Gray se sentou no bar da Mira e olhou em volta. É tudo estava como sempre foi.

– Mira, uma água com gelo aqui! – Ele pediu e a albina sorriu indo buscar o pedido.

Bom estava tudo certo.

A Erza estava comendo sua fatia diária de torta de morango, Cana estava com seu barril,

rindo de algo que o Macao e o Wakaba haviam comentado. Wendy estava colocando um laço rosa nas orelha da Charlie, que reclamava com a pequena Dragon Slayer. Gajeel estava brigando com a pequena Levy, que estava vestindo Lily com calças azuis e Elfman do outro lado da guilda discutindo as atitudes de um Homem com Romeo.

Tudo estava completamente como deveria ser. Mas porque o mago do gelo estava sentindo falta de algo?

Mira chegou com a sua bebia e Gray olhou em volta tentando perceber o que estava faltando.

– NATSU! – Lucy gritou do outro lado da guilda.

Não, ela não estava acreditando! Seu namorado se importava mais com o prato de macarrão que era dela, do que com ela própria.

– Oe Lucy! – Ela cruzou os braços e empinou o nariz de um modo bem infantil. – Não olhe feio assim para o seu macarrão.

– Aye! Ele vai ficar triste. – Happy falou olhando com os olhinhos brilhantes para o prato da Lucy.

– Nem vem, é meu. – Ela possessivamente pegou o talher e comeu algumas porções do macarrão.

– Luceeeee... Onegai... – O rosado escondeu o rosto na curva do pescoço da loira e soltou uma espécie de ronronado, enquanto inspirava o perfume no local.

– Natsu, eu não... – Ele começou a distribuir beijinhos no local e Lucy suspirou.

– Onegai, Lu-chan... – Ele afastou um pouco das mechas loiras que caiam delicadamente e continuou os carinhos.

– Tudo bem Natsu, você venceu. – Ela suspirou e ele sorriu largamente, a abraçando fortemente e beijando, para logo depois se juntar ao Happy e comerem o macarrão que era da Lucy.

Lucy sorriu vendo o namorado ficar totalmente entusiasmado com o macarrão.

É, ele nunca iria mudar.

– Ju-chan! – A pequena Asuka gritou, pulando das costas do Mestre e se jogando na pessoa que acabara de entrar na guilda.

– Asuka-chan! – Juvia sorriu e pegou a pequena nos braços. – Você está bem?

– Hai Ju-chan! – Ela balançou os pequenos bracinhos, para logo em seguida enrolar as mechas azuis nos pequenos dedinhos.

Juvia corou por todos os olhares estarem direcionados para ela. Até mesmo o dele. Suspirou fundo, e andou até a mesa onde Alzack e Bisca estavam.

– Asuka, você não deveria gritar. – Bisca falou passando as mãos no cabelo da filha, que ainda estava agarrada a Juvia.

Juvia sorriu com a pequena, que enterrou o rosto no seu pescoço e murmurou algo incompreensível para a mãe.

***

Gray sorriu observando a cena de longe.

Juvia parecia muito bem, depois da conversa que eles tiveram. Ele realmente pensou que ela não iria para a guilda.

Ainda observando a maga, ele a viu levantar-se cuidadosamente com Asuka no colo e dirigi-se para o banquinho ao seu lado.

– Juvia, você vai querer alguma coisa? – Mira perguntou olhando carinhosamente para Juvia.

– Um suco de laranja por favor. – Ela sussurrou, passando as mãos pelo rostinho delicado, e tirando os fios de cabelo dos olhinhos fechados.

Gray sorriu intimamente com a delicadeza dos gestos que a maga da água fazia cuidadosamente.

– Aqui está Juvia. – Mira entregou o copo a azulada e passou por Gray.

– Você precisa de um babador Gray? – A albina sussurrou para o mago do gelo direcionando em seguida um olhar para Juvia.

– O que? Não mesmo Mira! Você está passando muito tempo com esses bêbados e imaginando coisas.

Ele revirou os olhos e bufou.

Não, definitivamente ele não estava olhando para Juvia. Ele estava apenas olhando como ela tratava a Asuka... Afinal, se ele olhasse daquele jeito para ela, eles não teriam tido aquela conversa.

Não é verdade?

– Ju-chan... – Asuka sussurrou e se aconchegou no abraço da azulada que sorriu.

– Ohayo Juvia. – Gray a saldou, estranhando o fato dela não ter falado com ele primeiro.

– Ohayo Gray. – A azulada respondeu educadamente, e Gray notou a falta do sufixo , que sempre acompanhava seu nome.

– Como você está? – Ele viu Juvia se remexer na cadeira, demonstrando estar um pouco incomoda.

– Bem, obrigada. – Ela sorriu e mudou de lado cuidadosamente.

– Ela adormeceu. – Gray comentou, sentindo-se um idiota por fazer um comentário tão estúpido.

A verdade era que ele não sabia como agir naquele momento.

– Ah... – Juvia fez descaso e tomou um gole da sua bebida. – Já é de costume. A Asuka-chan sempre gostou da Juvia.

Gray se sentiu estranho. Primeiro, ela não o cumprimentou, depois ela mudou o jeito de chamá-lo e agora, ela dava de ombros para tudo ele dizia.

Seria porque ele havia a magoado, depois de ter dito tudo aquilo?

Não, Juvia estaria inundando toda a Fairy Tail se ela estivesse magoada.

Eles passaram um tempo em silêncio, quando Wendy , saltitante veio em direção deles.

– Ohayo Gray, Juvia. – Ela disse sorridente. - Juvia-chan, tem uma visita para você lá fora.

– Visita para Juvia? – Ela perguntou, entendendo logo após o que a Wendy quis dizer. – Oh... ele veio.

Juvia desceu do banquinho e entregou Asuka para Alzack, que agradeceu e sorriu. Graciosamente, ela alisou as dobras invisíveis da saia, - que não era a mesma de costume dessa vez - colocou seu melhor sorriso e dirigiu-se a porta da guilda.

A ultima coisa que Gray conseguiu ver, foi a maga sendo puxada para fora da vista dos magos da Fairy Tail.

Preocupado com a nakama, ele levantou-se e foi até a porta examinar o acontecido.

Ele ouviu uma risada e olhou para Juvia, que jogou a cabeça para trás e balançou os cabelos graciosamente.

– Juvia-chan, você está tão fantástica. – Ele ouviu uma voz masculina e se auto perguntou se Juvia tinha algum caso escondido.

– Arigato Lyon-sama. – Ela torceu as mãos e sorriu, para em seguida, entrelaçar os dedos com Lyon e caminharem juntos.

Ah... então agora ele era o seu novo “sama”... Lyon...

Gray sentiu-se completamente estranho por dentro. Como se a sensação de perder algo muito importante. De novo, para a mesma pessoa.

Mas porque? Ele nunca sentiu nada pela Juvia, nada, nadinha. Então porque se sentia daquele jeito? Porque depois de todo esse tempo convencendo-a e a si próprio, que não tinham e nunca teriam nada juntos ele sentia essa sensação estranha? Já não conseguia entender mais nada.

Lyon gostava dela não era? Ele podia oferecer o afeto que Juvia tinha direito como mulher. O afeto que ele não poderia oferecer.

Ou talvez, não quisesse.