- Mogie!

Ouvi uma voz angelical a me chamar. Era Filipe. - Olá!

- Não te vi no intervalo então eu resolvi te procurar pela escola ate que te encontrei aqui.

Uau! Filipe estava me procurando.

- Estava fugindo de mim?

- Eu nunca iria fugir de você!

Ultimamente eu venho falando muitas coisas sem pensar.

- Que bom! Eu também nunca iria fugir de você. Meu rosto corou e meu coração começou a acelerar. Senti que Filipe estava se aproximando de mim então paralisei. Até que seus lábios foram se encostando nos meus e...

– Triiiiiiiiiim!

Droga! Porque o sinal tinha que tocar justo agora que ele iria me beijar? Mogie! O que você está pensando? Ele ficou envergonhado e eu mais ainda.

– Tenho que ir, tchau.

– Tchau.

Não vá...
Porque tudo era tão difícil? Eu nunca havia sentido isso por ninguem até que eu o vi. E agora que estávamos tão próximos não tínhamos a coragem de se declarar. Falei tanto que me esqueci de ir a lanchonete. Decidi descansar um pouco e depois iria para a lanchonete.

– Mogie!

Ouvi o barulho da porta se abrindo. Era Valentim.

– Oi!

– Posso entrar?

– Claro!

– Sobre o que você me disse hoje, era tudo verdade? Vacilei um pouco.

– Bem... É... Sim.

– Você disse isso do fundo do coraçao?

– Do fundo dele.

Me espantei quando percebi que Valentim estava me abraçando. Eu não estava acostumada a receber abraços dos meus pais. Me senti tão feliz naquele momento, ate que ele me soltou.

– Obrigada Valen.

– Pelo abraço?

– Pelo abraço e por tudo que já fez por nos.

– Me sinto na responsabilidade de fazer isso.

– Você não sabe o quanto esse abraço foi importante para mim.

– Você não sabe o quanto é bom ouvir “Eu te amo” da enteada.

Não me contive e soltei uma lágrima.

– Não chore. Você fica melhor quando sorri. Gargalhamos. Foi um momento muito significante para nós dois. Até que minha mãe chegou em casa. Agora eu me sentia em casa. Ela subiu as escadas e estava nos procurando. Até que nos achou.

– O que está acontecendo aqui?

– Nós nos entendemos.

Senti que minha mãe na estava acreditando naquela cena que acabara de ver.

– Não posso acreditar.

– Não é necessário. Venha Rita, junte-se a nós.

E ela veio. Vi uma lágrima em seu rosto.

– Agora sim somos uma família de verdade!

De agora em diante, eu aceitaria ser chamada de Morgana Gallego Breslin. Não estava mais confusa só estava confusa sobre Filipe. Será que eu estava apaixonada por ele? Porque eu estava esperando por aquele beijo? Porque ele iria me beijar? O que estava acontecendo comigo? Valentim e minha mãe saíram do quarto e eu pude descansar e entrar no meu sonho. Era só esperar...