A Matemática De Vítor Cost. escrita por LittleLucas


Capítulo 3
3




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Sujo no branco.

“Amor, vou ter uma reunião com os colegas hoje, tudo bem?”. Maitê falou enquanto prendia seu cabelo ainda muito longo e quase sem corte.

“Tudo bem, eu aproveito e marco de sair com o Doug e a Elisa.”

“Ah que bom, manda um ‘Oi’ pra eles por mim.”, ela respondeu animada.

–---

Naquele dia cheguei no trabalho, e até tentei evitar Manuela, mas ela estava fogo, fogo, estava com Gisele. Merda dupla.

“E ai, Vivi, como é que está a Maitê?”, perguntou Gisele sentando na minha mesa.

“Melhor do que você, que parece estar com anorexia.”

“Filho da puta.”, Gisele falou me olhando com a cara mais nojenta que uma modelo sem expressões pode fazer.

“Tá bom né, Cost?. Respeito.”, falou Manuela tentando muito mal não parecer pretensiosa.

“Respeitar quem?, eu não devo respeito nenhum á ela, e o respeito que eu devo a você é só por ser minha chefe.”, aaaa, deu pra ver a raiva das duas aumentarem.

–---

“Cara, vê se pode, vadia vir falar comigo como se tivesse razão.”

“Até hoje, eu não entendo o porque de você ainda estar lá, duas ex-namoradas suas no mesmo lugar, nunca é bom, tirando o fato de que a pior delas é sua chefe.”, foi o que Elisa disse enquanto pedia o seu uísque de costume. Até hoje, EU não entendo como ela consegue trabalhar de terno o dia inteiro, e ainda no final do dia tomar uísque. E o pior é que ela diz que se não fosse o uísque do fim do dia, ela não aguentaria nada disso, nem terno, nem trabalho, nem a tarde, nem o calor. “Não, corrigindo não sei quem é pior, a riquinha turbinada, mimada e egocêntrica, ou a vadia anoréxica, manipuladora e fresca.”

“Concordo com ela...”, Douglas falou, era a única coisa que ele fazia e falava, concordava com Elisa.

“Sabe, Doug, você já foi mais prestativo.”, eu falei meio decepcionado com o meu amigo que agora era um homem domado.

“É, eu sei...”, ele falou sem prestar muita atenção, passando a mão no cabelo.

“Gente, tá na minha hora.”

“Não, calma ai, acabou de abrir um local aqui perto, eu tava afim de conhecer, o que vocês acham?”, disse Elisa, prendendo o cabelo escuro em um rabo de cavalo e tomando o último gole do seu grande copo de uísque.

“Ah, eu acho melhor eu ir, quero estar em casa quando Maitê chegar.”

“Ah não, Cost, vai dizer que perdeu as bolas, também?”

“Não, claro que não...”, eu realmente queria pra casa, queria o meu conforto, mas a Elisa tinha que fazer isso sempre né?... Me desafiar.


O local era um lixo, um lixo mesmo, o tipo de lugar que faria um fã de rock como eu, odiar rock e era exatamente o que estava acontecendo.

Eu estava odiando Pearl Jam. Tinha uma fumaça pairando no lugar, o pior, era uma fumaça de cigarro, de maconha e de bongs. Gente que pagava qualquer coisa pra ficar doida.

“Eu não sei onde tua cabeça estava, quando achou que vir aqui seria uma boa idéia, mas nós já viemos, e agora nós já vamos é embora. Provavelmente o Adam, deve estar sentindo a tua falta.”, eu falei quase gritando para me sobressair contra o som alto, e sendo bastante irônico com a última parte, já que abertamente nunca gostei do namorado, e agora marido de Elisa.

“Ah, Vítor querido, o Adam tá viajando, então cala essa boca, e não fode.” Elisa respondeu com raiva, exatamente como ela fala toda vez que ironizo Adam.


Olhando mais um pouco, Doug se exaltou e falou algo no ouvido de Elisa.

“Que foi?”, eu perguntei mais uma vez gritando, dessa vez tentando fazer minha voz soar mais alta do que a voz do Kurt Cobain.

“Nada Vitor, você não tava querendo ir embora?”

“Ah, enfim, quer dizer, olha pr...”, enquanto eu girava para dar ênfase minha visão focou algo, e eu fui obrigado a calar a boca, sentindo a minha voz sumir garganta abaixo, e meu amor escapar um pouquinho dos meus olhos.

Maitê. Ela estava lá, em um canto, limpando o resto de cocaína de seu nariz, puta merda, cocaína, e com gente que eu nunca vi na minha vida. Definitivamente não eram seus colegas de trabalho, não tinham cara de jornalistas.

“Eu não queria ter que te falar isso, mas eu te avisei.”, eu sinceramente acho que Elisa se divertia com isso, ela sempre falava as coisas, e elas sempre aconteciam, claro que dessa vez eu não acreditei nela, já que ela vivia de terno e gravata, e obviamente odiava os alternativos, achava todos eles uns puta maconheiros, que só sabem reclamar da vida. E aparentemente Maitê era um deles. “E agora o que você vai fazer?”.

Talvez eu tenha respondido, talvez eu não tenha, sinceramente não lembro. Eu só me virei e sai, puxando Elisa pela mão, foi puro reflexo, eu só queria sair dalí e eu queria naquele exato momento, e fingir que não vi nada, Douglas simplesmente veio atrás, se esbarrando loucamente nas pessoas. Eu desliguei, voei e virei o homem do espaço. Porque era assim que eu me sentia, como se estivesse no espaço, vazio, pairando, e sentindo saudades da minha terra.



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