Mudança De Planos escrita por Clara Ferler


Capítulo 18
A armadilha.


Notas iniciais do capítulo

Eu sei que era pra postar quinta, mas eu fui viajar(de novo) e depois deu um tempo de chuva e caiu o sinal na net, sorry! Bom, mas aproveitem o cap, vou tentar fazer o próximo mais rápido.



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Eu ouvi o sinal tocar, ainda bem porque eu não ia mais aguentar aqueles papeizinhos sendo atirados em minha direção sem que eu visse quem os jogava. Eu fui a última a sair da sala, e caminhei até a mesa onde, para minha surpresa estava Tony novamente, ele e todos que costumavam se sentar ali. Eu simplesmente fui até lá, cheguei mais perto e então, Carmem empurrou Tikara pra mais longe deixando todos esparramados na cadeira, não deixando espaço para eu sentar.

–Desculpa a mesa já tá cheia! – disse Carmem com um sorriso irritante.

–O que? – perguntei indignada, olhei pra Magali que não esboçava nenhuma reação, fiquei brava com ela no mesmo instante, ela era minha melhor amiga, tinha que me defender. – Magali? – perguntei esperando que ela correspondesse. Ela logo olhou pra mim e depois pra Carmem.

–Carmem, deixa a Mônica sentar. – ela tentou dizer.

–O que foi? Vai deixar essa ninguém sentar com agente Magá? – ela me provocou parecendo ameaçar a Magali.

–Ela não é uma ninguém, por que está dizendo isso? – Quim disse tentando acompanhar a Magali.

–Cala a boca Quim. – ele logo se calou quando ouviu a ordem de Tony.

–Isso mesmo, eu e Tony não permitimos entrada de pessoas impopulares – prosseguiu Carmem fazendo todos que estavam no refeitório nos olhar. – Você falhou Moniquinha, começou a andar com aquela gente, ou você não acha que nós não ficamos sabendo que você fez uma visitinha na casa do seu amiguinho fedidinho? – disse ela se referindo ao Cascão, ela deveria ter sabido disso através do Cebola que contou pra ela, já que eles andam tão próximos ultimamente. Eu olhei pra mesa em que Cascão estava sentado e ele me olhava já esperando que eu não o defendesse e me rendesse à turma popular, ele abaixou a cabeça já esperando o que eu diria em seguida, mas eu não fiz como ele esperava:

–O nome dele é Cascão! – falei com firmeza e de cabeça erguida – E pra ser sincera ele é mais legal do que você já mais será, do que qualquer um que está aqui nesta mesa será. – disse desta vez chamando a atenção da Magali, porque eu me referi a qualquer um que estivesse na mesa.

–Ai, agora me magoou. – disse Carmem com sarcasmo, colocando a mão no peito fingindo estar com o coração apertado. – Mônica você é tão ridícula.

–Ridícula? Não vejo nenhuma ridícula aqui! – disse olhando para os dois lados me fazendo de sonsa. Direcionei o olhar pra ela e conclui: - A espera, eu achei a ridícula! – disse olhando pra ela seriamente.

–UUUUUUUHHHH! – todos do refeitório uivaram em direção a Carmem, eu tinha acabado com ela, o que a deixou sem graça diante de todos, mas ela resistiu e disse:

–Ha ha muito engraçado – disse ela ironicamente – pois você devia contar essa piada amanhã no Show de Talentos ao invés de cantar, porque é a única coisa que você sabe fazer.

–UUUUUUUUHH! – Todos uivaram de novo só que dessa vez em minha direção, mas Carmem não me deixou sem palavras, eu sabia bem o que dizer.

–Na verdade Carmem... Eu acho que eu vou arrasar naquele palco.

–Por quê? Você não é nem um pouco talentosa!

–Isso não é verdade... Você só quer alguém pra chamar de sem talento, que não seja você! – terminei a frase com firmeza, fazendo novamente todos uivarem contra Carmem, e ela por sua vez, ficou sem fala, ela apenas se virou e foi embora. Todos no refeitório ficaram me olhando, até que Tony se levantou com raiva.

–Você tem sempre que ser assim?

–Assim como? – perguntei a ele.

–Desse jeito... Tão mandona e superficial.

–Eu não acho que essa seja eu... Eu sempre achei que esse fosse você.

