Back To Baker escrita por Mel Devas


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Me desculpem pelo atraso, foi semana de provas e acabei totalmente atolada, continuo tendo que estudar, já que vou prestar concurso, mas vou postar o mais rápido o possível, então não me abandonem!!! T^T (Um leitor me abandonou... T^T)
Enfim, chega de Blá, Blá, Blá! Boa leitura!!!



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Tudo bem, ele não usava SÓ jeans de coisa moderna, mas é o quê mais chama atenção quando você está numa época de engomadinhos de calça tweed. Ele também usava uma jaqueta que parecia de couro preto, de gola levantada e, por baixo, uma camisa do Nirvana, em volta de seu pescoço um daqueles fones de ouvido grandões.

Ele se sacudiu com força, livrando-se das mãos de Sherlock. Quando se levantou ficou óbvio que era gigantesco. Uns 1,90m, no mínimo.

Ele se afastou rápido alguns passos. Observei melhor seu rosto. Ele me parecia um pouco familiar...

– O que você quer comigo? – Perguntou em voz alta e perturbada para Holmes. O detetive bufou e deu de ombros.

– Quem sabe se você olhar para lá, descubra... – Apontou para mim.

O garoto de cabelos curtos pretos me encarou, arregalando os olhos.

– Hollyson!!!

– Holly... son? – Repeti, nunca tinha ouvido falar disso antes. Estranhei.

– A-Ah!!! – O menino corou. – É que a gente é do mesmo curso... Meus amigos chamavam você de Hollyson e eu acostumei...

Claro. Eu era reconhecida por todos por causa da minha altura nada avantajada. Mas colocar “-son” no final do meu nome não tinha sentido...

– Ahn... E qual foi a do “son”?

– N-Não sei. Pergunte para os meus amigos... – Ele gaguejou, o que era estranho, decidi deixar isso de lado.

Houve mais uns minutos de silêncio, e refleti que desde que eu tinha parado na antiga Londres isso havia virado hábito.

– Hann... – O garoto tentou quebrar o silêncio. – Então... O quê exatamente aconteceu?

– Vocês aconteceram... – Bufou Holmes, mal humorado enquanto Watson dava tapinhas em seus ombros para acalmá-lo.

– Simplificando... – Encarei Sherlock repreendedora. – Fomos transportados para a antiga Londres. Não é como se a gente quisesse estar aqui, Holmes, não tem internet.

– Ponto pra você. – O garoto concordou. Sacudiu a cabeça, como se quisesse recuperar o foco. – Enfim... – Pigarreou – NÓS ESTAMOS NA ANTIGA LONDRES??? QUE PORRA É ESSA??

– Hmm... 12 minutos para ele surtar... – Watson conferiu seu relógio de pulso. – Excepcional...

Brinquei com a ponta descolorida do meu cabelo.

– Exatamente, aceite, fica mais fácil. – Expliquei. – Parece que a fumaça do meu cachimbo que nos transportou pra cá.

– Tem certeza de que não era maconha, Hollynson?

– Maconha... – O detetive murmurou, acendendo seu cachimbo.

– Hollyson, Hollyson!! Que saco!! E você? Quem é?

– Will...

– Will de quê?

– Só Will já tá ótimo, Hollyson!!!

– Arrrrrrg. – Reclamei. – Então vou te chamar de HotWILLson. – Dei de ombros.

– Hmm... Reação agressiva e rabugenta depois de 16 minutos... – O médico comentou mais uma vez, obviamente para me irritar.

– Vai cagar você também, Watson!! – O mesmo deu uma risadinha, Holmes suprimiu um bocejo.

– Eu vou me retirar... – Saiu da sala. Seu companheiro virou alarmado.

– Não, Holmes, você não vai...

– Vou tocar violino...

– Acha que eu tenho cara de retardado?

– Exatamente, como descobriu?

– Você me deixa muito irritado tanto quanto médico quanto amigo.

– E você me deixa irritado mesmo no papel de médico, de amigo e no de mamãe que você está fazendo agora.

– Temos visitas! Que tal evitar pelo menos na frente deles? – Watson replicou.

– Se eles não quiserem assistir é só não chegarem em mim, continuo sendo o dono dessa casa.

– E eu sou o quê? O animal empalhado colado na parede enfeitando?

– “Enfeiando”, você quis dizer, certo?

