A Floresta Negra escrita por Lolita Moe


Capítulo 7
Capítulo 6 -Raptada


Notas iniciais do capítulo

Nada a declarar? Não, nada a declarar.



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            O lenhador a olhava, louco de vontade de cortá-la com o machado.

            Ela o olha, o seu medo transparecendo nos olhos:

            -Hora de se juntar aquela velha mentirosa! –ele brande o machado e tenta acertar Kurayami, que ao ouvir isso desvia e o olha com um olhar totalmente diferente:

            -Cale a boca... –ela fala, trincando os dentes:

            -Calar a boca? Há, você devia ver aquela velha, implorou para eu matar o lobo, disse que me pagava seiscentos dobrões, e no final disse que não tinha nada. Ela mentiu, porque é uma mentirosa. –o lenhador retira o machado da madeira –ela era uma inútil, por isso foi morar no meio da floresta. Tão inútil ao ponto de ser estúpida!

            -Cale a boca! –Kurayami grita, se avançando no lenhador, que se assusta com a reação dela.

            Ela desfere um soco no rosto dele, que ao se recuperar do choque, tenta acertá-la com o machado, mas ela simplesmente o agarra no ar:

            -Você está doida? Quer tanto assim que eu a mate? –ele vê o sangue escorrer pelo braço dela, sujando de vermelho a manga de sua blusa:

            -Não, quem eu quero que morra é você! –ela estava com os olhos diferentes, o colar em seu pescoço emanava um brilho negro. O lenhador recua ao receber outro soco dela:

            -O-o que é você?! Uma bruxa?! –o lenhador fica com medo dos olhos dela:

            -Já disse mais de mil vezes, EU... NÃO.... SOU... UMA... BRUXA! –ela dá um soco a cada palavra, gritando de raiva.

            O lenhador agora estava com muito medo, mas ele tenta se acalmar. Afinal, era um homem ou não? Iria deixar uma garotinha baixinha como ela espancar ele?

            Ele cerra o punho e dá um soco em Kurayami, que bate na parede por causa da força. Ela larga a lâmina do machado, que fica manchada com o sangue.

            O lenhador chega mais perto dela, e o brilho que envolvia o colar desaparece, e ao olhar o rosto dela, ele vê que seus olhos estavam normais, com lágrimas escorrendo. Ele brande novamente o machado, e quando ia desferir o golpe, sente algo dilacerando seu braço e é empurrado para o chão:

            -S-selen! –Kurayami se assusta ao ver o lobo negro com as presas cheias de sangue:

            -Seu lobo dos infernos, eu irei te dilacerar! –o lenhador se levanta:

            -Tente, humano inferior! –Selen ruge, a raiva estampada em seus olhos.

            Os dois partem ao ataque. O lenhador desfere um golpe horizontal, e Selen recua e depois pula em direção à garganta dele, mas ele desvia e acerta com um soco na barriga:

            -Quem é o humano inferior agora, seu lobo sarnento! –o lenhador cospe no chão e empunha o machado, iria cortar o lobo ao meio, mas Selen rapidamente vai para o lado e assume sua forma humana, fazendo garras surgirem de sua mão.

            O lenhador dá um sorriso grotesco, agora seria mais fácil matar Selen em sua forma humana, já que ele considerava um lobo mais perigoso que um humano.

            E novamente os dois partem para a batalha, e Kurayami, que estava sentada no canto, olhando assustada para aquela batalha, decide engatinhar para fora daquela luta. Ela conhecia uma porta secreta que uma vez sua vó a mostrara, para quando fosse atacada pudesse fugir, e ela engatinha até a cozinha enquanto ouvia os brados furiosos do lenhador e uma risada assustadora de Selen, que pelo jeito se divertia batalhando contra aquele brutamontes.

            Ela entra dentro da pequena cozinha e vai até onde estava uma pequena lareira. Pelo que a sua avó mostrara, havia um pequeno gancho dentro da lareira, ao qual ela agarra e desloca para o lado, ouvindo um click. Ela puxa o gancho, abrindo uma passagem pela qual ela entrou e começou a correr, ainda ouvindo a batalha furiosa entre o lenhador e Selen:

            -Eu irei cortar sua garganta! –o lenhador grita:

            -Tente se for capaz! –Selen rebate.

            As vozes deles ficavam cada vez mais distantes quanto mais Kurayami se distanciava. Ela ofegava, se sentindo enjoada por estar num lugar tão apertado e com um cheiro horrível:

            -Quando é que esse túnel vai acabar? –ela enxerga um pequeno brilho a sua frente, e corre em sua direção.

            Ela sai do túnel, se deparando com o brilho da lua e perto de um lago:

            -Ainda estou na floresta... –ela olha ao redor, ouvindo apenas os animais noturnos fazendo seus barulhos habituais. Ela caminha até o lago e se agacha, colocando as mãos na água e a bebendo.

            Ela ouve um estralo atrás de si, e se levanta rapidamente e tenta encontrar de onde tinha vindo o barulho. Não enxergava nada, e um vulto aparece, e ela fica em posição de ataque:

            -Quem é que está ai? –ela pergunta, não tirando o olho do vulto, que sai da escuridão –Selen?

