Sentimentos Ocultos: O Começo escrita por Vick Yoki


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Morgana descobre quem era a criatura do seu sonho mas será que tudo isso irá durar por muito tempo?



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    Acordei e mais uma vez o dia estava nublado. Senti o vento me tocar levemente e então me lembrei do sonho. O que iria fazer em relação ao Filipe? Talvez eu estivesse apaixonada e não soubesse identificar este sentimento. Mas o que eu posso dizer com certeza é que quando ele chega perto de mim eu me sinto como se estivesse nadando nas nuvens. Talvez seja só uma simples atração, já que ele é muito bonito, mas as vezes eu me sinto como se precisasse vê-lo a todo custo se não eu morreria. O que devo fazer? Meus pensamentos me corroem e eu não sei o que dizer, o que pensar, o que sentir...         

- Mogie, sua mãe me pediu para te levar ao colégio hoje.         

- Por quê?         

- Para não correr o risco de você desmaiar de novo e não ter ninguem ao seu lado.         

- Ok, obrigada pela preocupação.         

- Essa é a minha obrigação. Cuidar de você.         

- Faz isso por obrigação?         

- Não foi isso que eu quis dizer. Eu quis dizer que...         - Dificuldade em se expressar?         

- Acho que... Sim.         

- Não precisa. Vamos, antes que eu chegue atrasada.           Durante o caminho, percebi que Valentim não estava bem. Queria me mostrar preocupada, como estava na verdade, mas não tive coragem. Mas mesmo assim eu tentei.         

- Está tudo bem?         

- Sim. Porque não estaria?         

- Não sei. Você não me parece estar bem.         

- Eu estou bem.         

Não está não. Neste exato momento eu realmente esqueci que o Valentim estava ali e comecei a falar.         

- Durante este tempo em que eu te conheci, que você começou a namorar minha mãe e que eu me mudei pra cá nós nunca tivemos a oportunidade ou talvez coragem para nos conhecer-mos melhor. É muito difícil pra mim porque desde pequena eu tive dificuldade em me expressar. Talvez você pense que eu não goste de você mas eu gosto de verdade. Você não é meu pai, mas é como um pai pra mim e eu sempre quis dizer isso. As vezes eu dormia com um peso na consciência porque eu pensava que deveria ter dito pra você o quanto eu me importava e o quanto eu gostava de você. Na verdade eu te amo!         

Só então eu me toquei que Valentim estava ao meu lado ouvindo tudo que eu estava falando.         

- Bem, eu já cheguei a escola. Obrigada por ter me trago aqui, tchau!         

Fechei a porta do carro o mais rápido que pude e segui andando sem olhar pra trás.         

Fiquei com aquela fala impregnada no pensamento. Fiquei feliz por ter tido coragem e expressado meus sentimentos para o Valentim. O meu medo era que ele não achasse o mesmo de mim. O que eu faria? Como sempre estava encurralada nos meus próprios sentimentos. Fui sentindo como se estivesse adormecendo aos poucos e senti que meus olhos iam se fechando a cada segundo até que...
         - Quem está ai?         

Ouvi uma voz suave que ecoava aos meus ouvidos. Naquele momento havia perdido os sentidos e fiquei ali, parada naquele lugar desconhecido sem dizer nenhuma palavra, sem ao menos me mover.         

- Diga, quem é você?         

Meus lábios se moveram confusos. Mas ouvi duas palavras saírem de minha boca.         

- Não sei.         

Acho que a criatura se espantou com minha voz porque vi que se afastou da luz.         

- Como você não sabe.         

- Apenas não sei. Não sei quem sou, não sei por que estou aqui, não sei nada.         

Senti que a criatura estava chegando perto de mim. Estava ansiosa para ver seu rosto mas no fundo estava com medo porque não sabia do que a criatura de voz suave era capaz de fazer.         

- Você não precisa ter medo de mim. E aliás, eu não sou uma criatura.       

- Desculpe-me. Foi o adjetivo que eu achei para o desconhecido.         

- Você me conhece.         

Se pudesse ver seu rosto...         

- Você pode ver meu rosto se quiser.         

- Você está lendo a minha mente? Isso é uma falta de... De... De respeito!         

- Não sabia que você tinha esse lado.         

- Que lado?         

- Esse lado feroz.         

- Quem é você?         

- Espere e verá?         

Apareceu diante dos meus olhos uma pessoa, era um rapaz como eu imaginava. Alto, magro, pele corada e se parecia com Filipe se não fosse pelo tom de pele. Era encantador e sedutor como Paul e tinha o olhar marcante como o de Filipe.         

- Prazer, eu sou...         

Fui bruscamente arrancada do meu sonho direto para a sala de aula e dei logo de cara com Luke e Thereza avisando que a aula já havia começado. Pedi desculpas a Sra. Calmon e me organizei sobre a cadeira.


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Notas finais do capítulo

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