A Garota Dos Deuses escrita por CamsLaFont


Capítulo 6
Uma semideusa não determinada.


Notas iniciais do capítulo

Desculpem-me a demora! Notas finais, certo?! Vejo vocês lá.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/270192/chapter/6

Olhei confusa para o homem, ele deveria ter no máximo uns vinte anos, e era bonito. Bem bonito. Cabelos loiros, que pareciam brilhar como outro, olhos azuis, que pareciam brilhar como o oceano, o corpo totalmente definido, e... bem, ele parecia pronto para um luau.

Me levantei o mais rapidamente possível – o que poderia ser considerado bem devagar. E encarei o homem. Ele parecia ter minha idade, e então parecia ter vinte anos, e então dezoito. De acordo como eu ia olhando para ele eu não conseguia definir qual era sua idade. Ele não tinha o rosto de um garoto, mas parecia... ser um.

-Quem é você? – perguntei confusa. – Você... É um campista? – perguntei e ele apenas se manteve em silencio. – Eu... – parei e me virei para sair andando. – eu vou... – parei, o que eu estava fazendo? E se ele fosse um inimigo que tivesse conseguido entrar no terreno do acampamento? Talvez ele fosse até mesmo um monstro...

-Eu não sou um inimigo. – ele disse simplesmente. – apenas... não sou um campista. E nem um meio sangue. Muito menos um monstro.

Estreitei os olhos.

-Eu vou chamar alguém.

Ele suspirou.

-Eu não vou estar aqui quando você voltar, você será dada como louca.

Trinquei os dentes.

-Quem é você? – perguntei lentamente.

-Com tantas perguntas das quais eu posso responder, você logo me pergunta uma das poucas perguntas que eu não posso responder.

Levantei uma sobrancelha.

-Ótimo. – resmunguei e me virei, saindo andando. Não iria atrás de alguém, pois o cara podia muito bem sair dali, mas eu também não ia ficar ali totalmente confusa sem saber o que dizer e fazer.

-Espere. – pediu ele. – podemos recomeçar?

Parei. Talvez ele fosse... uma pessoa boa?

Me virei lentamente, esperando que ele já tivesse desaparecido, mas ele estava ali.

-Tudo bem. – resmunguei.

Ele se aproximou e apertou minha mão, mas eu estava ocupada de mais olhando seu rosto para perceber a onda de poder que passou pelo meu corpo.

-Por enquanto... podemos não nos apresentar? – quando ele terminou, um trovão explodiu nos céus, como se num aviso.

Ele resmungou alguma coisa, mas manteve o sorriso.

As ondas da praia começaram a subir, aumentando o tamanho das ondas e parecendo prontas para engolir ele.

-Ok. – suspirei. – então, posso saber o que você está fazendo dentro do acampamento? – ele não parecia ser um monstro, mas também não era um campista. Um humano normal nunca iria ver o acampamento, então, quem ele é?

O sol se punha no horizonte, mas seus olhos brilharam.

-Eu estava caminhando, e normalmente caminho por aqui. Ouvir o barulho das forjas, ou sentir a areia nos meus pés me ajuda a me acalmar. – ele deu de ombros, como se aquilo fosse comum. Ao longe ouvi o barulho das forjas.

-Ahn... certo. – falei. – então... de onde você é? – perguntei e o sorriso dele aumentou.

-De vários lugares. – ele deu de ombros. – mas vim de Nova York, agora.

Não entendi muito bem o que aquilo queria dizer, mas decidi deixar passar.

Ele e eu nos encaramos por alguns minutos, quando ele falou.

-Então, está gostando do acampamento?

-Na verdade, só conheci dois lugares até agora... Não, três. – falei, franzindo o cenho.

Ele sorriu abertamente. Outro trovão, apesar de não ter nenhuma nuvem de tempestade.

O mar se agitou ainda mais.

-Ah, você vai gostar. – ele disse, fingindo estar decepcionado. – eu sinto que terá uma nova profecia, apesar de que acho que você não vai gostar. – franzi o cenho. Ele sentiu uma nova profecia? Ele sente uma nova profecia?

Engoli em seco, já não havia gostado das duas que Annabeth havia me falado, e se viesse uma terceira profecia, o que eu faria?

Mas como ele sabia disso?

-Bem, mas não vamos ficar preocupados, se ela chegar, ela vai estar ali, mas, talvez eu esteja errado. – ele não parecia muito feliz em estar errado, o que me deixava pensando se ele realmente estava errado. – ah, você vai gostar da captura a bandeira amanhã a noite.

