Everything Can Change escrita por Sam


Capítulo 3
Revelações e Presentes


Notas iniciais do capítulo

Fiquei super empolgada com as reviews! Quando eu fico empolgada, minha imaginação funciona melhor. Então... CONTINUEM MANDANDO REVIEWS!!!!!!



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– Alicia? – Alicia era uma das chefes da revista onde eu trabalhava, a Up!Style. Ele dizia ser mega rica e só trabalhar lá pela experiência. Ela esnobava a todos e se sentia a melhor. Eu era a que mais sofria, pois ela era minha parceira na maioria das montagens e reportagens, e ficava me esnobando por estar ali como editora. Mas ali, ela estava com uma roupa velha e devorando uma enorme coxa de frango com as mãos.

Assim que ela me viu, arregalou os olhos e soltou a coxa, mostrando seus lábios engordurados e sujos.

– O que você está fazendo aqui? – Perguntei.

Ela rapidamente limpou a boca e se levantou, fazendo pose de metida, tentando parecer menos “povão”.

– Eu... Eu... Estou fazendo uma matéria. Uma matéria para... – Ela estava inventando algo. – Uma matéria sobre... Sobre a realidade da 25 de março!

– Sei... Sendo assim, deixa eu te ajudar. – Disse me sentando ao lado dela. – Onde está o bloco de anotações?

– Eu... Eu não preciso. Gravo tudo na memória.

– Okay... O que você “gravou” até agora? – Olhei para Anne, que estava tentando segurar o riso. Eu contava tudo sobre Alicia pra ela.

– Que a comida é péssima.

– Não foi o que pareceu... – Disse Anne, tentando se controlar.

– Pode falar a verdade, Alicia! Sei que está mentindo.

– Ah... Tudo bem. – Alicia saiu da pose e curvou as costas, como se fosse corcunda. Daquele jeito, com roupas velhas, um prato gigante de comida na frente e sem nenhuma postura, ela parecia uma pessoa normal. – Eu não sou nada daquilo que eu pareço ser. Apenas tento me sentir melhor...

– Você tenta se sentir melhor debochando dos outros e fingindo ser quem não é? – Perguntei, tentando ser compreensiva.

– Que ótimo jeito de se sentir melhor... – Disse Anne, com um tom irônico.

– É que quando você entrou, eu me senti ameaçada. Você tem tanto estilo e escreve tão bem...

– Obrigada, mas eu nunca tomaria seu lugar. Você é muito mais experiente do que eu.

– Você me desculpa?

– É claro que sim! – Alicia abriu um sorriso enorme, deixando a vista vários pedaços de frango presos em seus dentes. – Mas com uma condição...

– Qual?

– Que você se desculpe com todos da redação e não fique se achando por aí.

– Mas...

– Sem mas!

– Tá! Tudo bem, eu vou, mas deixa eu terminar meu frango que eu estou morrendo de fome!

– Não tenha pressa, você faz isso segunda-feira. Além do mais, estamos de folga essa semana. – Olhei as horas em meu celular e vi que tínhamos uma hora para almoçar. – Garçom! O cardápio, por favor. – Olhei para Alicia – Você se importa de comermos aqui?

– Não! Fiquem a vontade.

O garçom trouxe dois cardápios. Eu pedi uma porção de frango grelhado e Anne pediu um X-Salada. Nós comemos e saímos. Alicia ficou devorando outra enorme coxa de frango. Nós tínhamos marcado de escolher as cores, o salão e a comida com os fornecedores da festa às duas horas, mas ainda faltava meia hora. Tempo suficiente para escolher um vestido para o parabéns.

– Você vai alugar ou comprar? – Perguntou Anne.

– Eu não sei. Depende do vestido.

– Acho que conheço um lugar que tem um vestido igualzinho aquele preto da Avril.

– É muito longe?

– Não, é bem aqui. – Disse e parou em frente a uma das mais chiques lojas de São Paulo.

– Anne! Aqui é muito caro! – Disse baixo, pra que ninguém mais ouvisse.

– Relaxa! – Ela disse, em um tom de deboche e entrou. Fui atrás dela. – Oi Fanny! – Ela acenou para uma moça atrás de um balcão de vidro que estava lixando as unhas. – O Roger está aí?

– Na sala de costura. – A moça respondeu e voltou a lixar as unhas.

Anne atravessou a elegante loja e passou por uma cortina preta, entrando em uma sala cheia de máquinas de costura, que “incrivelmente” se chamava “Sala de Costura”, onde se encontrava um homem muito bem vestido de costas para nós.

– Roger! – Anne gritou e deu um tapa na bunda do homem, que se virou rapidamente.

– Anne querida! O que faz em minha humilde loja? – Eu soltei uma risadinha baixa com o “humilde”.

– Preciso de um favor. Mas primeiro... – Anne se virou pra mim. – Stew, esse é Roger. Roger, essa é Stew.

– Muito prazer.

– O prazer é todo meu, querida! – Disse o engraçado homem. – O que você precisa? – Ele se voltou para Anne.

– Stew vai fazer dezesseis anos no sábado e precisa urgente de um vestido.

– Sem problema! Qualquer coisa pra minha priminha.

– Mas não pode ser qualquer vestido! Tem que ser um vestido igual ao da Avril Lavigne!

– Qual deles, meu amor? Ela tem tantos...

Anne olhou pra mim, com um olhar de “Qual deles, meu amor?”

– Po... Pode ser aquele preto com tule? – Disse, um pouco envergonhada.

– É pra já! – Roger pegou um papel e um lápis e começou a fazer alguns rabiscos. Assim que ele terminou, mostrou-o pra mim (Vestido).

– Uau! Ficou perfeito! – Eu disse com um sorriso enorme no rosto.

– Ótimo! Vai estar pronto amanhã, e de brinde, vou te dar a meia-calça rasgada e o sapato. Cortesia da Blue Moon para a amiga da minha prima favorita.

– Roger... Quanto vai ficar? – Perguntei.

Ele pensou um pouco e disse, sorrindo:

– Cinquenta reais ta bom pra você?

Fiquei abismada. Era muito barato.

– Per... Perfeito! – Eu pulei em cima dele, quase o sufocando com meu super abraço. – Obrigada Roger!

– Vamos logo, Stew! Os fornecedores devem estar esperando. – Ela me arrastou pra fora da sala. – Tchau Roger!

– Tchau garotas!

– Tchau Fanny. – A moça apenas acenou.

Quando chegamos ao lado de fora, perguntei:

– Por que você nunca me contou que uma das lojas mais chiques da cidade é da sua família?

– Você nunca perguntou!



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Notas finais do capítulo

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