Decline escrita por Yumi Saito


Capítulo 2
I — Novo colégio, novas pessoas.


Notas iniciais do capítulo

Erros de ortografia corrigidos, com modificação no capítulo. [09/03/2014]



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Acordei com o barulho do meu despertador querido. Querido nada, é chato pra caramba. Seis e quarenta da manhã. É, lá vamos nós encarar novas pessoas e uma escola nova.

Desci tomei um café reforçado, algo que não precisava.

Saí do apartamento e entrei no carro. Liv deu a partida dele. No caminho, eu olhava as placas das ruas da cidade para não me perder, já que o percurso não era tão curto assim. De carro, o tempo foi de... Mais ou menos cinco minutos. Então, de caminhada, eu posso levar em média vinte ou trinta minutos.

Que grande merda!

Desci do carro e acenei um tchau para minha mãe. Cheguei no grande portão espelhado da escola. Respirei fundo e empurrei aquela porta enorme, entrei e dei de cara no corredor com várias pessoas. Elas não estavam me observando, de maneira alguma! Deviam estar mais ocupadas com seus celulares e... Outras tecnologias.

Comecei minha trajetória pelo corredor cabisbaixa.

Não fui feliz e esbarrei em uma menina de longos cabelos ondulados e loiros.

Ei olhe por ande anda menina! — Disse ela.

Desculpe.

Você deve ser a novata...

— Pela maneira que falou, eu sou a única.

Ela não ficou muito contente com a minha resposta. A pessoa à minha frente tinha uma cara de mesquinha e patricinha. Bom, eu deduzi isso por causa das roupas que usava. Muito chamativas... Chamativas demais para um dia de colégio.

Claro que é, chegou no meio do ano.

— Oh! Desculpe-me pela grosseria que apenas você notou! — ironizei. — Dê-me licença, eu tenho que descobrir em que turma vou estudar.

Ela não se moveu. Fiz questão de passar e dar-lhe um belo empurrão, que a fez bater as costas nos armários do corredor. Fui exagerada, mas não me arrependo disso. Eu, Jane, adoro uma briga.

POV AMBRE.

Acompanhei os passos da novata até ela chegar e parar para falar com a diretora. Eu poderia deixar isso passar, mas neste ano... Os veteranos irão fazer de tudo com os novatos. E esse anão de cabelos loiros será meu alvo.

Peguei meu celular e tratei de escrever uma mensagem rápida para Li e Charlotte.

P.O.V JANE SLANDER.

Caminhei pelo corredor até ser abordada por uma mulher com certa idade. Usava uma túnica rosa e tinha os cabelos presos em um coque, sustentados por um lápis de escrever.

Ela me analisou por pequenos cinco segundos.

— Aluna nova Jane Slander, certo?

Sim, e você é a diretora.

— Perfeitamente. Preciso de sua ficha da inscrição, para ver se está tudo em ordem.

Peguei a pasta na minha mochila. Antes de entregar para a diretora, conferi se estava tudo em ordem. Dei para ela a pasta, a mulher repetiu o processo e assentiu, devolvendo-me a pasta.

— Leve estes documentos para Nathaniel. Pode encontrá-lo no Grêmio Estudantil.

— E onde fica isso?

A diretora apontou para uma porta azul no final do corredor, mais especificamente do lado direito. Segui para a porta e bati nela. Alguém atendeu. Um loiro alto, de olhos cor âmbar. Aquele tipo de cara que você pensa que existe só em Tumblr.

— Olá — falei, tentando não tacar-lhe um beijo ali mesmo. — Procuro por Nathaniel...

— Sou eu mesmo! — sorriu gentilmente. Morri.

— Ahm... Eu sou Jane, a aluna nova. Tenho que deixar meus papéis com você e descobrir a sala onde estudo.

— Claro — respondeu. — Pode deixar sua papelada comigo. Eu vou te dar o horário das suas aulas de hoje. Sua sala fica bem ali em frente.

Agradeci com um aceno e saí. Vi que faltavam dez minutos para começar as aulas. Aproveitei e fui para outro portão, que dava para um amplo gramado com alguns bancos dourados e árvores espalhadas pelo lugar. Deve ser o famoso pátio do colégio.

Por acaso, avistei um cara ruivo — aquele ruivo de cabelo falso pra caramba. — Vi também que ele usava uma camiseta do Pink Floyd. Não preciso nem dizer que andei feito um robô em direção a ele.

Ele parecia confortavelmente entorpecido... Não, brincadeira.

— Oi...?

Ele abriu os olhos lentamente e me fitou por um tempo. Abaixou a cabeça e levantou-a, cumprimentando-me. Seus olhos eram parecidos com os meus.

— Gostei da camisa.

— E eu não da sua.

Arregalei os olhos e olhei para a minha. Não passava de um pedaço de pano verde escuro sem estampa alguma. Uma camiseta sem graça, mas mais confortável que muita outra por aí.

— Eu acho que te atrapalhei, mas...

— Sim, você está me atrapalhando. Não gosto de gente que vem falar comigo bem na hora do solo de Comfortably Numb.

Na mosca, cacete! Agora deu pra ter certeza daquela cara de drogado que ele tava fazendo. Efeito Pink Floyd...

— Foi mal, cara. Se eu fosse você, diria isso só quando estivesse escutando a versão de Comfortably Numb no Pulse. Nossa... Além de ao vivo, o solo é estendido. Não cortado, como a música gravada no estúdio.

— Ora, ora... Parece que alguém entende de música — ele deu um sorriso de canto. — Me chamo Castiel.

— Jane Slander.

Estendi minha mão para ele, mas Castiel fechou os olhos novamente e cruzou os braços. Acho que acabou esfregando na minha cara que não queria mais conversa. Tudo bem... Não, tudo bem nada!

Olhei para meu relógio e eu tinha mais cinco minutos. Tentei puxar conversa, mas tudo o que recebi foi uma enchente de ignorações. Bufei e virei de costas, indo para a sala de aula.

Por azar, ou sorte, ele também estudava na minha turma, assim como aquela loira que veio tirar com a minha cara no começo da manhã.

Só não entendi o porquê de ela ter me encarado por tanto tempo...


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