Mudança De Planos escrita por Clara Ferler


Capítulo 10
Minhas próprias decisões


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem ficou grande mas bem interessante, boa leitura.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/276625/chapter/10

(P.V. Mônica)

-Você? O que faz aqui?

-Como assim? Agente estava te procurando durante a noite toda. E o que você tá fazendo aqui com ele?

-Ai Magali, nós nos perdemos... – Eu olhei pro Cebola que estava um pouco envergonhado.

-Ai Mônica... Fiquei preocupada. – disse ela correndo pra me abraçar. – o Tony estava preocupado com você, eu disse pra turma que ia procurar vocês nessa direção.

-Eu já devia saber que o Tony não teria coragem de vir sozinho me procurar aqui como você fez.

-Não fala assim, ele estava preocupado!

-É preocupado com uma coisa tão importante como eu né! – disse sarcasticamente.

-Então está tudo bem com vocês? – ela perguntou olhando pra mim e pro Cebola.

-Está tudo bem exceto que nós passamos a noite aqui. – disse ele.

-Vocês passaram a noite aqui? Nossa vocês devem estar morrendo de fome e sede.

-Muita pra falar a verdade – eu disse. –Mas cadê a turma?

-Ah, é mesmo, já ia me esquecendo... PESSOAL, ACHEI  ELES, ESTÃO AQUI! – gritou a Magali.

De repente apareceu as meninas que suspiraram aliviadas ao me ver e logo atrás delas apareceu o restante dos meninos sendo seguidos por nada mais, nada menos que Tony. Então a turma inteira apareceu e logo Marina, Cascuda e keika me abraçaram.

-Ai Moniquinha que bom que você ta bem! – falou Marina.

-Ai Moniquinha que bom que você ta bem! – repetiu Carmem com a voz fina – Dane-se se ela está bem ou não, nós ficamos a noite inteira procurando essa patética e irresponsável que provavelmente arrastou o pobrezinho do Cebola pra longe do acampamento, fazendo ele se perder também!

-Na verdade – disse Cebola se aproximando – A culpa foi toda minha – prosseguiu olhando pro professor que claramente esperava uma explicação. – A culpa não foi da Mônica, eu corri pra longe dali e tudo o que ela fez foi tentar ir atrás de mim pra evitar que eu me perdesse.

-Mônica, que bom que você ta bem. – falou Tony correndo em minha direção e me dando um abraço, porém eu não o abracei, estava ocupada pensando porque o Cebola colocou a culpa toda nele.

-Então quer dizer que foi você quem causou este mal entendido? – perguntou o professor apontando pro Cebola.

-Sim, a culpa foi minha.

-Pois bem, fez todos ficarmos preocupados e poderiam ter morrido... Detenção Sábado ás duas horas ouviu mocinho? – disse o professor.

-NÃO! – falei – o Cebola não teve culpa.

-Mônica o que ta fazendo, ele já disse que a culpa foi dele quer ficar de detenção é? – Disse Tony irritado por eu ter o defendido.

-Só estou fazendo oque é certo, e justo. – respondi. Direcionei-me ao professor André e falei:

-A culpa não foi só dele, eu fui procurar sinal pro meu celular e o Cebola veio me chamar pra voltar pra onde todos estavam, mas eu não quis, por isso discutimos e acabamos perdendo a noção de onde estávamos.

-Isso é verdade? – perguntou o professor olhando para Cebola. Eu balancei a cabeça para Cebola em sinal de afirmação, indicando pra ele dizer que sim.

-S-sim, é verdade. –ele disse.

-Tudo bem Mônica, detenção sábado pra você também.

-O QUE? Por quê? – perguntei irritada.

-Porque vocês se separaram da turma sendo que tínhamos avisado para não saírem dali de perto e sem falar que fez a turma inteira a passar a noite passeando pela mata á procura de vocês.

-Mas professor... – insisti, mas ele me interrompeu:

-Mas nada Mônica... Detenção. – falou e depois balançou a cabeça em sinal de desaprovação. Virou-se e foi até a professora Sandra. Magali veio até mim e falou:

-Ah Mônica, que chato, eu ia te convidar pra ir ao shopping sábado.