Eu achava que nem iria participar da captura, pois meu machucado ainda não estava exatamente curado.

-O machucado deve curar até amanhã no almoço, graças a comida dos deuses. – ele disse irônico. – e você poderá participar da Captura da Bandeira... – ele disse. – apesar de que eu acho que Hermes não gostaria de ter você ao seu lado.

Eu só não sei por que os filhos de Hermes não me queriam com eles. Se eu nem havia os conhecido ainda.

-Bom, eu não sei se eu realmente vou participar, talvez eles me deixem de fora para eu não correr riscos... – o sorriso irônico dele me fez acreditar que eu não ficaria de fora, e com isso parei de falar. – então, você não deveria estar... caminhando? – perguntei. – se você vem aqui para caminhar e sentir a areia e tudo mais...

Ele parecia não se lembrar dessa parte, mas concordou.

-É verdade... – ele disse. – quer caminhar comigo? – ele virou a cabeça para um lado um pouco. – na verdade, acho que você vai querer ir embora.

-Por que? – ouvi ao longe Annabeth conversando com alguém, e logo depois reconheci a voz de Percy.

Ele sorriu e se virou, caminhando.

-Ei! Espera, quem é você? – perguntei e ele virou a cabeça, mas continuou caminhando.

-Um dia você saberá. – ele disse e então evaporou no ar... Como se fosse o próprio ar.

Evaporou no ar?

Senti um calafrio percorrer minha espinha e olhei me volta... Isso realmente tinha acontecido?

Ao invés de responder minhas perguntas, ele apenas me deixou ainda mais confusa!

Annabeth e Percy finalmente me encontraram, mas me encontraram olhando de olhos arregalados para a água.

-O que foi? – disse Annabeth e Percy já havia pego uma espada... De seu bolso.

-Eu... eu estou bem. – falei e menti rapidamente. – achei ter visto alguma coisa na água.

Você está se pondo em perigo, filha. Ouvi a mesma voz feminina na cabeça. Eu queria poder desliga-la, pois sabia que ela podia estar falando a verdade.

-Ah, deviam ser Nereides – disse Percy. – elas gostam do mar nessa parte, de vez enquanto estão por aqui. – ele deu de ombros.

-O que são Nereides? – perguntei confusa.

-Elas são como ninfas da água. – disse Annabeth, explicando no lugar de Percy. – mas não são tão importantes para Percy lhe explicar tudo sobre elas... Precisamos ir jantar.

Ao longe ouvi trombetas, mas eu estava mais ocupada pensando em como havia anoitecido tão rápido.

Enquanto subíamos a encosta para “entrar” no acampamento, eu vi uma cabeça na água, e reconheci uma ninfa da água. Ela balançou a cabeça negativamente para mim, como se quisesse me avisar “eu sei de tudo”.

Senti um arrepio percorrer meu corpo.

Enquanto caminhávamos por meio de campistas famintos, que também iam para o refeitório, Annabeth começou a me explicar sobre a oferenda para os deuses.

-Nós pegamos alguma comida nossa e agradecemos á algum deus em particular, e jogamos a comida no fogo grego, supostamente ela vai para o deus que enviamos. A maioria das pessoas a envia para seus pais gregos, mas quem não tem os pais gregos, apenas as joga no fogo e na maioria das vezes pede “pai, ou mãe, quem é você?” ou alguma coisa do tipo, normalmente alguns minutos depois você é reclamado e vai para a mesa com seus novos irmãos. Mas antigamente, você poderia passar o resto da sua vida na mesa de Hermes.

Senti um calafrio percorrer minha espinha – outro calafrio -, pensando em talvez ficar eternamente na mesa de Hermes, sem saber quem eram meus pais, e por alguns minutos, esqueci do cara estranho e desconhecido na praia, que havia passado tanto tempo comigo sem eu nem ao menos perceber.

-Ah, não fique preocupada. – disse Percy, e percebi que agora já estávamos entrando no refeitório. – você provavelmente será reclamada agora, ou na hora da fogueira.

Engoli em seco.

Annabeth deu um selinho rápido em Percy enquanto corria para se juntar em seus irmãos, enquanto Percy me levou para uma mesa cheia de garotos e garotas, todos bem diferentes uns dos outros, apesar de a maioria de olhos azuis.

-Ahn... Oi, pessoal. – ele disse, chamando a atenção de todos na mesa (apesar de a maioria do refeitório estar com os olhares em cima de mim).

-Ah, oi Percy! – disse um garoto, cumprimentando Percy com um toque de mãos.

