Sentimentos Ocultos: O Começo escrita por Vick Yoki


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Neste capitulo Mogie irá conhecer sua familia, mas, como sempre há uma ovelha negra para estragar tudo...



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         - Mogie?         

        - Sim. Quem está ai?         

       - Eu!         

      - Consciência?         

     - Não.         

    - Filipe?         

      - Sim.         

   Não me dei conta do que estava fazendo só sei que corri rapidamente para seus braços.         

    - Ah! É tão bom te sentir aqui comigo.         

   - Também acho.         

  - O Consciência te permitiu entrar nos meus sonhos?         

 - Sim. Eu expliquei para ele que queria te ver.         

 - Parece ser tão real.         

- É verdade. Fiquei deslumbrado com tantas estatuetas espalhadas por aqui.         

- Você não pegou o pergaminho de Hades, não é?         

- Não, por quê?         

- Segundo o Consciência, ele é amaldiçoado.         

- Oh! Ainda bem que não peguei.         

- Que tal se déssemos um passeio?         

- Adoraria, mas está na hora de você acordar.         

- Acordar?         

- É. Ou acha que ainda é cedo? Por incrível que pareça, o sol deu suas caras hoje!         

- Como você sabe?         

- Eu estou vendo.         

- Onde?         

- Aqui na sua janela?         

- O que?         

Abri meus olhos rapidamente e dei de cara com ele.         

- O que você está fazendo aqui?         

- Quando eu disse “Estarei sempre ao seu lado”, eu disse sério.          - Hahaha!         

- Eu ainda estou sério.         

- Não parece.         

- Não mesmo. Eu sou um péssimo ator.         

- Posso concordar com isso.         

- E você acha que atua tão bem assim?         

- Não. Por isso eu não atuo.         

- Oh!         

- Mesmo que você não atue muito bem, você continua sendo quase perfeito.         

- Porque “quase perfeito”?         

- Porque não tem como ser perfeito estando comigo.          

- Você acha?         

- Claro!          

- Eu não acho. Você me completa! Mesmo que eu não seje perfeito, você me faz querer ser.         

- De onde você tirou essa frase?         

- Da internet.          

- Tem mais?         

- Sim. “Um ultimo suspiro, tudo volta ao seu lugar”. Essa eu tirei de uma nota que eu estava lendo.         

- Ooh!!         

- Hahaha!         

- Ah, já ia me esquecendo.         

- Do que?         

- Eu tenho umas perguntinhas pra te fazer.         

- Vá em frente.         

- Por onde você foi embora ontem?         

- Eu segui pelos fundos, dei uma volta pela casa e pulei a janela do seu quarto.         

- E como você deixou aquele bilhete em cima da minha cama?            - Pulando a janela.         

- Você tambem fez isso agora?         

- Sim.         

- E como teve certeza de que ninguém além de mim te encontraria aqui?         

- Bom, a minha vontade de te ver foi maior então eu não me preocupei com os perigos.         

- Você já deu uma olhada pela casa?         

- Sim.         

- Eles estão aqui?         

- Não. Parece que o Valentim foi buscar o seu carro no concerto e a sua mãe foi até a igreja.         

- Interessante. E o que você vai fazer se alguém chegar agora?         - Irei me esconder debaixo da cama.         

- Convincente.         

- Haha!         

- Acabei por hoje.         

- Bom, agora é minha vez.         

- Ok.         

- Já que todo mundo saiu porque você não vem comigo até a minha casa para que eu te apresente para a família?         

- Seria uma boa mas eu tenho medo de que eles não me aceitem.         

- A Theresa, o Benny e o Paul te amam.         

- Como sua amiga não sua namorada.         

- Tanto faz, eles vão continuar te amando.         

- Não tenho tanta certeza.         

- Por favor!         

Fiquei olhando seu olhar tão inofensivo que me fez ter vontade de chorar. Cai como um patinho que ainda não sabe nadar.         

- Tudo bem!         

- Magnifico!         

- Preciso tomar um banho.         

- Tudo bem, vou ficar aqui no quarto.         

- Se alguém bater não atenda.         

- Tudo bem.         

- E se esconda embaixo da cama.         

- Ok.         

- Te amo!         

- Eu também.         

Dei um beijo em sua testa. Essa era a forma de mostrar o nosso amor um pelo outro: rápida e discreta. Tomei um banho rápido e vesti uma roupa leve: camiseta branca, blusa azul por cima, calça jeans preta e um tênis all star. Isso, pra mim, era considerado leve. Decidi deixar o cabelo meio bagunçado. Queria ver o que Filipe achava disso.         - Estou muito esquisita?         

- Esquisita você já é.         

- Obrigada!         

- Mas você sabe como atrair olhares para você.         

- Acho que não.         

- Pelo menos o meu você atraiu.         

- Obrigada de novo.         

- Ah de nada. Contando que o penteado ficou surpreendente!               - Serio? Achei que fosse achar despojado demais.         

- Nunca acharia isso.         

- Que bom! Vamos antes que Valen ou Rita chegue.                             Descemos a escada rapidamente. Tinha medo de alguém chegar e nos ver.         

- Agora você está mais calma?         

- Ainda não. Meus nervos estão a flor da pele.         

- Que exagero!         

- Você não sabe como meu coração está acelerado.         

- O meu fica assim sempre que estou com você.         

- O meu também.         

- Corações se apaixonam?         

- Não sei mais acho que sim, afinal, são eles que nos unem a outra pessoa.         

- Então sinto em lhe informar, mas o meu coração mandou te avisar que está perdidamente apaixonado pelo seu.         