-Deixa pro outro sábado então né?! – disse ainda irritada com o professor de ciências, aquele chato, só porque agente se perdeu ele tem que nos colocar de castigo, mas por outro lado, eu vou ficar 1hora e meia com o Cebola... “Mônica pelo amor de deus para com isso, se não você vai acabar ficando maluca com tantos pensamentos estranhos que vem á sua mente, e provavelmente minha mãe vai me colocar em uma psicóloga do jeito que ela é escandalosa.”

-É, pois é turma, a viagem foi um fiasco – falou o professor, ele prosseguiu: - Fazemos de novo semana que vem...

-NÃÃÃÃOO!!! – Gritaram todos os alunos juntos, até mesmo eu e Cebola.

-Tudo bem, tudo bem – falou o professor – deixamos pra outro ano então.

-é... Pro ano de 2023! – exclamou xaveco.

-Mas aí vocês já vão ter se formado – disse o professor André.

-Ah, relaxa, eu vi as notas do xaveco... Ele vai ter muitas viagens pela frente – disse Nimbus.

-EI! – exclamou xaveco indignado. A turma começou a rir da situação.

-Pois é, espero que vocês tenham dormido bem essa noite, porque a nossa noite foi de puro terror. Ficamos caminhando pela floresta que parece ser mal assombrada, a Marina gravou tudo com a câmera dela, poderíamos fazer dessa gravação, um filme de terror, foi totalmente sinistro. – disse Do Contra.

-Foi mesmo, agente passou o maior medo de noite. – Disseram Titi e Nimbus.

-Bem acho melhor irmos! – disseram os professores.

A turma foi andando, junto com os professores, vi que Cebola andava mais devagar e comecei a andar mais devagar também.

-Ei Cebola, porque disse aquilo? – perguntei.

-Não queria que você assumisse a culpa, mas fico contente que você assumiu.

-Obrigada, mas eu acho que posso assumir minhas responsabilidades – falei. Ele sorriu e eu retribui com um sorriso sutil.

-Ei Mônica, vamos logo, não quer se perder de novo né?! – Disse Tony me puxando pelo braço e saindo de perto do Cebola como se ele não o tivesse visto.

Chegamos ao ônibus e partimos, foram mais de quatro horas dentro daquele ônibus.

-CHEGAMOS! – gritou Magali que estava do meu lado.

-Até que enfim! – disse me levantando e pegando minha mala em cima do ônibus e saindo. Chegamos à escola e eu liguei pra minha mãe e pedi pra ela vim me buscar, o que ela entendeu já que tinha sido cansativo dentro do ônibus. Desliguei o celular e fui ao portão da escola esperar minha mãe.

-O que aconteceu ontem á noite? – disse Tony que chegou de surpresa me assustando.

-Ai que susto Tony, meu Deus.

-Você não respondeu minha pergunta!

-Que pergunta?

-O que aconteceu ontem à noite quando você e aquele cenoura ficaram sozinhos?

-É Cebola Tony, CE-bo-la, entendeu? – falei separando as silabas do nome dele para que Tony entendesse bem. – e não aconteceu nada.

-Nada? – perguntou ainda suspeito.

-NADA! – Disse alto e claro.

-Eu não gosto dele! – disse ele apertando os lábios e pechando os punhos.

-Por quê? Ele não te fez nada!

-Não, mas parece que ele sempre ta tentando me provocar.

-Ai nada a ver Tony, deixa ele em paz.

-Você ta defendendo ele Mônica? Tá defendendo ele! – gritou ele indignado.

-O que? Você ta maluco, MALUCO! Tony você pirou, não estou defendendo ninguém.

-Está sim!

-BIIIIIIII! – Minha mãe buzinou com o carro que já havia chegado.

-É-é a minha mãe, eu tenho que ir, tchau. – saí correndo e entrei no carro.

