficar tudo bem... Vai ficar tudo bem.

Olhei nos olhos dela, e vi sinceridade, ela não mentia, queria mesmo me acalmar, queria mesmo que eu ficasse bem, e perto dela, eu me sentia como se fossemos amigas. Surpreendeu-me um vulto vindo correndo em nossa direção, olhei pra frente e vi as duas pessoas que eu mais queria ver naquele momento:

-Ai meu Deus! Mônica! – gritou Magali, saindo correndo em minha direção.

-O que aconteceu? – perguntou Cascão que corria ao seu lado.

 -Ela precisa ser levada ao médico, não da tempo pra explicar... De pressa. Ela está perdendo muito sangue! – disse Irene.

Meus olhos tremiam e eu não enxergava muito bem, por causa das lágrimas. Cascão segurou meus braços e olhou pra mim, pensou por dois segundos, e então... Me puxou com um impulso rápido, e me colocou em seu colo me segurando como se fosse um bebê, com o seu braço direito em minhas costas e o outro em minhas pernas. Eu encostei minha cabeça em seu peito, e ali fui fechando os olhos tentando não pensar na dor.

(P.V. Cebola)

Estava ainda na parte inferior do palco, eu estava já preocupado com o fato de que Mônica não tinha aparecido, e nem Cascão que saiu pra procura-la faz uma meia hora. Sem mais demoras, me virei com a intenção de ir atrás dela. Quando então, alguém me interrompe.

-Aonde pensa que vai? – Pergunta Carmem.

-Vou procurar a Mônica.

-Oque? Daqui a pouco vai ser minha apresentação e quero que você esteja aqui pra me ver cantar. – Ouvi o que ela dizia, tentando disfarçar que nem tinha ouvido quando ela mencionou no outro dia que ia participar.

-Legal! – falei sem dar a menor atenção pra ela, olhando por cima de seus ombros pra ver se Mônica chegava. – Desculpa Carmem... Mas... Eu tenho que ir. – conclui sem nem olhar pra ela. Sai correndo dali, antes mesmo que ela pudesse me impedir. Sai dali e cheguei ao corredor, o primeiro lugar que me veio a cabeça, mas logo parei de correr quando quatro figuras inesperadas param em minha frente. Vejo Mônica nos braços de Cascão com os olhos fechados e Magali e Irene ao lado. Irene estava diferente, não parecia a mesma metidinha de sempre, eles estavam ofegantes parecendo ir a algum lugar, eu imediatamente perguntei:

-O que aconteceu?

-Nós não... Sabemos... – Diz Cascão olhando pra Irene, tentando achar alguma explicação nela. Ela simplesmente balança a cabeça e diz:

-Isso não importa – se recusa a dizer, envergonhada por algum motivo. – Ela machucou o tornozelo, precisamos ir ao médico urgente.

-Eu vou junto. – me ofereço imediatamente.

-Tudo bem. Vem, vamos pro meu carro! – diz Cascão saindo às pressas, sendo seguido por nós.

Chegamos em frente ao seu carro e se vira pra mim, entendendo os braços.

-Segure ela. – diz ele me surpreendendo.

-S-segurar ela? Por quê?

-Eu preciso dirigir né.

-Ah... Tá! – Estendi os braços, enlaçando um deles pela sua cintura, enquanto o outro segurava suas pernas, e sua cabeça apoiada em meu braço direito. Podia sentir sua respiração. Ela se mexeu um pouco até se encolher um pouco mais perto de mim, e o seu braço ergueu tocando em meu peito com suas mãos, as deixando sobre ele. Um leve arrepio percorreu todo o meu corpo, como aquela sensação poderia ser tão prazerosa?

(P.V. Mônica)

Abri os olhos devagar, vi uma claridade imensa. Demorou um pouco para que meus olhos se acostumassem com a luz, mas logo fui piscando lentamente e os abrindo. Enxerguei finalmente todo o local, eu estava em uma sala enorme, acho que em um hospital. O que aconteceu? Levantei um pouco da cama até ficar sentada nela. Esfreguei meus olhos e corri os olhos em volta do lugar. Não havia ninguém no quarto, pelo menos foi isso o que eu pensei, até ver...

-O que você tá fazendo...? Saí já daqui! – gritei super irritada.

-Calma, eu não vim brigar.

-O que faz aqui?


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Notas finais do capítulo

comenteeemm, o próximo vai demorar um pouquinho, mas tenham paciência!