POV Eva

            Bem, era sexta-feira e eu estava numa pilha de nervos.

            As audições para a claque eram naquele dia e, adivinhem quem é que também queria entrar para a claque?

            Jackpot. Vocês adivinharam! A minha querida maninha está totalmente convencida que vai entrar. Se bem que ela tinha uma vantagem em relação a mim, ela já se tinha tornado amiguinha das outras miúdas da claque e já era uma das miúdas mais desejadas da escola.

            Eu continuava a dar-me bem com o Mathew, nós passávamos o tempo quase todo juntos, mas o que tínhamos era uma relação de “irmãos” e não de namorados, como já se andava a especular pela escola.

            Os rapazes da equipa de basquetebol tinham-me pedido desculpas pelo incidente do primeiro dia de aulas e já nos dávamos muito bem.

            Á hora de almoço, eu era a única rapariga na mesa da equipa de basquetebol, e eles eram todos super porreiros, não me sentia a mais, ou algo do género.

            Eu estava na primeira aula do dia, Química, e a seguir deveria ter matemática, mas iria ter as audições para a claque, então não iria à aula, o que me deixava com pena, visto que eu adorava matemática, principalmente trigonometria, achava-a simplesmente fascinante.

            Mal tocou para o intervalo, arrumei as minhas coisas e comecei-me a dirigir para o balneário para trocar de roupa.

A meio do caminho senti uma mão no meu ombro e assustei-me, dando um saltinho ridículo.

Virei-me para trás e dei de cara com o Mathew a rir-se, provavelmente, por me ter assustado.

- PARABÉNS!!!!! – gritei e abracei-me a ele – Depois conversamos sobre isto de me andares sempre a assustar…

- Obrigada – disse ele a rir-se.

- Bem se me vens desejar boa sorte é melhor não o fazeres antes que dê azar e eu parta uma perna. – disse eu muito rápido por estar nervosa.

- Ei, ei, tem calma. Eu vim dizer que vou ver as audições e torcer por ti. E, vim, confesso, ver se te acalmava, presumi que estivesses assim…

Ele passou um braço pelos meus ombros e conduziu-me aos balneários.

Eu troquei de roupa, rapidamente e fui para o recinto onde iriam decorrer as provas.

Ao chegar ao local vi a Margaret a falar com o Mathew, ou melhor, a atirar-se descaradamente ao Mathew. Sim, ela queria conquistá-lo, adivinhem porquê! Porque, nós estávamos sempre juntos e ela acha que tem de ser melhor que eu em tudo…

- Mathew vais ver como eu treinei imenso para esta prova!

- Claro… – ele olhou para mim e sorriu – Eva! – e veio ter comigo – Vais para ali e vais fazer como ensaiaste, vai ser perfeito! – acabou o discurso quase aos pulinhos de entusiasmo… eu não percebia.

- Achas? – perguntei cheia de medo.

- Claro!

E, deu-me um beijo na testa.

Eu fiquei sentada a esperar pela minha vez.

Margaret foi primeiro, a coreografia dela era elementar, mas toda a gente a aplaudiu de pé no fim da sua prova.

A seguir ainda foram mais algumas raparigas, até que me chamaram.

Respirei fundo, peguei nos pompons e comecei a rotina, que acabava com um duplo mortal para trás.

Quando os meus pés assentaram no chão senti uma enorme onda de alívio por ter noção que tinha conseguido fazer tudo como tinha planeado.

Então toda a gente bateu palmas e eu saí ali do meio, indo para a bancada sentar-me ao lado das outras miúdas que já tinham feito prova.

A seguir a mim, só mais duas raparigas é que fizeram prova e a seguir as miúdas da claque juntaram-se para decidirem quem é que entrava.

Eu já estava mais calam, mesmo que não entrasse já tinha valido a pena ir ali, afinal senti que era boa em alguma coisa.

Depois de algum tempo, a chefe de claque, Diana, veio anunciar quem entrava na claque.

- Bem este ano decidimos eleger mais duas para a claque que são a Margaret… - e sorriu para ela, enquanto toda a gente batia palmas - … e a Eva.

E, foi-se embora.

- Eu disse!

Mathew veio a correr para mim e abraçou-me.

- Parabéns!

Olhei para Margaret que olhava para nós com má cara… ahahahahahahaha.

- Foste incrível! Tens de me ensinar a fazer aquele mortal! – disse Mathew cheio de entusiasmo.

- Tá bem, um dia….ahahhahahahah

- Agora vamos comer, miúda.

Depois de eu mudar de roupa fomos para a cantina, onde comemos. Sim… eu comi, mas não consegui aguentar a comida no estômago e acabei por ter de ir à casa de banho vomitar.

