Dont Let Me Fall escrita por alwaysbemyBela


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Oi meninas, recuperadas do beijo Rozera? UHASUASHUAS
Que tal agora descobrirmos o que a Lissa está achando de tudo isso?
Vaaamos ao cap!



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Olhei ao redor e não reconheci de imediato o lugar que estava, ainda era um quarto, mas não o meu da Corte. Só que ele tinha algo familiar, as paredes claras, as poucas mobílias. Apenas uma cama, uma escrivaninha e um armário. Como os quartos de St. Vladmirir. Era isso, eu estava em algum dormitório da Academia, olhei novamente ao redor e então soube de quem era.

Uma foto minha e de Lissa estava em um porta-retrato em cima da escrivaninha, nossa última foto juntas quando ainda vivíamos entre os humanos. Nós sorriamos para a câmera com expressões infantis, nosso único problema na época era garantir que não nos encontrassem, mas mais uma vez eu falhei. Balancei a cabeça para afastar os pensamentos.

Pelo reflexo do espelho vi que minha roupa também estava diferente, eu estava com um leve vestido vermelho que ia até o meio das minhas coxas e tinha um belo decote. Balancei a cabeça novamente, mas dessa vez em desaprovação. Ele não cansava de me vestir para esses sonhos?

- Adrian? – Perguntei girando pelo quarto, procurando por ele.

Então a porta do banheiro se abriu, e de lá saiu à última pessoa que eu esperava encontrar, mas a única pessoa que eu mais queria ver. Senti lágrimas escorrerem pelos meus olhos assim que a reconheci.

Ela estava linda, um vestido branco que descia flutuante até o chão, muito parecido com o que usava naquele fatídico dia. Seus cabelos platinados caiam soltos pelos ombros, e seus olhos jade brilhavam em contrate a sua pele mais pálida que o normal.

- Rose. – Lissa sorriu abrindo os braços para que eu a abraçasse.

Eu corri em sua direção, abraçando tão forte que poderia quebra-la em pedaços graças a minha força de Dhampir. Mas ela não reclamou, então apertei ainda mais o abraço, para que ela nunca pudesse sair dali, nunca mais. Mas ela tirou os braços do meu pescoço e empurrou meus ombros para trás, criando um pequeno espaço entre nós.

- Me perdoa, me perdoa! – Eu soluçava.

- Rose, não. Eu não tenho o que perdoar e você não têm do que se culpar. Por favor, pare com isso. – Lissa falou repreensiva pegando meu rosto entre as mãos.

- Mas Lissa, eu deveria ter te protegido, deveria ter te mantido viva. – Insisti entre as lágrimas.

- E você poderia estar morta, e eu não poderia suportar isso.

- E você acha que eu posso? Tem sido o inferno Liss. – Minha voz subiu o tom.

Me afastei do seu toque e me sentei na cama.

- Eu sinto muito. – Ela disse se sentando ao meu lado e segurando uma de minhas mãos.

- Como você está? – Perguntei contendo um pouco as lágrimas.

- Bem. – Ela disse simplesmente.

- Doeu? – Uma pergunta estúpida, eu sei. Mas vai dizer que você nunca pensou em como seria morrer.

- Foi tão rápido. – Ela fez uma careta, seus olhos desfocados, provavelmente lembrando-se de como tinha sido. – Doeu muito no começo, mas depois ficou tudo em paz.

- E você já encontrou seus pais e Andre?

- Sim, toda a minha família. – Um pequeno sorriso estampou seu rosto.

- E Mase?

- Sim. Ele está bem também Rose, você não tem com o que se preocupar.

Imagens de um Mason translucido com a expressão triste invadiram minha mente, mas fizeram com que eu lembrasse algo.

- Eu tentei te ver tantas vezes Liss.

- Eu não podia. Você estava muito fragilizada, só iria piorar as coisas. Nós não podíamos abusar do espírito naquele momento.

- E porque agora? Não que eu esteja reclamando, mas porque só agora você apareceu?

- Eu sei que você e Christian se beijaram hoje. – Ela falou olhando para nossas mãos dadas em cima da cama.

- Lissa, me desculpa, eu não sei o que aconteceu, foi uma coisa de momento. Não vai se repetir.

- Não Rose, você não entendeu. – Lissa deu uma leve risada e era como se aquele pequeno gesto iluminasse todo o quarto. – Eu não vim brigar com você, eu vim dizer que você não pode mais se prender a mim. Eu estou morta Rose, e não irei mais voltar.

Uma lágrima solitária escorreu pelo seu rosto, mas o sorriso iluminado ainda estava lá.

- Você e Christian são livres para viver o que quiserem.

- Liss, não...

- E sabe, eu acho que até aprovo vocês dois. – Ela me interrompeu. – Pelo menos eu sei que irão cuidar muito bem um do outro, e que nenhuma vadia vai fazê-lo sofrer. – Seu tom um pouco sonhador e divertido.

- Não Lissa, não existe nada entre nós, e nunca vai existir.

- Nunca diga nunca Rose.

Com isso, as paredes do quarto começaram a se desmanchar, tudo ao nosso redor tremia e Lissa foi ficando cada vez mais pálida.

- O que está acontecendo? – Perguntei sentindo as lágrimas voltando ao meu rosto.