–Eu não sou... – eu o interrompi:

–Tony, quer saber? Eu cansei de você. Cansei de todos daqui. – disse olhando para as pessoas que estavam na mesa, direcionei o olhar pra Magali e falei. – Magali, por mais que você queira, você não consegue ser uma boa amiga quando tem que tomar decisões difíceis. – ela me olhou como um olhar carente, mas eu desviei o olhar e me direcionei a Quim. – Quim, você tem que aprender a viver em sua própria sombra, e não nas de outras pessoas. – falei olhando pra Tony logo em seguida. – E Tikara... Por mais que você discorde... Você não merecia estar com pessoas tão ruins. E Marina, você sempre me tratou muito bem, eu só queria ter sido uma companheira melhor pra você. E Franja... Eu te acho muito inteligente, só espero que saiba como usar essa inteligência. – terminei de dizer, e ele me pareceu confuso. – Se me dão licença. – falei me retirando.

Fui até os corredores, e abri o meu armário. Olhei para a foto que havia colada do lado de dentro, era uma foto comigo, com a Magali, o Quim e meus pais. Sentia saudade daquele tempo, era tão bom quando a maior parte do tempo eu passava com os meus amigos e familiares e não com o Tony ou com pessoas que não suporto. Fechei a porta do armário e me apoiei nele de costas, fui escorregando no armário de vagar indo até o chão, abracei meus joelhos com os braços e apoiei minha cabeça nele, deixando as lágrimas fluírem. Ouvi passos se aproximando, levantei a cabeça para ver quem era... Era o Cascão.

–Também veio me criticar? – perguntei soluçando em lágrimas.

–Não. – ele disse se abaixando e sentando-se ao meu lado. – obrigada por ter me defendido.

–De nada.

–Se você quiser, vem ficar com agente, eu e meus amigos.

–S-sério? Valeu, mas eu não quero voltar pra lá depois daquilo.

–Por favor, confia em mim. Eu vou te ajudar a fazer novos amigos.

–Sério? Faria isso por mim.

–Sim. Eu sei que você não queria ter dito aquelas coisas pros seus amigos, eu sei que foi dureza.

–Só uma coisa do que você disse foi verdade. Foi mesmo dureza dizer aquilo, mas eu queria dizer, e aquelas pessoas não eram minhas amigas.

–Hã... Uau, nem parece você, ou pelo menos não a nova você.

–Como assim?

–Você mudou muito desde que éramos amigos, mas agora você está como era antes, está... Melhor. – Eu sorri ao ouvir aquilo, era bom estar na presença dele de novo. Eu enxuguei algumas lágrimas que escorriam em meu rosto e ele me disse:

–Bem, vamos? Meus amigos já devem estar me esperando.

–Claro. – respondi. Ele pegou na minha mão me ajudando a levantar. Fomos de volta ao refeitório, todos me olhavam, eu tentei ignorar, olhei para a mesa que eu costumava sentar e eles ainda me olhavam com desprezo. Sentei-me com os amigos dele e estranhei não ver Cebola lá.

–Onde tá o Cebola? – perguntei.

–Eu não sei. – disse Cascão.

–A Carmem veio aqui e praticamente o obrigou a sair daqui de perto, ela disse que queria falar com ele, mas ele não tava nem um pouco a fim de ouvi-la. – disse Titi.

–Ah tá. – disse um pouco triste, mas também feliz por saber que ele não queria ouvi-la.

Ficamos em silêncio por alguns minutos, até que Cascão começou a falar sobre os acontecimentos que ocorreu durante esse mês. Ele era muito engraçado, os comentários dele eram tão divertidos como os de quando éramos próximos. Os outros garotos logo começaram a falar, eu acho que nunca tive uma manhã tão boa como essa. Falei de mim, apesar de não ter muita coisa de bom pra falar, eles me ouviram numa boa, eu me esqueci completamente das outras pessoas do refeitório que me olhavam espantados, e principalmente da mesa do Tony que estava uma fera comigo. Infelizmente o sinal tocou, nossa, eu disse “infelizmente”, eu sempre espero que o sinal pra voltar pra aula toque porque é bem melhor do que ficar com os meus antigos amigos chatos.

–Vamos pra aula? Eu te acompanho. – disse Cascão.

–Claro – respondi.

