- O senhor vem nos buscar, papai? – Ethan perguntou ao pai, enquanto o mesmo entregava a mochila e a lancheira a jovem professora.

- Hum... Eu não sei. – Ele fingiu pensar, o que fez os dois meninos a sua frente fazerem um bico que sem duvida era uma arma contra o pai, que ao ver tal ato não conseguia dizer um simples: Não.

- Por favor. – Isaac, pediu juntando as pequenas mãosinhas perto do rosto, o que fez Edward sorrir, e mesmo sem perceber a mocinha que estava com as mochilas e as lancheiras dos garotos na mão, suspirar.

- É claro que o papai vem, mas só se prometerem se comportar. – Abaixou-se nos calcanhares ficando com o rosto próximo dos filhos.

- Prometo. – Isaac gritou animado.

- Eu também. – Ethan o acompanhou.

- Ótimo, agora me deem um abraço e vão estudar, quero meus filhos bem espertos e educados. – Os pequenos voaram em direção ao pescoço do pai, que os apertou junto ao peito, dando um beijo na testa de cada um.

Logo eles correram para perto dos amiguinhos que já atravessavam o portão colorido do jardim de infância. Ele esperou até que os meninos sumissem de sua vista, deu meia volta e seguiu em direção ao seu carro. Um belo volvo prata.

 Entrou no carro dando a partida para ir até o escritório de arquitetura que tinha com os irmãos, era o legado da família Cullen, havia sido de seu bisavô, que passou para seu avô, ate chegar ao seu pai, que deixou como maior herança para os três irmãos.

Emmett era o mais velho deles, brincalhão nas oras vagas, mas que se dedicava a fazer com que os edifícios feitos pela Cullen fossem sempre reconhecidos pela qualidade.

Jasper, o irmão do meio, cuidava da decoração de todos os tipos de ambiente, havia gostado disso, pois sempre foi o mais apegado à mãe que era decoradora. Ele é centrado, e sempre esta quieto, o oposto do irmão mais velho.

Edward, o caçula, se dedicava a engenharia dos prédios, cuidando de cada detalhe da obra, ele gostava disso, estava sempre em contato com os trabalhadores.

Cada um cuidava de sua parte, mas sempre estavam juntos. Haviam crescido assim, eram amigos como os irmãos deveriam ser. Por isso Edward fazia questão de ver os filhos brincando juntos, e se havia qualquer indicio de briga, lá ia ele, tentando resolver, e fazer a paz reinar novamente entre os irmãos.

-... Vai ser uma obra muito grande, então será bem demorado. O cliente que tudo seja feito por nós, então já sabe. – Entrou na sala de Emmett sem bater.

- Desculpe o atraso, peguei um pouco de transito. Fui levar os meninos na escola. – Edward sentou-se ao lado de Jasper e de frente para Emmett.

- Como estão meus sobrinhos? – Emmett perguntou.

- ótimos.

- Tenho que fazer uma visita, faz um tempinho que não os vejo. – Emmett voltou a falar.

- Ontem eles perguntaram por você. Querem brincar de avião novamente. – Edward rolou os olhos, enquanto Emmett e Jasper riram.

Os garotos simplesmente adoravam quando o tio, os levantava o maximo que seus braços podem se esticar e os balançava no ar. Havia também a turbulência, onde Emmett fingia que iria deixá-los cair.

- Interesseiros. – Emmett riu novamente.

- Qual o assunto que vocês estavam tratando? – O caçula perguntou, pegando uma folha que estava grampeada a mais algumas e lendo por cima, apenas tentando se situar.

- Sabe aquele projeto de construir uma fabrica de carros aqui? Os donos nos mandaram uma proposta bem interessante. Pacote completo. – Emmett estalou a língua no céu da boca.

