Mudança De Planos escrita por Clara Ferler


Capítulo 11
Fim da semana, começo das confusões!


Notas iniciais do capítulo

Desculpem pela demora mas esse negócio de ser boazinha e dar um cap novinho em folha p vocês é novo pra mim, kkk brincadeirinha, aproveitem bjinhoss, boa leitura!!!



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(P.V. Mônica)

-O que você quer?

-Eu quero falar com você um instante, posso? – ele me perguntou. – Será que pode nos dar licença plebeu? – falou ele secamente olhando para Cebola. Cebola apenas olhou pra mim e entrou na sala.

-Fala logo o que você quer Tony. – respirei fundo para não bater nele, estava irritada pelo jeito que ele falou com Cebola.

-Isso é jeito de me tratar é?

-Apenas diga o que você quer porque eu já estou por aqui de você! – eu disse colocando o dedo na minha testa.

-Você está andando com ele agora, esse é o problema!

-Primeiro que eu não estou andando com ele e segundo, i daí se eu estivesse, qual é o problema em? Eu posso andar, falar, conversar, conhecer e morar com quem eu quiser?

-Morar?

-É, ele esta morando no meu bairro agora, é meu novo vizinho, se mudaram á menos de uma semana! – falei despreocupada com o que ele diria em seguida.

-O QUE? – Ele gritou chutando a parede ao lado com força.

-Tony larga de escândalo.

-Escândalo? Você não tinha me contado isso.

-Por que ele parece uma ameaça pra você em?

-Porque ele É uma ameaça pra mim. – disse ele dando ênfase na palavra “É”.

-Não ele não é, ele não te fez nada, para de agir feito um louco e vê se você se toca que está sendo ridículo.

-Ridículo? Mônica não diga que eu sou ridículo porque você sabe muito bem o que está acontecendo, você não para de falar com esse cara e tá toda amiguinha dele. – Ele disse aquilo e eu me enfureci, coloquei as duas mãos na cintura e olhei direto nos olhos dele o fazendo ficar nervoso.

-Escuta aqui, eu não estou sendo amiga de ninguém ouviu?

-Então pare de falar com ele. – eu fiquei em silencio por um tempo, pensei no que eu diria, será que era a coisa certa a se fazer? Deixar de falar com o Cebola talvez fosse uma boa opção porque o Tony pararia de me encher o saco e tudo voltaria ao normal, é claro que aí eu estaria voltando a ser a velha Mônica de sempre, aquela que deixava todos mandarem nela e desprezava os impopulares, aquela Mônica rude, imbecil e mesquinha que ninguém suportava, fazendo aquilo eu não iria mais ter aquela ideia na minha cabeça de ser eu mesma.

-Tudo bem então. – disse quase em um sussurro.

-Quer dizer que não vai mais falar com ele? – ele perguntou com um sorriso vitorioso.

-S-sim. – respondi com a cabeça baixa.

-Há, foi mais fácil do que eu pensei. O que foi? – perguntou ele vendo minha expressão triste. – A qual é Mônica hoje é sexta- feira, vamos fazer alguma coisa, vamos ao cinema?

-Não to afim! – falei com o maior prazer em dizer aquilo.

-Não interessa se você não esta afim, agente vai sair e ponto final, hoje é sexta e eu não vou passar o final de semana em casa como você faz, até parece que você não tem amigos pra sair.

-E eu não tenho – disse em um sussurro a ponto de que Tony não pudesse ouvir.

-Tá, que horas eu te pego? – ele perguntou, mas antes que eu pudesse dizer de novo que eu não queria ir ao cinema, o professor chegou.

-Ora, ora, o que fazem fora da sala de aula? Vocês sabem muito bem que todos os alunos tem que estar na sala de aula quando o sinal tocar antes mesmo que o professor chegue, então façam o favor de entrarem! – disse o professor Ligurco (louco) se aproximando de nós.

-Sim professor – disse Tony.

-Ah Tony, bem que eu esperava que seria você a não estar na sala no horário correto não é mesmo?

-Por que diz isso professor? – perguntou ele.

