A Floresta Negra escrita por Lolita Moe


Capítulo 5
Capítulo 4 -O branco que vira vermelho


Notas iniciais do capítulo

Yo, retornei!
Faz um tempinho que não posto, e finalmente terminei esse capítulo!
Bem, ele é um pouco, como posso dizer... triste? É, algo do gênero, já que essas são as lembranças da Kurayami.
Bem, sem mais delongas, aproveitem o capítulo.



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            -Que lugar barulhento... –resmunga Selen, caminhando pela cidade com Kurayami:

            -Essa é a área comercial, então certamente ela é barulhenta, mas porque o resmungo? –Kurayami o olha:

            -Meus ouvidos são mais sensíveis que o dos humanos, afinal eu sou um lobo. –Selen faz uma careta –os barulhos daqui são muito mais altos para mim do que para você. A floresta era muito mais silenciosa que isso.

            -Há, culpa sua, você que quis vir! Eu disse que não, mas você tinha que insistir! –Kurayami fica a sua frente –afinal, porque você quis vir?

            -Bem...

            -Olha, veja se não é a Chapeuzinho Vermelho! –Selen é interrompido por um dos mercadores, que ao avistar Kurayami, grita e acena da barraquinha dele:

            -Rrrr, já disse que odeio que me chamem assim! –Kurayami grita para o mercador:

            -Peraí, você rosnou? –Selen olha para ela, dando uma risada:

            -Há há, adoro quando você fica com essa cara de brava! –fala o mercador:

            -Sei, com certeza você vai adorar quando eu der um soco em você. –ela chega mais perto da barraca:

            -Nossa, não sabia que as mocinhas dessa cidade eram tão malvadas! –o mercador ri:

            -Na verdade sou só eu. Sabe, não sou como todas as indefesas e educadas mocinhas dessa cidade. –Kurayami cruza os braços:

            -É, isso é verdade. Mas o que houve ontem?

            -Hã?

            -De manhã você passou correndo por aqui, sendo perseguida por um lenhador, e de tarde vi sua mãe falando com os guardas. Por acaso você andou brigando com outro nobre da cidade? –ele a olha, com uma das sobrancelhas arqueadas:

            -Não, não é nada disso. Peraí, minha mãe estava falando com os guardas?

            -Sim, e ela parecia uma doida. Teve uma hora que ela começou a gritar e a tacar as frutas da minha banca neles. –ele ri –parece que os guardas se recusaram a fazer algo para ela.

            -Deve ser para ver onde eu tinha parado...

            -Como assim? Você desapareceu?

            -Bem, mais ou menos. Eu estava sendo perseguida pelo lenhador, aí apareceu esse idiota e me salvou. –Kurayami aponta para Selen –procuramos pelo caminho e só agora o encontramos.

            -Idiota? –Selen a fuzila com os olhos:

            -Ora, então você é o salvador dela? Meus parabéns, essa baixinha aqui sempre se mete em problemas, principalmente com os guardas. –o mercador sorri para Selen:

            -Com os guardas?

            -É, ela geralmente briga com algum nobre que mora perto do castelo. Teve até uma vez que ela bateu no príncipe!

            -No príncipe?

            -Deu o maior trabalhão tirá-la da prisão –o mercador suspira –me chamo Devan, e qual é o nome do salvador da minha querida chapeuzinho?

            -Já disse para não... –começa Kurayami:

            -Me chamo Selen. –ele a interrompe:

            -Selen, huh? Me parece familiar... –Devan fica pensativo –ah, uma hora vou me lembrar. –Kurayami e Selen se entreolham –bem, agora vamos aos negócios! Sua mãe, depois de atirar minhas frutas, me encomendou umas maçãs e uma garrafa de vinho, mas como eu não tinha na hora as maçãs, ela ficou de pegar depois. Já que você está aqui e as maçãs já estão aqui, aqui está! –ele entrega uma grande cesta, e quando Kurayami a segura, ela quase cai no chão:

            -Tem certeza que só foram maçãs?! –Kurayami pergunta, tentando levantar a cesta:

            -E uma garrafa de vinho! –Devan ri –depois eu cobro o dinheiro da sua mãe. Agora vocês devem ir, estão atrapalhando a minha clientela!

            Os dois começam a se virar, mas Kurayami mal consegue se mover, pelo peso daquela cesta:

            -Deixe que eu carrego. –Selen pega a cesta:

            -Espere, ela é muito pesada e... –ela fica boquiaberta quando Selen ergue a cesta sem qualquer esforço –mas como...

            -Vamos. –ele começa a caminhar, e Kurayami se endireita e segue ele:

            -Não acha que está pesada? –ela fica olhando, incrédula:

            -Não, é levinha. –ele dá de ombros –vamos logo, eu quero logo descobrir sobre como o colar foi parar na sua família.

            -Certo. –ela olha para frente, mas ainda não acreditava que aquele cara tivesse erguido uma cesta tão pesada como aquela.

            -Nossa, eles fazem um belo casal! –fala Devan ao olhar Kurayami e Selen indo embora –olhando bem, ela é até bonitinha. Até esse chapéu que ela tem dá um certo charme à ela. –e ele sorri e dá atenção há uma de suas clientes.