- Só temos de nos organizar, para sabermos se dará tempo de concluir tudo no tempo, temos outros projetos em andamento e não podemos abandona-los por conta de um desse nível, é grande e será ótimo se fecharmos, mas temos de nos certificar de tudo antes de qualquer coisa. – Jasper disse girando uma caneta entre os dedos.

Os outros dois assentiram.

- Claro. O hotel, já está quase pronto, acho que esse mês terminamos, toda a parte elétrica e depois será mais fácil, certo Jasper? – Edward perguntou.

- Sim, já acertei os últimos detalhes com os donos, e tudo já foi comprado, quando terminar sua parte, eu já poderei comandar o resto, e na primeira semana do mês que vem, ele já estará pronto para hospedar desde á estrelas do rock a rainha da Inglaterra.

- A casa daquele Frances... – Emmett começou.

- Será entregue hoje. A fonte que ele exigiu foi instalada, e o lago artificial foi completado ainda ontem. – Edward confirmou.

- A escola foi entregue ontem, e os outros projetos são bem pequenos. É isso aqui vai de vento em poupa, acho que nunca tivemos tão bem assim. – Emmett se esticou na cadeira giratória, juntando as mãos e alongando os braços em seguida.

- Li no jornal hoje que Isabela ganhou outro caso.

- E quando ela não ganha, Jasper?

- Que cara é essa, Edward? Deveria estar todo orgulhoso de sua esposa.

- Eu tenho orgulho por ela, Jasper. Muito, muito mesmo, mas eu não me importaria se ao invés de se dedicar tanto ao trabalho, ela desse mais atenção aos meninos. Ela é uma ótima advogada, mas como mãe esta deixando a desejar, os meninos precisam de uma mãe, não de uma advogada de sucesso.

Os irmãos olharam para ele, obviamente por serem unidos eles sabiam de como era a vida dele, e sabiam muito bem, o quão afastado Edward e a esposa estavam, e que a culpa disso, era da importância que Isabela dava ao trabalho.

Eles não opinavam na vida do irmão, mas o aconselhavam, e com toda certeza o apoiavam em todos os momentos.

- Você conversou com ela?

- Ainda não, Emm. Mas tenho que conversar com ela, desse jeito. Ela vai para o trabalho, e quando volta se tranca no escritório, não janta comigo e com os filhos. Acreditam que a duas noites, o Ethan me perguntou se ela estava viajando? Eles mal a veem. – Puxou os cabelos.

- Converse cara, diga tudo e ela vai entender, vai perceber que esta dando muita atenção ao trabalho, e vai maneirar.

- Meu medo é que ela passe uma semana maneirando e depois volte ao seu pique normal, não quero isso. Admiro a garra que ela tem para vencer, ela já venceu tanta coisa, só quero minha esposa de volta, e que meus filhos tenham a mãe também. Vou tentar fazer com que ela entenda isso.

- Perfeito. Agora que tal vocês pararem de corpo mole e irem trabalhar? – Edward e Jasper se levantaram, já indo em direção a porta.

O trabalho os esperava.

Edward queria terminar tudo logo, iria buscar os meninos na escola mais tarde, e os levaria ao parque, e a noite... Teria uma conversa com a esposa.

-

Ele olhou por cima dos ombros das varias mulheres que atomontoavam-se em frente ao jardim de infância. Procurou com os olhos pelos filhos.

Não demorou a ver os dois meninos caminhando lado a lado, com mais um menino moreno que logo correu abrindo os braços para uma mulher, que o pegou pela mão, já indo embora.

- Papai. – Os pequenos gritaram animados ao ver o pai parado ali. Não era novidade vê-lo em frente à escola onde os filhos estudavam, sempre que possível ele ia buscar os meninos.

Quando infelizmente não podia fazê-lo, ele avisava a babá que ficava responsável em pegá-los.

- Então, quem quer ir ao parque? – Perguntou quando os dois meninos chegaram até ele.

- Eu. – Gritaram em uníssono, fazendo o pai rir. Coisas tão simples animava-os.