            -Te encontrei! –ele corre até ela e a abraça, que se assusta com a reação dele:

            -O-o que houve? E o lenhador? –ela não sabia se retribuía o abraço ou ficava parada, como uma estátua:

            -Ele fugiu, mas disse que ia se vingar.

            -Ele sempre diz isso. –ela tenta se afastar do abraço, mas ele a aperta mais:

            -Por favor, podemos ficar assim só mais um pouco? –ele pede:

            -Hum... Claro... –ela decide finalmente retribuir o abraço, mesmo achando estranho o jeito dele.

            Por mais estranho que isso fosse, ela se sentia protegida com Selen por perto. Ela nunca se sentira assim. Porque ele faz com que eu me sinta assim? Porque eu estou gostando desse abraço? Ela começa a se perguntar, mas é interrompida quando Selen se afasta:

            -Você está bem? –ela olha ele, que estava com uma expressão triste:

            -Sim... –ele olha para o chão, e vê pingos de sangue –você está machucada?!

            -Hein? Que? –ela foi pega de surpresa, e Selen estava apalpando ela, tentando encontrar o machucado:

            -Onde ele a feriu?!

            -Calma! –ela levanta as mãos, e logo nota que era sua mão que estava sangrando. Oh, minha mão ainda está sangrando... Ela pensa, e Selen nota o olhar dela na mão:

            -Como você fez esse corte? –ele pega e rasga um pedaço de seu casaco:

            -N-não precisa rasgar seu casaco, não é nada... –ele a encara, que engole em seco –e-eu agarrei o machado do lenhador quando ele ia me acertar...

            -Você é doida? Podia ter perdido sua mão! –Selen amarra o tecido envolta da mão dela:

            -É... Fiz sem pensar... –ela olha para o lado, envergonhada pela idiotice que fez:

            -Da próxima vez, eu mato ele. –ele resmunga baixinho, mas antes dela protestar, um uivo surge:

            -O que é isso? –ela ficou com medo:

            -Rendel, o que você está tramando? –Selen rosna:

            -É mesmo, você chamou aquele cara de Rendel, e ele queria saber onde você estava, o que ele quer com você?

            -Rendel é um lobo como eu. Há muito tempo, a gente era companheiro, mas depois que eles tramaram para ir à cidade e matar as pessoas para encontrar o colar, eu me separei da matilha. Desde então ele procura por mim, querendo que eu retorne, pelo menos é o que eu acho. –Selen olha para ela –no fim ele estava certo, o colar estava mesmo nesta cidade.

            -E estava com a minha família todo esse tempo. –ela segura o colar, olhando para o chão.

            Selen levanta a mão, mas para ao ouvir uma risada:

            -Olha só, finalmente encontrei vocês dois! –Rendel aparece em sua forma humana, com um sorriso:

            -O que você quer aqui? –Selen fica na frente de Kurayami, encarando Rendel:

            -Ué, você não se lembra? Do outro lado do lago é onde fica a toca. –Rendel aponta para as árvores do outro lado do lago:

            -“A toca”? –Kurayami olha na direção que ele aponta:

            -É onde nós vivemos, mas isso não é o mais importante agora. –Rendel dá três passos a frente –não vai voltar a nós, sua família?

            -Não. –Selen o fitava:

            -Que pena... –Rendel suspira –então teremos que usar a força. –ele faz um sinal com as mãos e surgem oito lobos, que cercam os dois:

            -O que você vai fazer? –Kurayami encarava os lobos, que rosnavam:

            -Peguem ela. –Rendel aponta para Kurayami, e os lobos vão para cima dela, mas Selen a afasta e começa a distribuir socos:

            -Fuja! –e Kurayami se vira, mas cai ao esbarar em Rendel, que a pega pelos pulsos:

            -Realmente, você tem um cheiro bom. –Rendel aproxima o nariz do pescoço dela, que começa a se debater:

            -Kurayami! –Selen grita, tentando chegar perto deles, mas era impedido pelos lobos:

            -Se quiser salvar a humana, venha até a toca, estaremos lhe esperando ao pôr do sol, em frente à Drossel. Não se atrase. –e com isso Rendel vai embora, levando Kurayami junto, que se debatia.

            Após um tempo, os lobos pararam de atacar e saem correndo, deixando Selen ferido:

            -Ela... Foi raptada... –ele fala para si mesmo.


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Notas finais do capítulo

Coitadinha, eu adoro fazer ela sofrer... É, eu sou tão má. Bwahahaha!
Quem quiser ver minha nova história, é só ir lá no meu perfil, porque vez ou outra eu divulgo o nome das fics que postarei futuramente.
Se quiserem deixar um review , não te problema, afinal não sou uma doida por chocolates que chama seu gato de Neko-sama que está formando um exército de gatos para dominar o mundo. Não, não sou esse tipo de pessoa! Puff, imagina! (na verdade, sou assim mesmo, sei, chocante...)



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