Fomos andando. Cascão logo começou a dizer:

–Mônica...

–Sim?

–Eu sempre gostei muito de você, mas nunca tive a oportunidade de falar com você depois de sermos amigos, ou pelo menos não tive coragem. E agora que tive a chance... Quero te perguntar uma coisa... – Eu olhei pra ele sem a menor ideia do que ele poderia dizer. – Podemos voltar a ser amigos? Como nos velhos tempos em que éramos eu e você MELHORES amigos.

Eu fiquei sem palavras, mas depois de pensar por alguns segundos, falei:

–E-eu... Não acho que seja uma boa ideia. Me desculpa.

–Por que não?

–Por que... Por que eu não... – ele me interrompeu:

–Tudo bem. Não vou te forçar a nada.

Não dissemos mais nada, apenas entramos na sala de aula. Ia me sentar na minha carteira, quando Cascão me impediu:

–Mônica não senta ai.

–Por quê? – perguntei.

Ele se abaixou e se curvou para ver debaixo da mesa, colocou suas mãos em baixo da mesa e retirou um objeto preto parecendo uma bateria.

–O que é isso? – perguntei.

Ele apertou o botão vermelho que havia no aparelho e então, espirrou areia de dentro dele.

–Ai meu Deus! – falei surpresa com o que aquele pequeno objeto poderia fazer.

–É um aparelho automatizado, que quando pressionado espirra todo o conteúdo que há dentro dele, que no caso é areia. Ele seria ativado se você sentasse, eu já trabalhei com aparelhos de informática por isso reconheci quando vi um desses, eu jamais conseguiria criar um objeto assim, teria que ser uma pessoa muito inteligente. – “Franja” pensei. Ele seria o tipo de pessoa que saberia fazer isso muito bem, eu sabia, ele nunca ia ouvir o meu conselho de usar sua inteligência por conta própria. Ele deve ter feito isso porque o Tony mandou, são eles que estão armando tudo isso pra mim. Espera o que eu to dizendo? Eu estou é ficando maluca, o Franja não faria isso comigo, eu preciso é relaxar. Me sentei e olhei para os lados, vi Franja e Tony conversando e rindo de alguma coisa, estranhei um pouco, de repente, minhas suspeitas sobre o caso aumentaram.


(P.V. Cebola)

O sinal finalmente tocou, estava doido pra ir embora, eu odiei o fato da Carmem ter me chamado pra conversar no meio do intervalo só pra falar da vida dela, parecia que ela não queria que eu ficasse lá, ela estava tentando que eu evitasse alguma coisa, não sei o que. Peguei meus materiais e sai da sala, peguei meu celular que estava no bolso da minha calça só pra mexer um pouco nele e checar minhas mensagens.

–Ai. – Esbarrei em alguém (de novo).

–Desculpa. – falei. – Ah, oi Mô!

–Mô? – ela perguntou.

–É... Eu acabei de inventar. Sei lá, um tipo de apelido.

–Tá, eu gostei “CÊ”.

–Cê? – perguntei.

–É... Eu acabei de inventar. Sei lá, um tipo de apelido. – disse ela imitando a minha frase.

Nós rimos juntos, e ela disse pra mim:

–Que bom.

–Que bom o que?

–Que finalmente te encontrei. Fazia tempo que eu não te via.

–... Sentiu saudades? – perguntei com um sorriso malicioso.

–Não seja besta. Q-quer dizer, você não é besta, hehe.

–Em outras palavras, você sentiu muita saudade haha.

–Ah não seja tão convencido. – eu me aproximei dela.

–Tudo bem porque eu também senti.

–S-sentiu?

–Não.

–Não sentiu? – ela perguntou confusa.

–Não. Muito pelo contrário... Eu nunca pensei que poderia sentir tanta a falta de alguém perto de mim. – disse ainda mais próximo dela. Nossos lábios quase se encontravam, podia sentir sua respiração de leve e o cheiro dela era tão bom, os seus olhos cor de chocolate brilhavam como sempre com um olhar levemente levantado, e seus lábios entreabertos não colaboravam para a minha auto resistência. Quando então, me afastei, fiquei sem graça e acho que ela também. Não sabia o que dizer, ficamos em silêncio o caminho todo, até que chegamos em nossas casas.

