–Edward? Edward, esta escutando? Edward? - Jasper o chamava incansavelmente, cansado daquilo, Emmett levantou da cadeira e deu um tapa na cabeça do irmão que se assustou.

– Porra Emmett. - Ele soltou esfregando a cabeça.

– Estamos a horas tentando te tirar desse transe, o que que ta rolando?

– O de sempre... O que você queria falar comigo mesmo? - Perguntou evitando que um bocejo saísse de seus lábios, já que ele quase não havia dormido a noite.

– Hum... Então, mano, você sabe que a filial de Madri esta tendo alguns imprevistos, e como sempre conseguimos resolver tudo daqui, até por que temos Tânia lá, mas alguns acionistas estão com receio, Tânia conversou comigo e disse que uma boa reunião faria com que eles relaxassem, eu não posso ir agora, tenho um monte de papelada para revisar, o Jasper ta com aquela obra... Se importa? - Perguntou sério.

Edward pensou um pouco.

– Muito tempo? - Perguntou com uma careta.

– Não, uma reunião. Só, você pode ir amanhã de manhã e voltar no outro dia se quiser, melhor evitar problemas, certo?

– Certo, chefe. - Edward riu.

– Perfeito, amanhã, Madri, depois o mundo. - Riu ao terminar a frase.O telefone na mesa de Emmett tocou, ele pegou o fone rapidamente.

– Sim, mande-o entrar. - Murmurou desligando em seguida.

– Acabamos? - Jasper perguntou.

– Sim

.A porta foi aberta, de lá entrou um homem alto, cabelos pretos e olhos cor de mel, Emmett levantou-se assim como os irmãos.

– Bruno, como vai? - Edward esticou a mão, que foi apertada por Bruno.

– Bem obrigado. - Sorriu.

–Tenho assuntos a resolver, se me derem licença. - Ele estava quase saindo da sala, quando lembrou-se de algo. - Bruno, você poderia passar em minha sala, quando terminar aqui? - Perguntou.

– Claro, quando terminar eu passo lá.Edward assentiu e saiu da sala em direção a dele.

Isabela havia dito que ele mesmo poderia decidir o advogado, então conversaria com um hoje mesmo. Não que ele quisesse se ver livre dela, ou estar livre para conhecer outra pessoa, com quem pudesse futuramente, ter algo mais sério e então recomeçar. Mas se era algo que precisava ser feito, por que enrolar? Uma hora ou outra aconteceria e era melhor para ambos, que isso fosse feito o mais rápido possível.

– Heidi, você poderia por favor comprar uma passagem pra um voo amanhã para Madri? O mais cedo possível. - Ele falou com sua secretária.

– Farei isso agora mesmo, Sr. Cullen, algo a mais? - Perguntou.

– Não, apenas isso, obrigado. Ah, assim que Bruno chegar pode deixá-lo entrar, não precisar anuncia-lo. - Abriu a porta de sua sala e entrou.

Sentou-se em sua confortável cadeira, ligou o computador e logo abriu um arquivo para continuar um relatório sobre as obras da companhia Cullen.

Cerca de duas horas depois, três batidas seguidas em sua porta o despertou.

– Entre. - Disse alto se ajeitando melhor em sua cadeira, já que com o tempo ali ele havia perdido a postura.Bruno entrou em sua sala, carregando sua maleta preta de couro.

– Então, qual o problema? - Perguntou chegando perto da mesa de Edward, que fez um gesto com a mão indicando a cadeira a sua frente para que ele se sentasse, e foi isso que o advogado fez, sentou-se e colocou a maleta sobre o colo.

– Hum... Sei que sua especialidade é a área administrativa, se você não puder me ajudar, então provavelmente poderá me iniciar algum amigo. - Ele começou, enrolando um pouco. - Bruno... Eu quero me divorciar. - Parou de comer pelas bordas e soltou o que precisava dizer.

– Divorcio? Realmente não minha área, mas eu não seria um bom advogado se não soubesse um pouco de tudo. - Se gabou rindo.- Só por curiosidade, sua esposa não é advogada? - Perguntou já sabendo a resposta, mas ele queria saber o por que dela não estar cuidando disto.

– Sim, mas ela deixou isso em minhas mãos.

- Responda-me sinceramente... Ela também quer se separar? - Perguntou adquirindo uma postura séria.

– Não tenho certeza, se ela não quer o divorcio, também não esta fazendo nada para impedi-lo.

– Você sabe que se ela não quiser o divorcio, teremos que entrar com um processo contra ela não é? - Perguntou, fazendo Edward engolir em seco, e logo depois assentir. - E você esta mesmo disposto a isto?

Ele pensou, e depois de muito lutar contra si mesmo chegou a uma resposta.

– Sim.

– Ok, vocês tem filhos não é?

– Temos, mas eu quero a guarda deles, tenho quase certeza que ela não discutira isso.