As aulas da tarde até que passaram rápido, então, mal deu o toque de saída eu corri para o carro, para não me atrasar e não perder tempo, porque ainda tinha de me arranjar. Afinal a festa começava às 19.00 h e já eram 17.30 h.

Cheguei a casa  e subi as escadas o mais rápido possível até ao meu quarto.

E fui-me arranjar.

Apesar da festa ser descontraída, toda a gente iria gira e eu não queria ser o patinho feio da festa.

Tinha comprado um vestido curto e esvoaçante azul, casual, mas com o casaco certo e os acessórios correctos ficava lindo para uma festa.

Fiz uma maquilhagem bonita, mas nada de carregado, não gostava de ver esse tipo de maquilhagem em mim.

Calcei umas sandálias rasas muito bonitas e desci.

- Onde vais assim tão arranjadinha? – perguntou a Margaret, com cara feia.

- Eu vou à festa de aniversário do Mathew. Não me digas que não foste convidada? Vai lá estar a escola em peso. – respondei-lhe com o meu melhor sorriso.

E, ela ficou ali especada a olhar para mim, aposto que a rogar-me pragas monstruosas.

Para ser sincera, aquilo soube-me bem… mesmo bem… muahahahahahaha.

Andava, mesmo, a ficar maquiavélica.

Fui-me embora para casa do Mathew, ansiosa, afinal poderia vir a conhecer os Cullen e, talvez, consegui-se perceber quem era a Crystal.

Quando lá cheguei, já lá estava um monte de gente.

Bati à porta e, sinceramente, não estava à espera que alguém ouvisse, estava muito barulho lá dentro.

- Entra. – a porta tinha-se aberto e Mathew a convidar-me para entrar.

- Deste bem com o caminho? – perguntou.

Acenei afirmativamente. A casa dele era no meio do nada, nas redondezas de Seattle. Era grande e parecia muito acolhedora.

Ele conduziu-me até ao que supus ser a sala de estar, que agora não tinha nenhuma mobília além da mesa dos comes e bebes, do sistema de som e de algumas cadeiras, junto à parede.

- Olha vai ali preencher aquela folha e depois vem ter connosco.

Ele apontou para uma lista que estava na parede.

Essa lista servia para nós escrevermos uma música da qual gostássemos muito, então eu escolhi “Starlight” dos Muse.

E fui ter com eles.

-Ei, Mathew, onde queres que ponha a tua prenda?

- Tens uma prenda para mim? – perguntou ele com um sorriso infantil, fazendo todos rirem-se. – Quero já é ver o que é!

- Ahahahahaha, é para ver se ganhas algum bom gosto.

Ele olhou para mim sem perceber, e então abriu a prenda.

Eu tinha-lhe comprado um CD dos Muse, “Resistence”, como ele estava sempre a dizer que não gostava de rock, quis provocá-lo. Alem disso os CDs antigos tinham voltado a estar na moda.

- Vou guardar. – disse ele dando-me um beijo na testa.

Então decidi dar uma volta pela casa e procurar a casa de banho.

Subi as escadas e então deparei-me com uma foto, que eu tinha a certeza ser de Crystal, não sabia bem porquê, mas tinha a certeza que era ela, eu conhecia-a…

- Quem és tu? E o que estás a fazer aqui? – era uma voz masculina.

Olhei para o corredor, onde vi um homem enorme, muito pálido…

- Eu só estava à procura da casa de banho. – disse meio a medo, ele parecia zangado.

- Então porque estavas especada a olha para a foto? – ele praticamente gritava.

De repente, apareceram mais pessoas, todos eles muito pálidos.

- O que se passa aqui Emmett? – perguntou um homem loiro muito bonito.

Esperem lá, aquele era o Emmett??

Eu devia estar com uma cara de parva a olhar para ele…senti os meus olhos a esbugalharem e a minha boca a escancarar-se, ficando pasmada.

- Crystal? – perguntou uma loira.

Hã? Crystal?

Será que ela estava a falar da foto?

- A rapariga da foto? É ela? – perguntei entusiasmada.

- Como sabes? – perguntou um rapaz com o cabelo loiro.

Então confessei.

- Não sei como, depois de ler o livro, fiquei com a sensação de que a conheço…

Então, quando pensei que me iam chamar maluquinha e doida varrida, aparece um homem lindo, moreno e alto.

Eu não sabia como reagir, estava hipnotizada e pelos vistos ele também.

- Não é possível… - acabou por balbuciar. – Crystal?

Mas que porra!!!

Eu não sou a Crystal!!!

Mas ele era incrivelmente bonito e eu estava apaixonada por ele e ainda nem o conhecia!!!

Só podiam estar a brincar comigo!!!