–Tchau Cebola. – ela se despediu.

–Tchau.

–Ah, e boa sorte amanhã no Show de Talentos.

–Ah tá, obrigada, pra você também.

–Obrigada!

Entrei em casa, tinha me esquecido completamente do Show de Talentos, pelo menos eu tinha ensaiado bem. Ia ser amanhã à noite, eu precisava de sorte, muita sorte, o nervosismo estava me matando.

O restante do dia parecia passar cada vez mais rápido. Acordei com o som do despertador, ai que ódio desse alarme. Me levantei e tomei um banho, coloquei uma roupa comum e fui pra escola. Chequei lá e vi Mônica apagando alguma coisa da lousa na sala de aula, não deu pra ver o que estava escrito porque ela já tinha apagado, mas ela me pareceu irritada. O restante da aula foi comum, pelo menos até a hora do intervalo, quando fui ao refeitório me surpreendi ao ver quem estava na mesa onde se encontrava meus amigos, que estava sentada lá, a Mônica. Fui até lá e me sentei ao lado dela.

–Oi! – disse com entusiasmo.

–Oi – responderam todos inclusive ela.

–A Mônica veio se sentar conosco hoje. – disse Cascão.

–Legal! – disse olhando pra ela sorrindo, ela corou ao ver o jeito que eu sorria, ela ficava ainda mais linda envergonhada.

Passamos os últimos dez minutos conversando, Mônica não falava muito, mas ela deu mais atenção ao assunto quando o Cascão falou:

–Mônica está sendo ameaçada.

–O que? – perguntei interessado.

–Não exagera Cascão. – ela disse.

–Não exagerar? Ontem armaram uma armadilha na sua mesa e também andam jogando papeizinhos em você na sala de aula, e hoje colocaram uma mensagem na lousa da sala. – Mônica abaixou a cabeça ao ouvir aquilo.

–Isso é verdade? – perguntei lembrando da mensagem que ela apagava no começo da aula. Pensei em quem poderia estar fazendo isso com a Mônica. Lembrei-me de quando Carmem me chamou ontem pra conversar na hora do intervalo:

–Você viu aquilo? Ela gritou comigo lá no refeitório, me chamou de ridícula e... – eu a interrompi:

–Na verdade foi você que a chamou de ridícula. – disse para Carmem.

–Está defendendo ela? – disse ela fingindo estar chorando, mas aquelas lágrimas de crocodilo não me enganavam.

–Não estou defendendo ninguém Carmem, só acho que ela tinha que fazer alguma coisa. Você não esperava que ela deixasse você pisar nela né?

–Hunf... A mais ela ainda vai ter a lição que ela merece, aliás, ela já está tendo a lição que ela merece haha.

–O que você quer dizer com isso? – perguntei um pouco desconfiado.

–Nada Cebola. Nada com o que se preocupar. – eu me preocupei sim naquele momento. Mas eu não acho que a Carmem seria capaz de fazer uma coisa dessas, bem, capaz ela até seria, mas eu não acho que ela conseguiria fazer alguma coisa contra a Mônica, ela não era a mais esperta nem a mais inteligente.

–Cebola? – alguém me despertou de meus pensamentos.

–O que? – perguntei.

–No que você estava pensando? – perguntou Mônica. Eu achei que devia ter falado o que Carmem tinha me dito, e eu estava determinado a dizer mesmo, mas então, eu me calei antes mesmo de começar a falar. O Show de Talentos vai ser hoje à noite, e eu não quero preocupa-la com bobagens de ameaças ridículas da Carmem, então apenas disse:

–Em nada. Não estava pensando em nada. – disse sorrindo pra ela e olhando naqueles olhos brilhantes.

–Tudo bem. – ela concordou.

O intervalo passou e fomos pra aula. Apesar da aula de filosofia ser péssima, pareceu passar cada vez mais rápido pra mim, porque eu pensava no caso da Mônica e o que a Carmem disse. Fui pra casa imediatamente assim que ouvi o sinal tocar. Fiquei atoa assistindo TV por um tempo, e depois ensaiei mais um pouco para o Show de Talentos.