----

            Kurayami e Selen finalmente chegam a uma casa antiga:

            -Bem, foi um prazer conhecer você. –Kurayami fala, olhando para a casa:

            -Porque isso agora? –Selen a olha:

            -Posso saber o que esteve fazendo até agora? –a mãe de Kurayami aparece na porta, com os braços cruzados e um facão na mão:

            -Cain! –Selen faz, resistindo ao impulso de sair correndo:

            -M-mãe... Ha ha, será que... Será que poderia largar essa faca? –Kurayami engole em seco, temendo que sua mãe a decapitasse:

            -Você me preocupou muito, mocinha, e pode me dizer onde você estava todo esse tempo?! –sua mãe grita:

            -É-é... Bem... Veja bem... –Kurayami estava nervosa, olhando aquela faca:

            -Ela se perdeu perto da floresta, e eu a ajudei a encontrar o caminho. –Selen interveio:

            -Você a ajudou? –a expressão da mãe dela se suaviza –muito obrigada! –ela vai até Selen e o abraça, sorrindo –você é um herói!

            Selen olha confuso para Kurayami, que apenas dá de ombros:

            -Bem, não sou tão herói assim. –Selen sorri –só  gosto de ajudar garotinhas perdidas.

            -Agradeço muito pelo que você fez, mas você... –ela se dirige à Kurayami –você não vai ter sobremesa hoje, e amanhã vai me ajudar a costurar as roupas.

            -Ah não, costurar não! –ela protesta, mas a mãe apenas lança um olhar assassino e ela resmunga –tá bom.

            -Querido, gostaria de um chá? –agora era com Selen:

            -Não, estou bem assim. –ele mostra a cesta –o mercador disse que isso era seu.

            -Ah, claro, certo, certo. Muito obrigada. –ela pega a pesada cesta sem esforço nenhum –agora entre e já para seu quarto!

            Kurayami assente com a cabeça e entra, mas antes de sua mãe fechar a porta, ela conseguiu ver Selen dando um pequeno sorriso para ela.

            Kurayami vai até o seu quarto e se deita, tentando relaxar. Mal sabia ela que seria ali o começo de seus problemas.

----

            Um pássaro canta na silenciosa floresta, a Floresta Negra. Kurayami caminhava lentamente por uma trilha, carregando uma pequena cesta. Ela se pergunta o porquê de estar com uma cesta, mas nada iria respondê-la.

            A trilha finalmente acabou, e no final dela havia uma pequena casa de madeira. Ela vai até a casa e bate na porta, e uma velha atende:

            -“Vovó, trouxe umas coisas para você!” –anuncia Kurayami com uma voz infantil:

            -“Que bom, minha querida!” –a velha faz sinal para ela entrar:

            -“Já está melhor, vovó?” –ela se senta na pequena mesa de madeira:

            -“Sim, já estou, minha querida” –a velha mexe num pequeno armário –“isto aqui é para você”.

            Kurayami pega o pequeno pacote que a vó dá a ela, e ela abre, revelando um chapéu branco com uma fita:

            -“É lindo vovó!” –ela dá um sorriso:

            -“Que bom que gostou.” –a vó sorri.

            Kurayami se levanta, dizendo que agora deveria voltar para casa, e a vó apenas sorri, concordando. Uma batida na porta é ouvida, e uma voz enfurecida aparece:

            -“Abre a porta, sua velha maldita!” –Kurayami identifica a voz, era o lenhador –“pague logo o que me deve, pois não vou mais adiar!” –um baque soa na porta, que desaba no chão, com o lenhador entrando, o machado em mãos:

            -“Você sabe que não tenho dinheiro!” –a avó abraça a neta, olhando fixamente para o lenhador:

            -“Então não deveria ter pedido que eu exterminasse aquele lobo. Agora, é melhor você me pagar”. –o lenhador se aproxima das duas:

            -“Vovó...” –Kurayami fala, com medo:

            -“Dê lembranças à seu marido, lá no além.” –e o machado desce.

            Parecia que estava tudo correndo de forma lenta. O machado acertando o frágil corpo da avó, o sangue jorrando, o sorriso maligno surgindo no rosto do lenhador, a pequena Kurayami entrando em choque.

            Ela olha suas mãos, estavam manchadas com o vermelho escarlate do sangue, assim com boa parte de seu vestido e o chapéu. Lágrimas começam a escorrer pelo seu rosto:

            -“Ora, ora, você deve ser neta daquela maldita...” –o lenhador sorri –“que tal se juntar à velha?” –e o machado desce novamente, acertando de raspão no pulso da garota, que, ao notar que iria morrer, tenta se desviar.

            Agora era o seu sangue que sujava o chão, e ela pressiona o pulso, tentando estancar o sangue. O lenhador tenta acertá-la novamente, mas ela desvia e sai correndo floresta adentro.

            E alguém estava chamando por seu nome...


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Notas finais do capítulo

Hehe, mistério no final... E não, não era alguém chamando ela fora do sonho/lembrança, havia mesmo alguém chamando por ela na floresta. Quem era? Não irei falar, não vou. Eu sei, eu sou má.



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