Cartas Para Eduarda escrita por Rachel Sales


Capítulo 4
Conversa fiada


Notas iniciais do capítulo

O capitulo hoje é beeeem curtinho >.< Eu estou sem tempo pra escrever e minha falta de criatividade não ajuda kkkk Mas eu prometo que tem bomba vindo por aí! (o próximo capitulo será surpreendente!)



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Quando cheguei em casa Lisa já tinha ido para seu "encontro misterioso". Como não havia ninguém por perto resolvi sentar no tapete da sala e conversar com Eduarda.

"Eduarda?"

"O que vamos fazer?"

Ela perguntou. Parei para pensar um pouco.

"Não sei, nunca tive tanto tempo livre. O que quer fazer?"

A pergunta era meio idiota.

"Quero ver você treinando"

Eu sorri.

"Está bem. Vou pegar a bola de basquete"

"Eu vou estar esperando no quintal"

Corri e peguei a bola de basquete que tinha deixado no armário embaixo da escada. No caminho para o quintal peguei uma folha e um lápis.

Fui para o quintal e comecei a driblar um adversário imaginário. Quando estava avançando para a cesta sem querer passei por um vulto gelado. Larguei a bola.

Puxei o papel e o lápis do bolso.

"Eu passei por você?"

Perguntei.

"Sim"

"Me desculpe. Te machuquei?"

Eu estava me sentindo um pouco culpado.

"Não. Mas obrigada pela preocupação"

Aquele sorriso que já estava se tornando familiar apareceu desenhado na carta.

"Acho melhor você se afastar um pouco do jogo"

"Mas eu quero ver de perto"

"Deixa de ser teimosa. Se você ficar no meio do jogo eu vou acabar te pisoteando"

"Então me deixa jogar também"

"Você não consegue pegar a bola"

"Quem disse que não?"

Fiquei curioso.

"Eu não disse que era como uma corrente de energia? Então, essa corrente me possibilita levantar coisas"

"Então tente pegar a bola!"

Saí correndo e peguei a bola de basquete que estava no chão. Quando eu estava quase chegando na cesta a bola voou de minhas mãos.

– Nossa! – exclamei em voz alta. Ainda bem que os vizinhos não eram fofoqueiros. O que eles diriam se vissem aquilo?

"Eu disse que conseguiria!"

Eduarda escreveu. Eu dei uma risada.

"Estenda as mãos"

Eu estendi. A bola de basquete aterrisou suavemente sobre elas.

Segurei a bola só com a mão direita e estendi a esquerda. Senti aquela sensação gelada e que fazia cócegas novamente.

Eu não queria pensar muito naquilo mas não pude evitar de perceber que Eduarda era a primeira menina que tinha segurado minha mão.

Passei toda a manhã treinando. Eduarda gostava de trapacear e tirar a bola de minhas mãos sempre que eu estava perto da cesta. De certa forma era até legal jogar com ela.

Quando chegou a hora do almoço eu fui para a cozinha esquentar o que Lisa tinha deixado congelado. Abri a geladeira e me deparei com o resto da lasanha de ontem.

Droga, pensei.

Peguei o papel que estava em meu bolso.

"O que acha de irmos à lanchonete?"

Eu perguntei.

"Qual é o problema com a lasanha?"

Eu podia imaginar ela rindo de mim.

"Não gosto do jeito que ela está me olhando"

Eu escrevi. Aquela lasanha parecia um mutante.

"Então vamos logo. Se você ficar mais um minuto aqui provavelmente a lasanha pulará em cima de você"

A folha já estava no fim então peguei meu caderno e minhas chaves e parti pra rua. Tudo estava silencioso. A maioria das pessoas estava almoçando agora.

Andei na direção oposta ao caminho da escola. Se eu estivesse com sorte com certeza encontraria alguma lanchonete vazia.

Precisei andar por bastante tempo. Perto de casa não havia nenhum lugar disponível para comer. Minha fome era tão grande que fui a pé para o único lugar da cidade onde provavelmente conseguiria comer.

O bairro era conhecido como "cidade fantasma" por ser lar de lojas velhas e abandonadas. Não havia muitas coisas lá exceto algumas pessoas que insistiram em permanecer ali.

Na parte de trás do bairro havia uma lanchonete quase falida. O dono era um senhor de idade e praticamente o único funcionario do estabelecimento. Ele ficou um pouco surpreso quando me viu entrar.

Sentei em uma das mesas mais distantes. O senhor veio anotar meu pedido.

– Um suco de manga e um sanduíche de atum, por favor. – eu pedi, um pouco constrangido pela expressão feliz dele.

– Claro. – ele sorriu e correu para a cozinha. Devo admitir que fiquei com pena dele.

Coloquei o caderno na mesa.

"Nunca vim aqui"

"Parece ser um bom lugar"

"Espero que a comida ainda esteja na validade"

Eu ri.

"Não se preocupe. Eu irei na cozinha averiguar isso"

"Não. Fique aqui comigo"

Eu pedi.

"Sempre"

Ela respondeu e eu senti meu coração acelerar de modo estranho.


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Notas finais do capítulo

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