-Oi filha, como foi a viagem? – perguntou minha mãe assim que entrei no carro.

-Foi bem... – falei. – Muito bem. – falei me lembrando de quando eu e Cebola nos perdemos.

-Uau, parece que se divertiu! Conheceu algum garoto?

-Mãe, isso é coisa pra se pensar? Eu tenho namorado!

-Ah, tá falando daquele garoto loiro que ta sempre com ciúmes de você com outros garotos, mas que nunca te respeita e te da atenção?

-Esse mesmo! – disse ignorando o conceito da minha mãe.

-Filha você sabe o que eu penso dele e... – eu a interrompi:

-Mãe, guarde suas opiniões pra você mesma, não preciso que me diga com quem eu devo ou não sair.

-Mônica Souza, isso são modos? Eu não te eduquei desse jeito não. – ela falou irritada, eu odiava quando ela dizia meu nome completo, ela só fazia isso quando estava brava.

-Ai mãe que drama, eu só disse pra você não dar opiniões sobre meu namorado.

-Como quiser – disse ela ainda aborrecida.

Minha mãe permaneceu em silencio até chegarmos em casa. Fui correndo pro meu quarto, liguei o meu mp6 e escutei a musica Tick Tock da Kesha. A musica sempre me relaxava, fiquei ali escutando musica por quase duas horas, pensava em como estaria o Cebola, o que ele estaria fazendo, no que estava pensando e etc... Não conseguia entender o porquê de não parar de pensar nele, ele mexia comigo de alguma forma que eu não entendia, não conseguia compreender, como poderia ser tão fácil uma pessoa entrar na minha vida e tão difícil de sair? Pensei naquilo que ele me disse “Tente tomar suas próprias decisões” Tomar minhas próprias decisões? O que ele queria dizer com aquilo? Aí eu me lembrei de outra coisa que ele me disse “Quero dizer que se pelo menos uma vez tentar fazer o que você quer e não o que os outros querem ou esperam que você faça, vai ver como vai se sentir diferente, vai se sentir livre”. Isso fazia todo o sentido, ele tinha razão, eu nunca experimentei fazer o que eu quero, o que eu gosto de fazer. Eu sempre neguei me sentir bem comigo mesma, queria que as pessoas se sentissem bem comigo, nunca preferi gostar da minha própria roupa, sempre quis que os outros gostassem do que eu vestia, e por fim, nunca fiz o que eu realmente gosto, eu sempre deixei que os outros determinassem os meus gostos. Os meus gostos, os meus interesses, os meus pensamentos, tudo, tudo era os outros quem escolhiam e quem determinavam pra mim.

 Desliguei o mp6, me levantei da cama e abri a janela do meu quarto, queria respirar ar puro. Abri a janela e me deparei com... Cebola. Ele olhava pela janela assim como eu, pensando na vida, o quarto dele era no mesmo andar que o meu, e a janela de seu quarto era na mesma direção que a minha, quando abri a janela ele logo me viu, deu um sorriso torto e acenou.

-Oi! – ele disse.

-Oi! – respondi acenando.

Ficamos que nem dois bobos nos olhando, até que eu fechei a janela sem dizer mais nada, ele fez o mesmo. Deitei-me na cama de novo e voltei a pensar, e aquela mesma frase invadia os meus pensamentos “Tente tomar suas próprias decisões”.

-Covarde! – pronunciei pra mim mesma, me sentia assim naquele momento, uma covarde por não ter minhas próprias decisões, uma covarde por não conseguir ser quem eu realmente sou. Mergulhei meu rosto no travesseiro fechando meus olhos, desejando que aquele momento nunca passasse e que eu nunca saísse dali de meu quarto, pois eu também era uma covarde por não enfrentar o mundo.

(P.V. Cebola)

Fechei a janela do meu quarto e me deitei na cama. Fiquei lembrando do momento em que olhei pela janela e vi a pessoa que me fazia sentir algo que eu nem sabia que existia, um sentimento estranho, mas bom, muito bom, era prazeroso estar ao lado dela, porque apesar dela se apresentar como uma metida e irritante, eu sentia insegurança nela, ela sabia o que queria, sabia o que sonhava mas não corria atrás de seus sonhos por medo, quando olhava para aqueles lindos olhos brilhantes, eu via medo dentro deles, e insegurança.