-Adolescentes são inexperientes, não sabem a hora dos compromissos, as responsabilidades, os deveres e nem os horários de aula... E você Tony... Ah, você é o tipo de adolescente irresponsável e imaturo que despreza a escola e seus ensinamentos e é claro, os meus ensinamentos também.

-Professor não faça uma tempestade em um copo d’água, o senhor ainda nem entrou na sala de aula e também não tem o direito de me julgar sendo que você é apenas um louco que não sabe de nada! – falou Tony.

-Eu não sou louco! – pronunciou o professor, a frase que ele sempre dizia quando alguém o chamava de louco.

-Tony, não fala assim com o professor Louc-... quer dizer, o professor Ligurco, hehe. – falei pra ele.

-Ah e se não é a senhorita Mônica não é mesmo? – prosseguiu Ligurco. – Também não esperava nada menos de alguém como você, tinha que ser os dois mais irresponsáveis desta escola, a Senhorita rica e o Senhor rebeldia fazem um belo par, eu só não os coloco na detenção por terem falado assim comigo, porque tenho paciência com vocês.

-Mas professor eu não disse nada... – falei, mas ele me interrompeu:

-nãnaninanão – falou ele balançando o dedo indicador na minha frente indicando um gesto negativo. – não me corrija, eu dou as ordens, você apenas obedece. Vão para sala antes que eu perca a minha paciência com vocês mais do que eu já perdi.

-Tudo bem – dissemos eu e Tony indignados.

Tony colocou o braço sobre meu ombro direito me abraçando de um jeito estranho e desconfortável. Ele sussurrou no meu ouvido quando já entramos na sala:

-Professor maluco. – Eu apenas concordei com a cabeça e não disse nada.

-Mônica senta aqui! – disse Magali, dei um passo á frente para ir me sentar com ela, mas senti um braço me puxando pra trás.

-Senta aqui! – disse Tony irritado. Então me sentei com ele. Antes dele se sentar, o vi lançando um olhar de “eu vou te matar” para Cebola. Não disse nada, estava cansada de discutir.

O professor entrou na sala e começou a sua aula chata de filosofia, sinceramente aquele professor era maluco, agora entendo porque os filósofos não falam coisa com coisa, porque são loucos. Demorou mas a aula finalmente acabou, ouvimos o sinal bater e logo peguei minha mochila e saí da sala.

-Ei Mônica, não quer ver o vídeo que a Marina gravou da nossa noite a procura de vocês na floresta? – perguntou Franja.

-Tá bom, só um pouquinho. – disse.

A Marina abriu a maquina de gravar dela e assistimos um pouco, mostrou eles caminhando, ouvindo sons, barulhos.

-AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHH! – Alguém no vídeo gritou, era um grito bem agudo, muito fino, alto e dramático.

-Nossa Marina, que grito em! – falei. Ela fez cara de desentendida e falou:

-Mas quem gritou foi o Franjinha. – ela falou apontando pro Franja.

-Hahahahahahah – uma série de risos e gargalhados apareceram pelo grito de mulherzinha do Franja. Ele se encolheu e ficou constrangido.

-Ei, peguem leve, a mata e o ar livre deixam minha voz fina tudo bem? Parem de rir! – disse ele indignado. Fiquei mais uns minutos e depois me despedi. Cheguei ao portão da escola, ouvi uma voz chamar o meu nome:

-Mônica! – me virei e vi que era Cebola quem me chamava.

-Ha, oi Cebola! – disse.

-Oi, podemos ir pra casa juntos? – ele me perguntou sorrindo.

-Eu acho que não é uma boa ideia!

-Por que não? – ele me perguntou confuso, me lembrei do que tinha dito para o Tony, então tentei inventar uma desculpa pra ele.

-É que eu não... Eu não...

-Você não o que? – ele me perguntou esperando que eu terminasse a frase.

-Eu não... Eu quero ir pra casa sozinha é isso!

-Então tá bom.

-Tá. – respondi me virando e seguindo meu caminho. Ouvi passos atrás de mim, me virei pra ele e disse:

-Eu disse que não! – falei para Cebola.

-Eu sei, esqueceu que somos vizinhos? Eu moro na mesma direção que a sua, não importa se eu vou ou não te acompanhar até sua casa, porque minha casa é em frente a sua.