- Vamos para o parque então, tomamos um sorvete e voltamos para casa. – Abriu a porta do carro, e pegou o garotinho de cabelos claros e olhos cor de mel, colocando-o na cadeirinha.

Depois pegou Isaac, que possuía cabelos marrons, e olhos verdes como os do pai, depois de fechar a porta, ele seguiu para seu lugar, de frente para o volante.

- O que aprenderam hoje? Um de cada vez. – Ele disse rindo ao lembrar que, sempre que perguntava algo eles falavam juntos, e consequentemente ele não entendia nada.

- O alfabeto. – Ethan disse antes do irmão.

- Eu escrevi meu nome. – Isaac disse todo orgulhoso de si mesmo. Edward sorriu compartilhando o sentimento do filho.

- Como meus garotos são inteligentes.

- Podemos dormir na casa do Seth amanhã? – Isaac perguntou quando o pai estacionou o carro.

- A mãe dele deixou?

- Sim.

- Vou falar com a mãe de vocês, ok? Se ela deixar, vocês podem ir.

Essa era uma das formas que ele encontrava de deixar a mãe dos garotos sempre presente.

Assim que ele estacionou, os meninos começaram a mexer no cinto que os prendiam na cadeirinha. Com calma, Edward liberou Isaac, e o colocou no chão, dizendo para que ele esperasse-o retirar o irmão, que logo aconteceu.

Deixou-os correrem em direção aos balanços e escorregas, havia varias outras crianças ali também. Ainda de olho nos meninos, ele foi em direção aos vários bancos embaixo de grandes arvores.

Sentou-se em um dele, que estava vazio, e ficou vendo os filhos brincarem. Ficou ali, cinco minutos, ate levantar e ir em direção a um homem que conduzia um carrinho cheio de doces e guloseimas.

Comprou duas águas, certamente depois de brincar os meninos teriam sede. Pegou mais dois salgadinhos e dois chocolates pequenos. Pagou ao homem, e voltou para o banco.

Isaac e Ethan estavam na gangorra, quando um deles ficava na parte alta do brinquedo, eles riam. Minutos depois, a gangorra perdeu a graça e ambos correram para o escorrega mais alto do parquinho.

Logo chegou um menino e uma menina para brincar no escorrega também, e logo os quatros pareciam ser os melhores amigos de todo o mundo. Correram a valer, pega-pega foi a sensação entre eles.

Os cabelos voavam com a força do vento e alguns fios se prendiam a testa por conta do suor. Quando menos esperava, os pequenos estavam junto de Edward novamente.

Sem perguntar nada, ele abriu as garrafas entregando aos garotos, que as seguraram com ambas as mãos e levaram o gargalo a boca.

Não tomaram nem metade da água, mas ao menos mataram a sede.

Com a ajuda do pai, eles sentaram-se no banco, e começaram a comer o salgadinho comprado pelo pai. Como aconteceu com a água, ele não comeram em metade, isto não aconteceu com o chocolate, já que os meninos o devoraram.

Novamente levaram a garrafa a boca, matando a sede deixada pelo chocolate.

- Vamos para casa? – O Cullen perguntou aos meninos.

- Já?

- Sim, vocês tem de tomar um banho, fazer o dever de casa, jantar e dormir cedo. – Lembrou-os.

- E ouvir uma historia. – Ethan lembrou-o.

- Sim, ouvir uma historia. Vamos? – Eles pularam do banco e seguiram o pai, acenando para as recentes amizades.

Novamente ele os colocou na cadeirinha, deixando-os seguros.

E partiu em direção a sua casa. Brincava com os filhos, mas sua cabeça estava realmente em uma mulher, que agora, estava do outro lado da cidade.

                                     *~~~~~~*  *~~~~*

A mulher estava concentrada demais nos papeis a sua frente. Os óculos estilosos estava na ponta de seu nariz para tornar a leitura dos documentos mais fácil.