-Essa é Camille... Ela... Ahn, ainda não foi reclamada. – ele disse entredentes a ultima parte.

-Relaxe. – disse uma garota, e me puxou para seu lado. – a receberemos bem, faz tempo que não temos ninguém novo no chalé... e ele anda muito vazio. – ela olhou para as mãos.

-Ahn, certo. – ele olhou para mim. – qualquer coisa, eu estou na minha mesa. – assenti e o segui com o olhar, enquanto ele ia para uma mesa, sentando-se sozinho.

-Sou Mike. – disse um garoto, se apresentando. – e esses são todos os meus irmãos presentes... Se quiser ajuda em qualquer coisa, é só me pedir. – ele disse, e percebi o duplo sentido em “qualquer coisa”.

Assenti, a garota ao meu lado riu.

-Não ligue para ele. Ah sim, a propósito, sou Jamie. – o bule se formou em minha garganta. – todos nós somos filhos de Hermes, então, mantenha seus pertences bem escondidos. – sorri e assenti.

Ela me explicou que o que quer que você pedisse, apareceria em seu prato e copo, e parte daquilo você daria como oferenda dos deuses.

Antes de começarmos a comer, foi feia uma fila, na ordem dos números dos chalés, sendo que eu fui a última do chalé de Hermes, por ser a mais nova no chalé – apesar de não ser realmente do chalé e não ser a com menos idade (tinham umas garotinhas menores – e garotos também).

Quando o chalé três chegou (o de Percy), ele era o único, então ele tirou tudo o que havia em seu prato, jogando no fogo grego, que simplesmente extinguiu a comida rapidamente, como se estive engolindo. Percy resmungou alguma coisa baixinha e saiu andando novamente para sua mesa, sozinho.

Fiquei triste por ele ter de sentar sozinho, e por um instante me perguntei por que não iria se sentar com ele.

Quando o chalé de Hermes estava começando a dar oferendas, eu me preparei, quando uma voz – a mesma voz feminina – apareceu em minha cabeça.

Filha, não me peça para reclama-la. Eu não posso fazer isso. São ordens diretas do senhor Zeus.

Senti a tristeza enquanto ouvia aquelas palavras, eu não era filha de um homem, isso eu já tinha certeza, mas minha mãe não podia me reclamar, então mudei o que ia pedir.

Quando cheguei na minha vez, repeti o mesmo que Percy, derramando tudo de meu prato.

Mãe, ou pai, eu não sei por que não me reclamaram ainda, mas vou esperar, apesar de não gostar de saber disso, irei esperar.

Então me virei e saí caminhando para a mesa de Hermes.

Obrigado. Uma voz ecoou pela minha cabeça. Apenas continuei andando até me sentar. Repeti meu pedido em minha cabeça e comecei a comer esfomeadamente, sendo que nem tinha percebido que estava com tanta fome até agora.

Quando terminamos, uma garota entrou correndo no refeitório, parecendo ter perdido um jantar importante.

Quíron sorriu quando a viu, mas ela olhou preocupada em volta e bufou.

-É óbvio que ninguém iria me esperar.

Ela foi caminhando até a mesa onde Quíron e os outros estavam – junto com um cara com vários olhos – e cumprimentou todos, então pegou um prato e caminhou para se sentar junto a Percy. Annabeth não parecia se importar, apesar de olhar de vez enquanto para lá.

Logo depois cada um foi fazer as coisas – e depois de Quíron anunciar que a louça ficou para o chalé de Hefesto – e eu corri até Annabeth, que era a única a vista.

Ela sorriu para mim, mas procurava por alguém.

Me perguntei se estaria irritando-a, afinal, eu não desgrudava dela – não por ser grudenta, mas por não ter nenhum amigo ali, e eu não queria ficar sozinha no acampamento.

Ela parecia finalmente ter encontrado alguém e começou a caminhar, então eu a segui, como uma boa amiga grudenta.

Ela cumprimentou a garota que havia entrado no refeitório correndo, e logo se pôs ao lado de Percy. Os dois apenas seguraram as mãos, mas dava de ver que eles estavam preocupados com algo.

-Rachel, essa é Cams. – apresentou Percy. – Cams, essa é Rachel Elisabeth Dare, - ele pausou e me olhou tenebroso. – o oráculo.

E então eu entendi por que os dois estavam tão tensos.

Rachel estava por fora, mas deu um sorriso para mim, e eu repeti o gesto, mas eu estava entendendo, eles estavam com medo de que ela desse alguma profecia – e acho que eles não esperavam ela estar aqui, agora e hoje.