-há... É mesmo. – me virei de novo e continuei andando, Cebola andou rápido até mim e ficou andando ao meu lado.

-Escuta... Agente bem que podia ser amigos né?

-Poderíamos né? – disse sarcasticamente.

-Qual é o seu problema? Por que não quer ser minha amiga?

-Não é que eu não quero.

-Então o que é?

-Nós não podemos ser amigos.

-Por que não?

-Porque somos diferentes.

-E daí? Pessoas diferentes não podem ser amigos?

-Não.

-Não podem ou não é permitido? Eu acho que você só está fazendo isso porque seu namorado não permite que você se aproxime de mim, e você faz tudo o que ele manda, vive reclamando que ele quer mandar na sua vida, mas eu acho que é você quem deixa ele mandar em você.

-Não fale como se soubesse tudo sobre mim.

-Só estou dizendo o que é meio óbvio. – fiquei em silencio com o que ele me disse, não sabia o que dizer, talvez porque ele estivesse certo.

-Olha você não precisa obedecer ele – disse ele me olhando nos olhos.

-Rrrr! – Rosnei irritada já por ele se intrometer (e estar certo) de novo. – Sabe, eu devia ter te deixado cair quando agente se perdeu em vez de ter te segurado.

-Você não me deixaria cair de qual quer jeito.

-Deixaria sim.

-Não deixaria.

-Deixaria.

-Não deixaria... Porque você gosta de mim – fiquei envergonhada e provavelmente um pimentão de tão vermelha. Tentei disfarçar:

-N-não gosto nada.

-Gosta sim. – disse ele se aproximando e ficando na minha frente me fazendo parar de andar. Ele deu um sorriso lindo e me olhou de um jeito maravilhoso dentro dos meus olhos.

-Para! – Falei.

-Parar com o que? – ele perguntou confuso.

-De me olhar desse jeito nos meus olhos. Quando você faz isso eu não consigo pensar direito. – disse voltando a andar ao seu lado, ele me olhou com um sorriso malicioso.

-Por que você está sorrindo? – perguntei embirrada.

-Por nada. – eu o olhei e começamos a rir sem motivo, mas era divertido estar na presença dele.

-Você tem um sorriso lindo! – ele falou, devo ter ficado vermelha com o comentário dele.

-O-obrigada. Mas acho que é meio difícil me fazer sorrir.

-Ah é? Isso não é problema pra mim! – ele falou se aproximando de mim e começando a fazer cócegas na minha barriga.

-Hahahahahaha! Cebola para, por favor, não consigo respirar. Haha!

-Eu paro só se você disser que eu sou o máximo!

-Tá bom, tá bom, você é o máximo! – eu disse, gostei de dizer aquilo apesar dele praticamente me obrigar. Ele parou de me fazer cócegas, quando notamos que estávamos quase abraçados no meio da rua, ainda olhando um para o outro. Sai de perto dele e voltamos a andar.

-Então... O que vai fazer hoje á tarde? – ele me perguntou.

-Muita coisa sabe... Cinema, shopping, festas. Estou super ocupada – menti.

-Legal! – ele disse, pareceu meio triste.

-Por que a pergunta? – indaguei.

-É-é que... Eu queria saber... Só isso!

-Por que você queria saber? – perguntei na esperança de que ele quisesse me falar algo mais.

-Por nada. Olha, chegamos. – Disse ele apontando pra minha casa.

-Ah é! Xau... Cebola.

-Xau... Mônica? – ele me chamou.

-O que? – perguntei me virando pra ele.

-Você não me deixaria cair. – ele falou ainda com aquele sorriso malicioso.

Deixei escapar um sorriso, fiquei constrangida e entrei de pressa em casa, fechei a porta, e me apoiei na porta fechada, olhando para o nada sorrindo e me lembrando de alguns minutos atrás quando estava com Cebola.

-Filha, não vi você chegar... Por que você está parada aí sorrindo?

-Ah, p-por nada mãe!

-Aconteceu alguma coisa?

-Não.

-Por que o Cebola estava te acompanhando?

-Ele não estava me acompanhando, ele mora em frente á nossa casa esqueceu?

-Tá bom, eu só perguntei, não precisa ficar brava!

