A Floresta Negra escrita por Lolita Moe
Notas iniciais do capítulo
Yo, retornei!
Faz um tempinho que não posto, e finalmente terminei esse capítulo!
Bem, ele é um pouco, como posso dizer... triste? É, algo do gênero, já que essas são as lembranças da Kurayami.
Bem, sem mais delongas, aproveitem o capítulo.
-Que lugar barulhento... –resmunga Selen, caminhando pela cidade com Kurayami:
-Essa é a área comercial, então certamente ela é barulhenta, mas porque o resmungo? –Kurayami o olha:
-Meus ouvidos são mais sensíveis que o dos humanos, afinal eu sou um lobo. –Selen faz uma careta –os barulhos daqui são muito mais altos para mim do que para você. A floresta era muito mais silenciosa que isso.
-Há, culpa sua, você que quis vir! Eu disse que não, mas você tinha que insistir! –Kurayami fica a sua frente –afinal, porque você quis vir?
-Bem...
-Olha, veja se não é a Chapeuzinho Vermelho! –Selen é interrompido por um dos mercadores, que ao avistar Kurayami, grita e acena da barraquinha dele:
-Rrrr, já disse que odeio que me chamem assim! –Kurayami grita para o mercador:
-Peraí, você rosnou? –Selen olha para ela, dando uma risada:
-Há há, adoro quando você fica com essa cara de brava! –fala o mercador:
-Sei, com certeza você vai adorar quando eu der um soco em você. –ela chega mais perto da barraca:
-Nossa, não sabia que as mocinhas dessa cidade eram tão malvadas! –o mercador ri:
-Na verdade sou só eu. Sabe, não sou como todas as indefesas e educadas mocinhas dessa cidade. –Kurayami cruza os braços:
-É, isso é verdade. Mas o que houve ontem?
-Hã?
-De manhã você passou correndo por aqui, sendo perseguida por um lenhador, e de tarde vi sua mãe falando com os guardas. Por acaso você andou brigando com outro nobre da cidade? –ele a olha, com uma das sobrancelhas arqueadas:
-Não, não é nada disso. Peraí, minha mãe estava falando com os guardas?
-Sim, e ela parecia uma doida. Teve uma hora que ela começou a gritar e a tacar as frutas da minha banca neles. –ele ri –parece que os guardas se recusaram a fazer algo para ela.
-Deve ser para ver onde eu tinha parado...
-Como assim? Você desapareceu?
-Bem, mais ou menos. Eu estava sendo perseguida pelo lenhador, aí apareceu esse idiota e me salvou. –Kurayami aponta para Selen –procuramos pelo caminho e só agora o encontramos.
-Idiota? –Selen a fuzila com os olhos:
-Ora, então você é o salvador dela? Meus parabéns, essa baixinha aqui sempre se mete em problemas, principalmente com os guardas. –o mercador sorri para Selen:
-Com os guardas?
-É, ela geralmente briga com algum nobre que mora perto do castelo. Teve até uma vez que ela bateu no príncipe!
-No príncipe?
-Deu o maior trabalhão tirá-la da prisão –o mercador suspira –me chamo Devan, e qual é o nome do salvador da minha querida chapeuzinho?
-Já disse para não... –começa Kurayami:
-Me chamo Selen. –ele a interrompe:
-Selen, huh? Me parece familiar... –Devan fica pensativo –ah, uma hora vou me lembrar. –Kurayami e Selen se entreolham –bem, agora vamos aos negócios! Sua mãe, depois de atirar minhas frutas, me encomendou umas maçãs e uma garrafa de vinho, mas como eu não tinha na hora as maçãs, ela ficou de pegar depois. Já que você está aqui e as maçãs já estão aqui, aqui está! –ele entrega uma grande cesta, e quando Kurayami a segura, ela quase cai no chão:
-Tem certeza que só foram maçãs?! –Kurayami pergunta, tentando levantar a cesta:
-E uma garrafa de vinho! –Devan ri –depois eu cobro o dinheiro da sua mãe. Agora vocês devem ir, estão atrapalhando a minha clientela!
Os dois começam a se virar, mas Kurayami mal consegue se mover, pelo peso daquela cesta:
-Deixe que eu carrego. –Selen pega a cesta:
-Espere, ela é muito pesada e... –ela fica boquiaberta quando Selen ergue a cesta sem qualquer esforço –mas como...
-Vamos. –ele começa a caminhar, e Kurayami se endireita e segue ele:
-Não acha que está pesada? –ela fica olhando, incrédula:
-Não, é levinha. –ele dá de ombros –vamos logo, eu quero logo descobrir sobre como o colar foi parar na sua família.
-Certo. –ela olha para frente, mas ainda não acreditava que aquele cara tivesse erguido uma cesta tão pesada como aquela.
-Nossa, eles fazem um belo casal! –fala Devan ao olhar Kurayami e Selen indo embora –olhando bem, ela é até bonitinha. Até esse chapéu que ela tem dá um certo charme à ela. –e ele sorri e dá atenção há uma de suas clientes.
