A Garota Dos Deuses escrita por CamsLaFont


Capítulo 3
Acampamento meio-sangue.


Notas iniciais do capítulo

NOTAS FINAIS AGORA! EU JURO QUE SE ÑAO LEREM EU RASTREIO UM POR UM! G.G eu juro q eu faço isso u.u



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Jensen simplesmente me puxou pela mão para o andar de cima, e meus pais logo nos seguiram.

Eles entraram no último quarto do corredor, que era o quarto de meus pais, e trancaram a porta, Jensen me segurou pelos ombros e falou.

-É importante você saber disso: A névoa é algo que impede os humanos normais de verem o que realmente são todos os monstros e o que eles fazem e também os impedem de ver os nossos tipos de armas.

-O que significa que se nós corrermos feito malucos com algo que está atrás da gente eles vão ver outra coisa, mas não vão ver o “algo” que está atrás da gente. – ele assentiu e tirou a mesma adaga que eu havia visto antes.

Meus pais abriram o armário e minha mãe entrou dentro dele, eu até pensei que ela ia se esconder ali, mas ela apenas havia entrado lá, e agora estava voltando com uma adaga – quase igual á de Jensen, tirando o fato de que essa era mais simples, e entregou uma nova espada para meu pai.

-Vocês vão... lutar? – perguntei. – não! – falei – Jensen, temos que ir embora daqui!

-Sim, nós vamos. – ele disse. – mas antes temos que matar o que quer que seja que está lá fora, para conseguirmos tempo, se sairmos agora, ele nos alcançará em plena Times Square.

-E eu faço o que? – falei.

Ele sorriu.

-Tente não morrer.

Alguns minutos se passaram quando foi possível ouvir a porta da frente bater com força na parede.

-Eu sinto seu cheiro! Semideusa! – ouvi uma voz feminina, meu pai e minha mãe trocaram olhares.

Jensen apenas se manteve impassível na minha frente, sem dar algum sinal de medo ou de que iria se esconder e me deixar ali, vulnerável.

Eu apreciei aquilo, mas também não gostei. Não entenda mal, eu gostei de Jensen me proteger e tudo mais... Mas... Era estranho, eu sempre soube me defender de caras safados, de possíveis ladrões e tudo mais, eu sempre soube dar cambalhotas altas como líder de torcida... E agora ele estava me protegendo como se eu fosse uma “donzela” em perigo!

Eu sabia que era estupido eu pensar assim, mas era quase impossível conter esses pensamentos, por que eles podiam lutar e eu tinha que me esconder feito uma idiota? Só por que eles achavam que eu era fraca?

Trinquei os dentes, eu não podia pensar dessa maneira. Eu tinha que ficar quietinha no meu canto, mais tarde eu veria como mudar meu status.

-Semideusa... Semideusa... – pude ouvir no segundo andar alguém ficar sussurrando meio como se fosse maluca, como se estivesse desesperada por aquilo.

Tranquei a respiração e dei um passo para trás.

Jensen me acompanhou, como se tivesse um olho nas costas – mas graças a Deus, ele não tinha! – e parou exatamente na minha frente, como estava antes.

-Semideusa. – a voz parou na frente da porta e um arrepio percorreu meu corpo inteiro.

Era difícil acreditar em tudo o que eu já havia ouvido e visto, mas quando a porta foi arrombada e Jensen e meu pai sacaram suas armas, enquanto minha mãe preparou a adaga em sua mão, eu não pude acreditar no que eu vi.

Era uma mulher, com escamas nos membros e... O rosto horripilante. E no lugar dos cabelos, tinham... Serpentes.

-Semideuses! – ela disse alegre. – prontos para serem... – meu pai desferiu um golpe com a espada, mas ela se defendeu com uma arma que tinha na cintura, com tudo, os dois começaram a duelar rapidamente, e eu comecei a ver a fadiga em meu pai.

-Ajude ele! – pedi desesperada para Jensen, mas minha mãe apenas se mantinha perto de Jensen e de mim, e Jensen não saia de maneira alguma de minha frente.

Jensen se manteve na minha frente, e minha mãe me olhou pedindo desculpas.

Um instinto percorreu todo o meu corpo e empurrei Jensen para o lado, e também peguei sua adaga de sua mão. Ele parecia surpreso de mais para me impedir.