-Tá mãe... Eu vou tomar banho ok?!

-Tá, vem logo pro almoço.

-O papai já chegou?... A espera, nem precisa responder, eu até já sei a resposta.

-Filha, você sabe que ele trabalha muito pra podermos pagar as contas e morar aqui, faz ideia do quanto essa casa custou?

-Não, você sabe que eu não sou boa em matemática – disse brincando – eu só sei que queria meu pai aqui quando eu preciso.

-Mônica...

-Eu vou subir – disse querendo mudar de assunto – eu venho daqui a pouco – subi e deixei minha mãe sem palavras, meus pais me davam tudo o que eu queria, mas eu não entendia o que adiantava tudo aquilo se eu não podia tê-los por perto. Sentia falta dos velhos tempos na época do natal em que sentávamos todos juntos e conversávamos como uma... Como é mesmo a palavra? Ah é “família”. Mas os anos foram se passando e parece que fomos nos distanciando cada vez mais e não importa a época ou comemoração, nunca nos reunimos, nem mesmo no natal.

(P.V. Cebola)

Cheguei em casa e fui logo para o quarto sem cumprimentar minha mãe, era rara as vezes que isso acontecia, parece que eu não falava muito com ela, não éramos bem uma família feliz, quando uma pessoa que você ama muito sai da sua vida de repente, você passa a não ser mais a mesma pessoa, eu não conseguia mais falar, conversar livremente, fazer amigos, minha vida não fazia mais sentido, se eu não podia ter a pessoa que eu mais amava ao meu lado nas horas boas e ruins, então pra que viver? Eu já tinha pensado algumas vezes em me matar depois da morte do meu pai, mas não seria justo deixar minha mãe cuidando da Maria sozinha. Deitei na cama e fiquei pensando em alguns momentos atrás quando eu e Mônica viemos caminhando. Por que será que de alguma forma quando estava perto dela, não me lembrava mais das tristezas? Era como dançar ou ouvir música, quando faço isso, esqueço-me de tudo o que há de ruim, talvez porque ela tenha uma voz tão doce, que pareça com uma melodia e quando estou com ela, é tão motivador como dançar. Eu pensava em certas coisas quando a campainha tocou, ouvi o barulho da porta se abrindo então deduzi que minha mãe tinha atendido, um minuto depois disso, escutei batidas na porta.

-Filho, sou eu! – era minha mãe.

-Entra. – falei. Ela abriu uma parte da porta e olhou pra mim, disse:

-Tem um garoto lá fora, amigo seu querendo falar com você.

-Amigo meu?

-Sim, disse que é da sua escola e estão na mesma classe.

-Ah, o Cascão!

-Cascão? – minha mãe perguntou.

-Sim, ele deve ter vindo aqui pra me trazer um daqueles Brownies da namorada dele!

-Tá bom, então desce lá em baixo que ele tá te esperando.

-Ok. – passei por ela e fechei a porta do meu quarto, desci as escadas e abri a porta.

-Oi Cascão... – me surpreendi ao abrir a porta.

-Eu não sou o Cascão e nem queira me chamar assim, está bem? – disse ele irritado.

-Tony? O que está fazendo aqui? Como soube onde eu moro.

-A Mônica me falou que eram vizinhos e... Como sabe meu nome?... Ah é claro, como não saberia? – disse ele se achando. Eu revirei os olhos e perguntei fechando a porta e indo pro lado de fora:

-O que você quer?

-Eu quero falar com você, deeeeeer! – olhei pra ele com cara de quem não estava nem aí pro comentário infantil:

-O que veio falar?

-Vim falar pra você ficar longe da Mônica! – disse ele empurrando-me pra trás.

-O QUE? – perguntei extremamente confuso.

-Não se faça de desentendido Plebeu irritante.

-Eu sou irritante? Você é quem está aqui sem motivo algum e ainda diz que “EU” sou irritante?

-Não ouse falar nesse tom comigo!

-E quem você é? Minha mãe? – perguntei rindo sarcasticamente.

