Quando eu menos esperava ao piscar de olhos, algo quente se envolveu ao meu corpo. Aliás quente e frio ao mesmo tempo, um tipo de combinação perfeita entre atmosferas distintas. Algo talvez inimaginável e confortavelmente bom. Algo.. Nunca sentido.
– D-Desculpa. - Diz Juvia olhando fixamente o chão para esconder sua vergonha.
– Tudo b-.. -Gray então é interrompido por alguns garotos que começaram a lhe contar sobre algo que teria acontecido a classe ao lado enquanto estávamos fora. Irônico que no momento em que estou com ele algo sempre nos separa.
– Então a garota começou a chorar!! - E os meninos então choravam de rir pelo fato que aconteceu, mas eu realmente não sabia o que era. Pois também não conseguia parar de pensar no abraço que lhe dei.
Mas ao fim fiquei sabendo que uma garota entrou na sala gritando chamando por um menino na classe, tropeçou e caiu no chão. Algo realmente inútil.
E como sempre as horas passaram devagar em quase todas as aulas, entediantes e chatas, não via a hora de chegar em casa.
Quando de repente, algo foi jogado em minha mesa, aparentemente o papel de um caderno.

“ Está tudo bem com você Juvia?
Gray.”

Como de costume o coração de Juvia saltou ao ler o nome “Gray” e ver o quão desajeitada mas ao mesmo tempo unica e bonita é sua letra.

“ Sim, está tudo bem... Mas porquê? “

Respondeu Juvia tentando fazer a melhor letra possivel e jogando o papel de volta na mesa do garoto.

“ Você parece meio... deprimida.”

Ao ler as seguintes palavras a garota pensa se sem perceber ela estivesse demonstrado isso mesmo não querendo. E se paralisou por um segundo pensando nas possiveis mentiras que poderia ali dizer.

“ Triste? Mas porquê? Eu já esqueci o que aconteceu... Pode ficar tranquilo. “

E de novo joga o pequeno papel já quase todo amassado na mesa de Gray, dando junto um sorriso de canto de boca para afirmar o que havia escrito.