Meu pai foi desarmado, e então eu fui mais rápida, desferi o golpe direto na nuca da criatura, fazendo-a virar pó.

Mas eu não esperei que ninguém viesse me parabenizar – apesar de que eu gostaria de ouvir isso, afinal, eu tinha matado minha primeira “inimiga”, apesar de que pensar que eu matei alguém não parece ser uma boa ideia – eu simplesmente olhei furiosa para Jensen e caminhei até ele.

Soltei a adaga dele no chão e o empurrei.

-Seu idiota! Meu pai estava perdendo e você simplesmente ficou parado olhando? Ele e todos nós podíamos estar mortos nesse momento! – bufei e lhe empurrei novamente. – você é um idiota! Retardado! E... – parei, o que eu mais poderia dizer que se adequava a verdade?

-Já deu? – ele perguntou e segurou minhas mãos, que estavam paradas em seu peito.

Bufei e me soltei dele.

-Você... – parei, pensando no que diria... – você... não fez nada! – eu queria brigar mais com ele, mas já havia dito tudo o que queria. Ele apenas deu de ombros.

-Bem... – ele suspirou. – acho que você tinha o direito de falar essas coisas, mas... Bom, eu fiz isso pois não queria correr o risco de você morrer. Nesse momento, vários semideuses lutam, treinando, para poderem manter o acampamento meio-sangue seguro, pois se o exército de Gaia aparecer por lá agora... – ele balançou a cabeça. – eu nem sei o que poderia acontecer.

-Filha, o importante é que todos estamos vivos, e vocês precisam ir agora! – disse minha mãe, ela me deu um beijo na bochecha, enquanto meu pai bagunçou meu cabelo.

Concordei, tentando pensar em um bom momento para pedir desculpas á Jensen. Tudo bem que ele havia sido bem idiota, mas os motivos até que eram um pouco bons.

Descemos as escadas correndo, enquanto íamos para a garagem. Meu pai sentou no banco do motorista enquanto minha mãe sentou no do passageiro. Jensen e eu sentamos atrás.

Depois da porta da garagem aberta, saímos cantando pneu pela rua, enquanto meu pai andava desesperadamente por entre os carros, desviando o mais rapidamente possível.

Paramos me uma fila, e meu pai batia os dedos impaciente no volante, enquanto Jensen e eu ficávamos olhando em volta desesperadamente.

-Cams, você precisa saber, que, primeiro: Quando você descobre ser uma semideusa, fica muito mais fácil os monstros lhe encontrarem, pois é como se seu cheiro ficasse ainda mais forte do que já é.

Concordei.

-Segundo, os monstros podem sentir o cheiro de medo de longe, então, por favor... – ele disse e fez um gesto com as mãos, tentando explicar, como se tivesse perdido palavras.

Por causa do meu TDAH* eu estava me remexendo ansiosa no banco do carro, enquanto tentava encontrar alguma coisa estranha que poderia ser um monstro.

*Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade.

A fila finalmente começou a andar, e logo já estávamos longe de todo o movimento, indo para uma parte mais afastada de Nova York.

Percebi que estávamos indo para Long Island.

-Para onde estamos indo? É muito longe? – perguntei, e comecei a perceber que o sol já se punha no horizonte, tirando o calor e a sensação boa (ou parcialmente boa).

-O Acampamento meio-sangue fica em Long Island – esclareceu Jensen – infelizmente, nem seus pais podem ve-lo, o que significa que eles vão nos deixar antes de começar a colina em que o acampamento fica, e, não, não fica muito longe de onde estamos agora. Em meia hora estamos lá, e mais dez minutos de caminhada, e pronto.

Concordei, mas ainda estava ansiosa. Eu precisava estar em segurança, precisava deixar meus pais para que eles pudessem voltar para casa em segurança, e precisava me desculpar com Jensen – e perguntar para ele quem era seu pai ou mãe.

O caminho de carro foi simples, de inicio não vimos nenhuma mudança na paisagem, até que os arranha-céus de Nova York foram substituídos pelos terrenos íngremes, más estradas e muitos terrenos com apenas vacas e touros pastando. Felizmente ainda tinha uma pouca luz vinda do sol, que já estava quase na linha do horizonte.

E então, uns vinte e cinco minutos depois do meu último contato com todos no carro, o carro parou.