O detetive, com um sorrisinho de vitória discreto fechou a porta, Watson caiu numa cadeira, suspirante, enquanto se servia e bebericava mais um pouco de chá. Senhora Hudson enxugou as mãos em uma toalha e serviu biscoitos para o médico.

– Você sabe que ele não tem jeito, querido, não fique assim... – Consolou-o.

– Mas é totalmente frustrante!! – Watson apoiou a xícara com força no pires, quase quebrando-o, umas gotinhas estavam comicamente grudadas em seu bigode.

Eu e Will nos entreolhamos, não tínhamos entendido nada.

– O que aconteceu? – Perguntou Will se aproveitando da situação para roubar um biscoito.

– Sherlock e seus vícios. – O médico revirou os olhos. – Está cada vez pior com a heroína.

Assenti com a cabeça. Lembrava do Signo dos Quatro mencionar isso. Mas era chocante ver que isso realmente era verdade.

– Bem, deixem pra lá. – Watson meneou a cabeça. – Então, o quê vocês vão fazer agora?

– Agora que eu pensei... Não sei. Não faço a mínima ideia de como voltar pro meu tempo.

– Que tal tentar sobreviver até lá? Quem sabe você se reencontra?

– Muito engraçado, Watson, há há. – Ri, irônica. Fiquei um tempo mais quieta. Seria legal recuperar minha bolsa. – Ei, você viu alguma bolsa perto de onde caí?

– Não percebi, você era estranha demais – Eu o olhei feio. – Ora, desculpe-me, anormal...

– Não melhorou.

– Ah, deixa de frescura! – Will reclamou.

– Não é você quem está sendo chamado de anormal, licença!

– Enfim, você era desconcertante demais para eu perceber outra coisa, tem chances de ainda estar lá.

– Desconcertante, gostei, parece algo importante...

Watson bateu a mão no seu cenho:

– Você não estava preocupada com a bolsa?

– FACEPALM!!!! – Exclamou Will alegre, estendendo a mão com dois “Vês”.

– Deus, qual o problema das crianças de hoje em di... Não espera... O que tem com as crianças do futuro?

– Minha mãe diz que é culpa do frango com muito hormônio... – O moreno alto cutucou o ouvido com o dedo mindinho.

– Frangos... Hormônios?? Que tipo de sociedade vocês vivem? Não entendo. – O doutor estava totalmente confuso.

– A do futuro, dããã!!

Watson olhou a governanta em busca de ajuda, mas essa apenas olhou com um ar complacente.

– Do que a gente estava falando mesmo? – Perguntei, confusa.

– Acho que eram bananas mutantes. – Arriscou Will.

– Que bananas o quê!!! A gente nem falou disso!!! – Watson endoidou de vez, assustando a governanta junto.

– Crianças, por quê vocês não vão passear por aí? Conheçam a cidade e quem sabe vocês encontram algo... Acho que o Dr. Watson está um pouco cansado. – Sra. Hudson sugeriu apoiando as mãos no ombro do patrão, este a olhava como se fosse o último e milagroso donuts da doceria. Talvez seja mais exato que ele estivesse olhando ela como uma salvadora, mas prefiro donuts, quem não?

– Ah... Acho que vamos fazer isso então. – Nos encaminhamos para a porta.

– Boa sorte, queridos!! – A mulher servia mais chá pra Watson. Espero que seja de camomila. Abri a porta e Salem saltou na minha frente e começou a correr.

– Ei, Salem, me espera!!! – Gritei, perseguindo-o, sem parar pra observar a cidade e a multidão tão diferentes.

– Hollyson!!! Não me largue aqui!! – Pediu Will, me irritando ao acompanhar com apenas largas e calmas passadas a minha corrida.

– Dá pra correr também? – Fiz um muxoxo olhando para trás.

– Hollyson, cui...

Dei um encontrão forte com alguém.

– Ah!!! Desculpe!!! – Estendi a mão para o homenzinho pálido e com cara de rato.

Ele agarrou a minha mão e levantou-se bruscamente.

– Ah, não, nada disso... – Seus olhos escuros brilharam. – Vieram da casa de Holmes, certo? Gostaria de trocar umas palavrinhas com vocês...


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Notas finais do capítulo

Desculpem por fazer esse capítulo com muita fala, mas acabei entrando no espírito, lol. No próximo eu coloco menos, ok?
Qualquer crítica é só falar >-