-Haha, muito engraçado – ele disse ainda mais sarcástico. – Escute, não vim aqui pra palhaçada... – eu o interrompi:

-Não, você veio aqui pra ser o próprio palhaço, haha! – falei debochando dele. A expressão dele mudou, pude ver os olhos dele vermelhos e a veia de sua testa saltava e por um momento acho que pude ler seus pensamentos “eu vou te matar” é claro que eu não lia pensamentos, mas a sua expressão realmente dizia isso e não era preciso ler pensamentos pra saber que ele estava em fúria.

-Me chamou de quê? – por um instante fiquei com medo, mas aí eu lembrei que ele é um idiota que se achava o fortão.

-De palhaço! – disse com facilidade.

-Rrrrrrrrrr! – ele gritou alto, pude escutar o som dos seus dentes rosnando em fúria. Ele me puxou pela camisa. Fiz cara de quem não estava nem aí pra sua atitude o que o deixou com ainda mais raiva do que já estava. Soltei com facilidade as mãos dele que seguravam minha camisa com brutalidade.

-Escuta, eu não quero brigar e acho que você não veio aqui pra isso.

-Eu vim aqui pra te dizer pra ficar longe da Mônica!

-Mas eu e a Mônica nem sequer amigos somos!

-Sério? – Perguntou ele que ainda estava irritado e desconfiado.

-Lógico, eu pedi pra que fossemos amigos, mas ela parece não querer ser minha amiga.

-E quem ia querer ser amigo seu? – ele disse contente com o que eu tinha dito.

-Pra sua informação, acho que não somos amigos por sua causa, por que vive mandando nela e enchendo a cabeça dela de idiotices.

-O que você disse?

-Disse que você acha que pode controlar cada passo que ela da só porque é o namorado dela e a única coisa que realmente existe na sua cabeça é um monte de bobagens e idiotices.

-Me chamou de idiota.

-Não... Eu te chamei de bobo e, idiota. – Ri, até que meus risos pararam quando senti minha face queimar, Tony tinha me dado uma forte bofetada na cara, o impacto foi tão forte que me fez virar o rosto, coloquei os dedos na região do nariz, um pouco a cima dos lábios, olhei para os dedos e vi que tinha sangue. Senti uma dor depois do soco, olhei pra ele confuso e surpreso.

-O que você fez seu idiota? – perguntei. A raiva tomou conta de mim mais do que qualquer coisa naquele momento. Fechei os punhos e tentei controlar o ódio e a dor que sentia, mas não consegui, dei um passo em sua direção, coloquei brutamente minha mão esquerda em seu ombro enquanto a outra mão se levantava pegando impulso. Soquei seu rosto com um impulso forte que o fez se desequilibrar e cair no chão. Ele se levantou com tanta raiva que eu acho que se comparassem ele á um leão em temporada de caça, ele ganharia com certeza. Me empurrou e me derrubou no chão, minhas costas estavam doloridas por eu ter dormido no chão noite passada, quando cai, bati com força as costas no chão, gemi de dor. Abri os olhos tentando me recuperar, quando vi Tony saltando sobre mim, e dando socos, não tão fortes quanto antes, no meu estomago, o tirei de cima e o empurrei forte na grama, dei outro soco no seu olho, Tony para minha surpresa, reagiu rápido me dando um ainda mais forte no meu olho direito, fiquei imóvel, parecia que tinham acendido um fósforo no meu olho, não conseguia enxergar nada e nem me mexer, eu ainda estava em cima de Tony e mesmo que não enxergasse nada, minha raiva ainda permanecia. Agarrava seu pescoço tentando sufoca-lo e ele fazia o mesmo, parecendo também não conseguir enxergar muito bem.

-AHHH, o que está acontecendo aqui? – ouvi uma voz apavorada e desesperada gritando. – Esfreguei meus olhos tentando enxergar, mas meus olhos ardiam e doeram mais ainda quando eu toquei neles, minha vista ficou embaçada, mas logo foi melhorando, ainda não conseguia enxergar direito à pessoa que estava na minha frente, mas pela voz e porque estava na porta da minha casa deduzi que era minha mãe. Eu bem de pressa parei de esforçar aquele idiota e ele fez o mesmo, nos levantamos rapidamente.

-Cebola o que tá acontecendo eu exijo explicações!

-Senhora, foi ele quem começou! – disse Tony apontando o dedo pra mim.