- Acho que o meu coração quis dizer a mesma coisa.         

- Então estamos quites, podemos marcar a data do casório.                - Ok!         

- Você é muito idiota.         

- Você é muito mais.         

Tranquei as portas e coloquei a chave atrás do vaso de flores, onde Valen sempre colocava. Fiquei mais nervosa que o normal então senti sua mão, agora quente, encostando nas minhas.          

- Não se preocupe, vai dar tudo certo.         

- Vou tentar.         

Passamos por uma estrada coberta de árvores gigantescas. Valen havia me dito que esse era o local mais afastado da cidade.                  - Porque vocês moram aqui?              

- Korene gosta de lugares isolados, sem vizinhos. Confesso que todos da família gostam, mas Korene sempre gostou mais. Foi ela quem comprou a casa.         

- Oh! Sua mãe tem muito bom gosto.         

- Tem sim.         

A casa era linda. Feita de madeira branca e aparentemente muito arejada. Os fundos da casa tinham janelas gigantescas de vidro.       

- Vamos entrar?       

- Sim. Mas espere eu controlar meu nervosismo.       

- Espero o tempo que for preciso.         

Aquele seu olhar confortante me fez pensar em como eu tinha sorte de estar ali com ele. Ele mostrava em seu olhar toda a preocupação que ele tinha comigo. Tive vontade de correr mas não para longe dele e sim para perto. Tive vontade de dizer o quanto ele era importante pra mim mas este não era o momento certo.         

- Acho que estou pronta.         

- Espero que sim.         

Filipe me levou para dentro da casa. Passamos pelo jardim e entramos pela porta central. Não pude esconder a admiração que senti por aquele lugar.         

- É muito linda a sua casa!         

- Obrigada, mas espero que não se surpreenda de imediato. Você ainda não adentrou a casa.         

- Oh!         

Filipe entrou na casa e eu lhe segui. Paul e Korene estavam na sala de estar. Paul estava lendo o jornal e Korene estava lixando as unhas.          

- Paul, Korene, esta é a Mogie!         

Paul veio até minha direção com um sorriso imenso.         

- Bom vê-la de novo.         

- Digo o mesmo.         

Korene veio em seguida. Ela tinha um sorriso diferente, mais discreto. Tinha cabelos pretos e longos, uma pele sedosa e usava roupas que lhe caiam muito bem.         

- Olá Mogie! Seja bem-vinda e sinta se em casa.         

- Obrigada Srta. Wilker.         

- Me chame de Korene.         

- Sim, Korene.         

Valerie e Theresa desceram juntas. Valerie tinha um skate na mão e Theresa estava com uma revista de moda.         

- Então você é a Mogie?         

- Sim. Muito prazer!         

- O prazer é todo meu! Eu sou Valerie.         

Ela se parecia com Korene. Tinha o mesmo formato de rosto e os cabelos tinham a mesma cor. Já o tamanho era bem diferente. Valerie havia adotado um corte que ficou muito bem nela: repicado. Ela era muito bonita.         

- Oi Mogie! Espero que não tenha esquecido do nosso compromisso.         

- Oi Theresa! Pode deixar, eu não vou esquecer!         

Saiu da cozinha, Benny, meu colega de trabalho e amigo.         

- Olá madame Descaso!         

- Olá Manda Chuva!         

Soltamos uma risada baixa e pequena e Benny veio até mim e me deu um abraço.         

- Bem vinda a família. Somos loucos mas você se acostuma!              Filipe soltou uma gargalhada.         

- Haha! Eu que o diga, Benn! Mas onde está Barbara?         

- Estou aqui.         

Então, ela apareceu. Ela sim era a mais bonita de todas. Tinha uma aparência como a de Theresa mas era mais bonita. Tinha um rosto escultural, cabelos loiros e cacheados, olhos azuis. Ela era invejável.         

- Barbara, esta é a Mogie.         

- Oi. Pai, você já preparou pra mim aquilo que eu te pedi?         

- Filha, você não vai cumprimentar a Mogie?         

- Eu disse “oi”!         

Ela subiu as escadas balançando os cabelos. Me senti uma idiota naquele momento.         

- Porque vocês não almoçam aqui?         

- É uma boa ideia, mas eu não posso. Rita e Valentim não sabem que eu estou aqui.         

- É uma pena. Espero que venha mais vezes e perdoe a falta de educação da Barbara.           

- Tudo bem, não se preocupem.         

- Então, vamos Mogie.         

- Vamos. Foi um prazer conhecer você, Korene.         

- O prazer é todo meu!         

- Deixe um abraço com Paul.         

- Ok, pode deixar!         

- Tchau Theresa, tchau Benny.         

- Tchau Mogie!         

- Espero te ver no restaurante, madame.         

- Vou estar lá.         

Eu e Filipe seguimos até o final do jardim. Confesso que estava magoada com a forma que Barbara havia me tratado. Mas tudo é uma questão de tempo.         

- Está magoada?         

- Não.         

- Tem certeza?         

- Sim. Não se preocupe.         

- Não gosto de te ver assim.         

- Não se preocupe, tá tudo bem.         

Filipe pegou nas minhas mãos mais uma vez e acariciou-as me deixando leve. Depois me deu um leve beijo nos lábios e na testa. Eu me sentia bem mais aliviada sabendo que ele estava ali comigo, me protegendo. Em menos de cinco minutos chegamos em casa. Filipe estava dirigindo mais rápido que o normal. Quando chegamos, encontrei meu carro na garagem junto com o de Valentim.                  


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Notas finais do capítulo

Reviews? Alguma coisa?