Ou melhor... Pifou.

-Pai – resmunguei, torcendo para que aquilo fosse uma brincadeira de mau gosto.

Ele suspirou.

-O carro pifou. – isso é óbvio! Quis gritar, mas ele continuou. – vocês podem esperar eu consertar, ou podem continuar a pé.

Jensen suspirou e saiu do carro. Eu fiquei ali dentro, parada, esperando alguma coisa de bom acontecer. Meu pai me olhou pelo espelho retrovisor e saiu do carro. Apenas eu e minha mãe ficamos ali. Ela me encarou e sorriu.

-Vão, provavelmente isso vai demorar um tempo, você sabe como seu pai é com carros. – ela suspirou. – acho que até eu sou melhor que ele!

Nós rimos e ela passou a mão por meu rosto, e então me deu um beijo na bochecha.

-Eu vou ficar orgulhosa se você chegar naquele acampamento e botar pra quebrar com aqueles monstros, ok?

Concordei e me despedi dela, então saí do carro, me despedi de meu pai e eu e Jensen começamos a caminhar.

Depois de alguns minutos em silencio, eu falei.

-Me desculpe por ter feito tudo isso... – falei. – por ter lhe empurrado e pego sua adaga e tudo mais...

Ele sorriu.

-Você só seguiu seus instintos. – ele deu de ombros. – e o TDAH também faz você lutar melhor, então, era óbvio que você tinha instintos mais fortes para luta. Apesar de eu ter certeza de que seu pai não é o deus da guerra, Ares.

-Por que? – perguntei, surpresa por o TDAH ter alguma coisa. Será que a dislexia também tem alguma coisa boa?

-Por que eu não gostaria de beijar minha irmã. – ele disse como se fosse óbvio e eu levantei a sobrancelha.

-Seu pai é o deus da guerra? – perguntei sorrindo.

Ele concordou com um aceno de cabeça.

-Eu não sei o que ele viu em minha mãe humana, mas sim, ele é. – ele deu de ombros.

-E como você conseguiu se manter escondido em meu colégio por tanto tempo sem nenhum monstro lhe encontrar?

-Bom... – ele suspirou, e eu tive um pressentimento ruim. – na verdade, eles encontravam, alguns até haviam visto você, mas... Eu fui mais rápido, e naquela época os monstros não voltavam tão rapidamente da morte. – ele deu de ombros. – alguns até demoram um século para voltar, mas... ultimamente nem demoram um dia.

-Então quer dizer que um monstro pode aparecer agora e eu mata-lo... Mas ele vai se reconstituir rapidamente? – falei.

Ele concordou com a cabeça e eu comecei a andar mais rápido.

-O que mantêm o acampamento livre de monstros? – perguntei. Ele sem nenhum esforço começou a andar ao meu lado.

-Bom, é a arvore de Thalia. – ele disse e vendo minha cara confusa, começou a história. – bom, Thalia é filha de Zeus, um dos três grandes, os irmãos Zeus, Poseidon e Hades. – concordei, sabia disso. – enfim, ela tinha morrido no topo da colina, na entrada do Acampamento, e bem... Por sua coragem, seu pai, Zeus, colocou uma árvore ali, para que ela fosse sempre lembrada, e a árvore protege o terreno do acampamento. Mas então... – ele suspirou. – um dos seguidores de Cronos, envenenou a arvore. Percy Jackson, um filho de Poseidon, foi atrás do velocino de ouro – disso eu já havia ouvido falar, não do Percy Jackson, sim do velocino de ouro. – e ele conseguiu e tudo mais. – mas... Bem, quando ele colocou o velocino de ouro na árvore, não só a árvore reviveu. Mas Thalia Grace também. – ele disse. – mas ela não está no acampamento, ela é uma caçadora de Ártemis. – ele disse. – sim, Ártemis tem um grupo de... digamos assim, Alunas. – ele deu de ombros. – apesar de até mesmo eu ter um pouco de medo delas.

Mas eu mal estava ouvindo, estava mais pensando em Percy Jackson. Eu nunca havia ouvido falar nesse nome, mas parecia que ele já me era conhecido, como se... Balancei a cabeça, não, eu não conhecia nenhum Percy Jackson!

A sensação foi indo embora aos poucos, mas percebi que Jensen explicava alguma coisa sobre algum deus.