- Eu tenho que ir. Eu te amo Rose, eu te amo muito minha irmã. Cuide de Christian, vocês serão muito felizes juntos. – Ela piscou para mim.

- Não Lissa, não vá. Por favor. – Eu tentei segurar seus braços, mas eles ultrapassaram a figura agora translucida de Lissa.

Então tudo sumiu e eu estava novamente em meu quarto. As lágrimas rolavam por meu rosto descontroladamente, eu me senti mais sozinha do que nunca. Deitei novamente na cama, mas não conseguia nem fechar os olhos. Me levantei e fui até o banheiro, lavei o rosto e a nuca, tentando me acalmar, mas nada parecia funcionar. Coloquei um moletom e sai de meias pelo corredor do dormitório dos visitantes, até a porta da única pessoa com que eu me sentia bem.

Bati na porta levemente, mas depois de alguns minutos de silencio total dentro do quarto, bati novamente com mais força, e de novo, até que ouvi Christian resmungar um ‘já vai’ e a porta se abrir, revelando seu pálido corpo musculoso apenas em uma samba canção preta de seda.

- O que aconteceu? – Christian perguntou alarmado.

Eu não consegui responder, apenas afundei meu rosto em seu peito e permiti que as lágrimas voltassem. Ele passou os braços pelas minhas costas e foi nos levando até a cama, me sentou e me abraçou até que eu conseguisse me controlar um pouco.

- Eu sonhei com Lissa. – Disse fungando.

- Está tudo bem, foi só um sonho. – Ele disse afagando meus cabelos.

- Não Christian, era como se fosse induzido pelo espírito. Ela estava mesmo lá. Eu sei disso.

Seus olhos azuis se arregalaram e pude ver dor passar por eles.

- Ela está bem? – Ele sussurrou com a voz fraca.

- Está. Ela está linda, Chris, linda. – Choraminguei.

- Eu gostaria de poder sonhar com ela também. – Ele murmurou com uma ponta de ciúmes. – E o que ela disse?

- Que eu preciso parar de me culpar e que nós dois formamos um bom casal. – A última parte saiu meio irônica, e ouvi Christian rindo.

- Ela apareceu no seu sonho só para dizer isso?

- Acredite se quiser. – Eu disse e um bocejo escapou.

- Melhor a gente dormir.

- Eu... Eu não queria ficar sozinha. – Sussurrei.

Christian pegou meu rosto entre as mãos e o levantou para que eu olhasse para ele, um pequeno sorriso faziam seus olhos sonolentos brilharem. Então ele me deu um leve beijo e me puxou para seu peito, nos deitando na cama.

- Se você roncar, te chuto daqui. – Ele disse antes de nos cobrir.

Revirei meus olhos e me aconcheguei ao seu lado, fechando os olhos e permitindo que a inconsciência me levasse.

Acordei com os últimos raios de sol e as pernas de Christian em cima de mim. Eu me sentia um pouco cansada, devido a todos os acontecimentos da madrugada, olhei para ele que dormia profundamente e lembrei-me do que Lissa disse. ‘Vocês serão muito felizes juntos’.

- Ela só pode estar louca. – Murmurei saindo sorrateiramente da cama e do quarto.

Cheguei ao meu quarto e fui direto para o chuveiro, um banho longo e quente. Sai e sequei meu cabelo. Como vivíamos entre os humanos eu não usava mais o uniforme dos guardiões e mesmo agora na Corte, Christian não gostava que eu usasse, então coloquei um jeans claro e um suéter azul marinho e fui para o refeitório.

Já estava quase lotado, fui direto para fila e pedi algumas rosquinhas e dois chás, peguei minha bandeja e parei no corredor procurando um lugar para sentar quando uma voz me chama.

- Rose, venha, sente-se com a gente! – A voz infantil de Mia vinha do meu lado direito, me virei e encontrei a mesma menina de sempre, seus cachos loiros caídos agora um pouco abaixo do ombro e ela estava impecável em um vestido azul bebê de alcinhas.

Assim que me aproximei ela me abraçou um pouco torta, graças à bandeja.  Ao seu lado estava um Moroi dos olhos verdes pálidos e cabelos castanhos claros. Ele sorriu simpaticamente para mim, mas seus olhos não saiam de Mia.

- Esse é meu noivo, Frederico Conta. – Seu sorriso se iluminou ao me apresentar a ele.

- É um prazer conhecê-la Rose, sempre ouvi maravilhas ao seu respeito. – Frederico disse apertando minha mão.

- Posso imaginar quais maravilhas são essas. – Respondi com uma careca

- Ai está você. – Christian chamou tirando minha atenção dos dois.

- Não quis te acordar. – Dei de ombros explicando minha escapada.

Christian se sentou ao meu lado e roubou uma de minhas rosquinhas, rosnei para ele, que só riu e continuou comendo.

- É bom ver que vocês estão se dando tão bem, jurava que iriam se matar depois de uma semana juntos. – Mia disse rindo da nossa pequena cena.

- Vontade nunca faltou. – Murmurei puxando minhas rosquinhas para longe dele.

- Não foi o que pareceu ontem! – Christian provocou maliciosamente fazendo Mia e Frederico arregalarem os olhos. 


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Notas finais do capítulo

Como eu disse em alguns comentários: Christian vai enlouquecer a Rose :x UHASUHASUHASUHAS