-Não vem com essa, foi você quem deu o soco no meu olho!

-Não importa quem começou – interrompeu minha mãe – você vai embora daqui seja lá quem for, e Cebola Menezes entre já em casa, suba pro seu quarto que eu quero falar com você! – Eu fiz como ela mandou, Tony saiu dali rápido e minha mãe veio logo atrás de mim. Chegamos no meu quarto, eu entrei e sentei na cama e ela entrou e trancou a porta, ficou de pé na minha frente e colocou as duas mãos na cintura:

-Você quer me explicar do porque vocês estavam brigando moçinho?!

-Nós não estávamos tecnicamente brigando.

-Nãããooo imagina! Isso explica o seu nariz sangrando e seu olho roxo!

-Olha mãe, eu já disse que foi ele quem começou, eu não fiz nada, esse cara veio aqui me dizer pra ficar longe da Mônica e...

-Da Mônica? Filho você está tendo um caso com ela?

-Claro que não, ele é o namorado dela.

-Achei que vocês fossem amigos.

-Não somos! Eu achei que quem estava me esperando lá embaixo era o meu amigo Cascão, mas não era, esse é o Tony e ele namora  a Mônica.

-Então esse é o Tony que haviam me falado?

-Como assim que haviam te falado?

-A Dona Luiza, mãe da Mônica me contou sobre ele, ela me disse que ele é um rapaz rebelde, bagunceiro e que não se importa muito com a Mônica e com ninguém, ela também disse que a filha dela nunca pode encontrar alguém que realmente gostasse e que também gostasse dela por causa dele.

-Típico. – falei.

-Mas por que estavam brigando?

-Ele veio aqui sem motivo algum me pedindo pra me afastar da Mônica, mas me afastar mais do que já estou é quase impossível, agente nem é amigo.

-Vou pegar curativos – ela falou saindo do meu quarto. Depois de minutos de tortura com minha mãe fazendo os curativos e cuidando do meu nariz e meus lábios cheios de sangue, fui dormir. Acordei tarde porque era sábado, tomei banho, me troquei, coloquei uma blusa azul, uma calça jeans e um tênis cinza. Desci e fui até a cozinha. Minha mãe me viu.

-Oi filho, bom dia.

-Bom dia. – respondi, ela me olhou assustada, analisou o meu rosto e depois disse:

-Ai meu Deus seu machucado piorou, ficou uma cicatriz no seu lábio. – disse ela.

Fui ao banheiro e olhei no espelho, ela estava certa, tinha uma cicatriz no canto direito do meu lábio superior e também ficou um pouco vermelho o meu olho direito e um pouco mais do lado do olho ficou um tom fraco, azulado, quase roxo, mas dava pra perceber. Droga, aquele idiota do Tony. Escutei o celular que estava no bolso da minha calça tocar, pequei ele e atendi.

-Alô! – falei.

-Oi Cebola, é o Cascão. Eu queria te convidar pra vir aqui em casa agora, os rapazes estão aqui também, a Cascuda tá fazendo mais brownies, ela disse que vai tentar ser assistente na padaria do Quim, é claro que ela vai ser rejeitada, porque o Quim é popular e ele não vai querer ela por perto mas mesmo assim eu quero da uma força pra ela, então tá afim de vim comer uns Brownies fresquinhos?

-Tá bom Cascão, chego daqui uns 10 minutos ok?!

-tá bom, vem logo, tchau.

-tchau.

Avisei minha mãe que ia na casa do Cascão e ela deixou, é claro, depois deu explicar detalhadamente onde era e certificar de que eu levaria o celular. Saí de casa e fui caminhando, estava pensando se Tony havia contado pra Mônica sobre a nossa briga, não queria pensar nisso, porque toda vez que eu pensava meu lábio doía mais ainda.

-Ai – eu esbarrei com alguém sem perceber, que ótimo agora meu ombro também doía.

-Desculpa – falei.

-Não olha por onde anda não é?... Ce-Cebola?

-O que você faz aqui?


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Notas finais do capítulo

Gostaram? quis dar um pouco de emoção ao capitulo por isso coloquei uma briguinha kkk, comentem por favor, gosto de saber o que pensam da minha história!!!