(P.V. Mônica)

Eu já estava pronta para ir a escola pro Show de Talentos, estava tão empolgada e ao mesmo tempo ansiosa, também estava com medo de cair do palco no meio da apresentação, já eram 19h30min, é melhor eu ir logo. Sem mais demoras desci as escadas, e é claro que minha mãe não estava em casa, ela nunca estava mesmo. Abri a porta da frente, e dei de cara com o Cebola.

–Oi. – falei imediatamente.

–Oi. – ele respondeu com um sorriso encantador. Ele me olhou de cima abaixo me deixando envergonhada. – Você está linda!

–O-obrigada! – disse meio sem graça com o elogio. – você também.

–Valeu.

Começamos a andar a caminho da escola. Não dissemos nada durante o caminho, apenas trocávamos olhares de vez em quando. Chegamos à escola e passamos pelo portão, viramos e fomos até ao lado onde era uma área aberta, quase todos já estavam lá sentados nas cadeiras, tinha bastante gente, e o palco era enorme, estava tudo tão lindo e decorado, mas meu nervosismo tomava conta de mim naquele momento.

–Vai dar tudo certo. – ele disse chegando perto de mim.

–Obrigada! – agradeci. Tomei impulso puis meus braços em torno de seu pescoço e lhe dei um beijo demorado em sua bochecha. Me afastei, e ele estava todo vermelho, ri e peguei em sua mão o conduzindo para perto do palco.

Esperamos alguns minutos, ouvimos os alunos da nossa e de outras salas cantarem. Até que chegou a vez de Cebola, o professor Ligurco era o apresentador, logo que o ultimo aluno saiu do palco, ele logo falou:

–Muito bem, agora recebam Cebola Menezes. E eu não sou louco. – a plateia riu e depois aplaudiram esperando que Cebola entrasse no palco. Eu olhei pra ele que estava atrás de mim, ele parecia nervoso.

–O que foi Cebola? – perguntei.

–Eu não vou conseguir.

–Vai sim.

–Não vou. – Pensei um pouco no que fazer, tive uma ideia e disse pra ele:

–E se não tiver ninguém na plateia?

–Como assim?

–Lembra naquele dia em que cantamos na aula de música?

–Tá, mas o que tem isso?

–Nós cantamos livremente porque não ligamos pras pessoas em volta, bom, pelo menos comigo foi assim. – Fiquei vermelha com o que acabava de dizer.

–Comigo também. – ele disse. Sorri e respondi.

–Bom, então finja que só tem eu e você aqui tudo bem?

–Cebola Menezes? – chamaram novamente no palco.

–Eu vou lá na plateia e vou te assistir, eu vou ver você cantar. Olhe pra mim e não pras outras pessoas ok? Acha que consegue? – falei. Ele sorriu.

–É acho que sim. – ele disse mais confiante.

–Ultima chamada para Cebola Menezes. – disseram novamente do palco.

–Agora vai lá e arrasa. – disse pra ele.

Ele se dirigiu até o palco e pegou o microfone.

–Antes tarde do que nunca. – brincou o professor Ligurco.

Eu corri para ficar entre a plateia em um lugar onde o Cebola pudesse me ver. Ele olhou me procurando entre aquela gente, eu acenei pra ele que logo me viu e sorriu. A música começou a tocar e Cebola ainda me olhava sorrindo.

Quem quiser ouvir: http://www.youtube.com/watch?v=CjPc8RVJ0Dc.

Você é insegura, não sei por quê.

As pessoas olham quando você passa

Não precisa de maquiagem, não precisa se esconder.

Sendo da maneira que você é, já é suficiente.

Todo mundo da sala consegue ver,

Todo mundo menos você.

Cada palavra, cada som, me cativava de uma maneira que eu não entendia, Cebola apesar de se mexer bastante no palco, não parava de olhar nos meus olhos enquanto cantava.

Baby você ilumina o meu mundo como ninguém

A maneira como você joga o cabelo me deixa perplexo

Mas quando você sorri para o chão não é difícil adivinhar

Você não sabe oh oh

Você não sabe que é linda.

No momento em que ele entrou no refrão, a plateia vibrou, até algumas meninas que colocavam a mão pertinho do palco pra ele toca-las o que ele não fazia por que estava ocupado olhando pra mim. Deixando-me cada vez mais... Apaixonada. É isso, eu estava apaixonada pelo Cebola.