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Kurayami e Selen finalmente chegam a uma casa antiga:
-Bem, foi um prazer conhecer você. –Kurayami fala, olhando para a casa:
-Porque isso agora? –Selen a olha:
-Posso saber o que esteve fazendo até agora? –a mãe de Kurayami aparece na porta, com os braços cruzados e um facão na mão:
-Cain! –Selen faz, resistindo ao impulso de sair correndo:
-M-mãe... Ha ha, será que... Será que poderia largar essa faca? –Kurayami engole em seco, temendo que sua mãe a decapitasse:
-Você me preocupou muito, mocinha, e pode me dizer onde você estava todo esse tempo?! –sua mãe grita:
-É-é... Bem... Veja bem... –Kurayami estava nervosa, olhando aquela faca:
-Ela se perdeu perto da floresta, e eu a ajudei a encontrar o caminho. –Selen interveio:
-Você a ajudou? –a expressão da mãe dela se suaviza –muito obrigada! –ela vai até Selen e o abraça, sorrindo –você é um herói!
Selen olha confuso para Kurayami, que apenas dá de ombros:
-Bem, não sou tão herói assim. –Selen sorri –só gosto de ajudar garotinhas perdidas.
-Agradeço muito pelo que você fez, mas você... –ela se dirige à Kurayami –você não vai ter sobremesa hoje, e amanhã vai me ajudar a costurar as roupas.
-Ah não, costurar não! –ela protesta, mas a mãe apenas lança um olhar assassino e ela resmunga –tá bom.
-Querido, gostaria de um chá? –agora era com Selen:
-Não, estou bem assim. –ele mostra a cesta –o mercador disse que isso era seu.
-Ah, claro, certo, certo. Muito obrigada. –ela pega a pesada cesta sem esforço nenhum –agora entre e já para seu quarto!
Kurayami assente com a cabeça e entra, mas antes de sua mãe fechar a porta, ela conseguiu ver Selen dando um pequeno sorriso para ela.
Kurayami vai até o seu quarto e se deita, tentando relaxar. Mal sabia ela que seria ali o começo de seus problemas.
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Um pássaro canta na silenciosa floresta, a Floresta Negra. Kurayami caminhava lentamente por uma trilha, carregando uma pequena cesta. Ela se pergunta o porquê de estar com uma cesta, mas nada iria respondê-la.
A trilha finalmente acabou, e no final dela havia uma pequena casa de madeira. Ela vai até a casa e bate na porta, e uma velha atende:
-“Vovó, trouxe umas coisas para você!” –anuncia Kurayami com uma voz infantil:
-“Que bom, minha querida!” –a velha faz sinal para ela entrar:
-“Já está melhor, vovó?” –ela se senta na pequena mesa de madeira:
-“Sim, já estou, minha querida” –a velha mexe num pequeno armário –“isto aqui é para você”.
Kurayami pega o pequeno pacote que a vó dá a ela, e ela abre, revelando um chapéu branco com uma fita:
-“É lindo vovó!” –ela dá um sorriso:
-“Que bom que gostou.” –a vó sorri.
Kurayami se levanta, dizendo que agora deveria voltar para casa, e a vó apenas sorri, concordando. Uma batida na porta é ouvida, e uma voz enfurecida aparece:
-“Abre a porta, sua velha maldita!” –Kurayami identifica a voz, era o lenhador –“pague logo o que me deve, pois não vou mais adiar!” –um baque soa na porta, que desaba no chão, com o lenhador entrando, o machado em mãos:
-“Você sabe que não tenho dinheiro!” –a avó abraça a neta, olhando fixamente para o lenhador:
-“Então não deveria ter pedido que eu exterminasse aquele lobo. Agora, é melhor você me pagar”. –o lenhador se aproxima das duas:
-“Vovó...” –Kurayami fala, com medo:
-“Dê lembranças à seu marido, lá no além.” –e o machado desce.
Parecia que estava tudo correndo de forma lenta. O machado acertando o frágil corpo da avó, o sangue jorrando, o sorriso maligno surgindo no rosto do lenhador, a pequena Kurayami entrando em choque.
Ela olha suas mãos, estavam manchadas com o vermelho escarlate do sangue, assim com boa parte de seu vestido e o chapéu. Lágrimas começam a escorrer pelo seu rosto:
-“Ora, ora, você deve ser neta daquela maldita...” –o lenhador sorri –“que tal se juntar à velha?” –e o machado desce novamente, acertando de raspão no pulso da garota, que, ao notar que iria morrer, tenta se desviar.
Agora era o seu sangue que sujava o chão, e ela pressiona o pulso, tentando estancar o sangue. O lenhador tenta acertá-la novamente, mas ela desvia e sai correndo floresta adentro.
E alguém estava chamando por seu nome...
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Hehe, mistério no final... E não, não era alguém chamando ela fora do sonho/lembrança, havia mesmo alguém chamando por ela na floresta. Quem era? Não irei falar, não vou. Eu sei, eu sou má.