Com um ato pensado ela pegou o copo com slogan de uma cafeteria e levou-o a boca, havia pouco liquido ali dentro, ela fez com que o que restava acabasse.

Bufou ao arremessar o copo em direção ao lixeiro, o copo bateu na lateral do balde, e não caiu dentro do mesmo, fazendo um baque baixo contra o piso.

Apertou um botão do teclado do telefone de sua mesa.

- Srt Cullen. – A voz de sua secretaria atendeu no segundo toque.

- Amber me traga um café, por favor.

- Em um minuto. – A moça disse eficientemente.

E realmente um minuto depois, a moça baixa e loira, entrava na sala de sua chefe com um copo de café nas mãos. Entregou-as e se postou em frente a mesa, com as mãos para trás.

- Deseja algo mais, Srt?

- Não, Amber pode ir. – A secretaria assentiu, já pronta para ir, quando lembrou-se de algo.

- Ah, o Sr. Aro pediu que a Srt  fosse na sala dele, assim que possível. – Disse.

- Obrigada, pode ir. – Voltou a atenção para os papeis, escutando a porta ser fechada cinco segundos depois.

Ela tinha a leve impressão de saber o por que, de Aro querê-la em sua sala. A promoção, a tão sonhada promoção seria dela oficialmente. Ela sabia disso. Mas não queria parecer ansiosa demais, por isso não teve pressa em ir a sala do chefe.

Após revisar todo documento que tinha nas mãos, fez um relatório completo no computador, depois o salvou em seu pen drive, guardou-o na bolsa, e levantou-se ajeitando a saia giz que ia até seus joelhos, passou a mãos alisando seu terninho.

Retirou os óculos e deixou-o sobre a mesa.

Seguiu para a porta, e sem falar com ninguém foi em direção a sala do chefe. Como em qualquer outro lugar, o chefe estava no ultimo andar. Pegou o elevador, compartilhando com uma moça alta, que acenou para ela com a cabeça.

O som chato ecoou e as portas se abriram.

Ela voltou a caminhar pelo corredor quase vazio, o barulho de seus saltos ecoavam, ela gostava do som, na opinião da mesma, o som era de alguém poderosa.

- O Sr Aro estava esperando a Srt. – A secretaria de meia idade avisou, levantando e batendo levemente na porta da sala do chefe, abriu-a e deu espaço para que Isabela entrasse, e assim ela o fez.

A sala tinha o dobro do tamanho da dela. Muito bem decorada, e arejada.

- Isabela, minha querida. Parabéns pelo caso. – Aro Volturi disse levantando e pegando a mão de sua melhor advogada, e levando-a a seus lábios beijando-lhe a mão.

- Obrigado, Aro.

- Sente-se. – Indicou a cadeira, e voltou para a sua, atrás da mesa perfeitamente organizada.

- O que deseja?

- Ora, Isabela, você não nem um pouco burra, minha querida. Você com toda certeza já sabe o que quero comunicar a você. Acho que você já esperava por isso, na verdade todos os funcionários já sabiam que isso iria acontecer. – Ele disse com um sorriso amarelo nos lábios.

Ela definitivamente não gostava de Aro.

- Quero ouvir você falando, palavra por palavra. – Sim, ela não fingia gostar do chefe, era bom vê-lo engolir seu orgulho.

- Ainda guarda magoa de mim? – Ele perguntou.

- Não, você que deveria guardar, não estou certa? – Perguntou arqueando a sobrancelha.

Claro que ele guardava magoa. Ela havia sido contratada por que ameaçou processar Aro, quando foi ali fazer uma entrevista ele tentou ter relações mais diretas com ela, ela ameaçou e para abafar qualquer tipo de problemas, ela foi contratada.

- Parabéns sócia, a promoção é sua, Sra vice- presidente. – Murmurou amargamente o que fez Isabela dar um sorriso arrogante. Sim ela havia conseguido.

Ela havia vencido.