Dont Let Me Fall escrita por alwaysbemyBela


Capítulo 4
Capítulo 4




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“Aqui jaz Vasilisa Sabina Rhea Dragomir. Amada por todos. ”

O vento balançava meus cabelos e consequentemente secava minhas lágrimas que escorriam enquanto eu encarava a lápide de pedra a minha frente. Uma profecia não saia da minha cabeça.

“O tempo cura tudo”.

Não sei quem foi o idiota que inventou isso, porque é mais pura besteira. Já faz um ano que perdi Lissa e não se passou um dia em que eu não sentisse a dor da sua partida e sua falta. Como eu sentia sua falta!

— Me perdoa Liss, me perdoa por não ter sido capaz de te salvar. – Eu sussurrei entre as lágrimas.

O cemitério estava vazio, eu estava sentada do tumulo dos Dragomir, no horizonte o sol ameaçava nascer, clareando um pouco a noite sem estrelas. Lembranças dos meus últimos dias aqui começaram a passar pela minha cabeça.

Eu tinha vindo ao mesmo lugar antes de ir embora, vim me despedir de Lissa, mesmo sabendo que a levaria comigo onde quer que eu esteja. Eu contei a ela sobre a decisão de Dimitri, contei também que eu gostaria de ir atrás dele, mas depois de um tempo sentada naquele mesmo lugar, percebi que seria em vão.

Eu tinha movido céus em terras para trazê-lo de volta, eu o tinha perdoado e jamais o culparia pela morte de Lissa e por Tasha ser uma psicótica louca por ele, mas mesmo assim ele quis ir embora, mesmo depois de tudo. Eu não podia força-lo a nada, não podia obrigar ele a se perdoar e a ficar comigo.

Uma lágrima solitária escorreu pelo meu rosto dessa vez, mas sequei antes que começasse a chorar novamente. Chorar pela saudade de Lissa já era o suficiente.

— Christian e eu estamos sobrevivendo bem, acabamos de chegar da França. Acredita que ele me fez fazer cursos de culinária com ele? Um saco, mas pelo menos comi muito bem durante todo esse tempo. - Não consegui segurar o sorriso pelas lembranças de Christian nos arrastando pelas cidades da França querendo aprender pratos novos. - E você ficaria muito orgulhosa, ele virou um ótimo lutador. Consegue até me dar uma surra, embora ainda continue péssimo no quesito corrida. Nós estamos nos dando bem Liss, cuidando um do outro, ele está se saindo um amigo melhor do que eu esperava.

Continuei contando para ela das nossas últimas aventuras até que passos ecoaram pelo cemitério me fazendo virar para ver quem era.

— Posso me juntar a vocês? – Christian perguntou se sentando ao meu lado.

— Claro. Estava contando as novidades. – Dei um pequeno sorriso e ele me passou o braço pelo meu ombro, me alinhando em seu peito.

— Contou que eu já matei 10 Strigois? O guardião agora sou eu. – Ele disse olhando para lápide, estufando o peito de orgulho.

— Onde você estava? - Perguntei mudando um pouco de assunto.

— Com Mia. Ela estava me contando às novidades, pediu para você passar lá amanhã. – Ele disse sem muito interesse.

— E como estão todos?

— Bem. Adrian ainda não voltou e agora Eddie e Jill estão com ele, Srt. Karp e o Guardião Tanner voltaram para St. Vladimir, e Mia está noiva de um Conta.

— Que ótimo, espero que Adrian e os outros estejam bem também.

— Eles estão. – Christian finalizou esperançoso.

Então deitei minha cabeça em seu peito e ficamos ali em um silencio confortável, cada um perdido em seus próprios pensamentos, até que o sol já estava alto no céu.

— Está com sono? – Ele perguntou quando me levantei para me espreguiçar.

— Nenhum um pouco. – Bufei. Estar acostumada com o horário humano era um saco.

— Vamos treinar então? – Uma nova animação exalava dele.

Não precisei responder, nos levantamos e saímos correndo para o ginásio, em nossas ocasionais apostas. Christian chegou um pouco ofegante, e eu me sentei no chão para descansar um pouco.

— Já está cansada Rose? – Ele provocou.

Me levantei em um pulo, parando em sua frente em posição de ataque, ele sorriu e se posicionou a minha frente. Ele levantou um braço e fez sinal para eu avançar. E assim o fiz, chegando perto o bastante e acertando um soco em seu peito, seguido por outro no baço. Ele logo retribuiu com um soco em meu ombro e no estomago.