-Mas porque ela se sente assim? Eu não entendo. – eu pensava alto. Eu realmente não entendia, qual era o problema? Uma garota rica, bonita e esperta como ela geralmente ia se achar muito, bom, foi isso que eu pensei quando a conheci, mas ela não se achava tanto como eu pensei, ela não se sentia confiante de si mesma, será que ela não era quem ela gostaria de ser? Provavelmente são os amigos dela que devem desencoraja-la sempre que tenta uma coisa nova, e que amigos em, principalmente aquela menina estupida, Carmem, perto dela, a Mônica não é tão arrogante assim.

Eu fui fechando os olhos devagar, tentando não pensar nela, mas os pensamentos continuavam surgindo, eu só sabia que realmente estava interessado em saber mais sobre Mônica, uma coisa que me deixava curioso era ela, não que eu queira ser bisbilhoteiro... Mas eu queria muito saber sobre aquela garota que antes me parecia de coração amargo e com sangue frio, e agora me parece apenas uma garota com um doce coração e que possuía sangue azul.

-TRIIIIIM! – o despertador tocou de manhã, droga tenho que ir pra escola.

Aprontei-me e fui andando a caminho da escola.

-Ei Cebola! – me virei e vi que era o Cascão.

-Oi Cascão. – o cumprimentei.

-Ia te ligar ontem pra ver se você queria ir tomar um sorvete no shopping, mas você não atendeu o celular então eu liguei pra Cascuda!

-Cascuda? Que nome estranho!

-É, é ela que tem o nome estranho. – ele caçoou.

-Engraçadinho.

-Mas na verdade é só um apelido, o nome verdadeiro é Maria, chamam ela assim porque é minha namorada!

-Legal! Você não tinha me contado da sua namorada.

-E o que mais tem pra contar? Ela é linda, fofa, inteligente, maravilhosa, cozinha bem, é carinhosa e... – eu o interrompi:

-Tá, tá, já intendi, não precisa me fazer vomitar.

-Hunf... Também não te dou o brownie que ela me fez.

-Ela te fez Brownie? Eu adoro brownies. São tipo uns bolinhos cremosos e crocantes de chocolate né?!

-Claro... Toma – falou ele, tirando da mochila um brownie. Eu peguei e dei uma mordida nele.

-Hum... é muito bom – Eu disse.

-Eu falei que ela cozinha bem – disse Cascão.

 -Hehe... Vamos pra escola?

-Claro né?! Até agente se formar!

-há ha – ri sarcasticamente. – Vamos logo.

-Tudo bem.

Fomos andando... Aquela viagem me deixou exausto, eu me sentia indisposto para caminhar, finalmente chegamos á escola. Fomos pra sala de aula e eu me sentei em uma carteira da frente e atrás de mim, sentou Cascão. A aula de matemática realmente era chata, mas felizmente eu era bom, ao contrário de Mônica que parecia cada vez pior em matemática, eu queria poder ajuda-la, mas acho que não éramos amigos. O sinal pro intervalo tocou, saí da sala e me sentei numa mesa vazia como sempre, até que Cascão, Xaveco, Nimbus, Do Contra e Titi chegaram e se sentaram comigo.

-Oi gente.

-oi – disseram os garotos.

- E então, o que aconteceu entre você e a Mônica ontem? – perguntou Titi.

-Não aconteceu nada. – disse.

-Nada? Mas como foi que vocês se perderam?

-Eu já disse... Ela estava procurando sinal pro celular, eu fui atrás dela e agente acabou se perdendo.

-Cebola na boa, agente acredita, mas essa história esta mal contada pro Tony.

-Eu não ligo pro que ele pensa. – falei irritado.

-Tudo bem então.