– Nunca se sabe, e caso ela queira, vai ser uma briga difícil, já vi sua mulher no tribunal Edward, e posso garantir que na faculdade ela fez a lição de casa direitinho, ela é do tipo que consegue uma prova com um pelo de cachorro. - Edward deu um riso nervoso.

– Sei disso.

– Você tem certeza disso? O divorcio é algo muito sério.

– Não dá para sustentar isso, esse casamente já deu o que tinha que dar, já esperei por muito tempo.

– Vou entrar com o pedido, logo sua futura ex-esposa receberá a notificação.

– Bruno, isso vai demorar?

– Meu caro, pode levar anos, dependendo de sua esposa, acredite já vi casos que o divorcio durou mais de cinco anos para ser concluído pela justiça, e adivinha, no final o casal voltou. Terá que ter paciência. Muita paciência, depois que ela receber a notificação, o juiz marcará uma audiência com vocês, para tentar um acordo, ver quão decididos vocês estão para levar o divorcio adiante, mas não se preocupe, isso só deverá ocorrer daqui a um mês, e eu te irei te auxiliar em tudo, não se preocupe.Tudo de praxe.

– Um praxe muito demorado. - Edward resmungou, Bruno que já tinha se levantado para ir embora, olhou novamente.

– Você esta tendo algum caso extraconjugal? - Perguntou arregalando um pouco os olhos.

– Não! Claro que não. - Edward respondeu quase ofendido.

– Ótimo, sua esposa pode e com toda a certeza vai usar tudo que puder contra você, realçar que você se manteve fiel por todo o casamento vai ser um ótimo argumento. Agora não, mas depois iremos conversar bem, sobre tudo o que aconteceu para levar ao divorcio.

– Isso é mesmo necessário? Não quero que isso se torne uma briga na justiça, quero fazer isso da maneira mais simples possível, assinar os papéis e pronto.

– Vai depender de sua mulher, meu caro, se quer um conselho, converse com ela e sonde até onde ela quer esse divorcio, e veja se é o que você quer também, as vezes não vale a pena. Isso é com você, vou resolver uns papéis da empresa e cuido do seu caso, não se preocupe.

– Ok, obrigado.

Levantaram-se e apertaram as mãos, Bruno foi embora, deixando um Edward pensativo na sala.

Ele realmente não queria uma briga na justiça, isso não era saudável, e mesmo sem querer ele sabia que em uma briga na justiça, Isabela levaria a melhor.

Mas se não tinha jeito... Fazer o que?Seus filhos não se privariam de uma mãe, talvez eles nem conheçam isso realmente... Ok, ele estava exagerando. Ele não se fazia de cego, mas o magoava saber que ela estava recuperando o tempo agora.

Droga, ele estava confuso. Nunca passou por sua cabeça que isso aconteceria com eles, justo com eles.

Aquele casal apaixonado, que quase nunca brigava, e quando brigavam era por casa de ciumes bobos. E quando isso acontecia não passavam mais do que duas horas para estarem se beijando novamente.

Só restava as lembranças agora.

*~~~*~~~*

– Anne, por favor quando Isabela chegar, diga que quero falar com ela. - Disse a empregada que assentiu. - Os meninos estão no quarto? - Perguntou afrouxando a gravata.

– Não, senhor, eles estão com camila no jardim. - Respondeu.

Os meninos não haviam ido a escola, pois a mesma estava fechada para dedetização, assim na segunda feira, tudo estaria normal.

– Você pode levar isso lá para meu quarto? - Indicou sua pasta e o paletó. A senhora assentiu, e ele se dirigiu a cozinha, saiu pela porta do fundo, ja escutando os gritos dos meninos.

Sorriu ao escutar, era o melhor som do mundo, seus filhos estavam felizes, isso dessipava qualquer dor de cabeça.

Encontrou os meninos com uma bola de futebol, correndo enquanto a chutavam, ela viu a garota que cuidava deles, sentada em um banco observando tudo, rindo e gritando para eles, incentivando-os a correrem.

Edward esqueceu o dia cansativo, e sem que os filhos o percebecem ele correu em direção a bola que rolava e a puxou com o pé, brincando com eles que riram ao ver o pai. Correram para ele, a bola e a brincadeira já esquecida.

Edward pegou-os no colo, sem se importar com a roupa suja deles. Beijou-os no rosto, sendo retribuído.

– Cansaram? - Perguntou ainda com eles no colo.

– Aham. - Ethan assentiu.

– Que tal um banho? Vocês estão imundos, dois porquinhos. - Brincou com eles que riram.

– Não to não. - Isaac disse.

– Esta sim, e papai vai dar banho nos dois, para ficarem cheirosinhos. - Beijou-os novamente.

– Boa noite senhor Cullen.

– Boa noite Camila.-

Já íamos entrar. - Ela disse olhando o céus que já escurecia, ela ficou com medo de ser repreendida pelo patrão por deixa os meninos no sereno.