Acertei uma joelhada em sua coxa, fazendo ele se inclinar um pouco pela dor, e aproveitei e dei outra em seu estomago. Christian levantou um pouco irritado, e me passou uma rasteira, me derrubando e subindo em cima de mim, mas antes que todo o seu peso me imobilizasse, me virei de lado e acertei um chute em seu peito, fazendo com que ele ficasse em pé e me levantei, dando um chute na lateral do seu corpo.

Ele conseguiu acertar mais alguns socos e eu desviava de outros, até que ele me deu um soco na lateral da cabeça que me deixou um pouco tonta, ele percebeu e pulou para cima de mim, nos derrubando novamente. Eu consegui dar um soco em seu rosto e o afastar de mim, mas Christian era bem maior, conseguindo imobilizar meus braços apenas com uma mão, enquanto suas pernas prendiam as minhas contra o chão.

Seu corpo agora musculoso por tantos treinos e malhação cobria todo o meu, seu peito subia e descia contra o meu graças a sua respiração ofegante, nós estávamos tão perto que apenas o vento separava nossos rostos e naquele momento algo mudou entre nós.

Os olhos azuis gélidos de Christian me encaravam com expectativa e confusão, ele ia dos meus olhos a minha boca, e repetia o ato diversas vezes. Eu estava consciente daquele homem em cima de mim, e essa era a única maneira que eu o enxergavam agora, como um homem, não o garoto chato que vivia me atormentando.

Então seus lábios colaram no meu, em um leve e rápido beijo, ele voltou para posição inicial, me olhando novamente, e como eu não demonstrei nenhuma reação, ele continuou. Agora seus lábios se mantiveram nos meus, prolongando o beijo, eles se encaixavam com naturalidade. Ele soltou meus braços e entrelaçou uma mão na minha, descendo a outra até minha cintura, e eu me vi segurando sua nuca, para que ele não se afastasse. Era isso, eu estava beijando Christian Ozera.

Oh merda, eu estou beijando Christian! A razão voltou a mim, e eu o empurrei, tirando minhas pernas de baixo das suas e me arrastei para ficar um pouco longe. Christian ficou ajoelhado onde estávamos me olhando divertido.

— Até que não foi tão mal assim. – Ele provocou escondendo um sorriso.

Balancei a cabeça exasperada, ele não levava nada a sério?

— Esse foi o seu melhor, Ozera? – Retruquei tentando não demonstrar nenhuma emoção, me levantei e ia me virando para ir embora.

Mas antes que eu desse mais um passo, uma mão passou pela minha cintura e me puxou contra ele, deixando nossos corpos colados. Christian levou a mão livre até meus cabelos, enroscando-se e puxando levemente minha cabeça para cima, para que eu pudesse olha-lo e assim que eu o fiz, sua boca estava na minha, mas dessa vez com urgência, sua língua pedindo passagem e eu abri a boca permitindo, ele apertou o braço em minha cintura, nos colando ainda mais.

Um arrepio percorreu minha espinha, antes que eu pudesse processar, já estava segurando seus ombros e o puxando para mim. Meu corpo reagindo a ele de uma maneira que eu pensei que nunca mais conseguiria. Tudo bem que a falta de contato por todo esse tempo deve estar ajudando, mas tinha mais, eu podia sentir meu coração batendo acelerado em meu peito, e o de Christian não estava muito diferente.

Tão rápido como começou, o beijo terminou. Ele afastou o rosto do meu, mas sem soltar minha cintura.

— Vai dizer que não gostou. – Ele sussurrou malicioso contra meu rosto. Eu continuava de olhos fechados, tentando acalmar todas as emoções que passavam por mim.

— Não foi tão mal assim. – Eu sorri repetindo as palavras anteriores dele.

Me livrei de seu aperto e sai do ginásio, tentando ao máximo não correr até meu quarto. Quando cheguei, joguei minhas roupas em um canto e fui direto para o chuveiro, a água fria em contato com meu corpo, clareando meus pensamentos confusos.

Christian tinha me beijado, e eu correspondi. Não só correspondi como tinha gostado, e muito. Isso estava errado, ele era o namorado da Lissa, e ele era o Christian, o bom e irritante Christian. Um sorriso involuntário escapou por meus lábios.

Isso estava errado, eu repeti mentalmente tentando fugir das memórias dos beijos, do toque dele em minha pele, tão cuidadoso e gentil. Seus lábios macios contra os meus, foi um beijo tão bom.

Não, não, não. Isso estava realmente errado.


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Notas finais do capítulo

Primeiro beijo Rozera *-*
Ficou muito estranho? Me contem o que acharam, poooor favor!