Eu e Lyon conversamos bastante durante o resto do dia, foi bem legal pois não fazia algo assim a tempos desde que me mudei. Tirando a parte que ele dava a louca e ficava me atacando do nada.
E a Sherry... Bem ela ficava correndo atrás do Lyon sempre que ele vinha me ver, e acho que ela não gosta muito de mim.

Já o Gray eu não vi pelo resto do dia, desde que aquele garoto me puxou e me levou para longe. E estou realmente preocupada, pois ele não é de não assistir aulas.

Minha preocupação já não parava de aumentar, quebrei quase todas as unhas das mãos só pensando nas possibilidades de coisas que poderiam ter acontecido. Ele poderia está machucado? Ou ele não quer mais me ver depois que o louco me tirou de perto dele? Era muita coisa pra minha cabeça...

Tanto que o sinal havia tocado e eu nem tinha percebido, arrumei minhas coisas e fui embora. Sim, estava totalmente ferrada pois a chuva havia começado a cair. Eu sei que posso controlar a mesma, mas minhas roupas não podem molhar, e eu não posso simplesmente parar a chuva. Não tenho tanto "poder".

– Arg, e agora Srt. Juvia? Como você irá para casa? -Sussurrei pra mim mesma baixinho, e procurando ver algum guarda-chuva que estivesse perto.

Pois é, nenhum. Teria que ir assim mesmo, coragem. Arrumei minhas roupas e algumas coisas que tinha em mãos para quando correr, correr na velocidade da luz. E não olhar nem um minuto sequer para trás. Correr tão rápido que nem um pingo conseguiria jorrar em minhas roupas. Como se eu conseguisse!

Dando o primeiro passo algo aparece em minha frente, me fazendo cambalear e cair. Algo grande, mais parecia uma pessoa. Só vi de relance, ainda não havia aberto os olhos.
Fui abrindo devagar, poderia ser um monstro. Abri um não vi nada e nem ninguém, abri outro e algo estava cara a cara comigo.
Pois é, ele resolveu aparecer.

– Sem guarda-chuva? - Dizia Gray normalmente com um enorme guarda-chuva em mãos, nem parecia ter fugido por toda aula.

– Sim! - Respondi em um tom confuso.

– Vem comigo, eu te levo então. - Ele levantou e me ajudou a fazer o mesmo, fomos em direção a porta e então eu resolvi perguntar.

– O-Onde você estava no resto do dia? - Olhei pra baixo tentando não procurar seus olhos e mostrar preocupação. Em vão, sentia algo me fitar o tempo todo.

– Tinha coisas a resolver. - Quando então ele respondeu senti um alivio, ele já não me olhava mais como antes, aliás ele virara a cara como se não quisesse responder. -...Mas já que fez uma pergunta, posso também lhe fazer uma?

Se-Será que ele descobriu? E se ele descobriu será que parará de falar comigo? E se ele parar, o-oque faço ?
Pensei tanto que acabei me lembrando que não o respondi.

– Claro. - Respondi ainda fitando o chão. Ainda mais agora não levantaria o olhar, nem tentaria o ver.

– V-Você, bem... Você gosta do Lyon? - Por um relance olhei de canto pra ele e o mesmo ainda estava com a cara virada.

– Gosto. - Assim dito olhei para Gray soltando um sorriso de canto de boca. Mas sua expressão já mudará para fria. Ele já não aceitava meus olhares de jeito nenhum, e muito menos me olhava. Não disse nada de errado, eu realmente gosto do Lyon, eu não odeio por completo só por ser louco. Pra mim ele era já um amigo.

O resto do caminho seguimos em silêncio, ele não dissera nada desde então. Não me sentia bem com Gray assim parece passar mil coisas em sua cabeça, como se ele estivesse pensado demais pra ele mesmo.
E pelo mesmo motivo o mesmo não ouvira meu tchau, que havia dito ao chegar em casa. Saiu andando, sem nem mesmo olhar para trás. Isso realmente me fez doer o coração.

No dia seguinte iria resolver isso quando chegasse na classe, questionar o que havia acontecido e porque ele agora me ignorava.
Mas ele simplesmente não foi. Não apareceu pelo resto da semana, todos os dias de manhã me preparava com um papel em mãos já treinando o que iria dizer, sem nem mesmo voltar atrás.
Tudo em vão então...

Já passara fim de semana e outra segunda havia chegado. Já não lembrava onde estava o papel. Mas de tanto ler as palavras já estavam realmente decoradas em minha mente. Não esperava que ele fosse, como fez na semana passada.

E assim foi, o sinal então tocou. O professor entrou em sala e todos já estavam em silêncio fazendo as lições. Quando então vejo uma sombra na janela da porta. Poderia ser alguém da direção então já perdia minhas esperanças.
Mas não era. Ele entrou se sentou ao meu lado, e simplesmente disse:

– Ohayo - Soltando um sorriso.