“ Ok então! “

O garoto devolve o papel e retribui o sorriso, que faz Juvia ficar quase sem respiração. Algo totalmente vergonhoso pois Gray parece notar, mas com inocência não pensa na real verdade daquela reação.
As aulas começam a passar rapidamente com o decorrer do tempo, e logo toca o sinal afirmando que já era intervalo. Juvia pega seu bentô e vai para a mesa mais longe de toda população daquele colégio, logo sozinha começa a comer. Quando está quase para acabar, Gray chega e se senta ao lado de Juvia com um Pão em mãos.
– Sozinha como sempre em? - O menino da um pequeno sorriso.
Juvia não responde, ainda pensa no que havia acontecido mais cedo e que acabará dando vergonha de olhar diretamente para Gray.
– Hm, me desculpe por hoje cedo. Eu estava mesmo querendo te ajudar, mas acho que acabei só atrapalhando... - E então ele toca no assunto mais temido pela garota.
– T-Tudo bem, aliás eu que peço desculpas, você não deve me defender pois assim só fará eles te odiarem. Tanto quanto não deve nem falar e ficar perto de mim, assim eles também te odiaram mais e mais.
– Olha Juvia, eu realmente não ligo para o que eles acham ou se eles podem me odiar ou gostar de mim pelos meus atos, só não deixarei de falar com você por causa de outros. Você é realmente legal eu gosto disso, e é o que importa. - Ao mesmo tempo que o garoto dizia a palavra final de sua frase, pegou a mão da garota e a puxou fazendo-a se levantar de imediato, e a deixando corada pelo simples toque.
E de repente um ser aparece de algum canto e a abraça fazendo Juvia ficar cara a cara com o mesmo. Ela não o conhecia e pelo mesmo fato nem sabia quem era, um louco talvez? Aliás o que ele quer me tirando assim da mãos do Gray em um momento tão propicio? Alguns desses pensamentos rondavam pela mente da garota.
– Olá, Juvia-chan. - Um garoto de cabelos brancos e olhos negros realmente bonito e com um sorriso talvez um pouco tarado.
– O-Oi - Diz Juvia com os olhos arregalados.
– Ah, não faça essa cara minha querida. Você é mais bonita que isso, vamos tente sorrir. Sorria, sorria! - Então o garoto de cabelos brancos puxa as bochechas da garota em uma tentativa fail de fazê-la sorrir.
– Q-Quem é você? - Grita Juvia ao mesmo tempo desgrudando as mãos do menino de seu corpo, algo realmente difícil pois ele havia a segurado com muita força.
– Lyon Bastia, ou pode me chamar de amor. - O garoto então sorri irônicamente.
– C-Como você me conhece? - Diz a garota confusa.
– Bem, podemos dizer que tive uma paixão pela primeira vista por você. - E o garoto solta então mais um de seus sorrisos, algo realmente fofo demais pra ele.
– Paixão? P-Pela primeira vista? - Diz Juvia ainda mais confusa com as palavras que Lyon a dizia.
– Sim, você é como uma chuva em um dia nublado, mas não uma qualquer, aquele que com um pingo nos toca a alma.
Juvia não o responde, simplesmente o encara com uma expressão de como se o acha-se louco. Gray então finalmente reage depois de ficar o tempo encarando o que Lyon dizia a garota.
– Deixe-a em paz. Ela não é igual as outras então não a tente magoar, ou mentir. Se fizer algo do tipo, simplesmente o mato. Então fique longe.
Juvia fica surpresa ao ouvir tais palavras do garoto e quando o olha, vê uma expressão totalmente fria, como se algo tivesse o feito ficar com raiva, algo não muito normal do Gray. Um barulho ecoa de fundo, um barulho fino.. um grito. Alguém chamando por um nome, que no fim parecia se assimilar mais como um “Lyon”. Então uma coisa se atira em cima do próprio garoto que com consequência o faz cair de costas no chão. Cabelo rosa, olhos azuis e o corpo um tanto estrutural, uma garota realmente bonita.
– Sherry? - Diz Lyon coçando a cabeça como se a mesma estivesse doendo pelo tombo.
– Onde você estava Lyon? Fiquei te procurando o tempo todo. - A garota então faz uma cara triste e totalmente fofa, do tipo que faria qualquer um chorar ao ver.
– Não interessa, não quero que fique perto de mim pois agora eu realmente encontrei meu amor verdadeiro. Então me deixe. - Diz o garoto se levantando e de novo pegando Juvia nos braços e levando-a para longe junto de si.
A garota então começa a choramingar, um choro realmente fino e tanto quanto irritante, que aos poucos foi se perdendo com os passos distantes que Juvia dava junto com Lyon.
- Juvia? Eu precisava falar com você... - Diz Gray olhando o chão e falando quase sozinho, pois Juvia já não podia o ouvir.
Quando então Lyon decide largar Juvia, a mesma gritava o tempo todo até perceber o rosto de Lyon. O não mesmo rosto de antes, um rosto triste quase não parecendo o mesmo garoto.
– Me desculpe. Eu não queria fazer isso com você. Me desculpe, mas eu não aguentei te ver ao lado daquele garoto. Só que quando eu te vi hoje mais cedo correndo no corredor eu realmente me apaixonei por você, e então depois eu vi aquela cena daquele.. Aquele... Aquele medíocre te abraçando, eu realmente não consegui aguentar e tinha que te dizer isso. Porque eu realmente gosto de você, não quero que ninguém te toque, não quero que ninguém fale com você, não quero que ninguém fique perto de você. Sinto como se você fosse minha, e quero protege-la para sempre.
A garota então se arrepia ao ouvir suas palavras, era realmente do mesmo jeito que se sentia com Gray, mas nunca teria coragem de falar ao mesmo como Lyon fez, ter coragem de se declarar assim... É algo quase raro. E sem nem mesmo pensar abraça o garoto, mas um abraço que dizia “Eu te entendo” ...