-hahahahahahahahahahahaha! Ai com você é engraçado! – escutamos risadas da mesa ao lado, as mesas das pessoas metidas estavam rindo e se divertindo.

-Você não sente inveja deles? – perguntou Cascão pra Xaveco.

-Ai, como eu queria estar no lugar de algum deles. – respondeu Xaveco.

Eu não entendi muito bem, será que todo mundo desejava fazer parte daquela turminha? Será que era tão bom assim? Não foi isso que me pareceu quando Mônica falou comigo sobre eles.

(P.V. Mônica)

Eu estava sentada naquela mesa estúpida e sem graça, quando Tony falou uma coisa que não tinha sentido algum:

-Ei gente – todos prestaram atenção – eu vi um programa ontem de noite e era tão idiota que me deu vontade de chorar de tão ridículo que era. – Então todo mundo começou a rir, eu não entendi nada, como aquilo poderia ter graça? Eu sou burra e não entendi a piada ou o que? Eu ri forçadamente e depois parei, que coisa mais patética, isso não tinha graça nenhuma, eu olhei disfarçadamente para trás, e olhei para a mesa em que Cebola estava sentado, ele parecia se divertir conversando com aqueles garotos, senti inveja deles, por que eu não podia ter aquilo que eles tinham, a diversão, alegria e a felicidade de estar com os amigos? Eu nem se quer tinha amigos de verdade.

-Mônica tá tudo bem? – Tony me perguntou.

-Sim. – respondi.

-Por que estava olhando para aquela mesa?

-E-eu não estava. – neguei.

-Estava sim... E acho melhor parar. É patético; uma pessoa como você, ficar olhando pra pessoas da classe baixa.

Eu abaixei a cabeça, tentando concordar com aquilo. Mas então, veio de novo na minha cabeça aquela frase: “Tente tomar suas próprias decisões”, eu estava fazendo exatamente o contrário, estava me deixando levar por uma opinião ridícula do Tony, eu tinha que ser eu mesma para poder me sentir livre, assim como disse Cebola. Eu não estava fazendo nada daquilo, eu não sentia liberdade em mim, eu sentia covardia, covardia por não conseguir ser quem eu realmente sou, eu não queria sentir aquilo, me lembrei de que ele também havia me falado que se pelo menos uma vez eu tentasse fazer uma coisa por minha própria vontade e não pela dos outros, eu ia me sentir diferente. De repente, uma força maior tomou conta de mim, uma força inesperada, mas que chegou na hora certa, me levantei da cadeira e todos olharam pra mim surpresos.

-Aonde você vai? – Tony indagou.

-Vou fazer uma coisa que eu quero fazer.

-E o que você vai fazer Mônica? – perguntou ele impaciente e me tratando feito uma criancinha.

-Vou me sentar em outro lugar. – disse olhando pra mesa onde estava sentado Cebola.

-Não me diga que você vai se sentar ali? – ele disse apontando para aquela mesa, eu balancei a cabeça afirmativamente e ele disse: - A Mônica me poupe vai, você não vai sentar ali de jeito nenhum, senta aqui logo e larga de frescura. – falou ele puxando meu braço pra eu voltar a me sentar.

-Não Tony, me larga – soltei meu braço dos dele com força – eu vou fazer isso porque eu quero e não porque você quer e você não manda em mim, pare de agir como se fosse o dono da minha vida porque você não é... Minha vida, minhas decisões. – falei séria e com firmeza, Tony me olhou surpreso e sem palavras, era a primeira vez que ele me via agindo por mim mesma.

-M-Mônica, você não pode ser vista com esses nerds, temos uma reputação á zelar.

-Não Tony, você tem; Eu cansei. – me virei e saí dali com o nariz empinado, Cebola estava certo, eu realmente me sentia mais forte, mais confiante, mais livre.

(P.V. Cebola)

Estávamos ainda conversando quando o Do Contra nos chamou a atenção:

-Gente, me belisquem porque eu acho que estou sonhando, olhe só quem vem aí! – disse ele olhando pra frente. Todos olharam pra ver quem era e todo mundo ali, principalmente eu, ficaram chocados... Mônica estava vindo em nossa direção, o que será que ela queria?