E nem principalmente comigo por perto, afinal, eu não havia sido determinada por nenhum deus.

Algumas horas depois, lá pelas nove da noite, todos os campistas se juntaram em uma fogueira, separada por chalés – na maioria das vezes, pois Percy estava entre os filhos de Atena, mas ainda sim, no banco atrás de Annabeth.

Rachel estava sentada com os filhos de Hefesto, conversando com algumas garotas, enquanto eu me encontrava ouvindo Jamie falar (E falar cada vez mais) sobre sua mãe humana, sobre o trabalho dela, sobre ela gostar de ferramentas e todas essas coisas, e sobre como a mãe dela ter tido ela com Hermes.

Quando – finalmente – Quíron falou.

-Então... – ele disse. – temos uma história para contar. – ele disse, e começou a contar uma história “horripilante” sobre Pôneis de Festa e Ninfas (eu, por exemplo, não entendi metade da história, apesar de ser em parte por estar pensando nos acontecimentos do dia).

Eu não sabia quem era aquele homem, para começar... E ele parecia tão adulto e jovem ao mesmo tempo que era até confuso tentar descobrir sua idade.

Fiquei pensando nos raios e no mar se agitando enquanto conversávamos, como se os deuses não estivessem felizes com isso, e minha mente rapidamente foi para dois deuses em especial: Zeus e Poseidon.

Zeus podia controlar os raios, tempestades. Poseidon podia controlar o mar e terremotos – os dois ainda tinham mais controles, apesar de esses serem seus principais poderes.

E era exatamente os raios e o mar que haviam “atacado” enquanto aquele homem/garoto/cara falava comigo.

Senti um (outro) calafrio, só de pensar em os deuses não felizes, só de pensar em quem aquele cara era... Só de pensar em tudo o que já havia acontecido até agora.

Principalmente Jensen.

Será que ele estaria aonde no Mundo Inferior?

Parei de pensar nisso quando Quíron terminou a história – que eu não havia dado a mínima atenção – e voltou seu olhar para Percy.

-Então, como são os pôneis de festa? – ele disse sorrindo, Percy riu baixo, apesar de estar (obviamente) achando graça da pergunta.

-São... – ele disse. – bem agitados. – ele disse, e assentiu, como se aprovasse a resposta.

-Bom, e você Annab... – Quíron parou de falar quando Rachel se levantou, interrompendo a todos nós, mas o pior nem foi isso (apesar de suposta falta de respeito) até eu entender (mais tarde) o que estava acontecendo.

Um tipo de fumaça verde girou em volta dela, como se a dominasse, a boca dela se abriu e ela respirou fundo, e então os olhos adquiriram uma cor esverdeada.

Ela se virou para a direção dos filhos de Hermes, e eu senti um arrepio percorrer minha espinha enquanto me lembrava das palavras do homem desconhecido “Eu sinto que terá uma nova profecia, apesar de que acho que você não vai gostar”.

E eu sentia que Rachel – ou o oráculo, sei lá – estava me encarando.

E então ela começou a falar. A voz não era dela, muito menos os olhos – e os comandos do corpo – mas o pior... Foi quando eu soube que a profecia era para mim.

Uma semideusa não determinada

no olimpo é esperada

Após o desaparecimento de um herói

Apenas ela poderá salvar o acampamento

Se quiser sobreviver, ou padecer

Estará sendo aguardada no centro de poder.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Primeiramente: desculpem a demora.
Posto o próximo capitulo com no minimo 4/5 reviews.... Ainda acho que isso é pouco, masok.
E então pessoal, eu vou me explicar por que eu to demorando tanto pra postar: primeiro que eu tenho DOIS blogs o Kat Fanfics e o Cams Fanfics, sendo que o Cams está em fase de mudança e etc, (ele é para as minhas fanfics de famosos, mas se quiser mandar as tuas fanfics - não necessáriamente de famosos) basta entrar aqui: ttp://camsfanfics.blogspot.com.br/
Enfim, eu estou editando todo o blog, então, a coisa fica dificil e eu ando com pouco tempo pra escrever.
Eu acabei de sair da primeira bateria de provas e terça já começa a segunda (e ultima do ano - e desse trimestre) então, eu posso demorar um pouco pra postar e etc, por que eu preciso escrever aqui, mas juro que vou tentar continuar logo, ok?
Obrigado á todas que comentaram :D E OS FANTASMAS QUE TOMEM NO CÚ U.U (e comentem, obviamente #chatiada)