– Ok. Recolhe os brinquedos? - Perguntou, ajeitando os meninos no colo, a garota assentiu, e ele caminhou com os meninos afim de tomar um banho e relaxar... Brincar com seus filhos realizaria a ultima parte, nem que fosse um video game, ele jogaria para passar um tempinho com seus meninos, e assim suportar o sábado que seria sem eles.

E assim foi, ele tomou um banho com os meninos, eles jantaram, jogaram video game, Edward como sempre deixou-os vencer e parando a briga deles quando um vencia o outro, escovaram os dentes, e ele colocou-os na cama e leu uma estoria.

Beijou a testa dos meninos e saiu do quarto apagando a luz.E nada de Isabela.Voltou para o quarto dele, sentou na cama fechando os olhos, soltou um bocejo sentindo o efeito da noite anterior insone.

Foi ao banheiro para lavar o rosto e despertar.Para não, começou a organizar tudo para sua viagem. Pegou a identidade, e seu passaporte, deixando-os junto da carteira e do celular.pegou sua mala pequena, passaria um dia praticamente, não havia necessidade de levar uma mala grande, deixou-a aberta na cama e escolheu o que levaria.

No andar de baixo, Anne dava o recado a Isabella, avisando-a que Edward queria falar com ela. Ela subiu as escadas, entrando primeiro no quarto do meninos, eles já dormiam, deu um meio sorriso sentindo seu coração ser preenchido por um calor maternal absurdo.

Deu um beijo nos meninos, e saiu dali, foi no seu próprio quarto, deixando suas coisas ali, e foi falar com Edward, não sabia o que esperar depois de ontem.

Hesitou, porém abriu a porta sem bater, parou surpresa ao vê-lo dobrando algumas peças e as depositando em uma mala.

– Vai sair de casa? - Perguntou surpresa... E um pouco desapontada, tinha de admitir.Edward levantou a cabeça, vendo Isabela encostada no batente da porta.

– Não, vou fazer uma viagem amanhã e...

– Obrigada por avisar com antecedência. - Sua voz soou completamente sarcástica.

– Não quero discutir agora, só quero avisar que falei com o advogado hoje, ele vai entrar com os papéis, só para você saber. - Comentou sem deixar de arrumar suas coisas.

– Posso ver sua pressa.

– Não tem por que adiar, e...

– Boa viagem Edward. - Ela disse o cortando e saindo do quarto.Ele não entendeu o por que, porém não ficou remuendo nada, fechou o zíper de sua mala e a deixou no canto de sua cama, colocou o celular para despertar.

Apagou a luz e se jogou na cama.

*~~~*~~~*

O celular despertou cedo, fazendo-o acordar assutado. Agradeceu pelo celular tê-lo tirado do pesadelo, ele não lembrava o que acontecia, mas sentia que havia sido algo ruim, sue coração estava acelerado e ele suava um pouco.

Respirou fundo passando a mão nos cabelos e levantou-se indo para o banheiro.Tomou um banho frio, querendo despertar totalmente. Se arrumou, e saiu do quarto puxando sua mala para o corredor.

Ligou para que um táxi viesse busca-lo.Entrou no quarto dos meninos, beijando-os murmurando um "eu te amo" no ouvido deles. acariciou os cabelos deles e suspirou.

Saiu do quarto com medo de acorda-los.Ele não queria ter feito, mas não conseguiu evitar, antes de descer para esperar o táxi, ele entrou no quarto que antes dividia com Bella. Foi em direção a cama dela e com cuidado agachou, colocando a mão nos cabelos dela.

Ela estava acordada, havia se assustado com o toque repentino, porem ficou quieta, e aproveitou a sensação de tê-lo ali novamente.

Quis falar algo, desejar uma boa viagem e beija-lo loucamente para tentar aplacar a saudade que sentiria dele, porém não o fez, sempre que se falavam eles terminavam brigando.Cedo demais ele levantou-se, deu-lhe um beijo na testa, no pescoço e cheirou por um momento seus cabelos.

Saiu do quarto se culpando por ter feito isso. Antes que fizesse alguma besteira ele desceu para o primeiro andar, saiu da casa e esperou o táxi chegar.

*~~~*~~~*~~~*

8h da manhã, e ele ainda esperava seu voo, que completava agora duas horas de atraso, e como esperar sentado vendo aquelas pessoas reclamando era insuportavelmente chato, ele terminou indo parar em uma cafeteria.Ele parado no aeroporto, e sua esposa correndo pelo escritório resolvendo assuntos importantes pela manhã.

Enquanto ela lia um relatório, seu celular pessoal tocou assustando-a.

– Alo?- Srª Cullen? É a Anne. - A voz estava nervosa.

– O que aconteceu Anne? - Nesse mesmo momento, Amber, sua secretária entrou no escritório.

– A reunião vai começar em dois minutos, só falta a senhora. - Falou baixo, avisando a sua chefe que assentiu.

– O Ethan esta com muita febre.

Ela se viu dividida no momento, de um lado seu filho com febre, do outro uma reunião importante.

Pensou por cinco segundos.

– Dê um antitérmico a ele.