-Ai meu Deus, é a Mônica! – exclamou Xaveco.

Ela se aproximou e parou bem na nossa frente.

-Oi Cebola, oi meninos, posso me sentar com vocês? – ela perguntou.

-CLARO! – falaram todos os garotos juntos. Ela riu e se sentou ao meu lado.

-Mônica... Não é por nada não, mas, por que está sentada aqui com agente? Não quer ficar com seus amigos? – perguntou Do Contra.

-Não, hoje eu quero ficar com os meus novos amigos! – ela falou olhando pra mim, eu entendi bem? Ela me chamou de amigo? Ai meu Deus, realmente aquela não era a Mônica que eu pensava ser, ela estava totalmente diferente, mas diferente bom. Os meninos viram que ela olhou pra mim quando disse “novos amigos”, eles ficaram um pouco tristes, porque queriam ser amigos da garota mais popular da escola (interesseiros), mas compreenderam, acharam que estava rolando alguma coisa entre agente e estranhamente arranjaram desculpas pra se retirarem dali:

-Olha, eu acho que a Cascuda tá me chamando... Xau – disse Cascão que logo saiu dali correndo.

-É e minha mãe tá me chamando também! – disse Xaveco.

-Ué, sua mãe vem pra escola? – perguntou Mônica.

-É, é que ela gosta de garantir que eu estou estudando. – falou Xaveco que saiu dali de pressa.

-Garantir que está estudando? – repetiu Mônica confusa quando ele já tinha saído.

-É e nossa mãe também deve estar nos esperando não é mesmo Do Contra? – falou Nimbus.

-É isso aí, xau gente...

 Só ficou o Titi na mesa, ele arregalou os olhos e falou nervoso:

- E-e-e, e eu já vou... Tchau! – e saiu em disparada dali da mesa que quase tropeçou no banco.

-O que deu neles em? – perguntou Mônica ainda confusa.

-Não sei... Talvez eles tenham um pouquinho de medo do Tony arrebentar a cara deles por você estar sentada aqui e não com ele.

-Hunf... Tony, ele sempre quer mandar em mim, me trata feito criança, acha que eu não posso fazer o que eu quero só o que ele quer que eu faça.

-Então quer dizer que veio aqui por vontade própria?

-É isso, o que tem de errado?

-Nada, só estou meio surpreso, só isso.

-Estou tentando fazer uma coisa por minha própria vontade, sem precisar de ordens de ninguém.

-E o que te fez tomar essa decisão? – perguntei contente e curioso.

-Você.

-E-e-eu? – me surpreendi.

-Sim... Você. Aquilo que você me disse sobre me sentir livre se tentar fazer alguma coisa por que eu escolhi e sem precisar ser mandada por ninguém.

-Sério?

-Sério.

-Obrigada então.

-Eu é que tenho que agradecer.

-Tem certeza que não tem problema se sentar aqui?

-Não se preocupe... – olhei para Tony e vi que ele estava com o rosto vermelho de raiva e me encarava friamente, eu desviei rapidamente o olhar dele.

-Escuta, por que você escolheu vir se sentar aqui?

-Estava super entediante aquela mesa, aquele povo é totalmente sem noção!

-Não me pareceu isso quando vocês estavam rindo!

-É por isso que eles são sem noção, aquilo não tinha a menor graça.

-hehe.

-Me desculpe por ter te colocado de castigo.

-O que? A culpa não foi sua e além do mais, você também ficou de detenção!

-É, pois é além da gente ter se perdido, temos que aturar detenção, que ridículo!

-PRIIIIIIMMM!

-vamos pra sala, o sinal tocou. – ela disse.

-TÁ BOM. – falei.

Fomos até a sala e finalmente chegamos à porta quando...

-Mônica posso falar com você? – perguntou pra Mônica. Ela pareceu confusa e perguntou:

-O que você quer?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

hahaha, sim eu sou muito má com vocês, esperem o próximo cap...kkk!