Se você visse o que eu posso ver

Você entenderia porque eu te quero tão desesperadamente

Agora eu estou olhando pra você e eu não posso acreditar

Você não sabe oh oh

Você não sabe que é linda

Mas isso é o que te torna linda.

Conforme ele cantava, meu coração disparava, eu sentia que ele cantava aquela musica pra mim.

Então vamos lá, você entendeu errado,

Pra provar que estou certo coloquei isso na canção

Não sei por que você está tímida

E se virando quando eu olho em seus olhos

Todo mundo na sala consegue ver,

Todo mundo, menos você.

Baby você ilumina o meu mundo como ninguém

A maneira que você joga seu cabelo me deixa perplexo

Mas quando você sorri para o chão não é difícil adivinhar

Você não sabe oh oh

Você não sabe que é linda.

Vi Carmem olhando pra Cebola com raiva, ela achava que estava cantando aquela musica pra ela, mas ela parecia ter percebido que não e ficou com raiva o que me deixou muito contente.

Se você visse o que eu posso ver

Você entenderia porque eu te quero tão desesperadamente

Agora eu estou olhando pra você e eu não posso acreditar

Você não sabe oh oh

Você não sabe que é linda

Mas isso é o que te torna linda.

Na na na na na na

Na na na na na na na na na.

Baby você ilumina o meu mundo como ninguém

A maneira que você joga o cabelo me deixa perplexo

Mas quando você sorri para o chão, não é difícil adivinhar.

Você não sabe oh oh

Você não sabe que você é linda.

Ele estava terminando de cantar, eu ouvia as garotas cantando junto com ele o que me deixava enciumada, mas tentei não ligar, ele já estava quase terminando de cantar.

Baby você ilumina o meu mundo como ninguém

A maneira como você joga o seu cabelo me deixa perplexo

Mas quando você sorri para o chão, não é difícil adivinhar.

Você não sabe oh oh

Você não sabe que você é linda

Você não sabe oh oh

Mas isso é o que te torna linda.

Ele terminou de cantar e eu ainda vibrava junto com a plateia, todos aplaudiram inclusive eu, Cebola tinha se saído muito bem, ele deu um ultimo sorriso pra mim e saiu do palco. O professor Ligurco logo falou:

–Nossa mais que Show e tanto né galera.

Eu sai correndo e fui pra trás do palco dar os parabéns ao Cebola. Cheguei lá e logo o vi, corri de pressa e abracei seu pescoço com força enquanto ele me abraçava pela cintura.

–Você mandou bem. – disse a ele.

–Obrigada, e você também vai.

–Mônica, a professora de história está te chamando no corredor, está no quartinho ao lado da nossa sala. – disse Franja se aproximando.

–O que? A professora de história? O que ela quer? – perguntei.

–Não sei, mas acho que é importante, melhor você ir rápido.

–Mas a minha apresentação é daqui a pouco.

–Você quem sabe, se quiser perder nota.

–Tá bom. – falei indo em direção ao local. Andei pelo corredor. O Franja tinha dito o quartinho do lado da nossa sala, fui até lá, abri a porta, mas ninguém estava lá e era só uma pequena salinha escura, fiquei confusa.

–Ahh! – gritei ao sentir duas mãos empurrando minhas costas para dentro do armário. Virei-me de pressa, mas já era tarde de mais, a pessoa já tinha trancado a porta e me deixado pra dentro. – Ei me tira daqui! – gritei dando socos na porta com as duas mãos.

–Fica quietinha aí fofa! – era a voz da Carmem.

–Carmem? É você? – perguntei do outro lado da porta.

–Não. É a presidente do Brasil. O que você acha? Haha!

–Então é você quem anda fazendo todas essas ameaças e pegadinhas estupidas comigo?

–Falou detetive óbvia haha! E eu não diria que eu fiz tudo isso sozinha, eu diria que tive uma pequena ajudinha.

–De quem?... Carmem? Carmem? – gritei o nome dela várias vezes, mas ela já tinha ido embora, e me deixado trancada ali. Me sentei em um canto daquela pequena sala e comecei a chorar, na esperança de que alguém viesse me soltar. Faltava pouco pra minha apresentação e eu estava ali trancada em uma sala sem poder sair


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Notas finais do capítulo

comentem, posto o próximo logo. Tadinha da Mô né? Mas relaxem que isso vai melhorar rsrs!!!