-... e o monte olimpo agora está no edifício Empire State Building.

-Em Nova York? Como que eu nunca soube disso? – ele riu.

-Bom, os deuses seguem a “chama”, pode-se dizer assim, onde tudo está mais forte eles se mudam, normalmente isso acontece de século em século. – concordei. – e você não sabe disso pois só quem é semideus, deus, ou monstro, sabe disso, ou alguns humanos “escolhidos” ou que trabalham lá para os deuses.

-Oh. – foi tudo o que eu falei.

Tudo o que estava acontecendo era estranho, mas eu já estava me acostumando.

-Por que TDAH tem haver com luta e por que eu tenho dislexia? – perguntei depois de alguns minutos caminhando e ele sorriu.

-Pois você é uma semideusa, é mais forte que humanos e sabe lutar melhor que muitos monstros, o TDAH te impede de ficar parada por muito tempo e bem... a Dislexia é por que seu cérebro não está conectado ao inglês, ou qualquer outra língua, e sim ao grego antigo.

Assenti, fazia sentido.

-Isso explica bastante. – resmunguei e Jensen riu.

-Bem, mas Quíron irá lhe explicar mais coisas quando chegarmos no acampamento, lá todas as suas duvidas sobre tudo poderão ser tiradas.

-Quem é Quíron? – perguntei.

-Ele é um centauro. – eu me lembrava vagamente do que eram centauros – e bem, ele é o diretor de atividades do acampamento. – levantei uma sobrancelha e Jensen deu de ombros. – e ele é filho de Cronos, mas não tenha medo, ele nos ajudou a derrotar o seu próprio pai quando o mesmo tentou invadir o olimpo para destruir os deuses.

Assenti, não estava com medo nem nada do tipo, deveria até ser legal conhecer um centauro.

Continuamos caminhando em silencio. Mas acho que nós dois perdidos em pensamentos. Logo nós dois começamos a subir um tipo de morro, mas era mais um tipo de colina, e olhei mais para a frente, vendo uma arvore grande, com algo dourado brilhando nela, e percebi que era aquela a arvore de Thalia, junto ao velocino de ouro.

Jensen sorriu, percebendo o que eu havia visto.

-Os campistas vão lhe receber bem, acho que principalmente Annabeth, acho que ela gostaria de você. – ele deu de ombros. – Annabeth é a namorada de Percy Jackson – ele de novo – ela é filha de Atena.

-Mas você disse que ele é filho de Poseidon, e Poseidon e Atena não se odeiam? – falei e Jensen riu um pouco.

-Verdade, mas os dois canalizaram o ódio para amor. – ele deu de ombros.

Me peguei pensando em mim e Jensen, pensando se nós éramos só uma farsa, para que ele se mantivesse perto de mim. Mas eu não tive tempo de perguntar sobre isso, pois ouvimos um chiado atrás de nós, e reconheci vagamente o som.

Jensen se virou mais rápido que eu, já preparado para atacar o que quer que fosse aquilo.

Me virei logo depois, surpresa por algo estar atrás de nós – e torcendo desesperadamente que fosse algum outro semideus indo para o acampamento.

Mas era claro que não era um semideus, e sim um monstro.

E o mais triste de tudo nem era isso. Eram dois monstros. Um dos monstros era o mesmo que havia me atacado por último. E ele/ela estava acompanhada de outra parecida á ela, mas algumas feições no rosto eram diferentes.

-Acho que não nos apresentamos cordialmente. – disse uma delas num sibilo. Era a que eu havia matado, já que a outra eu não conhecia. – eu sou Esteno, e essa é a minha irmã, Euríale. – ela deu de ombros desajeitadamente. – sentimos muito em ter de mata-los, mas é esse o ciclo da vida, meus queridos.


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Notas finais do capítulo

Então, é o seguinte pessoal, QUATRO pessoas comentáram no cap 1. E só 2 no capitulo dois.
Tão zoando com a minha cara né?
Eu só peço 3 comentários, ok? SÓ ISSO! Tão dificil assim?
Eu ia postar segunda, mas fiquei com preguiça, ontem mal entrei na net, e hoje só agora consegui vir pro pc. Então realmente espero que comentem! u.u
Obrigado e sinto muito pelos erros de português e sobre os deuses gregos.