8 anos depois...

Mais uma manhã fria.

Goo Hyo Sun acordou e constatou que o frio que sempre parece impregnar em seu quarto e cobertores estavam ali, como em todas as manhãs. E se sentou na cama e olhou o quarto, apesar do tempo que havia passado a garota deixava o outro lado do quarto intacto – somente era mexido quando limpavam. E isso porque ela tinha a esperança que Eun Jo voltasse e como continuação do castigo de ambas, elas deveriam dividir o mesmo quarto. A ideia era tão agradável aos olhos de Hyo Sun, que ela se permitiu a sorrir.

Um sorriso frio no fim das contas, como o seu quarto. Afinal dificilmente Eun Jo voltaria, e achá-la era uma tarefa que se mostrou impossível.

‘Estará ela tão diferente assim?’

A pergunta, como sempre, assaltou-lhe. Afinal fotos de Eun Jo foram levados para os quatro cantos do país, através de cartazes e anúncios na TV, e ainda sim nada. Houve algumas pistas aqui e ali, pessoas que haviam visto-a, mas nunca realmente souberam de algo que levasse a própria. E isso angustiava não somente Hyo Sun, seu pai a cada ano que passava se entregava a uma tristeza consumidora. Afinal , ele, como ela, se sentia culpado. A única que não parecia totalmente abalada com o desenrolar dessa historia era sua madrasta, e  Hyo Sun para não odiá-la, acreditava que isso era porque ela tinha que ser forte e cuidar de seu novo filho.

Respirando fundo e querendo deixar esses pensamentos de lado ela se levantou.

Como em todas as manhãs ela olhou para a cama vazia a arrumada que um dia foi de Eun Jo, sorriu como fazia quando mais nova e imaginando vê-la cumprimentou:

-Bom dia Unni.

Como nos velhos tempos que Eun Jo estava ali, não houve resposta.

-Eu ainda vou fazer você gostar de mim, Unni. – disse em desafio e seguiu para o banheiro.

Lavou-se e se arrumou para então ir para a sala de jantar. Seu pai, seu irmão e sua madrasta já estavam tomando café da manhã. Assim que se sentou tentou ser alegre, como sempre tentou, mas sempre se sentia culpada não se mostrar feliz. ‘Era isso que você queria, não era?’

 A pergunta que surgiu em sua mente, qual há tempo não surgia, lhe abalou. Ela deixou com que o sorriso morresse e fitou sem interesse a comida diante de si.

-Então, já decidiu?

A pergunta de seu pai a surpreendeu, ela lhe olhou, sem emoção, tal como ele lhe olhava agora. Mas em seus olhos havia aquela doçura que Hyo Sun sabia que nunca morreria em seu pai.

-Sobre?

-A faculdade. Decidiu se voltará?

-Ah... – Hyo Sun havia esquecido completamente daquilo.

Ela havia deixado a faculdade no semestre passado, o que deixou seu pai enfurecido e decepcionado, mas esse garantiu que não faria caso – não mais do que fizera – sobre o assunto, desde que ela lhe desse um bom motivo sobre sua saída. Uma vez que a desculpa dela não lhe convenceu, seu pai lhe colocou para trabalhar na fabrica. Entretanto na noite passada ele havia dado a ela a chance de voltar para a faculdade e deixar com que ele continuasse as coisas com a fabrica.

-Na verdade não. – confessou.

-Entendo. Então assim que decidir, algo que espero que seja ainda essa semana, converse comigo.

-Sim.

Sorriu para ele, um fraco sorriso por sinal e depois lançou um olhar para Kang Sook, que ajudava seu irmão com a tarefa de comer. ‘Ele já é grande, para que isso?’

Aborrecida ela iniciou a comer. Surpreendida em seguida com seu novo pensamento.

‘Pensei que não precisaria mais dividir a Omma depois que a Eun Jo foi embora’...