Hazel

Entramos no Jipe, digo no Robert, e eu vi a paisagem de Fort Greene sendo substituída por ruas e avenidas pouco movimentadas.
Era uma manha cinzenta, nuvens de chuva rondavam a cidade, ameaçando uma tempestade. Aos poucos começaria a chuviscar.
Eu particularmente gostava disso, quando me sentia infeliz e o clima parecia refletir meu estado emocional. Simplesmente não suportava quando acontecia o contrário, eu estava triste em um belo dia de verão, parecia que o tempo queria jogar na minha cara que todos estavam felizes menos eu.
Pensei no que tinha acontecido na noite anterior.

Flash Back On

Quando todos deitaram na grama para dormir, eu me sentia inquieta e agitada, como se meu corpo soubesse que algo estava prestes a acontecer.
Tentei relaxar, respirar fundo, contar até 10, mas nada parecia adiantar.
Foi quando minha mochila começou a esquentar, no começo eu nem notei, mas depois, parecia que alguém havia posto uma lamina fervendo dentro dela.
Com cuidado abri o compartimento maior, dentro estavam um muda de roupa, ambrosia e néctar. Nada fervendo ali.
Abri o compartimento do meio, onde eu deixei minha adaga nova, se é que eu podia chamar aquela bela arma de minha.
Arfei.
Era ela, a adaga, o tecido da mochila derretia a sua volta, sua lamina branca adquiria um tom levemente dourado.
Tirando isso, não havia nada de errado com ela, a adaga sequer aparentava estar quente.
Hesitei, eu pretendia pega-la, mas ver o que ela fazia com minha mochila me fez pensar duas vezes.
Inesperadamente a adaga flutuou 2 metros acima do chão, me fazendo olhar para cima.
Levantei e ela acompanhou meu movimento, ficando cara a cara comigo.
Eu não queria que alguém acordasse e me visse com uma lamina incandescente, dei alguns passos em direção a floresta a dentro, a adaga me seguiu, sempre mantendo uma distancia de menos um metro entre nós.
Percorri alguns metros e parei diante de 3 árvores, não era muito longe de onde os outros estavam, assim eu podia voltar qualquer hora.
Agora a lamina agora estava totalmente dourada, cintilando a minha frente. O que ela estava querendo?
Talvez quisesse que eu a tocasse, dei um passo em direção a ela, desta vez a adaga não se mexeu.
Estendi a mão em sua direção, com cautela, como se eu estivesse acalmando um animal assustado.
Deixei meu dedos encostarem de leve a adaga, entrelacei-os em torno de seu cabo. Puxei-a para mim, um choque percorreu meu corpo e eu fui lançada alguns metros para trás.
Minha visão ficou turva, eu tentei levantar mas não tinha forças, minha garganta parecia querer entrar em combustão.
– Hazel? - Ouvi a voz de Nico vindo de algumas árvores.
– Hazel? O que aconteceu? Onde você... - Ele se calou quando me viu.
Depois disso, eu desmaiei.
Acordei com Nico ao meu lado, ainda estávamos no lugar em que a adaga havia me dado um choque.
Ele estudava a lamina, que agora voltava ao branco marfim.
– Hazel, olhe. - Ele apontou uma inscrição na lamina. Que definitivamente não estava lá antes.
Olhei para as letras cursivas, estava escrito em grego:
Φουντούκι
– Avelã. - Traduzi.
– Hazel, seu nome! Hazelnut em inglês é avelã! A adaga te escolheu, isso não é boa coisa. - Ele disse olhando nos meus olhos.
– Hmm, melhor ir dormir. Vai ficar tudo bem, só precisamos saber ao certo, o que isso significa. - Nico falou.
Eu assenti e levantei. Voltamos para o "acampamento" e eu tentei dormir novamente, mas era impossível. Os pensamentos ecoavam em minha cabeça, eu conseguia imagina milhares de coisas ruins que poderiam acontecer por causa daquela adaga.

Flash Back Of

Agora eu tinha prometido a Julie contar tudo, mas primeiro eu precisava saber o que significava aquilo. Como assim a adaga me escolheu?
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LEIAM POR FAVOR:

Gente, eu só queria avisar que a fanfic "As Crônicas de Aly" ja foi lançada e tem 3 caps.
O 4 esta em andamento, eu estou tentando fazer caps maiores para essa fic, entao demora um pouco mais do que os caps de "O Rapto de Silena"